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PEERS

Com apoio do Governo do RS, IBGE lança Pesquisa Especial sobre Enchentes de 2024

Editoria: IBGE | Lorenzo Mello, do Rio de Janeiro

17/09/2025 18h09 | Atualizado em 17/09/2025 18h13

O lançamento da PEERS ocorreu na sede da Secretaria Estadual da Fazenda do RS, em Porto Alegre - Foto: Sefaz-RS

O IBGE lançou no dia 15 de setembro, em evento na Secretaria Estadual da Fazenda do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, a Pesquisa Especial sobre as Enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul (PEERS). Em parceria com o Governo do Estado, o lançamento ocorreu no mesmo dia de início da coleta, que será realizada até o dia 19 de dezembro, exclusivamente pelo telefone (21) 2142-0123. Acesse a página da PERRS para mais informações. Assista ao evento pelo IBGE Digital.

O lançamento, na capital gaúcha, teve a participação do presidente do IBGE, Marcio Pochmann (por vídeo), da secretária estadual da Fazenda do RS, Pricilla Santana, representando o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Também participaram do evento, o diretor de Tecnologia da Informação, Marcos Mazoni; o diretor-adjunto de Pesquisas, Vladimir Miranda; a coordenadora de Meio Ambiente da Diretoria de Geociências, Maria Luísa Pimenta; a gerente substituta de Estudos e Pesquisas Sociais da Diretoria de Pesquisas, Juliana Paiva; e o superintendente em exercício do IBGE no Rio Grande do Sul, Luís Eduardo Puchalski.

A Pesquisa tem caráter experimental e objetiva entender como as pessoas foram afetadas no momento das enchentes e, no segundo momento, um ano depois, como está a vida delas. Os resultados da PEERS, realizada de forma inédita, poderão servir de base para prevenção de novas tragédias climáticas, tanto no território gaúcho quanto em todo o Brasil. A divulgação dos resultados está prevista para o primeiro semestre de 2026.

Moradores de mais de 30 mil domicílios, em 133 munícipios do Rio Grande do Sul, serão contatados pelos agentes de coleta do Centro de Entrevista Telefônica Assistida por Computador (CETAC) do IBGE. Essa é a primeira pesquisa domiciliar do Instituto realizada 100% por telefone.

A Secretária estadual da Fazenda do Rio Grande do Sul, Pricilla Santana, convocou gaúchos e gaúchas a responderem à Pesquisa - Foto: Sefaz-RS

A secretária estadual da Fazenda do RS, Pricilla Santana, recordou o impacto das enchentes e fez um apelo: "Eu queria pedir para o gaúcho, para a gaúcha, responder, atender bem o IBGE, porque, a partir desse manancial de dados coletados, a gente está pensando o futuro para tornar o Rio Grande do Sul cada vez mais grande e resiliente”. "As perguntas que serão feitas são muitos simples, mas as respostas que virão do povo serão determinantes”, acrescentou Pricilla.

O Presidente do IBGE, Marcio Pochmann, disse que a Pesquisa ajudará a entender as consequências do fenômeno climático - Foto: Sefaz-RS

O presidente do IBGE, Marcio Pochmann, que é gaúcho, participou por vídeo. “A Pesquisa traz elementos que permitem melhor entender este fenômeno climático em relação às suas consequências e, ao mesmo tempo, gerar subsídios para que as políticas públicas estejam mais adequadas à mudança de regime climático, uma realidade na qual as informações são cada vez mais fundamentais em uma sociedade dirigida por dados”, afirmou Pochmann.

O diretor de Tecnologia da Informação do IBGE, Marcos Mazoni, ressaltou a importância da Pesquisa para melhorar a qualidade de vida das pessoas - Foto: Sefaz-RS

O diretor de TI do IBGE, Marcos Mazoni, que também é natural do Rio Grande do Sul, reforçou que um dos grandes objetivos da PEERS é encontrar informações e dados para que os gestores possam fazer políticas públicas mais adequadas para solução dos problemas encontrados, aprimorando a prevenção de emergências climáticas. “Retratar o Brasil tem como objetivo auxiliar na formulação de políticas públicas para todos os gestores, de maneira a não só ter uma melhor aplicação dos recursos, mas também ter melhor eficácia e eficiência, para melhoria da qualidade de vida das pessoas”, defendeu Mazoni.

A Coordenadora de Meio Ambiente da Diretoria de Geociências, Maria Luísa Pimenta, ressaltou que a PEERS é uma ferramenta para uma governança mais resiliente e justiça socioambiental - Foto: Sefaz-RS

A coordenadora de Meio Ambiente da Diretoria de Geociências, Maria Luísa Pimenta, apresentou as políticas públicas prioritárias para a redução do risco de desastres e para adaptação às mudanças climáticas, além dos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil na área. Segundo Maria Luísa, a governança de risco pode ser aprimorada por meio de uma base de dados mais abrangente. “Se nós subestimamos os danos, deixamos vítima sem apoio. E se superestimamos, podemos desperdiçar recursos que são escassos. Essa Pesquisa, portanto, não é apenas o retrato de um evento, é também uma ferramenta para uma governança mais resiliente e justiça socioambiental”, defendeu.

A gerente substituta de Estudos e Pesquisas Sociais do IBGE, Juliana Paiva, apresentou a Pesquisa à imprensa e destacou que a PEERS tem como objetivo maior dar voz às vítimas das enchentes. “A população precisa ser ouvida e a memória precisa ser reativada. Precisamos ouvir das pessoas o que aconteceu. Temos muitos números, muitos dados, mas a população ainda não falou sobre a tragédia”, constatou.

Em entrevista para a mídia local, a gerente substituta de Estudos e Pesquisas Sociais do IBGE, Juliana Paiva, destacou que a PEERS tem como objetivo maior dar voz às vítimas das enchentes - Foto: Sefaz-RS

O diretor-adjunto de Pesquisas do IBGE, Vladimir Miranda, afirmou que eventos extremos exigem ações rápidas, construção de novos protocolos e desenvolvimento de novas ferramentas. “As informações obtidas na PEERS, com certeza, retornarão à população para melhorar a vida de cada um e para que os formuladores de políticas públicas possam se embasar em dados cada vez mais robustos”, destacou.

“O maior desafio dessa Pesquisa é fazer com que as pessoas atendam ao telefone, atendam à ligação que o IBGE está fazendo. Precisamos que as pessoas atendam a ligação para que possamos ter esses resultados tão importantes”, disse o superintendente em exercício do IBGE no Rio Grande do Sul, Luís Eduardo Puchalski.

Na parte de fora do prédio da Secretaria Estadual da Fazenda, foi montada uma tenda para divulgação da PEERS junto à população. Servidores entregaram panfletos para os pedestres e tiraram dúvidas. Uma faixa também foi instalada voltada à avenida Mauá, via de grande circulação no Centro de Porto Alegre, em uma região que ficou totalmente alagada durante as enchentes de 2024.

Tenda montada no Centro Histórico de Porto Alegre para divulgação da PEERS - Foto: Sefaz-RS

Pesquisa Especial sobre as Enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul (PEERS)

As enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul atingiram diferentes segmentos socioeconômicos da população. Entre as referências para o desenvolvimento da Pesquisa, estão as recomendações da Comissão de Estatística das Nações Unidas e do Banco Mundial e as experiências internacionais com outros eventos climáticos.

A Pesquisa é resultado da participação do IBGE na força-tarefa criada pela Presidência da República para ajudar o Rio Grande do Sul após o desastre, o que incluiu a criação do Singed Lab, o laboratório de inovação do IBGE.

Os objetivos da PEERS são avançar na compreensão dos danos sofridos no momento das enchentes e das características socioeconômicas na época das enchentes e do grau de gravidade vivenciado, além de possibilitar conhecimento do tipo de suporte demandado e recebido. Também fazem parte dos objetivos conhecer as condições de vida da população residente em municípios atingidos em 2024 e como está a situação um ano após as enchentes.

Para se efetuar a coleta, o Rio Grande do Sul foi dividido em sete regiões. Na Fase 1, os agentes ligarão para informantes localizados em Alvorada, Arroio dos Ratos, Barra do Ribeiro, Cachoeirinha, Canoas, Eldorado do Sul, Esteio, Gravataí, Guaíba, Nova Santa Rita, Porto Alegre, Sapucaia do Sul. A cada período, moradores de uma área receberão as ligações, de acordo com o cronograma abaixo:

  • 15 a 26/09: Alvorada, Arroio dos Ratos, Barra do Ribeiro, Cachoeirinha, Canoas, Eldorado do Sul, Esteio, Gravataí, Guaíba, Nova Santa Rita, Porto Alegre, Sapucaia do Sul;
  • 29 a 10/10: Novo Hamburgo, Taquara, Montenegro, Charqueadas (23 municípios);
  • 13 a 17/10: Passo Fundo, Carazinho, Frederico Westphalen, Marau, Erechim, Tapejara, Soledade, Nonoai, Três Passos, Ijuí, Palmeira das Missões, Cruz Alta (25 municípios);
  • 20 a 31/10: Santa Cruz do Sul, Lajeado, Sobradinho, Encantado (39 municípios);
  • 3 a 7/11: Pelotas, Camaquã (6 municípios);
  • 10 a 14/11: Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Nova Prata (11 municípios);
  • 17/11 a 28/11: Santa Maria, São Gabriel, Uruguaiana, Cachoeira do Sul (17 municípios);
  • 1º/12 a 19/12: todas as regiões

Como confirmar a identidade do agente de coleta

Cem agentes de coleta do Centro de Entrevista Telefônica Assistida por Computador (CETAC) do IBGE realizarão as entrevistas por meio do número telefônico (21) 2142-0123. O informante pode confirmar a identidade do agente ligando para o número 0800 721 8181 ou pelo e-mail peers@ibge.gov.br. Por esses dois canais, os respondentes selecionados ainda podem agendar dia e horário para a entrevista. Basta informar nome e endereço de recebimento da carta da pesquisa.

Assim que o morador atender o telefonema do número (21) 2142-0123, o agente do IBGE vai confirmar a identidade dessa pessoa e verificar se ela se enquadra ou não nos critérios para resposta. O informante necessita ter estado presente em algum momento no domicílio no período das enchentes, entre abril e maio de 2024, e ter ao menos 14 anos de idade.