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Quatro picos brasileiros têm sua altitude alterada

Medir a altitude das montanhas mais altas do País. Um projeto antigo e audacioso, mas que proporcionará uma atualização dos dados cartográficos em todo território brasileiro.

13/09/2004 11h01 | Atualizado em 13/09/2004 11h01

Medir a altitude das montanhas mais altas do País. Um projeto antigo e audacioso, mas que proporcionará uma atualização dos dados cartográficos em todo território brasileiro. O projeto traz outra vantagem: a correção nos valores das altitudes brasileiras até então estabelecidas ajudará a atualizar as cartas aeronáuticas e poderá até prevenir acidentes aéreos nas regiões pesquisadas. Um acordo de parceria científica entre o IBGE e o Instituto Militar de Engenharia (IME) possibilitou o levantamento de informações para um novo cálculo de altitude de quatro picos brasileiros. Denominado Projeto Pontos Culminantes, o trabalho tem como principal objetivo medir com absoluta exatidão as altitudes dos pontos mais elevados do País. Utilizando recursos mais modernos e novas tecnologias, como o GPS (Sistema de Posicionamento Global) - sofisticado sistema de navegação e posicionamento por satélite -, as expedições realizadas este ano revelaram mudanças nas altitudes de quatro picos brasileiros: Pico da Neblina, Pico 31 de Março, Pico das Agulhas Negras e Pico da Pedra da Mina. E o projeto não pára por aí: ainda este ano, o IBGE pretende medir as altitudes do Pico da Bandeira (cujo último valor de altitude é 2889,8 m) e do Pico do Cristal (2780 m), ambos na divisa entre Minas Gerais e Espírito Santo.

Veja abaixo as novas determinações altimétricas para os Pontos Culminantes do Brasil.

 



Foi pensando em melhor atender às demandas e disponibilizar informações mais precisas para a sociedade que a Coordenação de Geodésia do IBGE criou o Projeto Pontos Culminantes.

A parceria IBGE/IME deu certo e quatro picos brasileiros já têm valores de altitudes corrigidos. Apesar de dificuldades como clima instável, difícil acesso e peso do equipamento, a equipe envolvida no Projeto ficou satisfeita com os resultados. A escalada contou, ainda, com a participação de um técnico especializado em Geodésia e dois engenheiros-cartógrafos do IBGE, encarregados de instalar e utilizar de forma correta o receptor do GPS geodésico, além dos militares responsáveis pela logística.

Nova medição revela mudança de posição entre o Pico da Pedra da Mina e o Pico das Agulhas Negras

Localizados no estado do Amazonas, mais precisamente no município de São Gabriel de Cachoeira, o Pico da Neblina e o Pico 31 de Março são os dois pontos mais altos do Brasil. A nova medição apenas confirmou os dados que já haviam sido divulgados em outras expedições a essas regiões. A novidade, no entanto, ficou por conta da mudança de posição entre os dois maiores picos da Serra da Mantiqueira. A suspeita, que já existia, pôde agora ser confirmada pelo IBGE: o Pico da Pedra da Mina, localizado no município de Passa-Quatro, Minas Gerais, é mais elevado do que o Pico das Agulhas Negras, pertencente à Itatiaia, no Rio de Janeiro.

Medições anteriores eram feitas com barômetro

Instituição oficial de Geografia e gestor do Sistema Geodésico Brasileiro, o IBGE é o órgão responsável pela correta caracterização do território brasileiro, bem como pela divulgação de informações sobre a sua dimensão espacial.

Antes de 2004, a última medição havia sido feita na década de sessenta pelo Ministério das Relações Exteriores, através da Primeira Comissão Demarcadora de Limites. Naquela época, utilizou-se o barômetro, instrumento criado no século XVII para indicar a pressão atmosférica, a altitude e prováveis mudanças do tempo. A partir da criação de novas tecnologias, tornou-se possível medir com mais precisão as altitudes dos mais elevados pontos do País. O GPS (em inglês, Global Positioning System) foi desenvolvido nos Estados Unidos e começou a ser comercializado a partir dos anos oitenta.