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Índice de Preços ao Produtor (IPP) foi de 0,29% em janeiro

03/03/2023 09h00 | Atualizado em 03/03/2023 09h12

Em janeiro de 2023, os preços da indústria subiram 0,29%. O acumulado em 12 meses chegou a 2,24%. Em janeiro, 14 das 24 atividades investigadas apresentaram variações positivas de preço ante dezembro de 2022.

Período Taxa (%)
Janeiro de 2023 0,29%
Dezembro de 2022 -1,26%
Janeiro de 2022 1,20%
Acumulado no ano 0,29%
Acumulado em 12 meses 2,24%

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede os preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange as grandes categorias econômicas: bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis, semiduráveis e não duráveis).

Em janeiro de 2023, os preços da indústria subiram 0,29% frente a dezembro de 2022. 14 das 24 atividades industriais investigadas na pesquisa apresentaram variações positivas de preço ante o mês imediatamente anterior. Em comparação, 11 atividades haviam apresentado maiores preços médios em dezembro em relação ao mês anterior.

As quatro maiores variações foram em indústrias extrativas (9,62%); bebidas (5,30%); papel e celulose (-3,37%); e calçados e produtos de couro (-2,25%).

Índice de Preços ao Produtor e Seções - Brasil - últimos três meses
Indústria Geral e Seções Variação (%)
M/M-1 Acumulado no Ano M/M-12
Nov/2022 Dez/2022 Jan/2023 Nov/2022 Dez/2022 Jan/2023 Nov/2022 Dez/2022 Jan/2023
Indústria Geral -0,52 -1,26 0,29 4,48 3,16 0,29 4,40 3,16 2,24
B - Indústrias Extrativas -1,65 -7,21 9,62 -0,76 -7,92 9,62 -13,43 -7,92 -7,85
C - Indústrias de Transformação -0,47 -0,98 -0,13 4,75 3,73 -0,13 5,46 3,73 2,80
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coord. de Estatísticas Conjunturais em Empresas

Indústrias extrativas foi o setor industrial de maior destaque na composição do resultado agregado, na comparação com dezembro. A atividade foi responsável por 0,42 ponto percentual (p.p.) de influência na variação de 0,29% da indústria geral. Ainda nesse quesito, outras atividades que também sobressaíram foram refino de petróleo e biocombustíveis, com -0,18 p.p. de influência, bebidas (0,12 p.p.) e alimentos (0,12 p.p.).

O acumulado em 12 meses foi de 2,24%, ante 3,16% em dezembro. Os setores com as quatro maiores variações de preços na comparação de janeiro com o mesmo mês do ano anterior foram: perfumaria, sabões e produtos de limpeza (16,66%); bebidas (16,54%); impressão (16,07%); e fabricação de máquinas e equipamentos (13,64%). E, também no acumulado em 12 meses, os setores de maior influência no resultado agregado foram: alimentos (1,34 p.p.); outros produtos químicos (-1,32 p.p.); refino de petróleo e biocombustíveis (0,79 p.p.); e metalurgia (-0,74 p.p.).

A variação de preços de 0,29% em relação a dezembro de 2022 repercutiu da seguinte maneira nas grandes categorias econômicas: bens de capital (-0,07%); bens intermediários (0,35%) e bens de consumo (0,28%), com 0,55% em bens de consumo duráveis e 0,23% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

A principal influência entre as Grandes Categorias Econômicas foi exercida por bens intermediários, cujo peso na composição do índice geral foi de 57,42% e respondeu por 0,20 p.p. da variação de 0,29% nas indústrias extrativas e de transformação.

Completam a lista, bens de consumo, com influência de 0,10 p.p., e bens de capital com 0,00 p.p. No caso de bens de consumo, a influência observada em janeiro se divide em 0,03 p.p., que se deveu à variação nos preços de bens de consumo duráveis, e 0,07 p.p. associado à variação de bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

Índice de Preços ao Produtor, segundo as Grandes Categorias Econômicas - Brasil - últimos três meses
Indústria Geral e Grandes Categorias Econômicas Variação (%)
M/M-1 Acumulado no Ano M/M-12
Nov/2022 Dez/2022 Jan/2023 Nov/2022 Dez/2022 Jan/2023 Nov/2022 Dez/2022 Jan/2023
Indústria Geral -0,52 -1,26 0,29 4,48 3,16 0,29 4,40 3,16 2,24
Bens de Capital (BK) 0,52 0,99 -0,07 10,98 12,07 -0,07 12,90 12,07 9,21
Bens Intermediários (BI) -0,82 -2,06 0,35 3,05 0,93 0,35 2,58 0,93 -0,47
Bens de Consumo (BC) -0,24 -0,41 0,28 5,63 5,19 0,28 5,86 5,19 5,50
Bens de Consumo Duráveis (BCD) 0,23 -0,17 0,55 7,12 6,94 0,55 7,94 6,94 6,29
Bens de Consumo Semiduráveis e Não Duráveis (BCND) -0,34 -0,46 0,23 5,34 4,85 0,23 5,46 4,85 5,35
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coord. de Estatísticas Conjunturais em Empresas

No acumulado em 12 meses, a variação de preços de bens de capital foi de 9,21% em janeiro de 2023. Os preços dos bens intermediários, por sua vez, variaram -0,47% neste intervalo de um ano, e a variação em bens de consumo foi de 5,50%.

No que diz respeito às influências no resultado agregado, com peso de 35,16% no cálculo do índice geral, bens de consumo foi responsável por 1,87 p.p. dos 2,24% de variação acumulada em 12 meses na indústria, neste mês de referência. No resultado de janeiro de 2023, houve ainda influência de 0,64 p.p. de bens de capital e de -0,28 p.p. de bens intermediários. O resultado de bens de consumo, em particular, foi influenciado em 0,35 p.p. por bens de consumo duráveis e em 1,52 p.p. por bens de consumo semiduráveis e não duráveis, esse último com peso de 83,52% no cômputo do índice daquela grande categoria.

Indústrias extrativas: na comparação de janeiro de 2023 contra dezembro de 2022, os preços do setor variaram 9,62%, em média. É o primeiro resultado positivo desde maio de 2022 (12,55%). Com o resultado de janeiro, o acumulado em 12 meses ficou em -7,85%, um pouco menos intenso do que aquele observado no fechamento de 2022, -7,92%. O destaque dado ao setor se deveu a que, entre todas as atividades das indústrias extrativas e de transformação, ele, na perspectiva da variação mensal, teve a variação mais intensa (e positiva), assim como a maior influência na mesma perspectiva (0,42 p.p., em 0,29%).

Alimentos: em janeiro de 2023, os preços do setor variaram, em média, 0,48% em relação a dezembro de 2022, acentuando o aumento observado na passagem de novembro para dezembro (0,28%). Com isso, o acumulado em 12 meses, que fechara 2022 em 5,03%, avança para 5,74%. O setor foi a quarta maior influência frente a janeiro de 2023 contra dezembro de 2022 (0,12 p.p., em 0,29%), e a primeira no acumulado em 12 meses (1,34 p.p., em 2,24%).

Ao olhar o comportamento dos grupos explorados na pesquisa, na comparação de janeiro de 2023 com o mês imediatamente anterior, três grupos tiveram variações acima dos 0,48%: “laticínios” (5,86%), “moagem, fabricação de produtos amiláceos e de alimentos para animais” (1,39%) e “fabricação e refino de açúcar” (3,22%). Vale apontar, todavia, que os preços de “abate e fabricação de produtos de carne” tiveram variação de -2,90%.

Na comparação janeiro de 2023 contra janeiro de 2022, os setores que tiveram preços variando acima do resultado do setor (5,74%) foram: “laticínios” (24,80%) e “moagem, fabricação de produtos amiláceos e de alimentos para animais” (16,90%). Novamente a variação dos preços de “abate e fabricação de produtos de carne” foi em sentido oposto, acumulando neste espaço de 12 meses uma variação de -2,91%.

Bebidas: em janeiro, os preços do setor aumentaram 5,30% em relação ao mês anterior, destacando-se como a segunda maior variação do mês e a terceira maior influência (0,12 p.p.) dentre as demais atividades. Esse resultado ainda se mostra como a terceira maior variação desde o início da série em 2010 (atrás de outubro de 2015 e setembro de 2014, com 9,57% e 7,08% respectivamente) e a maior variação para o mês de janeiro desta série. Na comparação com janeiro de 2022, verificou-se elevação de 16,54% dos preços. É a segunda maior variação dentre as demais atividades e mais um motivo de destaque do setor no mês.

Refino de petróleo e biocombustíveis: na passagem de dezembro de 2022 para janeiro de 2023, os preços do setor variaram, em média, -1,50%, resultado negativo como o de dezembro (-5,48%), mas de menor intensidade. Com ele, a variação em 12 meses ficou em 6,99%, menor resultado desde janeiro de 2021 (-1,22%). O destaque ao setor se deve ao fato de ter sido, em termos de influência, a segunda maior na comparação com o mês anterior (-0,18 p.p., em 0,29%) e a terceira maior no acumulado em 12 meses (0,79 p.p., em 2,24%).

Outros produtos químicos: em janeiro, os preços da indústria química recuaram pelo sétimo mês consecutivo na comparação com o mês imediatamente anterior. Com variação de -1,18%, o setor acumulou recuo de 19,51% nos preços desde julho do último ano. A sequência de variações negativas predominante no segundo semestre de 2022 influiu no sinal da variação acumulada em 12 meses do setor que, com uma taxa de -13,04%, exerceu a segunda influência mais intensa no resultado geral da indústria nesse indicador: -1,32 ponto percentual.

Na determinação do resultado dos grupos econômicos com resultado divulgado, somada à apreciação cambial corrente e acumulada, a dinâmica induzida pelos preços internacionais se faz predominante mesmo frente à recuperação mais recente nos preços da nafta e do barril de petróleo. É o caso de “fabricação de produtos químicos inorgânicos”; “fabricação de resinas e elastômeros”; e “fabricação de defensivos agrícolas e desinfestantes domissanitários”, todos com menores preços em janeiro na comparação com dezembro.

Metalurgia: na comparação entre janeiro de 2023 contra dezembro de 2022, a variação de preços da atividade foi de 0,11%, primeiro resultado positivo após sete meses consecutivos de queda. Desta forma, nos últimos 12 meses o setor acumula uma variação de -10,59%, queda menos intensa do que a do mês anterior para o mesmo indicador (-12,00%), e ainda distante do resultado de janeiro de 2022, quando o setor havia acumulado alta de 31,65% nos últimos 12 meses. E foi justamente no indicador acumulado em 12 meses que o setor se destacou neste mês, apresentando a quarta maior influência entre as 24 atividades pesquisadas no IPP, com -0,74 p.p. em 2,24% da variação da Indústria Geral.

Diferente do que ocorreu no setor, o grupo econômico siderúrgico seguiu no campo negativo e chegou ao oitavo mês consecutivo de queda ante o mês anterior: -0,10% em janeiro. Com isso, nos últimos 12 meses, o grupo acumulou uma variação de -10,22%. Novamente, resultado bastante diferente do observado em janeiro, quando o grupo acumulou alta de 37,06%. Vale lembrar que o grupo siderúrgico é afetado, principalmente, pela recomposição de estoques na cadeia do consumidor e pelos preços dos minérios de ferro, que, apesar do aumento em janeiro, ainda apresenta preços mais baixos na comparação em 12 meses. Além disso, deve ser considerada a apreciação do real frente ao dólar, de 0,8% no mês e 6,0%, acumulada durante os últimos 12 meses.