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IBGE prevê safra de 308,5 milhões de toneladas para 2024, com queda de 2,8% frente a 2023

09/11/2023 09h00 | Atualizado em 09/11/2023 14h15

O primeiro prognóstico da produção nacional de grãos, cereais, leguminosas e oleaginosas para 2024 é de uma safra de 308,5 milhões de toneladas, com queda de 2,8% (ou menos 8,8 milhões de toneladas) ante a Safra 2023.

1º prognóstico para a Safra 2024 308,5 milhões de toneladas
Variação da Safra 2023 / 2024 -2,8% (ou menos 8,8 milhões de toneladas) 
Estimativa de Outubro para a Safra 2023 317,3 milhões de toneladas
Variação da estimativa de setembro / outubro 2023 -0,3% (menos 803,2 mil toneladas) 
Variação da Safra 2022 / 2023 20,6% (ou mais 54,1 milhões de toneladas)

A estimativa de outubro para a Safra 2023 de cereais, leguminosas e oleaginosas alcançou 317,3 milhões de toneladas, com alta de 20,6% (ou mais 54,1 milhões de toneladas) frente à Safra 2022 (263,2 milhões de toneladas). Em relação a setembro, houve decréscimo de 803,2 mil toneladas (-0,3%).

A área a ser colhida (78,0 milhões de hectares) cresceu 6,5% frente a 2022 (mais 4,8 milhões de hectares) e 0,2% (mais 183 508 hectares) frente a setembro.

O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos deste grupo, somados, representam 92,5% da estimativa da produção e respondem por 87,1% da área a ser colhida. Frente a 2022, houve acréscimos de 5,0% na área do milho (declínio de 0,4% no milho 1ª safra e alta de 6,8% no milho 2ª safra), de 6,3% na do algodão herbáceo (em caroço), de 23,7% na do sorgo, de 8,9% na do trigo e de 8,1% na da soja, ocorrendo declínios de 7,9% na área do arroz e de 4,7% na do feijão.

Na produção, houve aumentos de 27,0% na soja, de 12,5% no algodão herbáceo (em caroço), de 47,2% no sorgo e de 19,5% no milho (mais 10,1% no milho na 1ª safra e mais 22,4% na 2ª safra). Já no arroz em casca e no trigo, houve quedas de 4,0% e 8,7%, respectivamente.

Em outubro de 2023, o IBGE realizou o primeiro prognóstico de área e produção para a safra brasileira de grãos (cereais, leguminosas e oleaginosas) em 2024, que deve chegar a 308,5 milhões de toneladas, um declínio de 2,8% (ou menos 8,8 milhões de toneladas) frente à safra de 2023, que foi recorde e, portanto, uma base de comparação relativamente elevada. O decréscimo da produção deve-se, principalmente, à soja (-1,3% ou -1 985 180 t) e ao milho (-5,6% ou -7 331 066 t).

Com relação à área prevista, apresentam variações positivas o arroz em casca (4,5%), o feijão (1,6%) e o sorgo (0,2%), e espera-se variações negativas para soja (-0,6%), milho (-0,4%), algodão herbáceo em caroço (-0,8%) e trigo (-0,3%).

A produção deve crescer no Rio Grande do Sul (41,2%) e declinar no Mato Grosso (-8,1%), Paraná (-9,6%), Goiás (-6,5%), Mato Grosso do Sul (-7,4%), Minas Gerais (-4,6%), Santa Catarina (-7,8%), Tocantins (-6,4%), Rondônia (-2,9%), São Paulo (-3,2%), Bahia (-2,9%), Maranhão (-0,9%), Piauí (-6,2%), Pará (-10,7%) e em Sergipe (-7,0%).

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – A estimativa para a produção de algodão é de 7,4 milhões de toneladas, inferior em 3,0% à safra 2023, havendo um decréscimo de 0,8% na área a ser plantada e na área a ser colhida, esta última devendo alcançar 1,7 milhão de hectares. O rendimento médio, de 4 301 kg/ha, deve cair 2,2%. Em 2023, o clima favoreceu a produção do algodão, notadamente na 2ª safra, quando a maior parte da cultura é produzida.

ARROZ (em casca) – A primeira estimativa para 2024 é a produção de 10,5 milhões de toneladas, 2,5% maior que em 2023, com área ser colhida 4,5% maior e rendimento médio 1,9% menor. Essa produção deve ser suficiente para abastecer o mercado interno brasileiro.

FEIJÃO (em grão) – O primeiro prognóstico para a produção de feijão para 2024, considerando-se as três safras, é de 2,9 milhões de toneladas, declínio de 3,6% em relação à safra colhida em 2023. A 1ª safra deve produzir 1,0 milhão de toneladas; a 2ª safra, 1,2 milhão de toneladas e a 3ª safra, 693,1 mil toneladas.

MILHO (em grão) – A estimativa para a produção de milho é de 124,3 milhões de toneladas, uma redução de 5,6% em relação à safra colhida em 2023. Este valor é reflexo de uma produção menor no milho 2ª safra (-8,2%), que conta com um declínio significativo na produtividade de 7,5%.

Em 2023, o clima beneficiou as produções durante a segunda safra, havendo bons volumes de chuvas e um prolongamento do período úmido nas principais Unidades da Federação produtoras. Para 2024, o clima e os volumes de chuvas podem ficar aquém das necessidades das lavouras, podendo influenciar no seu rendimento, visto que o plantio se inicia somente no início do próximo ano. Além disso, há um recuo dos preços do milho no mercado, o que reduziu as margens de lucro dos produtores.

SOJA (em grão) – A primeira estimativa de produção, para 2024, indica que a produção de soja deve cair 1,3% em relação a 2023, embora a produção esperada para o Rio Grande do Sul esteja recuperando-se, e apresente um crescimento de 65,0%, para 20,9 milhões de toneladas. O volume de produção foi estimado em 149,8 milhões de toneladas de soja, o que deve representar quase a metade do total de cereais, leguminosas e oleaginosas produzidos no País em 2024. Se confirmado, será a segunda maior produção obtida de soja, perdendo apenas para 2023, quando foi recorde de produção da série histórica do IBGE.

SORGO (em grão) – A estimativa da produção do sorgo, para 2024, é de 3,8 milhões de toneladas, com queda de 10,0% ante 2023. São esperadas quedas de produção em todas as regiões, à exceção da Nordeste, onde há expectativa de aumento de 1,6%, sobretudo na Bahia e Alagoas. Em Goiás e Minas Gerais, principais produtores, espera-se quedas de 10,9% e de 13,5% na produção, respectivamente, com um menor rendimento médio das culturas.

Estimativa de outubro de 2023 é de safra de 317,3 milhões de toneladas

A estimativa de outubro de 2023 para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas alcançou 317,3 milhões de toneladas, 20,6% maior que a obtida em 2022 (263,2 milhões de toneladas), crescimento de 54,1 milhões de toneladas. Em relação ao mês anterior, houve decréscimo de 803,2 mil toneladas (-0,3%). A área a ser colhida foi de 78,0 milhões de hectares, apresentando crescimento de 6,5% frente à área colhida em 2022, aumento de 4,8 milhões de hectares. Em relação ao mês anterior, a área a ser colhida apresentou um crescimento de 183 508 hectares (0,2%).

O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que, somados, representam 92,5% da estimativa da produção e respondem por 87,1% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, houve acréscimos de 5,0% na área do milho (declínio de 0,4% no milho 1ª safra e crescimento de 6,8% no milho 2ª safra), de 6,3% na do algodão herbáceo (em caroço), de 23,7% na do sorgo, de 8,9% na do trigo e de 8,1% na da soja, ocorrendo declínios de 7,9% na área do arroz e de 4,7% na do feijão.

No que se refere à produção, ocorreram acréscimos de 27,0% para a soja, de 12,5% para o algodão herbáceo (em caroço), de 47,2% para o sorgo, de 19,5% para o milho, com aumentos de 10,1% no milho na 1ª safra e de 22,4% na 2ª safra, enquanto para o arroz em casca e para o trigo, houve decréscimos de 4,0% e 8,7%, respectivamente.

Para a soja, a estimativa de produção foi de 151,8 milhões de toneladas. Quanto ao milho, a estimativa foi de 131,7 milhões de toneladas (28,0 milhões de toneladas de milho na 1ª safra e 103,7 milhões de toneladas de milho na 2ª safra). A produção do arroz foi estimada em 10,2 milhões de toneladas; a do trigo em 9,2 milhões de toneladas; a do algodão herbáceo (em caroço) em 7,6 milhões de toneladas; e a do sorgo, em 4,2 milhões de toneladas.

Todas as cinco regiões apresentaram variações anuais positivas em outubro

A estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou variação anual positiva para as cinco Grandes Regiões: a região Sul (23,9%), a Centro-Oeste (23,6%), a Sudeste (9,2%), a Norte (23,0%) e a Nordeste (7,5%). Quanto à variação mensal, apresentaram aumentos a região Norte (1,3%) e a região Centro-Oeste (0,3%); estabilidade, a região Sudeste (0,0%) e a região Nordeste (0,0%). A região Sul apresentou declínio de 1,9%.

Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 31,4%, seguido pelo Paraná (14,4%), Goiás (10,3%), Mato Grosso do Sul (9,0%), Rio Grande do Sul (9,0%) e Minas Gerais (6,1%), que, somados, representaram 80,2% do total. Com relação às participações das regiões brasileiras, tem-se a seguinte distribuição: Centro-Oeste (50,9%), Sul (25,7%), Sudeste (9,6%), Nordeste (8,6%) e Norte (5,2%).

Destaques na estimativa de outubro de 2023 em relação ao mês anterior

As principais variações positivas absolutas nas estimativas da produção, frente ao mês anterior, ocorreram no Mato Grosso do Sul (594 061 t), Pará (231 654 t), Rondônia (720 t) e na Bahia (74 t). As variações negativas ocorreram no Rio Grande do Sul (-1 119 877 t), Paraná (-426 900 t), Goiás (-53 510 t), Amazonas (-19 638 t), Minas Gerais (-4 532 t), Ceará (-2 674 t), Rio Grande do Norte (-1 746 t), Amapá (-441 t) e no Rio de Janeiro (-420 t).

CEREAIS DE INVERNO (em grão) – Os principais cereais de inverno produzidos no Brasil são o trigo, a aveia branca e a cevada. Com relação ao trigo (em grão), a produção deve alcançar 9,2 milhões de toneladas, declínios de 12,9% em relação a setembro e de 8,7% ante 2022, quando o Brasil colheu a maior safra da história. A área plantada cresceu 8,9% ante 2022, com o rendimento médio declinando 16,2%, para 2 681 kg/ha.

A produção da aveia (em grão) foi estimada em 1,1 milhão de toneladas, declínios de 12,6% em relação a setembro e de 10,2% em relação a 2022. Para a cevada (em grão), a produção estimada foi de 493,6 mil toneladas, declínios de 10,3% em relação a setembro e de 2,0% em relação ao que foi produzido em 2022.

MILHO (em grão) - A estimativa para a produção do milho totalizou 131,7 milhões de toneladas, com queda de 0,1% em relação a setembro de 2023. Embora a produtividade, de 5 909 kg/ha, mostre um aumento de 0,1%. As principais perdas foram nas produções do Paraná (-0,3%) e Goiás (-0,6%), 2º e 3º maior produtor brasileiro do cereal, respectivamente. Entretanto, em relação ao mesmo período no ano anterior, a produção nacional apresentou um crescimento de 19,5%, registrando um recorde da série histórica do IBGE.

O milho 1ª safra apresentou uma leve queda na produção, de 12 350 toneladas (-0,0%), frente ao mês anterior, totalizando 28,0 milhões de toneladas. Os declínios da produção foram verificados, principalmente, em Goiás (-0,6% ou 8 304 toneladas), no Ceará (-0,3% ou 1060 toneladas), no Rio Grande do Sul (-1 659 toneladas) e no Paraná (-1 200 toneladas). Contudo, em relação ano anterior, a produção do milho 1ª safra apresentou crescimento de 10,1% em função do aumento do rendimento médio, de 10,4%, tendo alcançado 5 317 kg/ha. Na maior parte das Unidades da Federação produtoras, o clima beneficiou as lavouras.

A estimativa do milho 2ª safra foi de 103,7 milhões de toneladas, com queda de 0,1% (menos 59 232 toneladas) frente a setembro de 2023. Apesar do aumento de 0,1% no rendimento médio (6 092 kg/ha), houve redução de 0,1% na área colhida (menos 20,7 mil hectares). Em relação a 2022, houve aumentos de 22,4% na produção, de 6,8% na área a ser colhida e de 14,6% no rendimento médio.

SOJA (em grão) - A produção alcançou 151,8 milhões de toneladas, aumentos de 0,4% em relação a setembro e de 27,0% em comparação à quantidade produzida em 2022, devendo representar quase metade do total de cereais, leguminosas e oleaginosas produzidos no Brasil no ano. A recuperação da produtividade das lavouras, na maior parte do País, na comparação com o rendimento médio alcançado em 2022, foi o principal fator responsável por esse aumento. À exceção do Rio Grande do Sul, que sofreu um ano de forte estiagem, as lavouras nas demais Unidades da Federação apresentaram boas condições de produção, confirmando um novo recorde de produção da leguminosa no País, superando o volume atingido em 2021.

SORGO (em grão) – A estimativa de outubro para a produção do sorgo foi de 4,2 milhões de toneladas, aumentos de 2,7% em relação ao divulgado em setembro, e de 47,2% em relação ao obtido em 2022. Frente a 2022, houve aumento de área nas Regiões Norte (56,1%), Sudeste (75,2%) e Centro-Oeste (38,4%). Já no Nordeste e no Sul houve reduções de área, respectivamente de 5,3% e 66,9%.

O rendimento médio, por sua vez, cresceu em todas as regiões, exceto no Nordeste, onde recuou 9,8%, por influência da Bahia (-15,8%), do Maranhão (-7,5%) e Rio Grande do Norte (-21,4%). No Piauí, houve quedas na produção e na área, compensadas, em parte, pelo ganho no rendimento médio.

ARROZ (em casca) – A produção de arroz alcançou 10,2 milhões de toneladas, crescimento de 1,2% em relação a setembro, contudo, um decréscimo de 4,0% em relação ao que foi produzido em 2022. Embora, o rendimento médio tenha crescido 4,3% em relação a 2022, a área plantada e a área colhida declinaram 8,6% e 7,9%, respectivamente.

CANA-DE-AÇÚCAR – A estimativa da produção da cana-de-açúcar foi de 707,7 milhões de toneladas, um crescimento de 1,0% em relação ao mês anterior e de 13,1% em comparação com 2022. O rendimento médio dos canaviais apresentou um aumento de 0,5% em setembro, alcançando 78 245 kg/ha, na média nacional. Aproximando-se da finalização da colheita na Região Centro-Sul, as estimativas da safra estão sendo apuradas com maior acurácia.

A área colhida também aumentou 0,5%, sendo 2,7% superior a área de 2022, o que representa um aumento de quase 240 000 hectares, ultrapassando os 9,0 milhões de hectares cultivados. O crescimento da safra deve-se aos bons volumes de precipitação, principalmente em janeiro e fevereiro de 2023. Além disso, não ocorreram geadas e déficits hídricos na fase de desenvolvimento, fatores que prejudicaram os resultados das safras dos últimos 3 anos.

TOMATE – A produção deve alcançar 3,9 milhões de toneladas na safra de 2023, de acordo com as estimativas de outubro. Esse montante é 1,5% menor que a estimativa do mês anterior, mostrando estabilidade em relação ao produzido em 2022. O rendimento médio apresenta declínio de 1,2% em relação ao mês anterior e de 1,7% em relação a 2022.


Palavras-chave: IBGE prevê safra de 308, 5 milhões de toneladas para 2024, com queda de 2, 8% frente a 2023