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Produção agrícola

Primeira projeção prevê safra recorde de grãos em 2022 puxada pela recuperação do milho

Editoria: Estatísticas Econômicas | Caio Bellandi

11/11/2021 09h00 | Atualizado em 08/11/2022 08h35


Milho tem previsão de alta nas duas safras de 2022 e deverá puxar recorde - Foto: Licia Rubinstein/Agência IBGE Notícias

A safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas deve somar 270,7 milhões de toneladas em 2022, caso se confirme o primeiro prognóstico do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado hoje (11) pelo IBGE. Este número significa um novo recorde na série histórica iniciada em 1975 e representa um aumento de 7,8% em relação às estimativas de 2021, ou 19,5 milhões de toneladas a mais.

A expectativa é que o milho seja o principal responsável por esse aumento. Após uma grande queda na produção em 2021, por conta do atraso do plantio da 2ª safra e da falta de chuvas nos principais estados produtores, a previsão para 2022 é de alta de 11,1% para a 1ª safra (ou 2,8 milhões de toneladas) e de 26,8% para 2ª safra (ou 16,2 milhões). “Espera-se um ano dentro da normalidade climática, o que pode propiciar a recuperação das lavouras”, afirma o gerente da pesquisa, Carlos Barradas.

Outra razão para perspectiva de recorde diz respeito à questão econômica. Apesar do aumento dos custos de produção, os preços das commodities agrícolas como milho, trigo e soja estão altos, ajudados pela valorização do dólar. Fazendo o produtor aumentar o plantio e investir mais nessas lavouras", explica Barradas.

Também devem crescer as produções de soja (0,8% ou 1,1 milhão de toneladas), algodão herbáceo em caroço (2,4% ou 84,9 mil), sorgo (12,8% ou 302,4 mil), feijão 1ª safra (6,9% ou 80,9 mil) e feijão 2ª safra (9,8% ou 101 mil). A pesquisa ainda estima quedas nas produções do arroz (-3,9% ou 451,6 mil), do feijão 3ª safra (-0,9% ou 5,1 mil) e do trigo (-10,0% ou 785,8 mil).

Estimativa para safra de 2021 é 1,2% menor que a de 2020

A pesquisa também divulgou a estimativa de outubro para a safra de 2021, com previsão de 251,2 milhões de toneladas, 1,2% menor (ou 3 milhões de toneladas) que a obtida em 2020 (254,1 milhões).

Em termos de área a ser colhida, a estimativa é de 68,5 milhões de hectares, apresentando crescimento de 4,6% frente à área colhida em 2020. O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que, somados, representam 92,5% da estimativa da produção e respondem por 87,6% da área a ser colhida.

No comparativo com o ano anterior, houve aumento de 6,4% na área do milho, sendo de 1,6% na 1ª safra e de 8,1% 2ª, além de alta de 0,3% na área do arroz e de 4,8% na área da soja. Já na área do algodão herbáceo (em caroço), houve queda de 15,9%.

Quando se leva em consideração a produção, o LSPA mostra um aumento de 10,3% para a soja e de 4,5% para o arroz em casca e queda para o algodão herbáceo (-17,5%) e para o milho (-16%), sendo redução de 2,8% na 1ª safra e de 20,6% no milho na 2ª.

Para a soja, a estimativa de produção foi de 134,1 milhões de toneladas, enquanto para o milho, a projeção foi de 86,7 milhões de toneladas, sendo 25,9 milhões de toneladas na 1ª safra e 60,9 milhões na 2ª. Já a produção do arroz foi estimada em 11,5 milhões de toneladas e, o algodão em caroço, em 5,8 milhões.

Seis estados somam 80% da produção nacional; Mato Grosso tem 29%

De acordo com o LSPA, o Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 28,5%, seguido pelo Rio Grande do Sul (15,0%), Paraná (13,2%), Goiás (9,2%), Mato Grosso do Sul (7,7%) e Minas Gerais (6,1%). Somados, os seis primeiros estados representaram 79,7% do total do país. No recorte regional, a liderança é do Centro-Oeste (45,7%), seguido pelo Sul (30,6%), Sudeste (10,0%), Nordeste (9,1%) e Norte (4,6%).

Capacidade dos estoques cresce 2,5% no 1º semestre de 2021

Também divulgada hoje (11) pelo IBGE, a Pesquisa de Estoques mostrou alta de 2,5% no total de capacidade útil disponível para armazenamento no Brasil, no primeiro semestre de 2021 frente ao semestre anterior, chegando a 180,6 milhões de toneladas. O Mato Grosso continua possuindo a maior capacidade de armazenagem do país, com 44,4 milhões de toneladas. O Rio Grande do Sul e o Paraná aparecem logo depois, com 34,3 e 32,6 milhões de toneladas de capacidade, respectivamente.

Quanto aos tipos de armazenamento, a pesquisa mostrou que os silos seguem predominando, tendo alcançado 90,4 milhões de toneladas (50,0%) da capacidade útil total. Na sequência, aparecem os armazéns graneleiros e granelizados, que atingiram 67,7 milhões de toneladas de capacidade útil armazenável, e armazéns convencionais, estruturais e infláveis, com 22,5 milhões de toneladas.

Sobre o LSPA

Implantado em novembro de 1972 com o propósito de atender às demandas de usuários por informações estatísticas conjunturais mensais, o LSPA fornece estimativas de área plantada, área colhida, quantidade produzida e rendimento médio de produtos selecionados com base em critérios de importância econômica e social para o país. Ele permite não só o acompanhamento de cada cultura investigada, desde a fase de intenção de plantio até o final da colheita, no ano civil de referência, como também o prognóstico da safra do ano seguinte, para o qual é realizado o levantamento nos meses de outubro, novembro e dezembro.

Sobre a Pesquisa de Estoques

A pesquisa, que abrange todo o país, tem o objetivo de fornecer informações estatísticas sobre volume e distribuição espacial dos estoques de produtos agrícolas armazenáveis básicos, além das unidades onde são guardados. Os dados levantados pela Pesquisa de Estoques são essenciais para gestores públicos e privados e têm relação com questões de segurança alimentar. As informações são fornecidas pelo proprietário, funcionário capacitado ou contador do estabelecimento pesquisado e são respondidas de forma presencial, por telefone, e-mail ou por meio de questionário online. Os resultados são divulgados a cada semestre.