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Indústria regional

Produção industrial cai em oito dos 15 locais pesquisados em novembro

Editoria: Estatísticas Econômicas | Carmen Nery

14/01/2022 09h00 | Atualizado em 14/01/2022 16h01

#PraCegoVer Imagem externa da Refinaria de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, com as luzes acesas, no fim da tarde.
Setor de derivados de petróleo puxa queda da indústria no Rio de Janeiro - Foto: Cesar Duarte - Agência Petrobras

A produção industrial caiu em oito dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional), na passagem de outubro para novembro, quando o índice nacional variou -0,2%. Os principais recuos foram em Amazonas (-3,5%), Ceará (-2,5%) e Rio de Janeiro (-2,2%), enquanto Mato Grosso (14,6%), Santa Catarina (5,0%) e Pará (3,5%) apresentaram as maiores altas.

 

A queda do Rio de Janeiro exerceu a maior influência negativa no resultado, após três meses de resultados positivos, período em que acumulou um ganho de 1,5%. “Essa queda é atribuída ao impacto negativo dos setores de derivados do petróleo, principalmente, de metalurgia e da indústria farmacêutica. O Amazonas é a segunda maior influência negativa, em função da queda do setor de bebidas, principalmente”, diz o gerente da pesquisa, Bernardo Almeida.

A Bahia, com queda de 1,7%, teve o terceiro maior peso, devido ao baixo desempenho do setor de celulose e de outros produtos químicos. A indústria baiana atinge essa queda depois de dois meses de resultados positivos, quando acumulou ganho de 5,4%”.

No campo positivo, na passagem de outubro para novembro, São Paulo lidera como principal influência positiva sobre o resultado nacional, com expansão de 1,0%. O resultado de São Paulo, que responde por cerca de 34% da produção industrial do país, deve-se ao bom desempenho do setor de veículos, que tem peso de 16,1% dentro da indústria paulista.

“Vale destacar que esse crescimento ocorre depois de cinco meses de resultados negativos em que São Paulo acumulou uma perda de 7,9%. O estado está 3,6% abaixo do patamar pré-pandemia e 25,1% abaixo do seu patamar mais elevado, atingido em março de 2011”, acrescenta Almeida.

Santa Catarina é a segunda maior influência positiva no resultado nacional com 5,0% de crescimento, baseado no impacto positivo dos setores de vestuário (bastante relevante na indústria catarinense) e de máquinas e equipamentos. A alta ocorre após dois meses de resultados negativos com perda acumulada de 6,3% no período. Com isso, o estado quase elimina as perdas de resultados anteriores.

Já Mato Grosso, com crescimento de dois dígitos, 14,6%, foi afetado positivamente pelo bom desempenho do setor de alimentos. Bernardo explica que algumas unidades produtivas importantes do setor de alimentos da indústria mato-grossense que estavam paralisadas voltaram a produzir, o que causou a variação elevada nos resultados do estado. Além disso, houve uma melhora nas exportações das carnes frente ao embargo chinês.

“Vale destacar ainda os cinco estados que já está acima do patamar pré-pandemia. Minas Gerais está 5,2% acima do patamar de fevereiro de 2020; Rio Grande do Sul está 3,9%; Mato Grosso e Santa Catarina, ambos com 3,3% acima; e Paraná com 1,8%”, destaca o gerente da pesquisa.

No acumulado do ano, houve alta em nove dos 15 locais, com destaque para Santa Catarina (12,4%), Rio Grande do Sul (11,2%), Minas Gerais (10,9%) e Paraná (10,0%). Já o acumulado dos últimos 12 meses avançou em dez dos 15 locais pesquisados.

Em relação a novembro de 2020, dez locais tiveram queda

Na comparação com novembro do ano passado, dez dos 15 locais pesquisados apontando taxas negativas. As quedas mais intensas   na   Bahia (-15,7%),     Amazonas (-13,0%), Ceará (-11,1%) e Região Nordeste (-10,5%). 

Bahia foi afetada pelos setores de veículos automotores, reboques e carrocerias, metalurgia e celulose, papel e produtos de papel. Amazonas foi pressionado pelas atividades de bebidas, equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos; Ceará, pela queda na produção de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados e confecção de artigos do vestuário e acessórios; e a Região Nordeste, pelo recuo de veículos automotores, reboques e carrocerias e artefatos de couro, artigos para viagem e calçados.

São Paulo (-6,9%) e Pernambuco (-5,9%) também registraram taxas negativas mais intensas que a média nacional (-4,4%), enquanto Goiás (-3,9%), Santa Catarina (-2,6%), Paraná (-1,9%) e Minas Gerais (-0,6%) completaram o conjunto de locais com índices negativos.

Mais sobre a pesquisa

A PIM Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativa e de transformação. Traz, mensalmente, índices para 14 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo, 1% no total do valor da transformação industrial nacional e, também para o Nordeste como um todo: Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste.

Os resultados podem ser consultados no Sidra.