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Produção industrial cai 0,4% em outubro

Houve queda de 0,4% em relação a setembro último e alta de 2,7% em relação a outubro de 2003. A indústria acumula crescimento de 8,3% no ano e de 7,4% nos últimos doze meses.

09/12/2004 07h31 | Atualizado em 09/12/2004 07h31

Houve queda de 0,4% em relação a setembro último e alta de 2,7% em relação a outubro de 2003. A indústria acumula crescimento de 8,3% no ano e de 7,4% nos últimos doze meses.

Em outubro, os índices da produção industrial apresentam queda (-0,4%) frente ao mês anterior, na série livre de influências sazonais. Nas demais comparações, a produção industrial cresceu 2,7% ante outubro de 2003, acumulou 8,3% de janeiro a outubro de 2004 e 7,4% nos últimos doze meses.

A redução da produção industrial em relação a setembro reflete o movimento observado em quatorze das vinte e três atividades com séries ajustadas sazonalmente. As principais pressões negativas vieram de alimentos (-3,0%), borracha e plástico (-6,4%), veículos automotores (-1,7%) e perfumaria (-6,3%). Entre os oito ramos que cresceram, as principais contribuições vieram de refino de petróleo e produção de álcool (2,8%), outros químicos (1,9%), máquinas e materiais elétricos (4,0%) e metalurgia (1,2%).

O movimento negativo da produção, ainda no confronto com setembro, foi generalizado, alcançando as quatro categorias de uso. A queda mais acentuada foi no segmento de bens de consumo duráveis (-2,3%) que, em setembro, já havia caído 2,0%. Esse setor vinha de seis meses consecutivos de expansão (período agosto04/ fevereiro 04), quando acumulou taxa de 16,2%. O setor de bens de capital (-1,3%), também mostra a segunda queda consecutiva (-4,5% em setembro), após expansão de 11,9% no período agosto 04/fevereiro 04. A produção de bens intermediários (-0,1%), segmento de maior peso na estrutura industrial, ficou virtualmente estável. Bens de consumo semiduráveis e não duráveis, após registrar em setembro sua maior taxa de crescimento do ano (1,5%), voltou a cair (-1,1%).

Em outubro, o índice de média móvel trimestral, que subira desde março de 2004, mostrou estabilidade no patamar de produção (0,1% frente a setembro). No corte por categorias de uso, os setores de bens intermediários (0,0%) e de bens de consumo semiduráveis e não duráveis (0,0%) acompanharam a estabilidade global, enquanto bens de capital (-1,7%) e bens de consumo duráveis (-0,7%) caíram.

Produção cresceu em relação a outubro de 2003

Na comparação com outubro do ano passado, a produção global da indústria cresceu 2,7%, com dezesseis atividades sustentando taxas positivas. Esse mesmo indicador tivera alta de 7,4% em setembro, mostrando crescimento em vinte e três atividades. Além da influência da elevada base de comparação, uma vez que, nos meses finais de 2003, a produção acentuava a sua alta, observou-se que outubro último teve menos dias trabalhados (20) do que outubro de 2003 (23). Nos índices por categorias de uso, essa desaceleração foi particularmente relevante nas áreas de bens de capital (0,4%, sua menor taxa desde setembro de 2003), e de bens de consumo duráveis (9,0%, seu menor ritmo desde março de 2004). Esses dois setores, exatamente os líderes da recuperação iniciada no segundo semestre de 2003, foram os mais impactados pela base de comparação elevada.

Ainda em relação a outubro de 2003, o desempenho de bens de consumo duráveis (9,0%) esteve mais apoiado na produção de automóveis (14,9%), que na de eletrodomésticos (8,7%). Já o comportamento de bens de capital (0,4%) foi influenciado pelos resultados negativos dos subsetores de bens de capital de uso misto (-19,7%) e de bens de capital agrícolas (-3,8%), que impediram um crescimento mais expressivo da categoria, embora os demais subsetores tenham crescido – com destaque para bens de capital para uso industrial (15,2%), bens de capital para transporte (15,7%) e bens de capital para construção (36,6%).

O segmento de bens intermediários mostrou índices positivos em quase todos os seus subsetores, com destaque para insumos industriais elaborados (4,0%) e para a produção de autopeças (26,5%). Embora crescendo 1,2%, a fabricação de insumos da construção civil registrou sua menor taxa desde março de 2004. Os principais impactos negativos vieram de alimentos e bebidas elaborados para indústria (-4,5%), devido à queda (-7,3%) no item açúcar cristal, e de combustíveis e lubrificantes básicos (-1,0%). O setor de bens de consumo semiduráveis e não duráveis (-0,3%) foi o único a cair frente a outubro de 2003. O movimento de desaceleração no indicador mensal também fica evidente nos índices por subsetores: dos 76 pesquisados, 47 cresceram em outubro , contra 61 em setembro.

Acumulado no ano reflete alta em 26 das 27 atividades

No indicador acumulado para o período janeiro-outubro, a taxa global de 8,3% resulta de desempenhos positivos em 26 das 27 atividades. Edição e impressão, com recuo de 1,1%, foi o único ramo com queda de produção. A principal contribuição positiva no resultado global permanece com veículos automotores (30,2%), seguido por máquinas e equipamentos (17,8%) e material eletrônico e equipamentos de comunicações (18,7%). Em termos de produtos, os destaques nessas indústrias foram automóveis e caminhões; refrigeradores e motoniveladores; e televisores e telefones celulares. No corte por categorias de uso, lideraram o crescimento os setores de bens de consumo duráveis (22,7%) e de bens de capital (21,8%), com expansão num ritmo 2,5 vezes acima da média global da indústria. O segmento de bens intermediários cresceu 7,3% e o de bens de consumo semiduráveis e não duráveis, 3,5%.

Em síntese, os índices em outubro revelam um movimento de suave redução do ritmo da atividade industrial na margem, o que leva o índice de média móvel trimestral a uma trajetória de estabilidade. Nos confrontos com o final de 2003 a desaceleração é mais significativa, devido à base de comparação elevada e ao calendário (menos dias úteis em outubro de 2004).