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Safra deve ser 12,20% maior em 2006


O primeiro prognóstico do IBGE para a produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas (caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale) em 2006 é de 126,635 milhões...

08/11/2005 07h31 | Atualizado em 08/11/2005 07h31

O primeiro prognóstico do IBGE para a produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas (caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale) em 2006 é de 126,635 milhões de toneladas (a produção de grãos em 2005 foi de aproximadamente 112,862 milhões de toneladas). A estimativa da área plantada ou a plantar, quando considerados os 11 produtos investigados, é de 46,867 milhões de hectares, 4,46% menor que a de 2005, que foi de 49,053 milhões de hectares.

O IBGE realizou, em outubro, o primeiro prognóstico de informações sobre as áreas plantadas ou a plantar e da produção para a safra de 2006, nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste e nos estados de Rondônia, Bahia, Piauí e Maranhão. Para o volume de produção previsto para 2006 (126,635 milhões de toneladas), foram consideradas, além das três regiões e dos quatro estados citados, as projeções das culturas de inverno (aveia, centeio, cevada e trigo) e dos produtos de segunda e terceira safras - que, por força do calendário agrícola, ainda não dispõem das primeiras estimativas. Para os demais estados, tomaram-se como referência as informações de anos anteriores.

Segundo o prognóstico, a divisão da produção nacional de grãos por grandes regiões deverá ser a seguinte:



Em relação à área plantada, quatro culturas devem apresentar variação positiva em relação a 2005: cebola (2,69%), feijão em grão 1ª safra (2,60%), fumo em folha (2,45%) e milho 1ª safra (5,93%). São previstas variações negativas no caso do algodão herbáceo em caroço (-28,07%), amendoim em casca (-2,36%), arroz em casca (-16,32%), batata- inglesa 1ª safra (-0,97%), cana-de-açúcar (-2,84%), mandioca (-5,96%) e soja (-6,39%).

No que diz respeito às produções esperadas, devem ter aumento os seguintes produtos: cana-de-açúcar (1,71%), cebola (6,57%), feijão em grão 1ª safra (23,59%), fumo em folha (13,41%), milho em grão 1ª safra (25,18%) e soja (14,97%). A variação deverá ser negativa para algodão herbáceo (-24,14%), amendoim em casca (-15,57%), arroz em casca (-9,84%), batata inglesa 1ª safra (-0,81%) e mandioca (-0,05%).

As condições climáticas prevalecem regulares nos principais pólos produtores de grãos do país, nesse início de implantação da safra nacional 2005/2006.

Previsões para as principais culturas



Aguarda-se uma produção de algodão em caroço da ordem de 2,8 milhões de toneladas, contra 3,6 milhões de toneladas em 2005 (queda de 24%). A principal razão desse decréscimo são as cotações baixas do algodão nos mercados interno e externo. Havendo uma reação de preços, a previsão pode ser alterada. O principal estado produtor é Mato Grosso.

No caso do arroz em casca, o prognóstico para os principais estados produtores, Rio Grande do Sul (6 milhões de toneladas) e Mato Grosso (995 mil toneladas), é de decréscimos de 0,39% e 56%, respectivamente. O determinante nessas quedas são os preços baixos. Para 2006, espera-se uma produção de arroz no país de cera de 11,9 milhões de toneladas, 9,8% menor que a de 2005. Observa-se que, além dos preços baixos, também há uma grande produção colhida em 2005 ainda armazenada, dependendo de comercialização e sem perspectivas de vendas.

Para o feijão em grão 1ª safra, em razão das cotações positivas para o produto, prevê-se um incremento de 24% em relação à produção de 2005. Nos principais estados produtores, Paraná e Bahia, são esperados, respectivamente, crescimentos de 24% e 60%, com produções de 487 mil toneladas e 210 mil toneladas. Observa-se que, no Paraná, o plantio já está concretizado. Na Bahia, porém, as condições climáticas ainda não favorecem à semeadura, podendo, na falta de chuvas, haver modificação nessa projeção inicial.

No caso do milho em grão 1ª safra, observa-se nas principais regiões produtoras uma tendência de crescimento na área plantada, apesar dos preços ora considerados baixos e do grande volume de milho da safra passada ainda estocado. Acredita-se que a importância do produto para os segmentos em expansão da avicultura e da suinocultura ocasionem uma reação positiva no mercado futuro do milho. Assim, para a safra de 2006, espera-se uma produção de 33,928 milhões de toneladas, superior em 25% à de 2005. Numa área plantada ou a ser plantada de 9,4 milhões de hectares, aguarda-se uma produtividade de 3.600 kg/ha.

Soja deverá crescer 15% em razão de aumento na produtividade

Em relação à soja em grão, nesse início de plantio, constata-se um acréscimo de 15% na produção esperada para 2006 - um volume de 58,741 milhões de toneladas frente a 51,090 milhões de toneladas colhidas em 2005. A área plantada ou a plantar deve ter um decréscimo de 6,39% no próximo ano (previsão de 21,905 milhões de hectares), enquanto a produtividade apresentará um incremento em torno de 20% (2.743 kg/ha).

A divisão da produção de soja por grandes regiões deve ser a seguinte: Norte, 1,310 milhões de toneladas (-2,65%); Nordeste, 3,871 milhões de toneladas (-2,19%); Sudeste, 4,683 milhões de toneladas (-0,96%); Sul, 19,668 milhões de toneladas (57%); e Centro Oeste, 29,209 milhões de toneladas (2,34%). Os acréscimos para a região Sul revelam uma recuperação dos índices de produtividade, que foram bastante atingidos pela seca de 2005. A produtividade no Rio Grande do Sul deve ir dos 655 kg/ha de 2005 para 1.804 kg/ha em 2006. Os demais estados - Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul - deverão apresentar, no próximo ano, respectivamente, produtividades 30%, 52% e 53% maiores. O crescimento na produção de soja previsto para 2006 vem basicamente desses estados, onde as condições climáticas foram muito severas para a cultura na safra de 2005.

Os outros importantes produtores de soja - Mato Grosso, Goiás e Bahia - devem apresentar redução em suas estimativas para 2006, em decorrência dos preços baixos, descapitalização dos produtores, desvalorização cambial, entre outros. No Mato Grosso, maior produtor de soja do país, observam-se quebras tanto na área plantada como na produção esperada, de 6,35% e 3,37% respectivamente - situando-se em 5,8 milhões de hectares e 17 milhões de toneladas de soja para 2006.