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Cresce a presença da população com 50 anos ou mais no mercado de trabalho


Em maio de 2006, os trabalhadores nesta faixa de idade já representavam 18,1% da população ocupada nas seis regiões metropolitanas investigadas pela Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE.

20/07/2006 07h31 | Atualizado em 20/07/2006 07h31

(26,1%) e Belo Horizonte (19,1%) na educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social; Rio de Janeiro (18,6%) nos outros serviços e São Paulo (19,6%) na indústria extrativa e de transformação e produção e distribuição de eletricidade, gás e água.

A distribuição de pessoas ocupadas com 50 anos ou por grupamento de atividade nas regiões metropolitanas acompanha a distribuição da população ocupada total nestes grupamentos.

Homens predominam entre os trabalhadores com 50 anos ou mais

 De maio de 2002 para maio de 2006, o percentual de homens com 50 anos ou mais de idade na PO cresceu de 15,9% para 18,7%, e o das mulheres ocupadas no mesmo grupo etário passou de 14,7% para 17,4%. Em maio de 2006, os homens correspondiam à maioria dos ocupados (56,4%) e, entre os com 50 anos ou mais, a diferença se amplia: (58,2% para homens e 41,8% para as mulheres).

No mesmo período, cresceu a participação das mulheres com 50 anos ou mais (de 40,7% para 41,8%). Isto significa que, em 2006, para cada 100 homens ocupados com 50 anos ou mais, havia 72 mulheres nesta condição, razão que, em maio de 2002, era de 100 para 69.

Em todas as regiões metropolitanas, os homens eram maioria na população ocupada com 50 anos ou mais de idade: Recife (59,9%); Salvador (55,9%); Belo Horizonte (56,7%); Rio de Janeiro (56,6%); São Paulo (59,8%) e Porto Alegre (59,0%)3.

70,2% dos trabalhadores com 50 anos ou mais são os responsáveis pelo domicílio

Em 2006, 70,2% dos ocupados com 50 anos ou mais eram os principais responsáveis pelos domicílios em que residiam, contra 71,6% em 2002. Já a participação da condição de cônjuge foi a que mais se elevou no período: de 21,7% para 23,4% (figura 9).

No conjunto da População Ocupada, os trabalhadores na condição de principal responsável pelo domicílio não superavam os 50% (48,9% em 2006). Na PO, as participações do principal responsável e de outras condições são bastante próximas, mas entre os ocupados com 50 anos ou mais, o principal responsável é o destaque.


 


  Enquanto 26,0% dos principais responsáveis ocupados possuíam 50 anos ou mais de idade, apenas 10,6% dos demais ocupados estavam nesta faixa etária. Entre os ocupados com 50 anos ou mais, 9,9% moravam sozinhos. Em 2006, em Porto Alegre, entre os ocupados com 50 anos ou mais, os cônjuges tinham o maior percentual (27,8%) e no Rio de Janeiro, o menor (20,5%).

Maioria dos trabalhadores com 50 anos ou mais de idade concluiu o ensino médio

As pessoas com pelo menos o ensino médio concluído (onze anos ou mais) tinham a maior participação relativa entre os ocupados com 50 anos ou mais (40,3% em 2006) e também no total de ocupados (52,1%).




Entre os ocupados com 50 anos ou mais, cresceu a participação dos maiores níveis de escolaridade: 8 a 10 anos de estudo (de 13,2% em 2002 para 13,9% em 2006) e 11 anos ou mais (de 36,9% para 40,3% no mesmo período). Entre total de ocupados, o somente o nível mais alto (de 45,1% para 52,1%) cresceu. Por outro lado, em maio de 2006, os ocupados com até 3 anos de estudo representavam 7,9% da PO total, contra  16,5% dos ocupados com 50 anos ou mais. 

Maioria dos trabalhadores sem instrução tem 50 anos ou mais de idade

Em 2006, tinham 50 anos ou mais de idade 46,1% das pessoas ocupadas sem instrução contra apenas 14,0% daqueles com 11 anos ou mais de estudo (Figura 12). Isso reflete a escolaridade mais baixa da população com 50 anos ou mais, e suas dificuldades de ingresso e evolução no sistema escolar.



Em 2006, 40,3% da população ocupada com 50 anos ou mais tinham 11 anos ou mais de estudo, mas apenas 14,0% das pessoas ocupadas com 11 anos ou mais de estudo tinham 50 anos ou mais. O nível mais elevado de escolaridade concentra grande parte das pessoas porque a população ocupada também o faz, mas entre as pessoas com 11 anos ou mais de estudo a proporção de pessoas com 50 anos ou mais é pequena.

Em maio de 2006, Salvador tinha 49,8% de sua população ocupada com 50 anos ou mais tinham 11 anos ou mais de estudo. Nas demais regiões estes percentuais foram: Recife (43,2%); Belo Horizonte (37,5%); Rio de Janeiro (40,0%); São Paulo (40,3%) e Porto Alegre (36,3%).

Brancos predominam na PO total e entre os ocupados com 50 anos ou mais

Em maio de 2006, os brancos eram 60,9% da população ocupada com 50 anos ou mais.  No total de ocupados, os brancos também possuíam participação relativa (56,8% em 2006) maior que os pretos e pardos (42,5%).



As regiões metropolitanas de Salvador, predominantemente preta e parda, e a de Porto Alegre, predominantemente branca, refletiam estas características em suas populações ocupadas, e portanto, para as pessoas ocupadas com 50 anos ou mais. Em Salvador, entre as pessoas ocupadas com 50 anos ou mais, em maio de 2006, apenas 21,7% eram brancos. Em Porto Alegre os brancos representavam 90,3% das pessoas ocupadas nesta faixa etária.

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1 A OMS – Organização Mundial da Saúde - define a população idosa como aquela a partir dos 60 anos de idade, mas para países desenvolvidos esse limite passa para 65 anos.  No Brasil, considera-se idoso, para os efeitos da Lei nº 8.842, de 04 de janeiro de 1994, as pessoas maiores de sessenta anos de idade. 

2 Ver artigo 40 parágrafo 19 da Constituição Federal.

3As tabelas completas por região metropolitanas e com os coeficientes de variação estão em anexo.

 A maior participação relativa das pessoas ocupadas com 50 anos ou mais como trabalhadores domésticos deu-se na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (11,2%). 

Comércio também concentra maioria dos trabalhadores com 50 anos ou mais

O comércio, reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos e comércio a varejo de combustíveis, concentrou a maior parte dos ocupados (19,5% em maio de 2006) e também reuniu a maior parcela dos ocupados com 50 anos ou mais (18,6% em maio de 2006). Os grupamentos da construção, da educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social e dos serviços domésticos tinham maiores percentuais entre as pessoas com 50 anos ou mais do que no total da PO (Figura 18). Já a participação dos demais grupamentos entre os ocupados com 50 anos ou mais era menor que na PO.



O grupamento da construção possuía um percentual alto de pessoas com 50 anos ou mais, que cresceu bastante entre 2002 (16,1%) e 2006 (22,0%). Em seguida, o grupamento dos serviços domésticos mostrou alta participação (21,0% em 2006) de pessoas com 50 anos ou mais e considerável aumento no período (Figura 20).

Os serviços prestados à empresa, aluguéis, atividades imobiliárias e intermediação financeira compõem o grupamento com menor participação de pessoas nesta faixa de idade e não mostrou variação ao longo do período analisado (14,2% em 2002 e 14,4% em 2006).

 



Em maio de 2006, os trabalhadores nesta faixa de idade já representavam 18,1% da população ocupada nas seis regiões metropolitanas investigadas pela Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE. Com um rendimento 36,3% acima da média, esse grupo etário incluía um em cada quatro trabalhadores responsáveis pelo domicílio e 46,1% dos trabalhadores sem instrução.

 

Em maio de 2006, havia 3,613 milhões de trabalhadores com 50 anos ou mais de idade nas seis regiões metropolitanas investigadas pela Pesquisa Mensal de Emprego, do IBGE. Eles representavam 18,1% das pessoas ocupadas nessas áreas. A participação deste grupo etário na população ocupada foi a única a crescer (2,7 pontos percentuais), entre maio de 2002 a maio de 2006. Na Região Metropolitana do Rio de Janeiro ocorre a maior participação (22,3%) dessas pessoas no total de ocupados. Além disso, as participações de Rio e São Paulo tiveram o maior crescimento (3,0 pontos percentuais nas duas regiões) no período.

Os dados revelaram também que as pessoas ocupadas com 50 anos ou mais recebiam em média 36,3% a mais que o total dos ocupados. Nesse grupo etário também estavam 26,0% dos trabalhadores responsáveis pelo domicílio em que residiam.

Em 2006, nas áreas investigadas pela PME, 46,1% das pessoas ocupadas sem instrução tinham 50 anos ou mais de idade, contra apenas 14,0% daquelas com 11 anos ou mais de estudo. Além disso, enquanto 41,7% dos trabalhadores eram empregados com carteira assinada no setor privado, a maioria daqueles com 50 anos ou mais (32,7%) trabalhava por conta própria. Ainda na análise por posição na ocupação, a participação das pessoas  nesse grupo etário entre os empregadores era de 33,6%.

Aumento dos ocupados com 50 anos ou mais reflete envelhecimento da população

Chama atenção a crescente participação da população ocupada com 50 anos ou mais de idade no total da População em Idade Ativa (PIA) que subiu de 22,4% para 25,3%, entre maio de 2002 e maio de 2006, no total das seis regiões metropolitanas investigadas. No período, este contingente passou de 8,154 milhões para 10,013 milhões de pessoas (um aumento de 22,8%), enquanto a PIA cresceu 8,6%. Esta maior representatividade reflete o envelhecimento populacional detectado em outros levantamentos do IBGE.

Entre a população ocupada (PO) das seis regiões metropolitanas investigadas pela PME, isto se repete. Em maio de 2002, nelas havia 2,699 milhões de pessoas ocupadas com 50 anos ou mais (15,4% da PO), que já eram 3,613 milhões (18,1% da PO) em maio de 2006. No período, a população ocupada com 50 anos ou mais cresceu 33,9%, enquanto a PO total cresceu 13,9%. 

A participação do grupo etário de 50 anos ou mais na população ocupada teve o maior (e, em algumas regiões metropolitanas, o único) aumento, neste período.

Em 2002, 5,8% dos desocupados tinham 50 anos ou mais, e em 2006 eles eram 6,4%, percentual menor que os encontrados em 2003 (7,0%) e 2004 (7,1%).



O crescimento da população com 50 anos ou mais de idade deu-se mais intensamente entre ocupados e inativos: em 2006, 33,1% delas estavam ocupadas e apenas 1,4% estavam desocupadas, indicando que o comportamento das pessoas com 50 anos ou mais é diferente do observado na população ocupada total (onde estes percentuais eram 50,6% e 5,7%, respectivamente).

Entre a população com 60 anos ou mais, 18,8% trabalham

Entre a população com 60 anos ou mais (em maio de 2006 representava 52,7% das pessoas com 50 anos ou mais de idade) as estimativas mostram que 19,3% dos idosos estavam voltados para o mercado de trabalho, 18,8% como ocupados e 0,5% como desocupados (Figura 4). A taxa de atividade dos idosos 1 é a metade da estimada para aqueles com 50 anos ou mais de idade.


 


As taxas de desocupação destes grupos eram baixas: em maio de 2006, 3,9% (50 anos ou mais) e 2,7% (60 anos ou mais), contra 4,9% e 3,9% em maio de 2002, respectivamente. A taxa de desocupação média das seis regiões metropolitanas era 10,2% em maio de 2006 e 11,9% em maio de 2002.

Rio tem a maior proporção de trabalhadores com 50 anos ou mais

De março de 2002 a março de 2006, a Região Metropolitana do Rio de Janeiro manteve a maior participação das pessoas com 50 anos ou mais no mercado de trabalho. Tal resultado não surpreende, pois o Rio tem a maior representação desta faixa etária na PIA (29,8%). Em maio de 2006, 22,3% dos ocupados tinham 50 anos ou mais, no mesmo mês em 2002 este percentual era 19,3%. O Rio e a Região Metropolitana de São Paulo (16,6% em 2006) apresentaram o maior crescimento da participação (3,0 pontos percentuais), mesmo tendo, esta última região, mostrado pequena queda entre 2005 e 2006 (0,5 ponto percentual).

Em todas as regiões metropolitanas, cresceu a participação das pessoas com 50 anos ou mais de idade entre a população ocupada. Em Salvador estavam as menores participações em todo o período. Já Belo Horizonte e Porto Alegre, embora tenham apresentado, em 2006, uma participação de pessoas ocupadas com 50 anos ou mais superior a de 2002, nas últimas duas comparações anuais não registraram variação significativa.



Em maio de 2006, o rendimento médio real habitualmente recebido da população com 50 anos ou mais (R$ 1.401,30) era 36,3% superior que o da PO total das seis regiões metropolitanas. Esta superioridade também ocorreu nos anos anteriores, com diferencial crescente: em maio de 2002 a diferença era de aproximadamente R$ 38,00, no ano seguinte foi de R$ 135,60 e em maio de 2006 chegou a R$ 373,50. Assim, o rendimento das pessoas com 50 anos ou mais era 2,4% maior que a média, em 2002, e 36,3% maior, em 2006.

O rendimento médio real habitual da população ocupada com 60 anos ou mais, em maio de 2006, estimado em R$ 1.383,80, era inferior ao das pessoas com 50 anos ou mais, mas superior ao da PO total. Desde 2002, o rendimento dos idosos também cresceu bastante.



O rendimento/hora da população de 60 anos ou mais era pelo menos igual ao da população com 50 anos ou mais e o rendimento/hora desta última, por sua vez, estava acima do percebido pela PO total. Isto ocorre porque o número médio de horas trabalhadas caia conforme as faixas de idade se elevavam.

Em maio de 2006, nas seis regiões metropolitanas (Figura 22) o rendimento médio real para as pessoas com 50 anos ou mais era superior à média da PO. Rio de Janeiro e Porto Alegre, foram as únicas regiões com diferença entre os rendimentos (dos ocupados e dos ocupados com 50 anos ou mais) inferior ao observado no agregado das seis, R$ 227,80 (24,1%) e R$ 265,50 (27,0%), respectivamente. São Paulo teve a maior diferença absoluta: R$ 485,20 ou 40,7%. Em Recife e Salvador, as diferenças eram as maiores: 57,1% e 58,7%, respectivamente.

 



O rendimento médio real da população com 60 anos ou mais de idade em Belo Horizonte e São Paulo superou o das pessoas com 50 anos ou mais.

A população ocupada com 50 anos ou mais não apresentou um número médio de horas trabalhadas muito diferente da PO total, mas a pequena  redução na carga de trabalho pode ser explicada por sua maior participação em atividades e/ou formas de inserção com cargas horárias menores.



A população com 60 anos ou mais apresentou queda mais significativa deste indicador.  Os trabalhadores domésticos (38,0 horas semanais), os militares e funcionários públicos (37,4 horas semanais) e os trabalhadores por conta própria (41,3 horas semanais), categorias com elevada participação de pessoas com 50 anos ou mais, possuíam uma média de horas trabalhadas abaixo da média total (41,8 horas semanais).

Trabalho por conta própria predomina entre os ocupados com 50 anos ou mais

Em maio de 2006, a categoria de maior peso na PO total era a dos empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (41,7%). Já entre os ocupados com 50 anos ou mais predominavam os trabalhadores por conta própria (32,7%), enquanto os empregados com carteira assinada no setor privado eram apenas 24,1%. Também os empregados sem carteira de trabalho assinada no setor privado tinham participação maior na PO (14,5%) do que os ocupados com 50 anos ou mais (9,6%) (Figura 15).



Em 2002, os trabalhadores por conta própria eram 24,8% dos ocupados com 50 anos ou mais. Em 2006, essa participação cresceu para 31,0% (Figura 17).

A categoria de militares e funcionários públicos aumentou sua participação de 18,6% (em 2002) para 23,3% (em 2006). Os concursos públicos, no período, e os incentivos financeiros para que os servidores continuem na ativa2explicam este aumento.

Os empregadores com 50 anos ou mais correspondiam a 29,5% do total de empregadores em 2002 e a 33,6% em 2006. Esta categoria não só apresentou significativo aumento como também registrou a maior proporção de pessoas com 50 anos ou mais (33,6%).

O contingente dos trabalhadores domésticos com 50 anos ou mais cresceu 4,1 pontos percentuais, atingindo, em 2006, 21,0% do total de trabalhadores domésticos.