Em junho, IBGE prevê safra de 295,9 milhões de toneladas para 2024
11/07/2024 09h00 | Atualizado em 11/07/2024 09h53
Em junho, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas estimada para 2024 deve totalizar 295,9 milhões de toneladas, 6,2% menor que a obtida em 2023 (315,4 milhões de toneladas), redução de 19,5 milhões de toneladas. Em relação a maio, houve queda de 0,3%, com decréscimo de 940,3 mil toneladas. A área a ser colhida foi de 78,3 milhões de hectares, aumento de 0,6% frente a 2023, crescimento de 462,7 mil hectares; e acréscimo de 8.220 hectares (0,0%) em relação a maio.
Estimativa de junho para 2024 | 295,9 milhões de toneladas |
Variação junho 2024/maio 2024 | (-0,3%) 940,3 mil toneladas |
Variação safra 2024/safra 2023 | (-6,2%) 19,5 milhões de toneladas |
O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos, somados, representam 91,6% da estimativa da produção e respondem por 87,2% da área a ser colhida. Frente a 2023, houve acréscimos de 12,5% na área a ser colhida do algodão herbáceo (em caroço); de 7,1% na do arroz em casca; de 6,9% na do feijão e de 3,3% na da soja, e declínios de 4,9% na área do milho (-8,6% no milho 1ª safra e - 3,7% no milho 2ª safra); de 11,0% na do trigo e de 4,1% na do sorgo.
Em relação à produção, houve acréscimos, de 9,8% para o algodão herbáceo (em caroço); de 4,1% para o arroz; de 9,0% para o feijão e de 23,7% para o trigo, bem como decréscimos de 3,4% para a soja, de 13,3% para o milho (reduções de 15,0% no milho de 1ª safra e de 12,8% no milho de 2ª safra) e de 10,4% para o sorgo.
A estimativa de produção para a soja foi de 146,8 milhões de toneladas. Quanto ao milho, a estimativa foi de 113,7 milhões de toneladas (23,6 milhões de toneladas de milho na 1ª safra e 90,1 milhões de toneladas de milho na 2ª safra). A produção do arroz foi estimada em 10,7 milhões de toneladas; a do trigo em 9,6 milhões de toneladas; a do algodão herbáceo (em caroço) em 8,5 milhões de toneladas; e a do sorgo, em 3,9 milhões de toneladas.
A estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou variação anual positiva para duas Grandes Regiões: a Sul (4,8%) e a Norte (9,8%). Houve variação anual negativa para as demais: a Centro-Oeste (-12,8%), a Sudeste (-11,4%) e a Nordeste (-3,4%). Quanto à variação mensal, apresentou crescimento a Norte (1,2%), enquanto a Centro-Oeste apresentou estabilidade (0,0%). As demais apresentaram declínio: a Sudeste (-3,1%), a Nordeste (-0,5%) e a Sul (-0,2%).
Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 29,3%, seguido pelo Paraná (13,3%), Rio Grande do Sul (12,7%), Goiás (10,6%), Mato Grosso do Sul (7,3%) e Minas Gerais (5,6%), que, somados, representaram 78,8% do total. Com relação às participações regionais, tem-se a seguinte distribuição: Centro-Oeste (47,5%), Sul (28,3%), Sudeste (9,2%), Nordeste (8,8%) e Norte (6,2%).
Destaques na estimativa de junho de 2024 em relação ao mês anterior
Em relação a maio, houve aumentos nas estimativas da produção do feijão 3ª safra (5,7% ou 42.201 t), do arroz (1,8% ou 188.812 t), do feijão 1ª safra (1,3% ou 12.485 t), do feijão 2ª safra (0,2% ou 2.534 t) e da soja (0,1% ou 140.946 t), bem com declínios nas estimativas de produção do sorgo (-10,9% ou -471.951 t), do café canephora (-2,1% ou -24.006 t), da batata 2ª safra (-1,2% ou -16.000 t), do milho 2ª safra (-0,8% ou -684.475 t), do milho 1 ª safra (-0,6% ou -138.411 t) e do café arábica (-0,2% ou -5.557 t).
Entre as Grandes Regiões, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 140,4 milhões de toneladas (47,5%); Sul, 83,7 milhões de toneladas (28,3%); Sudeste, 27,2 milhões de toneladas (9,2%); Nordeste, 26,1 milhões de toneladas (8,8%) e Norte, 18,5 milhões de toneladas (6,2%).
As principais variações absolutas positivas nas estimativas da produção, em relação ao mês anterior, ocorreram no Tocantins (207.497 t), no Ceará (19.907 t), em Rondônia (7 918 t), no Acre 6.171 t), no Pará (468 t), no Amazonas (185 t), no Rio Grande do Norte (129 t) e no Rio de Janeiro (37 t). As variações negativas ocorreram em Minas Gerais (-878.871 t), no Paraná (-138.800 t), na Bahia (-138.266 t), em Pernambuco (-25.190 t), no Amapá (-1.010 t), no Espírito Santo (-383 t) e no Maranhão (-138 t).
ARROZ (em casca) – A estimativa para 2024 aponta uma produção de 10,7 milhões de toneladas, acréscimo de 1,8% em relação a estimativa do mês anterior, e crescimento de 4,1% em relação ao volume produzido em 2023. Esse aumento deve-se à área plantada, que cresceu 6,7%, enquanto o rendimento médio teve uma retração de 2,8%. A produção de arroz em 2024, embora de forma apertada, deve atender ao consumo interno do País.
BATATA-INGLESA –A produção, considerando-se as três safras do produto, deve alcançar 4,3 milhões de toneladas, declínio de 0,4% em relação à estimativa de maio. Em relação a 2023, a produção brasileira de batata deve crescer 0,3%.
A 1ª safra deve contribuir com 41,2% do total de batata a ser produzido no ano. A produção estimada foi de 1,8 milhão de toneladas, ficando estável em relação à estimativa de maio. Em relação a 2023, a estimativa de produção ficou 3,4% menor, acompanhando a redução de 5,0% no rendimento médio, tendo a área colhida crescido 1,7%. A 2ª safra, que representa 31,7% da produção total, foi estimada em 1,4 milhão de toneladas; 1,2% menor que a estimativa de maio. A área a ser colhida ficou inalterada e o rendimento médio ficou 1,2% menor. Para a 3ª safra, a estimativa de produção foi de 1,2 milhão de toneladas, ficado estável em relação ao mês anterior, e crescendo 5,6% em relação a 2023.
CAFÉ (em grão) - A produção brasileira, considerando-se as duas espécies, arábica e canephora, foi estimada em 3,7 milhões de toneladas, ou 60,9 milhões de sacas de 60 kg, decréscimo de 0,8% em relação ao mês anterior e crescimento de 6,9% em relação a 2023. O clima em 2023/2024 tem beneficiado as lavouras no Centro-Sul do País. Além disso, a safra corrente é de bienalidade positiva para o café arábica, o que deve resultar em um aumento na produção desse tipo de café, apesar da safra do ano anterior, também favorecida pelo clima, ter sido considerada muito boa, elevando sua base de comparação.
Para o café arábica, a produção estimada foi de 2,5 milhões de toneladas, ou 42,2 milhões de sacas de 60 kg, declínio de 0,2% em relação a maio e crescimento de 6,9% em relação ao ano anterior. Em 2023, embora a safra do café arábica fosse de bienalidade negativa, a produção apresentou crescimento, quando comparado com 2022, uma vez que o clima beneficiou as lavouras, promovendo uma “inversão dessa bienalidade”. Para a safra do corrente ano, se aguarda uma bienalidade positiva, portanto, um aumento da produção em relação ao ano anterior.
Para o café canephora, a estimativa da produção foi de 1,1 milhão de toneladas ou 18,7 milhões de sacas de 60 kg, decréscimo de 2,1% em relação ao mês anterior. Embora a área colhida tenha crescido 0,5%, o rendimento médio declinou 2,6%. Em relação a 2023, a produção deve aumentar 6,9%, resultado dos crescimentos de 3,5% no rendimento médio e de 3,2% na área colhida.
FEIJÃO (em grão) – A estimativa da produção de feijão para 2024, considerando-se as três safras, deve alcançar 3,2 milhões de toneladas, crescimentos de 1,8% em relação ao mês anterior e de 9,0% em relação a 2023. Essa produção deve atender ao consumo interno brasileiro, em 2024, não havendo necessidade da importação do produto.
A produção da 1ª safra de feijão foi de 1,0 milhão de toneladas, um aumento de 1,3% frente à estimativa de maio; e o rendimento médio esperado foi 1,4% maior e, para a área colhida, espera-se uma redução de 0,1%. A comparação anual para a 1ª safra mostra um aumento de 3,5% na produção em decorrência, principalmente, do crescimento de 4,1% no rendimento médio, já que a área colhida apresentou um declínio de 0,6%.
A 2ª safra de feijão foi estimada em 1,4 milhão de toneladas com um aumento de 0,2% frente ao último levantamento. A estimativa do rendimento médio foi reduzida em 0,4% e da área a ser colhida aumentada em 0,6%, em relação ao último levantamento. Esta estimativa de produção para a 2ª safra foi superior à de 2023 em 19,4%, seguindo os aumentos de 17,6% na área a ser colhida e de 1,5% no rendimento médio.
Em relação à 3ª safra de feijão, a estimativa de produção foi de 778,5 mil toneladas, aumento de 5,7% na estimativa de produção e de 5,9% na estimativa de área a ser colhida. Para o rendimento médio espera-se redução de 0,2%, em relação ao estimado em maio.
MILHO (em grão) - A estimativa da produção do milho apresentou um decréscimo na produção mensal de 0,7%, totalizando 113,7 milhões de toneladas, sendo relacionado à queda de 0,5% no rendimento médio (5.405kg/ha), assim como na área colhida (-0,2%). Em relação a 2023, a produção do cereal apresentou queda de 13,3%, muito influenciada pela redução significativa na produtividade (-8,9%, bem como da área colhida (-4,9%).
Para o milho 1ª safra foi estimada a produção de 23,6 milhões de toneladas, uma redução de 0,6% em relação a maio com perdas no rendimento médio e na área plantada, 0,5% e 0,1%, respectivamente. A estimativa do milho 2ª safra prevê uma produção de 90,1 milhões de toneladas, sendo que este valor representa uma redução mensal de 0,8% ou 684,5 mil toneladas, com queda de 0,5% no rendimento médio, sendo estimado em 5.526 kg/ha.
SOJA (em grão) – Houve aumento de 0,1% na estimativa da produção em relação a maio em decorrência da melhora de mesmo valor no rendimento médio. A produção deve alcançar 146,8 milhões de toneladas, decréscimo de 3,4% em relação à produção do ano anterior. Houve um incremento mensal de 140,9 mil toneladas.
SORGO (em grão) – A estimativa de junho para a produção do sorgo foi de 3,9 milhões de toneladas, quedas de 10,9% com relação ao obtido em maio e de 10,4% em relação ao obtido na safra 2023. O rendimento médio nacional foi de 3 045 kg/ha, apresentando quedas de 6,6% no comparativo anual e de 9,8% no mensal. O sorgo ocupou 1,3 milhão de hectares; 1,6% das áreas destinadas a cereais, leguminosas e oleaginosas na safra 2024, representando 1,3% de participação nessa produção. No comparativo com maio, a queda de produção deveu-se ao menor rendimento da cultura e, em percentual menor, a redução de área.