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PEVS

Valor de produção da silvicultura e da extração vegetal cresce 27,1% e chega ao recorde de R$ 30,1 bilhões

Editoria: Estatísticas Econômicas | Carmen Nery | Arte: Helena Pontes

29/09/2022 10h00 | Atualizado em 29/09/2022 10h00

  • Destaques

  • Valor de produção da silvicultura (florestas plantadas) cresceu 26,1% e atingiu R$23,8 bilhões. Na extração vegetal, o valor de produção cresceu 31,5% em 2021, somando R$ 6,2 bilhões.
  • Área de florestas plantadas recuou 1,4%, somando 9,5 milhões de hectares, dos quais 70,6% estão no Sul e Sudeste.
  • Houve crescimento do valor da produção em todos os grupos da silvicultura, sendo mais acentuado na madeira em tora, que aumentou 26,3%.
  • Minas Gerais segue apresentando o maior valor da produção da silvicultura, com R$ 7,2 bilhões, ou 30,2% do setor.
  • João Pinheiro (MG) assumiu a primeira posição no ranking de municípios com o maior valor da produção vegetal em 2021, chegando a R$ 600,0 milhões.
  • Dos 20 municípios com os maiores valores de produção florestal, 16 sobressaem na exploração de florestas plantadas, e os quatro demais, no extrativismo.
#PraCegoVer Floresta de eucalipto
A produção de eucaliptos atingiu 7,3 milhões de hectares, o equivalente a 76,9% da área de florestas plantadas - Foto: Licia Rubinstein/Agência IBGE Notícias

O Valor da produção florestal atingiu o recorde de R$ 30,1 bilhões com alta de 27, 1% e produção em 4.884 municípios. O valor da produção da silvicultura (florestas plantadas) continua superando o da extração vegetal, o que ocorre desde o ano 2000. A silvicultura manteve a trajetória de crescimento retomada em 2020 (alta de 21,3% em relação a 2019) com aumento de 26,1%, alcançando R$ 23,8 bilhões em 2021.

Já a extração vegetal avançou 31,5%, atingindo um valor de produção de R$ 6,2 bilhões. Os dados são da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) 2021, divulgada hoje (29), pelo IBGE.

“Os produtos florestais valorizaram muito em 2021. Este aumento está relacionado à alta do dólar e, também, à volta da produção das indústrias. A alta mais expressiva ocorreu no valor de produção florestal (27,1%). Desse valor, grande parte (79,3%) vem da silvicultura, ou florestas plantadas, enquanto a extração vegetal responde por 20,7%” analisa Carlos Alfredo Guedes, gerente de Agropecuária do IBGE.

Ele explica que, a cada ano, cresce a participação da silvicultura no valor de produção do setor, e cai a do extrativismo vegetal. O que não significa que a extração vegetal esteja diminuindo e, sim, que o valor dos produtos da silvicultura está crescendo. “Porém, em 2021, em termos proporcionais, a silvicultura até diminui 0,7% no valor da produção; ao passo que houve um aumento do extrativismo que passou a responder por 20,7% do valor total”, distingue Guedes.

 

Em 2021, houve redução de 1,4% nas áreas de florestas plantadas no País, ou menos 138,9 mil hectares. A área total da silvicultura é de 9,5 milhões de hectares, dos quais, 7,3 milhões, ou 76,9% são de eucalipto, usado na indústria de celulose. Juntos, eucalipto e pinus foram responsáveis pela cobertura de 96,0% das áreas cultivadas com florestas plantadas para fins comerciais no País.

O Sudeste foi a única região com crescimento na área plantada da silvicultura, em 2021, com aumento de 30,7 mil hectares (0,9%). O Sul, onde estão 31,9% das áreas de florestas plantadas com pinus e eucalipto no país, houve redução de 2,7%.

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do Ministério da Economia, a celulose ocupou o nono lugar no ranking das exportações totais do País em 2021 (2,4%). O Brasil é maior exportador mundial de celulose, com 16,2 milhões de toneladas em 2021.

 

A participação dos produtos madeireiros segue preponderante no setor, com 95,6% do valor da produção florestal. O valor da produção dos produtos madeireiros com origem em áreas plantadas cresceu 23,7%, enquanto na extração vegetal o aumento foi de 37,9%. “Esses resultados ratificam a tendência de crescimento dos madeireiros oriundos da silvicultura e mostram um grande aumento nos madeireiros da extração em 2021”, diz Guedes.

Houve crescimento do valor da produção em todos os grupos, sendo mais acentuado na madeira em tora que aumentou 26,3%. O valor da produção da madeira destinada à fabricação de papel e celulose cresceu 24,4%; o carvão vegetal, 21,8%; e a lenha, 16,2%.

Apesar da retração na série histórica, a extração vegetal, teve alta no valor gerado em 2019 (6,9%), 2020 (6,3%) e em 2021 (31,5%). Enquanto os produtos madeireiros respondem pela quase totalidade do valor da produção da silvicultura, na extração vegetal esse grupo representa 63,5%, seguido pelos alimentícios (29,9%), ceras (4,7%), oleaginosos (1,3%) e outros (0,5%).

Na silvicultura, Minas Gerais tem o maior valor de produção: R$ 7,2 bilhões

 

Minas Gerais continua com o maior valor da produção da silvicultura, que cresceu 22,5%, chegando a R$ 7,2 bilhões em 2021, ou 30,2% do total da silvicultura. O estado é o maior produtor de carvão vegetal, com 90,0% do volume nacional.

O Paraná vem em segundo em valor de produção de florestas plantadas, R$ 4,7 bilhões. É o maior produtor de madeira em tora para papel e celulose, sendo responsável por 17,6% da produção nacional. A produção cresceu 4,1%, alcançando 15,7 milhões de metros cúbicos, e o valor da produção subiu 10,0%, chegando a R$1,6 bilhão. A madeira em tora para outras finalidades também foi destaque, atingindo 22,0 milhões de metros cúbicos, crescimento de 1,0%, o que representa 37,0% do total nacional, mantendo-se como o maior produtor do País.

Em área plantada, Minas Gerais também segue com a maior área de florestas plantadas do País, com 2,1 milhões de hectares, quase totalmente ocupados por eucalipto. São Paulo detém a segunda maior área de florestas plantadas, com 1,2 milhão de hectares, dos quais 80,7% são plantios de eucalipto.

Entre os 10 municípios com as maiores áreas de florestas plantadas do Brasil, cinco estão em Mato Grosso do Sul, três em Minas Gerais, um no Rio Grande do Sul e um na Bahia. Quatro municípios sul-mato-grossenses ocupam as primeiras posições de área plantada no País, sendo destaques Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo, que apresentaram as maiores áreas de florestas plantadas, com 237,3 mil hectares e 196,8 mil hectares, respectivamente.

João Pinheiro (MG) é o município de maior área plantada no estado, totalmente coberta com eucalipto. Na Bahia, o destaque é Caravelas, enquanto no Rio Grande do Sul, foi Encruzilhada do Sul, com suas áreas praticamente divididas entre eucalipto e pinus.

Paraná lidera produção nacional de lenha da silvicultura

Com 13,6 milhões de metros cúbicos, ou 26,4% do total nacional, o Paraná é líder na produção de lenha com origem em florestas plantadas. O Rio Grande do Sul veio a seguir, com uma produção de 11,3 milhões de metros cúbicos, 22,0% do total nacional. A região Sul responde por 63,3% da produção nacional de lenha.

João Pinheiro é o município de maior valor de produção na silvicultura 

João Pinheiro (MG) apresentou o maior valor da silvicultura em 2021, com R$ 600,0 milhões, assumindo a primeira posição no ranking nacional. A seguir, vinha Telêmaco Borba (PR), com R$ 556,2 milhões, destacando-se na produção de lenha, com 73,0 mil metros cúbicos gerando R$ 3,5 milhões, com crescimento de 331,6%.

“João Pinheiro (MG) era o segundo colocado e passou Telêmaco Borba (PR) em valor de produção. Isso é explicado pela demanda das siderúrgicas pelo carvão vegetal produzido em João Pinheiro. Telêmaco Borga, destaca-se pela produção de madeira em tora para papel e celulose”, diz Guedes.

Dos 20 municípios do país com os maiores valores de produção florestal, 16 predominam a silvicultura e os outros quatro, o extrativismo. Cruz Machado (PR), além da silvicultura, destacou-se na extração de erva-mate, e Limoeiro do Ajuru (PA), além do extrativismo madeireiro, distinguiu-se na extração de açaí. Colniza (MT) e Prainha (PA) foram destaque na extração da madeira em tora.

Extração vegetal cresce 31,5% e gera R$ 6,2 bilhões em valor de produção

Em 2021, o valor da produção da extração vegetal cresceu 31,5%, totalizando R$ 6,2 bilhões. Dos nove grupos de produtos que compõem a exploração extrativista, apenas o grupo das oleaginosas teve redução no valor da produção (-2,8%).

O grupo dos produtos madeireiros, de maior participação no valor da produção do extrativismo (63,5%), cresceu 37,9%, revertendo a tendência dos últimos anos, em que a exploração extrativista de madeira perdia espaço, sendo gradativamente substituída pela das florestas cultivadas. Em 2021, houve variações positivas em todos os produtos madeireiros. A madeira em tora teve aumento de 46,7% no valor da produção; a lenha, 10,0%; e o carvão vegetal, 30,3%. Em termos de valor da produção, o grupo registrou um aumento de 37,9%, totalizando R$ 1,1 bilhão.

Mato Grosso e Pará responderam por 56,3% da produção de madeira em tora. Mato Grosso, que em 2020 já havia ultrapassado o Pará como maior produtor, alcançou 4,5 milhões de metros cúbicos com um aumento de 16,3%.

O Maranhão é o maior produtor de carvão vegetal extrativo, com 142,6 mil toneladas, 32,3% do total nacional, com valor de produção de R$ 152,7 milhões. No ano, a produção maranhense cresceu 38,2%.

Açaí e erva-mate mantêm maior valor de produção entre os não madeiros

Entre os produtos extrativos não madeireiros, o açaí, com R$ 771,2 milhões, e a erva-mate, com R$ 762,9 milhões, são os produtos que mais geram valor de produção. Entre o grupo de produtos considerados alimentícios, o açaí, a erva-mate, a castanha-do-pará, ou castanha-do-brasil, o pequi (fruto) e o pinhão, representam 41,4%, 41,0%, 7,6%, 3,2% e 2,4%, respectivamente.

Sobre a pesquisa

A PEVS 2021 traz informações sobre área, quantidade produzida e valor da produção a partir da exploração de florestas plantadas (silvicultura) e dos recursos vegetais naturais (extrativismo vegetal).

O extrativismo vegetal contempla 37 itens, com destaque para os produtos madeireiros, alimentícios, ceras e oleaginosos. Na silvicultura, são investigados sete produtos, incluindo carvão vegetal, lenha, madeira em tora e resina.