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PIB dos Municípios

Municípios dependentes da indústria extrativa freiam desconcentração econômica em 2023

Editoria: Estatísticas Econômicas | Breno Siqueira e Pedro Renaux | Arte: Helga Szpiz

19/12/2025 10h00 | Atualizado em 19/12/2025 10h40

  • Destaques

  • No grupo de cinco municípios com perdas mais intensas de participação no PIB nacional na passagem de 2022 para 2023, todos tinham a economia relacionada à exploração de petróleo: Maricá (RJ), com queda de 0,3 ponto percentual (p.p.), seguido por Niterói (RJ) e Saquarema (RJ), com -0,2 p.p., cada. Ilhabela (SP) e Campos dos Goytacazes (RJ) completam a lista, ambos com -0,1 p.p.
  • Esse resultado contribuiu para a desaceleração da desconcentração econômica do país. A participação no PIB nacional dos 5.543 municípios que não são capitais recuou de 72,5% em 2022 para 71,7% em 2023, enquanto os 27 municípios de capital expandiram de 27,5% para 28,3%. O ano de 2022 marcou a menor participação das capitais.
  • Já o bom desempenho do setor de serviços impulsionou as capitais a aumentar participação no PIB em 2023: São Paulo (SP) teve o maior ganho de participação (0,4 p.p.), chegando a 9,7% do PIB nacional, seguido por Brasília (DF), Porto Alegre (RS) e Rio de Janeiro (RJ), com aumentos de 0,1 p.p., cada. Belo Horizonte (MG) variou próximo a 0,1 p.p. e permaneceu entre as capitais com maior peso.
  • Dez municípios concentraram um quarto da economia brasileira em 2023: São Paulo (SP), com 9,7%; Rio de Janeiro (RJ), 3,8%; Brasília (DF), 3,3%; Maricá (RJ), 1,2%; Belo Horizonte (MG), 1,2%; Manaus (AM), 1,2%; Curitiba (PR), 1,1%; Osasco (SP), 1,1%; Porto Alegre (RS), 1,0%; Guarulhos (SP), 0,9%.
  • Grande concentração urbana de São Paulo/SP, que reúne 37 municípios, passou de 15,8% para 16,2%, entre 2022 e 2023. Já a grande concentração urbana do Rio de Janeiro/RJ, que soma 21 municípios, foi a que mais perdeu espaço, com queda de 8,7% para 8,0%,
  • Grandes (mais de 750 mil habitantes) e médias (entre 100 mil e 750 mil habitantes) concentrações urbanas possuíam densidade econômica 10,2 vezes maior que a média nacional em 2023.
  • Saquarema (RJ) liderou o PIB per capita de 2023, com R$ 722,4 mil por habitante. Entre as capitais, o maior foi Brasília (DF), com R$ 129,8 mil, que é 2,41 vezes maior que a média nacional (R$ 53,9 mil).
  • Manari (PE) teve o menor PIB per capita do país, com R$ 7.201,70. Quatro dos cinco menores estavam no Maranhão: Nina Rodrigues (MA), com R$ 7.701,32; Matões do Norte (MA), com R$ 7.722,89; Cajapió (MA), com R$ 8.079,74; e São João Batista (MA), com R$ 8.246,12.
Recuo no preço do petróleo faz municípios extrativistas perderem participação no PIB - Foto: Agência Petrobras

O recuo no preço do petróleo e minério de ferro reduziu a participação no Produto Interno Bruto (PIB) de municípios mais dependentes da indústria extrativa em 2023. No grupo de cinco municípios com perdas mais intensas, todos tinham a economia relacionada à exploração de petróleo, com destaque para Maricá (RJ), com queda de participação de 0,3 ponto percentual (p.p.), seguido por Niterói (RJ) e Saquarema (RJ), com -0,2 p.p., cada. Ilhabela (SP) e Campos dos Goytacazes (RJ) completam essa lista, ambos com -0,1 p.p.

Esse resultado contribuiu para a desaceleração da desconcentração econômica do país. A participação no PIB nacional dos 5.543 municípios que não são capitais recuou de 72,5% em 2022 para 71,7% em 2023, enquanto os 27 municípios de capital expandiram de 27,5% para 28,3%. O ano de 2022 marcou a menor participação das capitais. Em 2002, início da série histórica, esses indicadores eram de 36,1% para capitais e 63,9% para os demais municípios do país.

Os dados, divulgados hoje (19) pelo IBGE, são do PIB dos Municípios 2022-2023. A pesquisa apresenta informações do PIB a preços de mercado e PIB per capita, para os 5.570 municípios. A pesquisa traz também análises geográficas com base em tipologias e regionalizações, que mostram padrões de concentração e dispersão. A divulgação com a abertura das atividades econômicas foi temporariamente suspensa e voltará a ser disponibilizada em 2027, após a publicação da nova série do Sistema de Contas Nacionais ano-base 2021.

"O resultado de 2023 está vinculado a questões conjunturais específicas. O ganho de participação das capitais está diretamente atrelado a perdas de municípios que não são capitais, vinculados sobretudo à extração de petróleo. Esse comportamento desacelerou o processo de desconcentração econômica", esclarece o analista de Contas Regionais do IBGE, Luiz Antonio de Sá.

Ele lembra ainda que mais de um terço da economia brasileira estava concentrada nas capitais em 2002. “De lá pra cá, ocorreu um processo de desconcentração que se intensificou na pandemia em 2020 e atingiu o ápice em 2022. Com a retomada das atividades presenciais e o fim do isolamento social, houve uma pequena recomposição dessa perda de participação das capitais em 2023 muito por causa da retomada do setor de serviços”, analisa Luiz Antonio.

Já o bom desempenho do setor de serviços, em especial as atividades financeiras, levou a ganhos de participação das capitais estaduais na passagem de 2022 para 2023. São Paulo (SP) foi o município com o maior ganho de participação, com aumento de 0,4 p.p., chegando a 9,7% do PIB nacional. A capital paulista já chegou a representar 12,7% da economia em 2002. Além de São Paulo, outros municípios com maior ganho de participação em 2023 foram Brasília (DF), Porto Alegre (RS) e Rio de Janeiro (RJ) , com aumentos de 0,1 p.p., cada. Belo Horizonte (MG) variou próximo a 0,1 p.p. e permaneceu entre as capitais com maior contribuição.

 Participação dos municípios no PIB nacional (%)

Maiores perdas   Maiores ganhos
Posição Municípios  Diferença
PIB (p.p.)
Participação
no PIB
Posição Municípios  Diferença
PIB (p.p.)
Participação
no PIB
2023-2022 2022 2023 2023-2022 2022 2023
Maricá (RJ) -0,35      1,6   1,2 São Paulo (SP)   0,36     9,4       9,7
Niterói (RJ) -0,18    0,9     0,7 Brasília (DF)     0,08      3,3        3,3
Saquarema (RJ) -0,16 0,7       0,6 Porto Alegre (RS)  0,06   0,9 1,0
Ilhabela (SP) -0,11   0,2       0,1 Rio de Janeiro (RJ)  0,05       3,8  3,8
Campos dos Goytacazes (RJ) -0,10  0,5 0,4 Belo Horizonte (MG)  0,05 1,1      1,2
Paulínia (SP) -0,09 0,7         0,6 Manaus (AM)     0,04 1,1   1,2
Itajaí (SC) -0,06        0,5 0,4 Campinas (SP)     0,04   0,8   0,8
Camaçari (BA) -0,05       0,3 0,3 Goiânia (GO)     0,03     0,7 0,7
Barueri (SP) -0,04      0,7     0,7 Cariacica (ES)  0,03 0,1    0,2
10ª Jundiaí (SP) -0,04    0,6         0,6 10ª Guarulhos (SP)       0,03   0,9  0,9
11ª Ipatinga (MG) -0,03     0,2      0,2 11ª Araruama (RJ)           0,03     0,1       0,1
12ª Quissamã (RJ) -0,03      0,1      0,1 12ª São Caetano do Sul (SP)     0,03     0,2    0,2
13ª Marabá (PA) -0,03   0,1      0,1 13ª Petrópolis (RJ)     0,02       0,2     0,2
14ª Cubatão (SP) -0,03      0,3     0,3 14ª Cajamar (SP)     0,02             0,2         0,3
15ª São Sebastião (SP) -0,03     0,2        0,2 15ª Taubaté (SP)  0,02      0,2   0,2
16ª Santo André (SP) -0,02      0,4      0,3 16ª Vitória da Conquista (BA)    0,02 0,1  0,1
17ª Paranaguá (PR) -0,02      0,2   0,1 17ª Florianópolis (SC)         0,02 0,3     0,3
18ª Osasco (SP) -0,02    1,1         1,1 18ª Salvador (BA)        0,02 0,7 0,7
19ª Horizontina (RS) -0,02 0,0         0,0 19ª  Vitória (ES)  0,02 0,2 0,3
20ª Canoas (RS) -0,02 0,3   0,3 20ª  Cuiabá (MT)  0,02 0,3  0,4
21ª Candeias (BA) -0,02      0,1        0,1 21ª  Maceió (AL)    0,02     0,3 0,3
22ª Foz do Iguaçu (PR) -0,02      0,2    0,2 22ª  Santo Antônio dos Lopes (MA)       0,02     0,0 0,0
23ª Uberaba (MG) -0,02        0,2     0,2 23ª  Boa Vista (RR)        0,02 0,2       0,2
24ª Sorriso (MT) -0,02  0,1   0,1 24ª  Arraial do Cabo (RJ)         0,02   0,1 0,1
25ª Guaxupé (MG) -0,02  0,0  0,0 25ª  João Pessoa (PB)     0,02  0,2 0,3
26ª São Desidério (BA) -0,02       0,1 0,1 26ª  Macapá (AP)         0,01  0,2  0,2
27ª Montenegro (RS) -0,02  0,1      0,0 27ª  Paraty (RJ)            0,01 0,0   0,1
28ª Catalão (GO) -0,02    0,1  0,1 28ª  Itaguaí (RJ)   0,01   0,1 0,1
29ª Campo Grande (MS) -0,02 0,4  0,4 29ª  Viana (ES)  0,01 0,0 0,1
30ª Maracanaú (CE) -0,02 0,1     0,1 30ª  São Carlos (SP)            0,01  0,2 0,2

Vitória (ES) e Florianópolis (SC) foram as únicas capitais que não ocuparam a primeira posição no ranking de participação em seus respectivos estados. No Espírito Santo, Serra ocupou a primeira posição, com participação de 17,9%, e Vitória ocupou a segunda posição, com 13,5%. Em Santa Catarina, Florianópolis ocupou a terceira posição, representando 6,1% do estado, atrás de Joinville (9,7%) e Itajaí (9,4%).

Grande concentração urbana de São Paulo aumenta participação no PIB

Das 185 concentrações urbanas do país, que são áreas ou municípios com mais de 100 mil habitantes, 119 aumentaram sua participação no PIB nacional e 66 perderam, o que demonstra uma pausa no processo desconcentração nesse recorte. Entre as médias concentrações urbanas, que variam de 100 mil e 750 mil habitantes, o resultado também foi de aumento de participação para 102 das 159 médias concentrações entre 2022 e 2023.

Ao considerar as 26 grandes concentrações urbanas, áreas com mais de 750 mil habitantes, 17 ganharam participação no PIB nacional no mesmo período de um ano. A grande concentração urbana de São Paulo/SP, que reúne 37 municípios, passou de 15,8% para 16,2%, entre 2022 e 2023. Já a grande concentração urbana do Rio de Janeiro/RJ, que soma 21 municípios, foi a que mais perdeu participação, com queda de 8,7% para 8,0%, devido aos munícipios produtores de petróleo incluídos nesta concentração, mas segue como o segundo maior PIB em 2023. Entre as 10 maiores concentrações urbanas, o recuo de participação foi de 40,9% em 2022 para 40,7% em 2023.

“Chama atenção o fato de a maior concentração urbana, que é São Paulo, ter sido justamente a de maior ganho de participação no PIB nacional do ano, contrariando a tendência de desconcentração do PIB na série. A recuperação de participação de São Paulo e de outros recortes que incluem a capital e municípios da região metropolitana são explicados pelo ganho relativo de atividades de serviços, que vinham apresentando perda de participação desde o início da série, com perda intensificada em 2020 e 2021, em decorrência dos efeitos econômicos da pandemia”, explica o analista de Contas Regionais do IBGE.

Também foram destaque de acréscimo de participação as grandes concentrações urbanas de Vitória/ES e Brasília/DF, chegando a 1,0% e 3,5% em 2023, respectivamente. A média concentração urbana com maior ganho relativo foi Araruama/RJ, que saiu da participação de 0,10% em 2022 para 0,13% em 2023. Destaque também para as médias concentrações urbanas de Caraguatatuba - Ubatuba - São Sebastião/SP e de Campos dos Goytacazes/RJ, como a segunda e a terceira áreas com maior perda de participação no período.

Ao observar alguns recortes geográficos específicos, verifica-se que a cidade-região de São Paulo, que concentra 92 municípios, teve ganho de participação, passando de 23,3% em 2022 para 23,5% em 2023. Do mesmo modo, o Semiárido viu sua participação aumentar de 6,2% para 6,3%, enquanto a Amazônia Legal teve sua participação mantida em 9,5%.

Quase um quarto da economia está concentrada em 10 municípios

Dez municípios responderam por aproximadamente um quarto (24,5%) da economia brasileira em 2023: São Paulo (SP), com 9,7%, Rio de Janeiro (RJ), 3,8%, Brasília (DF), 3,3%; Maricá (RJ), 1,2%; Belo Horizonte (MG), 1,2%; Manaus (AM), 1,2%; Curitiba (PR), 1,1%; Osasco (SP), 1,1%; Porto Alegre (RS), 1,0%; e Guarulhos (SP), 0,9%. Em 2002, apenas São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF) e Belo Horizonte (MG) representavam essa mesma proporção do PIB.

Em termos de posição, na comparação entre 2002 e 2023, Maricá (RJ), subiu da 354a para a quarta posição, Manaus (AM), da sétima para a sexta; Osasco (SP), da 16a posição para a oitava, e Guarulhos (SP), da 14a para a 10a. Já Belo Horizonte (MG) passou da quarta para a quinta; Curitiba (PR), da quinta para a sétima e Porto Alegre (RS), da sexta para a nona.

Grandes e médias concentrações urbanas possuem densidade econômica 10,2 vezes maior que a média nacional

A análise do PIB segundo a densidade econômica, ou seja, ponderado pela área, também revela uma oscilação na concentração espacial. A densidade econômica no país, em 2023, foi de 1.288 mil R$/km². Por sua vez, as grandes e médias concentrações urbanas apresentaram uma densidade de 13.179 mil R$/km², ou seja, cerca de 10,2 vezes maior que a média do território nacional. Esse valor mostra uma concentração espacial bastante acentuada, ainda que, em relação a 2022, este resultado tenha oscilado em 0,1 ponto percentual para baixo.

“A diferença entre a densidade econômica das concentrações urbanas e o território brasileiro reduziu-se ao longo da série, o que foi reforçado em 2023 devido à perda de participação das médias concentrações urbanas no PIB, na comparação com 2022”, explica Luiz Antonio.

Oito dos 10 municípios com as maiores densidades econômicas do país encontravam-se na cidade-região de São Paulo, incluindo as seis primeiras posições, com destaque para Osasco (SP), com mais de 1,8 bilhão de R$/km². Além disso, entre as concentrações urbanas, a desigualdade espacial, apesar de menor, ainda é notável. Enquanto na concentração urbana de São Paulo a densidade foi de 247.402 mil R$/km², na do Rio de Janeiro, segunda na classificação, o valor foi 144 .799 mil R$/km², ou seja, 58,5% do valor observado em São Paulo/SP. Destaca-se, também, que 7 das 10 concentrações urbanas com maior densidade econômica encontravam-se no estado de São Paulo.

10 maiores PIBs e densidades econômicas no Brasil, segundo os Municípios e Concentrações Urbanas 2023    
Municípios
10 maiores Municípios por valor do PIB PIB
(R$ 1 000)
Participação do PIB no Brasil (%) 10 Municípios com maior densidade econômica Densidade econômica (mil R$/km2)
Total 2 684 666 348                         24,5 Total   676 253
São Paulo (SP) 1 066 825 105                            9,7 Osasco (SP)  1 838 286
Rio de Janeiro (RJ)  418 462 360                            3,8 São Caetano do Sul (SP)  1 471 101
Brasília (DF)  365 669 108                            3,3 Barueri (SP)  1 090 496
Maricá (RJ)  134 092 034                            1,2 São Paulo (SP)   701 304
Belo Horizonte (MG)  130 197 671                            1,2 Diadema (SP)   690 781
Manaus (AM)  127 649 795                            1,2 Taboão da Serra (SP)   592 710
Curitiba (PR)  120 065 276                            1,1 Niterói (RJ)   570 198
Osasco (SP)  119 404 053                            1,1 Paulínia (SP)   483 274
Porto Alegre (RS)  104 743 272                            1,0 Mauá (SP)   403 648
Guarulhos (SP)  97 557 674                            0,9 Belo Horizonte (MG)   392 926
Concentrações Urbanas
10 maiores Concentrações Urbanas por valor do PIB PIB
(R$ 1 000)
Participação do PIB no Brasil (%) 10 Concentrações Urbanas com maior densidade econômica Densidade econômica (mil R$/km2)
Total 4 455 151 347                         40,7 Total   150 857
São Paulo/SP 1 769 904 919                          16,2 São Paulo/SP   247 402
Rio de Janeiro/RJ  875 278 419                            8,0 Rio de Janeiro/RJ   144 799
Brasília/DF  385 267 743                            3,5 Campinas/SP   131 621
Belo Horizonte/MG  284 103 179                            2,6 Indaiatuba/SP   90 725
Porto Alegre/RS  236 663 387                            2,2 Jundiaí/SP   90 432
Campinas/SP  233 488 774                            2,1 Itajaí - Balneário Camboriú/SC   77 434
Curitiba/PR  232 529 710                            2,1 Americana - Santa Bárbara d´Oeste/SP   71 059
Salvador/BA  159 580 421                            1,5 Vitória/ES   64 529
Recife/PE  150 685 001                            1,4 Baixada Santista/SP   58 111
Manaus/AM  127 649 795                            1,2 Sorocaba/SP   57 320
Fonte: IBGE, em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA.
Nota: Tipologias e regionalizações de responsabilidade da Coordenação de Meio Ambiente da Diretoria de Geociências do IBGE.  
   

Saquarema lidera ranking e centros urbanos perdem força relativa no PIB per capita

Em 2023, os dez municípios brasileiros com maiores PIB per capita concentraram apenas 0,3% da população, mas responderam por 3,4% do PIB nacional. Saquarema (RJ) liderou o ranking, com R$ 722,4 mil por habitante, impulsionada pela extração de petróleo e gás, atividade que também sustentou o desempenho de Maricá (RJ), Presidente Kennedy (ES), Ilhabela (SP) e São João da Barra (RJ). A média nacional foi de R$ 53,9 mil.

São Francisco do Conde (BA) e Paulínia (SP) se destacaram pelo refino de petróleo, ocupando a segunda e a quarta posições. Já Santa Rita do Trivelato (MT) alcançou o sétimo lugar graças à forte produção de soja e algodão, enquanto Louveira (SP) e Extrema (MG) figuraram entre os dez primeiros impulsionadas pelo comércio e pela indústria de transformação.

Por outro lado, quatro dos cinco menores PIB per capita do país estão no Maranhão. Manari (PE) registrou o menor valor, R$ 7.201,70. Em seguida aparecem Nina Rodrigues (MA), com R$ 7.701,32; Matões do Norte (MA), com R$ 7.722,89; Cajapió (MA), com R$ 8.079,74; e São João Batista (MA), com R$ 8.246,12.

Entre as capitais, Brasília (DF) apresentou o maior PIB per capita (R$ 129,8 mil), valor 2,41 vezes superior à média nacional de R$ 53,9 mil. Belém (PA) teve o menor desempenho entre as capitais (R$ 31,1 mil), com razão de 0,58. No histórico, sete capitais — concentradas principalmente no Sudeste e Sul, além de Brasília R$ 129.790,44) e Manaus (R$ 61.855,15) — mantiveram valores acima da média nacional.

Os municípios com maiores PIBs per capita concentram-se nos grandes centros urbanos do Centro-Sul e em regiões agropecuárias de baixa densidade populacional, especialmente no centro de Mato Grosso, sul de Goiás, oeste da Bahia e alto Parnaíba. Entre as grandes concentrações urbanas, Campinas/SP (R$ 111.550,70) liderou em 2023, seguida por Brasília/DF (R$ 99.842,37), São Paulo/SP (R$ 85.613,16), São José dos Campos/SP (R$ 79.272,39) e Sorocaba/SP (R$ 76.018,17).