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IPP

Inflação da indústria desacelera para 0,56% em fevereiro

Editoria: Estatísticas Econômicas | Carmen Nery

30/03/2022 09h00 | Atualizado em 30/03/2022 10h13

Pelo terceiro mês seguido a indústria extrativa é o destaque com a maior variação, 8,34%, do IPP - Foto: Agência Vale

Os preços no setor industrial em fevereiro de 2022 tiveram alta de 0,56% em relação a janeiro. Na passagem de janeiro para dezembro, a variação foi de 1,20%. No índice que registra os últimos 12 meses, a taxa foi de 20,05%. Em janeiro, havia sido de 25,53%. No acumulado do ano o indicador atingiu 1,77%.

Pelo terceiro mês seguido a indústria extrativa é o destaque com a maior variação, 8,34%, e a maior influência: 0,44 p.p., em 0,56% do resultado do IPP. Os dados são do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado hoje (30) pelo IBGE.

O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação. Dessas, 15 apresentaram alta. Os quatro setores com maiores variações, em termos absolutos, foram: indústrias extrativas (8,34%); fumo (-2,92%); madeira (-2,73%); e metalurgia (-2,55%).

De acordo com o analista da pesquisa, Murilo Lemos Alvim, o resultado desacelerou em relação a janeiro, mas o indicador de dezembro foi inferior ao registrado em fevereiro, o que mostra que não se pode afirmar que é uma tendência de queda. Ele explica que parte da desaceleração de fevereiro está relacionada ao câmbio.

“O resultado de fevereiro tem ligação com a variação cambial, pois o mês registrou a maior queda do dólar em 20 meses. A moeda norte-americana caiu cerca de 6%. Essa depreciação do dólar pode ser observada tanto no acumulado do ano (mais de 8%) quanto no acumulado em 12 meses (mais de 4%). Se pegarmos as quatro atividades que se destacaram com as maiores variações, três tiveram queda de preços. São as atividades que têm impacto direto do dólar: fumo, madeira e metalurgia. Há diversos produtos exportáveis e isso se reflete no preço que será recebido pelo produtor em real; se o dólar cai ele vai receber menos. Há ainda vários setores que dependem de insumos importados, com o dólar mais baixo o preço desses insumos ficará mais baixo”, analisa Alvim.

 

Na indústria extrativa, tanto óleo bruto de petróleo quanto minério de ferro, commodities com preços cotados no mercado internacional, tiveram altas de preços.

“As consequências da guerra entre a Rússia e a Ucrânia não tiveram um impacto claro no resultado do IPP. O início da invasão na Ucrânia aconteceu no fim de fevereiro; e as principais sanções econômicas contra a Rússia, ocorreram a partir de março. O que provocou a alta das duas commodities foi a redução da oferta, junto com uma demanda aquecida”, diz o analista do IPP.

Já o setor de automóveis teve em fevereiro variação de 0,28%, 20º resultado positivo consecutivo neste indicador. Com isso o setor acumula uma variação de 2,55%. E a variação acumulada nos últimos 12 meses apresentou um aumento de 14,79%, abaixo dos 15,94% observados em janeiro, que também havia sido o maior resultado da série para este indicador.

Mais sobre a pesquisa

O IPP acompanha a mudança média dos preços de venda recebidos pelos produtores domésticos de bens e serviços, e sua evolução ao longo do tempo, sinalizando as tendências inflacionárias de curto prazo no país. Trata-se de um indicador essencial para o acompanhamento macroeconômico e um valioso instrumento analítico para tomadores de decisão, públicos ou privados.

A pesquisa investiga, em pouco mais de 2.100 empresas, os preços recebidos pelo produtor, isentos de impostos, tarifas e fretes e definidos segundo as práticas comerciais mais usuais. Cerca de 6 mil preços são coletados, mensalmente. As tabelas completas do IPP estão disponíveis no Sidra.