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Simone Tebet recebe servidores do IBGE em Brasília e reforça confiança no Censo

Editoria: IBGE | Carlos Alberto Guimarães

07/02/2023 14h00 | Atualizado em 09/02/2023 17h38

O encontro entre a diretoria e superintendentes do IBGE e ministra Simone Tebet durou quase duas horas- Foto: Edu Andrade/Ascom-MF

"É muito bom saber que quem hoje está à frente do IBGE são pessoas que amam o Instituto e amam o que fazem". A frase de encerramento do discurso da ministra Simone Tebet aos mais de 40 servidores do IBGE que estiveram nesta segunda-feira (6) no Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), em Brasília, ilustra bem o tom da reunião. Tebet fez questão de ouvir relatos dos superintendentes estaduais e colocou-se ao lado dos funcionários nas principais demandas expostas durante o encontro, que durou quase duas horas.

"Eu falo da importância da base de dados desde o primeiro dia em que entrei na Universidade, como professora de Direito Público, em 1992", lembrou a ministra, acrescentando que não vai deixar que nada atinja a credibilidade do IBGE. "Todos têm consciência da importância do IBGE: uma coisa é questionar a falta de recursos, o atraso da operação censitária, outra coisa é dizer, de forma aleatória, que a coleta de campo não foi bem feita", ressaltou. "O atraso na coleta de dados não prejudicou a qualidade desse trabalho. E uma discussão política sobre novos critérios de distribuição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) não pode atingir a credibilidade do que vocês estão fazendo", ponderou.

Em resposta ao que foi exposto pelos 27 superintendentes estaduais e diretores, Tebet prometeu lutar pela criação de mais vagas em concurso público e por maior valorização (inclusive salarial) de seus servidores. Ela pontuou que a abertura de concurso público está no horizonte do governo, mas que o ministério responsável por isso é o de Gestão e Inovação. “Mas eu não vou me esquecer do IBGE quando eu estiver com a ministra da Gestão”, resumiu Tebet, que estava vestida com o tradicional colete azul do Instituto, oferecido por Cimar Azeredo, diretor de Pesquisas do IBGE e interinamente na presidência.

Em seguida, Cimar ressaltou o padrão de qualidade perseguido pelo Instituto em todas as pesquisas e agradeceu o apoio da ministra e de seus assessores diretos ali presentes, abrindo a palavra para os superintendentes estaduais e diretores do IBGE.

A ministra Simone Tebet recebeu a diretoria e superintendentes do IBGE -  Foto: Edu Andrade/Ascom-MF

Confira o que eles disseram:

Sinval Santos, assessor especial da Presidência: "Estou no IBGE há 45 anos, e fui por 32 anos superintendente no Paraná. Nesse tempo todo, nunca tivemos uma reunião nesses moldes, com todos os 27 superintendentes estaduais e mais os diretores sendo recebidos pela ministra do Planejamento e seus secretários. A casa está trabalhando muito para fazer o melhor trabalho possível."

Rosemary Rodrigues, diretora executiva: "O IBGE tem uma característica muito forte de melhoria de gastos públicos, e estamos trabalhando cada vez mais nisso. Acrescento que estamos com poucos funcionários na casa, somos 4 mil servidores em todo o país."

Claudio Stenner, diretor de Geociências: "A produção estatística do Censo conta com um conjunto enorme de informações geoespaciais, que pode contribuir bastante para o País. O IBGE se beneficia muito de ter estatística e geografia no mesmo órgão."

Carlos Cotovio, diretor de Tecnologia da Informação: "Com o avanço da tecnologia do Censo, temos condições de saber a informação em tempo real, sobre como está o andamento da coleta em determinada área, e corrigir qualquer problema imediatamente. Em censos passados, levávamos meses para detectar um problema. Transparência e verificação da qualidade são pontos fortes deste Censo 2022".

Marcelo Virginio de Melo, superintendente no Maranhão: "Gostaria que a senhora e sua equipe estivessem tranquilos quanto aos resultados que vão sair deste Censo. Disseminem, usem. Chamem o IBGE para explicar. O que está havendo de reclamações vem, na maioria absoluta, de prefeitos que não fizeram o devido acompanhamento conosco e agora se surpreendem com o resultado. Mas quando passamos a explicação correta, eles passam a entender."

A ministra reforçou a confiança no Censo -  Foto: Edu Andrade/Ascom-MF

Adriane Almeida, superintendente em Sergipe: "O que a gente tem hoje de qualidade, até por conta da tecnologia, atesta o trabalho bem feito que estamos fazendo. Passamos por um momento em que temos poucas pessoas na casa, e isso pode impactar seriamente na qualidade do nosso serviço mais adiante. Quando vejo que a gente vai coletar uma informação e vamos nos prédios de luxo e também naquela barraca bem longe, e a gente trata a todos da mesma forma, isso me encanta no IBGE. A gente quer continuar fazendo um trabalho de qualidade, mas a gente precisa de um mínimo de estrutura para continuarmos nesse nível de excelência."

Maysa Sacramento, coordenadora geral da ENCE (Escola Nacional de Ciências Estatísticas): "O braço acadêmico do IBGE consegue cada vez mais excelência no ensino: graduação, mestrado e doutorado. Também fazemos capacitação dos servidores. Em 2022, capacitamos mais de 58 mil servidores. Temos também um hub regional da ONU para facilitar projetos com uso de big data em estudos estatísticos.”

José Ilcleson, superintendente no Amazonas: "Realizar o Censo não é algo trivial, quem conhece minimamente o território brasileiro sabe o quão desafiador é essa missão. Eu posso justificar pelo próprio Amazonas: temos um território maior que a região Nordeste. Um único município do Amazonas, Barcelos, é maior que os estados da Paraíba e do Rio Grande Norte juntos. E para cobrir tudo isso eu conto com 47 servidores efetivos. Não destaco aqui apenas a defasagem de pessoal, mas o esforço que todos fazemos para dar conta desse grande retrato do Brasil. Outro aspecto a ressaltar é que há lugares em que a única presença do Estado brasileiro se dá pelo IBGE. Uma recenseadora em Parintins pegou uma lancha, depois uma canoa e em seguida caminhou pela floresta por mais três horas para chegar a uma pequena comunidade que não via há muito tempo a presença do Estado brasileiro. O detalhe é que a comunidade estava emocionada porque ouviu falar que o Censo "ia em todos os lugares" e estava esperando a recenseadora passar ali."

Mario Frazeto, superintendente em Mato Grosso do Sul: "Trabalhamos juntos com seu pai (ex-senador Ramez Tebet) e com a senhora quando prefeita e vice-governadora. A senhora, mais do que ninguém, conhece o trabalho do IBGE. Conte conosco e com o IBGE, estaremos sempre juntos."

Maria Lucia Vieira, diretora adjunta de Pesquisas: "Nem só de Censo vive o IBGE: temos PNAD, estatísticas agrícolas e tantas outras -- e todas tocadas por uma equipe de 352 servidores. Sim, temos falta de pessoal e isso é urgente. Estamos confiantes no Ministério. E vocês podem também confiar no trabalho da gente. É uma equipe toda que está de parabéns.”

Maria Antônia Esteves, superintendente em Minas Gerais: "Já fiz três censos, estou no meu quarto censo, e garanto que este será entregue com a melhor qualidade que já fiz até agora. Não temos medo de falar com prefeitos, nem com a imprensa. Bom sair daqui cientes de que temos um porto seguro, mas o IBGE precisa de valorização enquanto instituição.”

Danielle Macedo, coordenadora do Centro de Documentação e Disseminação da Informação: "Falamos muito com a sociedade, a partir da divulgação de nossas informações. O exercício da cidadania acontece não só quando o cidadão tem oportunidade de responder ao nosso trabalho, mas também quando ele recebe as informações que a gente produz, de uma maneira que ele consiga entender. Não basta o IBGE produzir e disponibilizar de uma forma igual para todos. O Brasil é muito diferente, a gente precisa produzir de forma a que todos possam chegar."

Roberto Kern, superintendente em Santa Catarina: "Precisamos de uma lei específica para contratações do Censo. Essa dificuldade de recrutamento, seleção e manutenção das pessoas também atrasou o Censo. E a gente atrasou a entrega do Censo não foi em detrimento da qualidade, foi justamente para manter essa qualidade. Nosso Censo tem credibilidade internacional. Temos um retrato de alta fidelidade e nos orgulhamos muito dele."

Gliner Alencar, superintendente em Pernambuco: "Não é difícil vermos um servidor sair do IBGE dizendo: ‘Preciso ganhar mais para sustentar minha família’. Se o IBGE pagasse o mesmo salário de outros órgãos, aquele servidor não sairia nunca do IBGE. Recomposição de quadro e fortalecimento de quadro, é disso que precisamos. Se informação é o bem mais valioso, então essa casa é um dos bens mais valiosos desse país."

Millane Chaves, superintendente em Mato Grosso: “Com o constante entra e sai de servidores, não estamos conseguindo passar o conhecimento. Não podemos perder esse sentimento ibgeano, que só vem com o tempo."

Os superintendentes do IBGE relataram os esforços para concluir o Censo-  Foto: Edu Andrade/Ascom-MF

Leia mais sobre o encontro da Ministra Simone Tebet com a diretoria e superintendentes do IBGE na matéria do portal do Ministério de Planejamento e Orçamento.

Saiba mais sobre o evento:

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