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Em 2006, safra nacional de grãos poderá atingir 121 milhões de toneladas

O IBGE realizou, em março, a terceira avaliação, em nível nacional, da safra agrícola para 2006. Com base no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola - LSPA, a produção nacional de cereais,leguminosas e oleaginosas ...

06/04/2006 06h31 | Atualizado em 06/04/2006 06h31

O IBGE realizou, em março, a terceira avaliação, em nível nacional, da safra agrícola para 2006. Com base no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola - LSPA, a produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas (caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale) para 2006 é estimada em 121,970 milhões de toneladas, 1,58% inferior à previsão de fevereiro (123,933 milhões de toneladas) e 8,46% superior à safra obtida em 2005 (112,454 milhões de toneladas). Quanto à área plantada em 2006, verifica-se uma retração de 2,48% em relação a 2005, situando-se em 46,427 milhões de hectares. Entre os produtos investigados, a soja e o milho 1ª safra são os mais representativos em termos de área plantada, com respectivamente 22 milhões e 9,4 milhões de hectares cultivados em 2006.

Pelas Grandes Regiões, em termos absolutos, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas está assim distribuída: Região Sul, 51,252 milhões de toneladas; Centro-Oeste, 40,978 milhões de toneladas; Sudeste, 16,288 milhões de toneladas; Nordeste, 9,830 milhões de toneladas e Norte, 3,622 milhões de toneladas.

Entre os principais produtos, registram crescimento as produções do feijão 1ª e 2ª safra, do milho 1ª e 2ª safra e da soja, que recupera-se dos danos que sofreu em 2005 em face à forte estiagem que assolou, especialmente, as regiões Sul e Centro-Oeste. Por outro lado, são verificadas perdas no algodão herbáceo em caroço, arroz em casca, mamona e sorgo em grão.

Este novo levantamento, quando comparado ao de fevereiro, acusa uma queda de 2,1 milhões de toneladas, notadamente nas culturas da soja, com menos 1,2 milhão de toneladas, do milho 1ª safra, com menos 446 mil toneladas, do sorgo, com menos 183 mil toneladas, do feijão 1ª safra, com menos 133 mil toneladas e do arroz, com menos 130 mil toneladas.





Café em grão, cana de açúcar e milho em grão devem crescer em 2006

Dentre os principais produtos investigados pelo LSPA, apresentam variação positiva na estimativa de produção para 2006 em relação a 2005: batata-inglesa 2ª safra (5,54%), café em grão (18,92%), cana-de-açúcar (4,85%), cebola (7,64%), cevada em grão (12,06%), feijão em grão 1ª safra (10,66%), feijão em grão 2ª safra (14,60%), laranja (2,63%), mandioca (3,32%), milho em grão 1ª safra (18,52%), milho em grão 2ª safra (25,00%), soja em grão (9,29%), trigo em grão (4,39%) e triticale (2,93%). A variação é negativa nos casos das culturas de algodão herbáceo em caroço (-21,91%), amendoim em casca 1ª safra (-5,95%), amendoim em casca 2ª safra (-13,78%), arroz em casca (-15,63%), aveia em grão (-2,34%), batata-inglesa 1ª safra (-7,54%), batata-inglesa 3ª safra (-15,73%), cacau em amêndoa (-6,65%), feijão em grão 3ª safra (-6,50%), mamona (-32,64%) e sorgo em grão (-6,73%).

Variações nas estimativas de produção de março em relação a fevereiro

No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de março destacam-se as variações nas estimativas de produção, comparativamente ao mês de fevereiro, de sete produtos: arroz em grão (-1,15%), feijão em grão 1ª safra (-7,86%), feijão em grão 2ª safra (3,33%), mamona (-13,84%), milho em grão 1ª safra (-1,37%), soja em grão (-2,09%) e sorgo em grão (-11,33%).

A cultura do arroz apresenta uma redução na produção, basicamente, devido a menor área cultivada em função dos baixos preços obtidos pelo cereal na safra passada. A região Centro-Oeste foi a que apresentou a maior retração na área, com cerca de 600 mil hectares. Alia-se a isso a ocorrência de estiagem nos meses de janeiro e fevereiro que determinou, em março, uma queda no rendimento médio, especialmente na região Nordeste.

A variação negativa registrada na estimativa de produção do feijão 1ª safra, neste mês, deve-se às novas informações dos estados do Piauí (-24,87%), Bahia (-57,45%) e Rio Grande do Sul (-16,33%), onde as estiagens prolongadas causaram prejuízos às lavouras.

No caso do feijão 2ª safra, com base nos levantamentos realizados em março, verifica-se uma expansão de 3,33% na produção esperada, quando comparada a de fevereiro. O principal motivo que incentivou os produtores no plantio desta segunda safra foi a boa recuperação dos preços do produto. O Paraná apresenta-se como o principal produtor, alcançando uma produção de 287.371 toneladas, a qual supera em cerca de 109% a obtida em 2005.

Para a mamona, que registra uma redução de 13,84% na produção estimada em fevereiro, a estiagem também é apontada como a responsável pelo decréscimo, que ocorre, principalmente, no Ceará (-13,06%) e na Bahia (-18,49%), sendo este último o maior produtor nacional.

Em relação ao milho 1ª safra, a estimativa de março aponta um decréscimo de 1,37% na produção, comparada à estimativa de fevereiro, em conseqüência das reduções observadas, notadamente, na Bahia
(-14,59%) e Rio Grande do Sul (-9,31%), tendo em vista a falta de chuvas nas principais fases de desenvolvimento da cultura.

Na mesma comparação, o decréscimo de 2,09% na estimativa de produção da soja decorre, sobretudo, da redução verificada, especialmente, na Região Sul (-5,47%), sobressaindo-se o Paraná (-6,11%) e o Rio Grande do Sul (-5,28%). Nesses Estados, a retração deve-se à ocorrência de chuvas esparsas além do menor emprego de fertilizantes.

Para o sorgo, que apresenta uma produção inferior em 11,33%, quando comparada à estimativa de fevereiro, a principal determinante é a significativa redução da área cultivada, principalmente, nos estados de Minas Gerais (-15,31%) e em Goiás (-30,73%). Salienta-se que esses estados respondem, respectivamente, por 13,04% e 30,63% da produção nacional deste cereal.