Indústria regional
Produção industrial recua em 6 dos 15 locais pesquisados em setembro
11/11/2025 09h00 | Atualizado em 11/11/2025 13h41
A produção industrial apresentou taxas negativas em 6 dos 15 locais pesquisados pelo IBGE em setembro, na comparação com agosto, puxando o resultado negativo (-0,4%) da indústria nacional. As maiores quedas foram no Paraná (-6,9%), Bahia (-4,7%) e Rio de Janeiro (-4,3%). Completam os resultados negativos Pará (-1,4%) São Paulo (-0,4%) e Região Nordeste (-0,1%). Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, divulgada hoje (11).
O analista da pesquisa, Bernardo Almeida, comenta que a indústria regional vem seguindo o movimento da indústria nacional, eliminando parte do avanço observado em agosto em vários locais. “A indústria paranaense, principal influência negativa, se retrai, após avançar 5,4% no mês anterior, eliminando a expansão verificada em agosto último. Contribuíram para essa queda os setores de máquinas, aparelhos e materiais elétricos e veículos automotores. Vale salientar que esta é a taxa mais intensa do Paraná desde outubro de 2022 (-12,4)”, explica Bernardo.
O Rio de Janeiro assume a segunda posição em termos de influência negativa, com queda de 4,3% e acumulando perda de 6,2% em dois meses consecutivos de redução na produção. As principais pressões vieram dos setores extrativo e de derivados do petróleo.
A indústria de São Paulo, local que detém a maior concentração industrial (aproximados 33%), recuou 0,4% nesse mês, sob influência principalmente dos setores extrativo e derivados do petróleo. De acordo com Bernardo Almeida, esse resultado vem após dois meses de resultados positivos, quando acumulou um ganho de 1,5%. “Ainda assim, com essa taxa de setembro, a indústria paulista se encontra 0,1% abaixo do seu patamar pré-pandemia e 21,7% abaixo do seu patamar mais alto, alcançado em março de 2011”, comenta o analista.
Por outro lado, Amazonas (9,0%), Rio Grande do Sul (4,8%) e Espírito Santo (4,6% mostraram os avanços mais intensos nesse mês. O Rio Grande do Sul é a principal influência positiva, registrando a terceira taxa de crescimento seguida e acumulando ganho de 10,7% no período. Os setores de alimentos e máquinas e equipamentos contribuíram para esse movimento positivo da indústria gaúcha.
Segundo lugar em influência positiva e primeiro em termos absolutos, a indústria do Amazonas cresceu 9,0%, sua taxa mais intensa desde fevereiro de 2024, quando obteve expansão de 9,9%. “Esse resultado de setembro vem após dois meses de resultados negativos, quando acumulou perda de 8,3%. Para setembro, os setores de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos e de bebidas foram os que mais contribuíram para esse comportamento positivo do Amazonas”, analisou Bernardo.
Indústria avança em 14 dos 18 locais pesquisados na comparação com setembro de 2024
Na comparação com setembro de 2024, o setor industrial avançou 2,0% em setembro de 2025, com 14 dos 18 locais pesquisados apontando resultados positivos. Vale citar que setembro de 2025 (22 dias) teve 1 dia útil a mais que setembro de 2024 (21 dias).
Espírito Santo (19,2%), Rio Grande do Norte (19,0%) e Rio Grande do Sul (10,6%) assinalaram os maiores avanços. No Espírito Santo, os óleos brutos de petróleo, gás natural e minérios de ferro pelotizados ou sinterizados acentuaram o crescimento das indústrias extrativas, principal influência no resultado positivo do estado. No Rio Grande do Norte, o crescimento foi puxado pelo setor de confecção de artigos de vestuário e acessórios, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis e produtos alimentícios. Já o Rio Grande do Sul se beneficiou dos avanços nos produtos alimentícios, máquinas e equipamentos, produtos do fumo e veículos automotores, reboques e carrocerias.
Amazonas (8,4%), Ceará (4,7%), Pernambuco (4,6%), Goiás (4,4%), Rio de Janeiro (4,4%), Pará (4,1%), Santa Catarina (3,6%), Região Nordeste (2,8%) e Mato Grosso do Sul (2,8%) também apontaram taxas positivas mais intensas do que a média nacional (2,0%), enquanto Bahia (1,8%) e Minas Gerais (0,7%) completaram o conjunto de locais com crescimento na produção no índice mensal de setembro de 2025. Por outro lado, Mato Grosso (-13,6%), Maranhão (-6,1%), Paraná (-1,8%) e São Paulo (-0,3%) registraram os demais resultados negativos no índice mensal de setembro de 2025.
Mais sobre a pesquisa
A PIM Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativas e de transformação. Traz, mensalmente, índices para 17 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo, 0,5% no total do valor da transformação industrial nacional, e para o Nordeste como um todo: Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste.
Os resultados da pesquisa também podem ser consultados no Sidra, o banco de dados do IBGE. A próxima divulgação da PIM Regional está prevista para 9 de dezembro.