Revisão periódica mostra queda de 3,5% do PIB de 2015
09/11/2017 10h00 | Atualizado em 09/11/2017 13h31
O Produto Interno Bruto (PIB) registrou R$ 5,996 trilhões em 2015, e a sua queda de volume, em relação a 2014, foi revisada de 3,8% para 3,5%. O PIB per capita caiu 4,3% em relação a 2014, e ficou em R$ 29.324. Foi o maior recuo nesse indicador na série com início em 1996, sendo que os mais recentes ocorreram em 2014 (-0,4%), 2009 (-1,2%) e 2003 (-0,2%). A indústria e os serviços caíram, respectivamente, 5,8% e 2,7%, enquanto a agropecuária cresceu 3,3%. Foi a primeira queda dos serviços desde 1996, quando começou a série histórica.
As informações, divulgadas hoje pelo IBGE, fazem parte do Sistema de Contas Nacionais 2010-2015, e são sempre revisadas durante os dois anos subsequentes ao período de referência (2015), a fim de apresentar um resultado mais detalhado e estruturado da situação econômica do país.
No âmbito das famílias, a poupança teve aumento nominal de 25,2%, na comparação com 2014. O resultado foi acompanhado pela queda no volume de consumo (-3,2%). Segundo o gerente de Contas Nacionais, Carlos Sobral, “o fato de 2015 ter sido um ano de crise fez com que as famílias controlassem os seus gastos. Além disso, em termos nominais, o crescimento da poupança é decorrência do aumento da renda (+6,4%) ter sido maior que o do consumo (+5,4%)”.
Entre as empresas do setor financeiro, o valor adicionado bruto registrou R$ 363 bilhões, um aumento de 14,7% na comparação com 2014. De acordo com Sobral, o cenário favorável para as empresas do setor financeiro foi em função das taxas de juros elevadas em 2015: “Foi um alta geral, com crescimento da taxa Selic de 11,8% para 14,3%, e das taxas de juros para pessoas físicas e para pessoas jurídicas, respectivamente, de 31,2% para 35,7%, e de 16,6% para 19,5%”.
Diferentemente, as empresas não financeiras tiveram uma baixa atividade e diminuíram sua necessidade de financiamento, em decorrência do menor crescimento da produção em relação ao consumo e do crescimento da remuneração dos empregados (+5,4%). “A redução na necessidade de financiamento das empresas não pode ser considerada positiva, porque foi motivada pela redução no investimento e na produção, a fim de escoar o estoque que estava armazenado”, explica o gerente de Contas Nacionais.
Texto: Pedro Renaux
Gráfico: Pedro Vidal
Imagem: Pexels