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IBGE lança estudo sobre a produção de flores e plantas ornamentais no Brasil

Atividade emprega, em média, duas vezes mais trabalhadores do que a agropecuária nacional, predomina em propriedades com menos de 10 hectares e tem grande potencial exportador.

27/10/2004 07h01 | Atualizado em 27/10/2004 07h01

Atividade emprega, em média, duas vezes mais trabalhadores do que a agropecuária nacional, predomina em propriedades com menos de 10 hectares e tem grande potencial exportador.

O IBGE está lançando um levantamento inédito sobre a produção de flores e plantas ornamentais no Brasil. Com base no Censo Agropecuário 1995-1996, as informações foram desagregadas em tabelas, gráficos e análises especificas a respeito deste segmento agrícola, cujas potencialidades ainda não foram totalmente exploradas. O estudo detectou 7.561 propriedades, arrendamentos, parcerias ou ocupações rurais que, entre agosto de 1995 e julho de 1996, faturaram R$311,12 milhões, dos quais R$ 188,11 milhões vieram da produção de flores e plantas ornamentais em seus 434.935 hectares de área total.



Os 4.631.404 estabelecimentos rurais estudados estão agrupados segundo a área, a condição do produtor (proprietário, arrendatário, parceiro ou ocupante), insumos utilizados, receitas, despesas, investimentos, mão-de-obra etc. Tais informações também estarão disponíveis no CD-ROM que acompanha a publicação.

O estudo detectou 2.963 estabelecimentos rurais – totalizando 72.488 hectares – cuja atividade principal era a produção de flores e plantas ornamentais. Entre eles, as pequenas propriedades predominavam: a maioria (1.941) tinha menos de 10 hectares; outros 916 tinham entre 10 e menos de cem hectares e apenas oito tinham entre mil e menos de 10 mil hectares (tabela na página 2).

Esses mesmos 2.963 estabelecimentos empregavam 21.844 pessoas. Os menores ocupavam mais: 10.014 pessoas trabalhavam em propriedades com menos de dez hectares e 10.430 naquelas com entre dez e cem hectares. Em média, havia 7,4 pessoas trabalhando por estabelecimento, o dobro da média observada na agropecuária brasileira como um todo, que é de 3,7 pessoas. O estudo do IBGE desagrega o pessoal ocupado entre maiores e menores de 14 anos, responsáveis e membros não remunerados das famílias, empregados permanentes e temporários, parceiros ou não e residentes no estabelecimento.

Embora tenha sido foco de programas de incentivo, o setor ainda não dispõe de informações homogêneas, obtidas cientificamente, em nível nacional e de forma sistemática. O estudo do IBGE visa preencher essa lacuna e comprovar a necessidade de um acompanhamento periódico do segmento.

A diversidade climática e a beleza da flora brasileira, bem como a posição estratégica do País em relação ao mercado internacional concorrem para que – a custos relativamente baixos – essa atividade agrícola tenha um grande potencial de crescimento, principalmente em relação a outros países produtores



Em 1997, a cadeia produtiva de flores e plantas ornamentais movimentou cerca de US$ 1 bilhão no Brasil. No entanto, em 2002, suas exportações atingiram US$ 14,9 milhões, ou menos 5% da produção brasileira no período, estimada em US$ 350 milhões. A Colômbia, por exemplo, exporta anualmente US$ 550 milhões para os EUA, graças a programas subsidiados pelo próprio governo norte-americano, para incentivar a substituição de culturas ligadas ao narcotráfico.

O desenvolvimento da floricultura no Brasil foi marcado pela criação, em 1950, da Cooperativa Agropecuária de Holambra que, em 1988 iniciou arrojado programa de reestruturação. Tal iniciativa ocorreu exatamente quando a Holanda, maior produtor mundial de flores, vinha enfrentando questionamentos de ambientalistas da Alemanha, e ajudou a consolidar mercados no exterior.

Em 1993, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento implantou o FRUPEX, programa que tomou por base a experiência bem sucedida da fruticultura irrigada da região Nordeste e eliminou os principais obstáculos às exportações de frutas, flores e plantas ornamentais brasileiras. Em 1994, foi criado o IBRAFLOR (Instituto Brasileiro de Floricultura), organização não governamental composta por representantes dos diversos segmentos da floricultura (ensino, pesquisa, extensão, produção, atacado, varejo e paisagismo).