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Cadastro Central de Empresas

Número de empresas e outras organizações atinge o menor patamar em nove anos

Editoria: Estatísticas Econômicas | Cristiane Crelier | Arte: Helga Szpiz

25/06/2020 10h00 | Atualizado em 09/07/2020 19h47

#PraCegoVer A foto mostra pessoas atravessando uma rua movimentada, no Centro do Rio de Janeiro
Rio de Janeiro foi o único estado da região Sudeste a ter queda de pessoal ocupado - Foto: Agência IBGE Notícias

O número de empresas e outras organizações formais ativas no país recuou 1,8% de 2017 para 2018, totalizando 4,9 milhões, menor patamar desde 2009. Por outro lado, o número de pessoas ocupadas cresceu 0,5%, chegando a 52,2 milhões, e o total de salários e outras remunerações subiu 0,7%, alcançando R$ 1,8 trilhão. As informações são das Estatísticas do Cadastro Central de Empresas 2018, divulgadas nesta quinta-feira (25) pelo IBGE.

Em salários e outras remunerações, destacaram-se com os maiores saldos, as regiões Nordeste (4,9 bilhões) e Norte (3,1 bilhões), com as principais contribuições tendo sido do Maranhão (R$1,5 bilhão), do Pará (R$1,2 bilhão) e do Amazonas (R$1,1 bilhão), estados com forte participação da atividade de Administração pública, defesa e seguridade social.

Os estados que mais contribuíram para os ganhos de assalariados em suas regiões foram São Paulo (130,0 mil) e Bahia (45,0 mil), tendo como destaque Atividades administrativas e serviços complementares; Minas Gerais (43,4 mil) e Ceará (27,4 mil), com destaque em Construção; e Maranhão (26,1 mil), com destaque na atividade de Administração pública.

Número de empresas e organizações de menor porte cai, mas as maiores crescem

Em todo o país, quem tem mais dificuldade para se recuperar são as empresas de menor porte, com menos de 50 funcionários. Comparada à queda de 1,4% no número de unidades locais das empresas e outras organizações no país, naquelas com até 9 pessoas ocupadas a retração foi mais alta: 2,1%. Nessa faixa, houve queda de pessoal ocupado, tanto no total (-1,4%) quanto na condição de assalariado (-1,1%).

Ao mesmo tempo, nas empresas com 50 a 249 pessoas, o número de organizações e de pessoal ocupado assalariado subiu 1,8%. Naquelas com 250 pessoas ou mais, houve alta de 1,1% em número de empresas e de 1,3% em relação ao contingente de pessoal. Já nas empresas com 10 a 49 pessoas, houve certa estabilidade.

“Essa queda no número das empresas de menor porte e aumento das maiores está relacionada aos momentos de crise econômica porque o Brasil passou entre 2015 e 2016. As menores têm mais dificuldade de sobrevivência nesse quadro, pois têm menos acesso a crédito e menor fluxo de caixa para passar por períodos de dificuldades financeiras. Alguns segmentos apresentam melhora em 2018, mas outros que sofreram bastante ainda não conseguiram se recuperar. O setor de comércio foi o que mais sentiu essa retração”, avalia a economista da Diretoria de Pesquisas do IBGE Denise Guichard.

Rio de Janeiro é o único estado com queda em todos os indicadores do Cadastro Central de Empresas

O Rio de Janeiro foi a única unidade da federação a apresentar resultados negativos em todos os indicadores do estudo no ano. Com evolução abaixo do Brasil e da região Sudeste nos quesitos que se relacionam ao emprego, o estado apresentou as maiores perdas de pessoal (menos 40,9 mil pessoas) e em remunerações (menos R$ 813,8 milhões) do país.

Em 2018, a quantidade de pessoal ocupado total e o assalariado cresceu em todas as regiões, sendo que os maiores ganhos aconteceram no Sudeste (80,3 mil e 144,2 mil), onde todos os demais estados, à exceção do Rio, tiveram aumento de pessoal. Já os salários e outras remunerações cresceram ou se mantiveram estáveis em quase todas as unidades da federação, exceto no Rio de Janeiro e no Paraná (-0,3%). O RJ registrou a maior redução absoluta e relativa nos salários (menos R$ 813,8 milhões e -0,5%) e as maiores perdas absolutas em pessoal ocupado (51,0 mil) e assalariado (40,9 mil).

A analista da pesquisa Denise Guichard, lembra que o quadro da economia fluminense se deteriora após a Copa de 2014. “Houve um boom de investimentos em infraestrutura em decorrência do Campeonato Mundial, depois há uma redução das obras, que ocorre junto com uma crise econômica nacional em 2014 e, também, no próprio estado, na geração de receita, por ser uma economia muito dependente de royalties do petróleo.Tudo isso impactou na geração de postos de trabalho e levou a esse quadro desalentador”, explica.