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Censo 2022

Ação de mobilização busca ampliar cobertura do Censo nas favelas do país

Editoria: IBGE | Vinícius Britto e Caio Belandi | Arte: Licia Rubinstein

28/03/2023 11h00 | Atualizado em 13/04/2023 10h06

O evento Favela no Mapa, realizado no Complexo da Penha, teve início na Praça São Lucas - Foto: Acervo IBGE

O IBGE realizou no sábado (25) em 20 estados, Ação Nacional de Mobilização com o objetivo de reduzir o percentual de domicílios onde não responderam ao Censo 2022 nos aglomerados subnormais, popularmente conhecidos como favelas, comunidades, vilas, grotas ou palafitas.

A iniciativa teve a parceria da Central Única das Favelas (Cufa) e do Data Favela em seis estados — Bahia, Goiás, Pará, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina — onde recebeu o nome de Favela no Mapa. No Rio de Janeiro, também teve cooperação do Instituto Pereira Passos (IPP). A ideia é que líderes comunitários dessas localidades sirvam de guias e ajudem a sensibilizar os moradores quanto à importância do Censo Demográfico.

No Rio de Janeiro, o evento Favela no Mapa, realizado no Complexo da Penha, teve início na Praça São Lucas, com falas das lideranças dos institutos e uma “troca de camisas”, simbolizando o esforço conjunto e a parceria firmada para a realização da ação. Depois, uma caminhada até o Campo do Ordem, na Vila Cruzeiro, chamou a atenção dos moradores e rendeu contatos com os recenseadores, que anotaram os dados de pessoas que ainda não haviam respondido ao Censo para posteriormente visitarem os domicílios e aplicarem o questionário.

TOCANTINS - Ação Nacional de Mobilização nas favelas reuniu IBGE e parceiros em 20 estados - Foto: Acervo IBGE
AMAZONAS - Ação Nacional de Mobilização nas favelas reuniu IBGE e parceiros em 20 estados - Foto: Acervo IBGE
AMAPÁ - Ação Nacional de Mobilização nas favelas reuniu IBGE e parceiros em 20 estados - Foto: Acervo IBGE
BAHIA - Ação Nacional de Mobilização nas favelas reuniu IBGE e parceiros em 20 estados - Foto: Acervo IBGE
MARANHÃO - Ação Nacional de Mobilização nas favelas reuniu IBGE e parceiros em 20 estados - Foto: Acervo IBGE
MINAS GERAIS - Ação Nacional de Mobilização nas favelas reuniu IBGE e parceiros em 20 estados - Foto: Acervo IBGE
MATO GROSSO DO SUL - Ação Nacional de Mobilização nas favelas reuniu IBGE e parceiros em 20 estados - Foto: Acervo IBGE
MATO GROSSO - Ação Nacional de Mobilização nas favelas reuniu IBGE e parceiros em 20 estados - Foto: Acervo IBGE
PARÁ - Ação Nacional de Mobilização nas favelas reuniu IBGE e parceiros em 20 estados - Foto: Acervo IBGE
PIAUÍ - Ação Nacional de Mobilização nas favelas reuniu IBGE e parceiros em 20 estados - Foto: Acervo IBGE
PARANÁ - Ação Nacional de Mobilização nas favelas reuniu IBGE e parceiros em 20 estados - Foto: Acervo IBGE
RIO DE JANEIRO - Ação Nacional de Mobilização nas favelas reuniu IBGE e parceiros em 20 estados - Foto: Acervo IBGE
SANTA CATARINA - Ação Nacional de Mobilização nas favelas reuniu IBGE e parceiros em 20 estados - Foto: Acervo IBGE
ESPÍRITO SANTO - Ação Nacional de Mobilização nas favelas reuniu IBGE e parceiros em 20 estados - Foto: Acervo IBGE
PERNAMBUCO - Ação Nacional de Mobilização nas favelas reuniu IBGE e parceiros em 20 estados - Foto: Acervo IBGE
CEARÁ - Ação Nacional de Mobilização nas favelas reuniu IBGE e parceiros em 20 estados - Foto: Acervo IBGE
GOIÁS - Ação Nacional de Mobilização nas favelas reuniu IBGE e parceiros em 20 estados - Foto: Acervo IBGE

Para Cayo Franco, coordenador de geografia do IBGE, é importante tentar diminuir ao máximo as não-respostas à pesquisa, que estão em 8,5% em aglomerados subnormais pelo Brasil. “O ideal é chegarmos perto de zero, nós sempre trabalhamos com esse objetivo, mas chegando abaixo de 5% já é um percentual que estamos aceitando em outras áreas pelo país onde encontramos bastante resistência”, salienta.
Já Maria Lúcia Vieira, diretora-adjunta de pesquisas do IBGE, destacou a relevância desse esforço conjunto para conseguir retratar as comunidades em todo o Brasil. “É muito importante saber esse número, para o Brasil, para sociedade e especialmente para quem mora nas comunidades”, enfatiza.

Na Rocinha, equipes do IBGE tiveram apoio do Instituto Pereira Passos

Equipes do IBGE também estiveram na Rocinha, na Zona Sul do Rio, com um grupo de trabalho que contou com mais de 20 pessoas entre agentes censitários, diretores do IBGE e integrantes do Instituto Pereira Passos (IPP), órgão de pesquisa da Prefeitura do Rio de Janeiro, que fechou parceria para o Censo 2022. A favela carioca tinha 69 mil habitantes e 25 mil domicílios no Censo de 2010, sendo o maior aglomerado subnormal do país à época.

Durante toda a manhã, equipes do IBGE circularam pela comunidade reunindo nomes e endereços de pessoas cujos domicílios ainda não foram recenseados. Para a Agente de Pesquisas e Mapeamento do Instituto, Victoria Ferreira, o trabalho foi produtivo e as pessoas foram receptivas. “Notamos algumas localidades da favela com déficit maior de entrevista, fomos lá e conseguimos alguns endereços”, conta. A dona de casa Maria José, de 50 anos, é moradora de um dos 16,5% dos domicílios sem entrevista da Rocinha. “Passei o endereço, ela me explicou tudo, agora é aguardar o recenseador”, diz. Já a vendedora Jaqueline, de 29 anos, afirmou que já havia sido recenseada. “Já conhecia o trabalho do Censo e foi rápido para responder as perguntas”, elogiou.

A diretora adjunta de Geociências, Miriam Barbuda, esteve no evento e celebrou o apoio das lideranças comunitárias, ativistas sociais e pesquisadores com experiência de campo nesta reta final do Censo. “São pessoas que fazem parte de instituições que atendem às comunidades, que conhecem muito bem esses territórios onde é difícil mapear endereços e encontrar pessoas em casa. Essa é a grande vantagem que eles oferecem ao Censo Demográfico”, comemora.

Carlos Krykhtine, presidente do IPP, também esteve no local. Ele afirmou que o instituto municipal está fazendo o “dever de casa” para ajudar na operação censitária nos aglomerados subnormais da cidade. “Sabemos que a última fase do Censo é sempre a mais difícil. Então, estamos cumprindo nosso dever de casa e ajudando o IBGE nesta missão. Estamos felizes que outras instituições se juntaram a nós nesse momento”, afirma.

Para o chefe do Setor de Territórios Sociais do IBGE, Jaison Luiz Cervi, a parceria com outras instituições é fundamental para terminar a coleta do Censo com segurança nos dados. "Falta muito pouco pra acabarmos a coleta do Censo, mas esse pouco é imprescindível para a qualidade da operação. Essa mobilização foi sensacional pois atingiu os objetivos iniciais e encaminha para desdobramentos futuros para os próximos dias", finaliza.

Censo Demográfico está na reta final

A pesquisa segue em fase de apuração durante o mês de abril, com ações pontuais em públicos específicos visando diminuir ao máximo o número de não respostas em localidades em que houve mais dificuldade durante a coleta. Ao todo, cerca de 191 milhões de pessoas já foram recenseadas em todo o Brasil.