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Em março, emprego industrial cresce 0,4%, o terceiro resultado positivo consecutivo

18/05/2004 06h31 | Atualizado em 18/05/2004 06h31

Na passagem de fevereiro para março, o emprego na indústria cresceu 0,4% na série com ajuste sazonal, o terceiro resultado positivo consecutivo, acumulando, entre dezembro de 2003 e março de 2004, 1,7% de crescimento. Este movimento de expansão é confirmado pelo índice de média móvel trimestral, que aponta um aumento de 0,5% no primeiro trimestre do ano. Nas demais comparações, o emprego industrial permanece com taxas negativas: -0,1% na comparação com março de 2003; -0,7% no acumulado no ano e -1,0% no dos últimos doze meses.



Na comparação com março de 2003, oito dos quatorze locais pesquisados tiveram resultados negativos no emprego industrial. Na formação da taxa global (-0,1%), as indústrias de São Paulo (-0,7%) e, em conseqüência, as da região Sudeste (-0,5%) responderam, mais uma vez, pelas principais contribuições negativas. Esses resultados foram influenciados, em grande parte, pelas quedas em vestuário (-23,6% em São Paulo e -16,9% no Sudeste) e papel e gráfica (-14,2% e -10,9%, respectivamente). Rio de Janeiro (-3,9%) e Rio de Grande do Sul (-1,4%) também pressionaram negativamente o índice geral, influenciados, sobretudo, pelas reduções em vestuário (-19,1%) e calçados e couro (-8,1%), respectivamente. Em contraposição, entre os locais que ampliaram o emprego, destacaram-se Minas Gerais (3,2%), seguido por Nordeste (1,7%) e região Norte e Centro-Oeste (1,7%), todos impulsionados por alimentos e bebidas, cujo setor apresentou taxas de 14,9%; 10,7% e 2,0% nos respectivos locais.

Ainda nesta comparação, foram observadas quedas em oito dos dezoito setores analisados. A maior pressão negativa foi de vestuário (-9,9%), seguida de papel e gráfica (-7,3%), têxtil (-5,8%) e minerais não-metálicos (-5,1%). Por outro lado, entre os dez ramos que tiveram crescimento no emprego, o destaque positivo foi máquinas e equipamentos (13,5%).

Na análise trimestral, houve desaceleração no ritmo de queda do nível de emprego na passagem do último trimestre do ano passado (-1,9%) para o primeiro deste ano (-0,7%). Este movimento atingiu nove dos quatorze locais pesquisados, sendo mais relevante em Minas Gerais, onde a taxa passou de -0,3% para 3,2%, e em Pernambuco (de -1,9% para 1,4%). Entre os setores, 12 ramos tiveram aumento na passagem do último trimestre de 2003 para o primeiro trimestre de 2004, com destaque para máquinas e equipamentos, cuja taxa passou de 3,4% para 10,5%.



No acumulado no ano (-0,7%), o número de demissões foi maior que o de admissões em nove locais pesquisados. No entanto, vale ressaltar que este indicador apresentou ligeira desaceleração no ritmo de queda, uma vez que no primeiro bimestre o resultado havia sido de -1,1%. São Paulo (-1,4%) apresentou a principal contribuição negativa, enquanto Minas Gerais (3,2%) teve o maior impacto positivo. Entre os setores, nove ramos reduziram o total de empregados, com destaque para vestuário (-11,6%). Já as maiores pressões positivas foram, novamente, de máquinas e equipamentos (10,5%).

No acumulado nos últimos doze meses, o indicador manteve-se estável (-1,0%), com dez locais e nove setores apresentando resultados negativos. A maior pressão negativa veio de vestuário (-7,5%), enquanto máquinas e equipamentos (6,5%) foi o destaque positivo. Regionalmente, foi de São Paulo (-1,8%) a principal influência negativa, seguido de Rio de Janeiro (-4,3%) e Rio Grande do Sul (-2,3%). Por outro lado, a região Norte e Centro-Oeste (2,7%) e os estados do Paraná (2,0%), Santa Catarina (0,3%) e Minas Gerais (0,1%) tiveram índices positivos.

Folha de pagamento mantém crescimento

Em março, o indicador da folha de pagamento real da indústria geral continuou apresentando taxas positivas, tanto na comparação mensal (11,6%) quanto na acumulada no ano (9,1%). Ainda assim, no índice dos últimos doze meses, a taxa foi negativa (-0,5%), embora o ritmo de queda venha diminuindo nos últimos meses. Na série ajustada sazonalmente, em março, a folha de pagamento real caiu 1,2% na comparação com fevereiro. Esse resultado deve ser relativizado, uma vez que contrasta com o bom desempenho de janeiro (9,3%) e fevereiro (4,6%), cujas taxas foram influenciadas pelo pagamento de férias e benefícios extras. O indicador de média móvel trimestral - o que melhor descreve a linha de tendência -, aponta em março sua primeira taxa positiva (1,3%), dando seqüência ao movimento de recuperação do ritmo de queda iniciado em dezembro de 2003. Quanto à folha de pagamento real por trabalhador (folha média), o índice foi positivo nas várias comparações: 11,6% na taxa mensal; 9,9% no acumulado no ano e 0,5% nos últimos doze meses.



Na comparação com março de 2003, os pagamentos efetuados aos trabalhadores das empresas industriais cresceram 11,6%, a maior taxa mensal assinalada desde janeiro de 2002. Essa expansão atingiu quase todos os locais pesquisados, com exceção do Espírito Santo (-0,9%). O maior impacto positivo na composição da taxa de crescimento foi da região Sudeste (12,2%), com destaque para São Paulo (13,4%) e Minas Gerais (14,0%), que apresentaram as maiores taxas positivas neste tipo de comparação. Nestes dois locais, os respectivos destaques foram máquinas e equipamentos (49,4%) e metalúrgica básica (27,8%). O segundo principal resultado positivo foi da região Sul (9,9%), influenciado pelo crescimento de Rio Grande do Sul (9,5%) e Paraná (10,7%), seus dois maiores estados industriais.

Entre os segmentos, 16 dos 18 ramos pesquisados tiveram crescimento no valor da folha de pagamento. Máquinas e equipamentos (30,5%) foi o grupo industrial com o maior efeito positivo, seguido por alimentos e bebidas (13,3%); meios de transporte (11,2%) e produtos químicos (11,5%). Os dois únicos ramos que tiveram queda na folha de pagamento foram têxtil (-6,5%) e produtos de metal (-0,7%).

No primeiro trimestre do ano, o desempenho da folha de pagamento real também foi positiva (9,1%), com destaque para máquinas e equipamentos (28,7%), metalúrgica básica (15,9%) e produtos químicos (11,8%). Entre os estados, o quadro foi bastante positivo, com exceção do Espírito Santo, que apresentou resultado negativo (-0,1%). A região Sudeste (9,2%) foi uma das grandes responsáveis pelo aumento global da folha de pagamento real neste trimestre, cujo principal impacto positivo no conjunto da indústria foi de São Paulo (10,0%), seguido de perto por Minas Gerais (11,1%). A região Sul também ampliou a folha de pagamento real (8,6%), influenciada, sobretudo, pelo Paraná (10,3%) e por Santa Catarina (10,4%).

Apesar do resultado negativo do indicador acumulado nos últimos doze meses (-0,5%), houve visível recuperação no ritmo de queda frente os últimos meses. O quadro negativo, contudo, ainda é reflexo do mau desempenho de São Paulo (-0,8%) e Rio de Janeiro (-5,4%). Na análise por atividades industriais, doze ramos tiveram queda, com destaque para papel e gráfica (-8,7%); têxtil (-9,5%), minerais não-metálicos (-7,8%) e máquinas e aparelhos elétricos (-5,7%).

No primeiro trimestre do ano, a folha de pagamento real cresceu 9,1% em relação ao mesmo período de 2003, resultado que reverte o movimento observado no final do ano passado (-4,3%). Esta taxa incorpora os efeitos da considerável redução nos índices de inflação, além de fatores pontuais como a transferência de pagamentos devidos aos empregados no ano passado para o início deste ano e a distribuição de lucros.



Total de horas pagas aos trabalhadores mantém trajetória de crescimento

Após o crescimento de 2,2% entre janeiro e fevereiro, em março, o total de horas pagas aos trabalhadores da indústria caiu 0,5%, já descontadas as influências sazonais. No entanto, na comparação com igual mês do ano anterior houve crescimento (1,0%). Os indicadores para períodos mais abrangentes apontam queda: -0,2% no acumulado do ano e –1,0% nos últimos doze meses. A jornada média de trabalho no mês de março cresceu 1,0% no indicador mensal e 0,5% no acumulado do ano e, nos últimos doze meses, manteve-se estável.

Entre fevereiro e março, o indicador de média móvel trimestral assinala crescimento de 0,8% na jornada de trabalho, mantendo a trajetória ascendente iniciada em janeiro deste ano.



Na comparação com março de 2004, o indicador do número de horas pagas do setor industrial teve aumento de 1,0%, reflexo do comportamento positivo de 10 dos 14 locais e de 11 dos 18 setores pesquisados. Os setores que mais contribuíram para este desempenho positivo foram máquinas e equipamentos (14,5%), alimentos e bebidas (2,4%) e fabricação de meios de transporte (6,4%), enquanto que as principais quedas vieram de vestuário (-10,3%), papel e gráfica (-5,7%) e têxtil (-5,7%). Na análise por região, os destaques positivos foram Nordeste (4,1%), Minas Gerais (4,1%) e São Paulo (0,5%). Já as principais pressões negativas, vieram de Rio de Janeiro (-4,4%), Espírito Santo (-5,9%) e Bahia (-0,9%). No Nordeste, alimentos e bebidas (16,0%), calçados e couro (12,2%) e papel e gráfica (15,0%) foram os destaques positivos. Na indústria mineira, os maiores crescimentos concentraram-se em alimentos e bebidas (16,0%), borracha e plástico (50,4%) e indústria extrativa (12,0%). Na indústria paulista, os principais impactos positivos vieram de máquinas e equipamentos (23,8%), borracha e plástico (8,4%) e produtos de metal (6,0%).

No acumulado do ano, o número total de horas pagas caiu 0,2% em relação a igual período do ano passado, apesar do aumento da jornada de trabalho em 11 dos 18 setores industriais. Entre os setores, as reduções mais significativas foram de vestuário (-11,1%), têxtil (-6,5%) e papel e gráfica (-4,9%). Em sentido oposto, as principais contribuições foram de máquinas e equipamentos (11,4%), metalurgia básica (7,9%) e fabricação de meios de transporte (3,8%). Regionalmente, as maiores influências negativas ocorreram no Rio de Janeiro (-4,6%), em São Paulo (-0,6%) e no Rio Grande do Sul (-1,9%). Em sentido contrário, Minas Gerais (3,6%) foi o local que apresentou maior impacto positivo, seguido de Nordeste (1,1%) e Pernambuco (4,2%).



Já no indicador acumulado para os últimos doze meses (-1,0%), o resultado foi negativo, com metade dos setores apresentando redução no total de horas pagas. As maiores perdas concentraram-se em vestuário (-7,6%), outros produtos da indústria de transformação (-9,1%) e têxtil (-6,5%). São Paulo (-1,6%), Rio de Janeiro (-5,0) e Rio Grande do Sul (-2,4%) foram responsáveis pelos principais impactos negativos.