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Produção Industrial cai 2,5% em julho

A produção industrial de julho teve redução de 2,5% frente a junho, na série livre de influências sazonais. Na comparação com julho de 2004, o índice mostrou expansão de 0,5%.

08/09/2005 06h31 | Atualizado em 08/09/2005 06h31

A produção industrial de julho teve redução de 2,5% frente a junho, na série livre de influências sazonais. Na comparação com julho de 2004, o índice mostrou expansão de 0,5%. O crescimento acumulado de janeiro a julho atingiu 4,3%, abaixo dos 5,0% verificados para o primeiro semestre do ano. O acumulado nos últimos doze meses mantém a trajetória de desaceleração, passando de 6,7% em junho para 5,8% em julho.

A queda de 2,5% na produção industrial interrompeu uma seqüência de quatro meses de expansão, representando a maior perda neste indicador desde janeiro de 2003, e fez com que o nível de produção retornasse a um patamar ligeiramente superior ao de abril. A taxa negativa contribui, ainda, para a perda de ritmo nas comparações para períodos mais amplos, embora mantenham resultados positivos: a taxa que compara o mês contra igual mês do ano anterior (0,5%) é a menor desde setembro de 2003, e a trajetória do índice de média móvel trimestral tornou-se praticamente estável, com o total da indústria variando apenas 0,2% entre junho e julho últimos.

 



O recuo observado em julho teve perfil generalizado e atingiu vinte das vinte e três atividades pesquisadas que têm séries sazonalmente ajustadas e todas as categorias de uso. Entre as indústrias que reduziram a produção, os movimentos de maior importância para o resultado global vieram de veículos automotores (-4,6%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (-10,7%) e máquinas e equipamentos (-5,7%). Vale registrar que a indústria de veículos (expansão de 8,3% entre maio e junho) e a de material eletrônico e equipamentos de comunicações (expansão de 32,3% entre fevereiro e junho) vinham com crescimento significativo nos meses anteriores. Ainda na comparação com o mês anterior, os únicos setores que mostraram crescimento foram refino de petróleo e produção de álcool (2,6%), farmacêutica (4,2%) e celulose e papel (1,7%).

Todas as categorias de uso apontaram queda na comparação com o mês anterior. Bens de capital (-7,6%) e bens de consumo duráveis (-5,9%) assinalaram os resultados mais negativos, após dois meses com taxas positivas, quando acumularam, respectivamente, 9,6% e 13,5%. Interrompendo uma seqüência de quatro resultados positivos, período em que cresceu 4,3%, bens intermediários registrou, em julho, recuo de 1,9%. A categoria de bens de consumo semiduráveis e não duráveis, com decréscimo de 0,9%, voltou a um patamar ligeiramente superior ao de abril último.

Em relação a julho de 2004, produção cresceu 0,5%

Em relação a julho de 2004, a produção cresceu 0,5%, com o setor extrativo (10,9%) garantindo esse resultado ligeiramente positivo, uma vez que a indústria de transformação teve crescimento nulo e atingiu a menor marca desde setembro de 2003. Na comparação julho 2005/julho 2004, cabe observar que julho deste ano teve 21 dias úteis, um a menos que o mesmo mês no ano passado.

Das vinte e seis atividades pesquisadas na indústria de transformação, dez apresentaram expansão, sendo que refino de petróleo e produção de álcool (8,6%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (20,5%) e edição e impressão (17,7%) foram as de maior impacto positivo sobre o resultado global. Nestas indústrias destacaram-se, respectivamente, o comportamento dos seguintes produtos: óleo diesel e gasolina; telefones celulares e televisores; e revistas e jornais. Entre os dezesseis ramos que assinalaram queda na produção, os que mais pressionaram a média da indústria foram: máquinas e equipamentos (-8,8%) e metalurgia básica (-6,8%), nos quais destacaram-se, respectivamente, as quedas na fabricação de compressores e motocompressores, e máquinas para colheita; e lingotes, blocos e placas de aço ao carbono, e barras de aços ao carbono.

No corte por categoria de uso, o índice de julho 2005/julho 2004 mostrou aumento acima da média global em bens de consumo duráveis (13,2%) e bens de consumo semiduráveis e não duráveis (3,1%). A produção de bens de capital (-4,4%) e a de bens intermediários (-1,8%) apresentou queda, após seqüência de três resultados positivos. No segmento de bens de consumo duráveis, observou-se ampliação na indústria automobilística (12,2%) e na fabricação de telefones celulares (75,2%), enquanto o subsetor de eletrodomésticos apresentou estabilidade (0,2%). As condições de crédito favoráveis e o desempenho das exportações são os fatores que sustentaram a performance de duráveis. A indústria de bens de consumo semiduráveis e não duráveis teve seu resultado influenciado, principalmente, pelos subsetores de outros não duráveis (7,9%) e carburantes (12,1%), onde destacaram-se os itens revistas e medicamentos; e gasolina e álcool, respectivamente.

Ainda na comparação mensal, a produção de bens de capital apresentou redução de caráter generalizado. Além do desempenho adverso de máquinas e equipamentos agrícolas (-41,6%), que manteve seqüência de onze taxas negativas, sobressaíram os recuos em máquinas e equipamentos industriais (-12,1%), em equipamentos para transportes (-5,7%) e na produção de bens de capital de uso misto (-0,8%). Os únicos subsetores com resultados positivos foram bens de capital para construção (24,5%) e para energia elétrica (21,9%). Bens intermediários também mostrou redução na maior parte dos seus subsetores, com destaque para insumos industriais elaborados (-4,3%), principalmente por conta do decréscimo nos itens lingotes, blocos e placas de aço; e adubos e fertilizantes. Vale citar também as taxas negativas em embalagens (-4,9%) e nos insumos da construção civil (-3,7%). Esses dois subsetores vinham de uma seqüência de três meses com taxas positivas. Por outro lado, combustíveis e lubrificantes básicos (petróleo), com taxa de 14,1%, e combustíveis e lubrificantes elaborados (óleo diesel e outros óleos combustíveis), com expansão de 8,3%, foram as únicas contribuições positivas.

O resultado negativo de julho alterou a trajetória dos índices de média móvel trimestral, que se tornou praticamente estável. O trimestre encerrado em julho superou em 0,2% o nível de junho. Movimento semelhante foi observado em bens de capital (0,4%), bens intermediários (0,1%), e bens de consumo semiduráveis e não duráveis (0,1%). Bens de consumo duráveis (2,1%) permaneceram como a área de maior dinamismo ao longo do corrente ano.

Indústria cresce 4,3% no acumulado janeiro-julho de 2005

O indicador acumulado janeiro-julho 2005/janeiro-julho 2004 mostrou crescimento de 4,3%, com o setor extrativo registrando aumento de 10,5% e a indústria de transformação avançando 4,0%. Dos vinte e seis ramos pesquisados na indústria de transformação, vinte e um assinalaram crescimento. A liderança, em termos de impacto sobre o resultado final da indústria, ficou com veículos automotores (10,6%), seguido por material eletrônico e equipamentos de comunicações (21,3%). Em sentido contrário, a maior pressão negativa vem de metalurgia básica (-2,8%). Por categoria de uso, todas as taxas foram positivas: bens de consumo duráveis (16,2%), bens de consumo semiduráveis e não duráveis (6,1%), bens de capital (2,6%) e bens intermediários (1,8%). Esses resultados sinalizam um padrão de crescimento, em 2005, apoiado principalmente nas categorias de bens de consumo duráveis e não duráveis, que lideram a expansão neste tipo de indicador.