Nossos serviços estão apresentando instabilidade no momento. Algumas informações podem não estar disponíveis.

IPCA-15 foi de 1,73% em abril

27/04/2022 09h00 | Atualizado em 27/04/2022 09h00

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de abril foi de 1,73%, ficando 0,78 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de março (0,95%). Essa foi a maior variação mensal do indicador desde fevereiro de 2003 (2,19%) e a maior variação para um mês de abril desde 1995, quando o índice foi de 1,95%. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,31% e, em 12 meses, de 12,03%, acima dos 10,79% registrados nos 12 meses anteriores. Em abril de 2021, a taxa foi de 0,60%.

Período Taxa
Abril de 2022 1,73%
Março de 2022 0,95%
Abril de 2021 0,60%
Acumulado no ano 4,31%
Acumulado nos últimos 12 meses 12,03%

Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em abril. A maior variação (3,43%) e o maior impacto (0,74 p.p.) vieram dos Transportes, que aceleraram em relação a março (0,68%). Na sequência, veio Alimentação e bebidas, com alta de 2,25% e impacto de 0,47 p.p. Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 70% do IPCA-15 em abril. Outros destaques foram o grupo Habitação (1,73%), que acelerou em relação ao mês anterior (0,53%), contribuindo com 0,28 p.p., e Vestuário (1,97%), terceira maior variação no índice do mês. Os demais grupos em alta ficaram entre o 0,05% de Educação e o 0,94% de Artigos de residência. O único com queda foi Comunicação, com -0,05%.

Grupo Variação Mensal (%) Impacto (p.p.)
Março Abril Março Abril
Índice Geral 0,95 1,73 0,95 1,73
Alimentação e bebidas 1,95 2,25 0,40 0,47
Habitação 0,53 1,73 0,09 0,28
Artigos de residência 1,47 0,94 0,06 0,04
Vestuário 0,95 1,97 0,04 0,09
Transportes 0,68 3,43 0,15 0,74
Saúde e cuidados pessoais 1,30 0,47 0,16 0,06
Despesas pessoais 0,44 0,52 0,04 0,05
Educação 0,14 0,05 0,01 0,00
Comunicação 0,04 -0,05 0,00 0,00
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.

O resultado dos Transportes (3,43%) foi influenciado, principalmente, pelo aumento no preço dos combustíveis (7,54%). A gasolina teve alta de 7,51% e contribuiu com o maior impacto individual no índice do mês (0,48 p.p.). Além disso, houve altas nos preços do óleo diesel (13,11%), etanol (6,60%) e gás veicular (2,28%). Vale lembrar que, em 11 de março, o preço médio da gasolina da Petrobras para as distribuidoras foi reajustado em 18,77% e o do óleo diesel, em 24,93%. Outros destaques foram as passagens aéreas (9,43%), que haviam recuado em março (-7,55%), e o seguro voluntário de veículo (3,03%), cujos preços subiram pelo 8º mês consecutivo, acumulando alta de 23,46% nos últimos 12 meses.

Ainda em Transportes, a alta nos táxis (4,36%) decorre dos reajustes de 41,51% em São Paulo (17,77%), vigente desde 2 de abril, e de 14,10% em Fortaleza (1,02%), a partir de 12 de abril. No Rio de Janeiro, o preço da passagem de metrô subiu 12,07% no dia 2 de abril, resultando em uma alta de 5,17% na área e de 1,66% no agregado nacional do subitem. Também houve reajustes nas passagens de ônibus urbano (0,75%) em Curitiba (10,44%), com reajuste de 22,23%, válido desde 1º de março; Belém (6,67%) com alta de 11,11%, a partir de 28 de março; e Recife (0,24%) reajuste de 9,33%, em vigor desde 13 de fevereiro.

A segunda maior variação entre os grupos pesquisados veio de Alimentação e bebidas (2,25%), puxada pela alta dos alimentos para consumo no domicílio (3,00%). Destacam-se, especialmente, o tomate (26,17%) e o leite longa vida (12,21%), que contribuíram conjuntamente com 0,16 p.p. no resultado do mês. Outros produtos importantes na cesta de consumo dos brasileiros, como a cenoura (15,02%), o óleo de soja (11,47%), a batata-inglesa (9,86%) e o pão francês (4,36%) também tiveram altas expressivas.

A alimentação fora do domicílio (0,28%) desacelerou em relação a março (0,52%). Enquanto a refeição passou de 0,25% em março para 0,45% em abril, o lanche seguiu movimento inverso, passando de 0,92% para 0,07%.

Em Habitação (1,73%), a maior variação (8,09%) e o maior impacto (0,11 p.p.) vieram do gás de botijão, na esteira do reajuste de 16,06% no preço médio de venda do GLP para as distribuidoras aplicado a partir de 11 de março. Também houve alta do gás encanado (3,31%), consequência dos reajustes de 7,72% no Rio de Janeiro (7,47%), em vigor desde 16 de março, e de 25,90% em Curitiba (8,82%), aplicado a partir de 25 de fevereiro. A segunda maior contribuição no grupo (0,09 p.p.) veio da energia elétrica (1,92%), com variações que foram desde -1,05% no Recife até 11,25% no Rio de Janeiro, onde houve reajustes de 15,58% e 17,30% nas duas concessionárias pesquisadas, ambos a partir de 15 de março.

Em Vestuário (1,97%), houve altas em todos os itens pesquisados, inclusive nas joias e bijuterias (0,61%), cujos preços haviam caído em março (-0,53%). A maior contribuição veio das roupas femininas, com alta de 2,70% e 0,03 p.p. de impacto no IPCA-15 de abril.

No grupo Saúde e cuidados pessoais (0,47%), o maior impacto (0,10 p.p.) veio dos produtos farmacêuticos (3,37%), após a autorização do reajuste de até 10,89% no preço dos medicamentos, a partir de 1º de abril. A desaceleração do grupo na comparação com o mês anterior (1,30%) deve-se, sobretudo, aos itens de higiene pessoal (-0,87%), que haviam tido alta de 3,98% em março.

Região Peso
Regional (%)
Variação Mensal (%) Variação Acumulada (%)
Março Abril Ano 12 meses
Curitiba 8,09 1,55 2,23 5,32 15,16
Rio de Janeiro 9,77 1,11 2,11 5,03 11,82
Goiânia 4,96 1,19 1,98 4,87 13,09
Porto Alegre 8,61 0,82 1,88 2,82 11,33
Recife 4,71 1,05 1,82 4,43 12,43
Belo Horizonte 10,04 1,05 1,73 4,71 11,55
Fortaleza 3,88 0,99 1,69 4,21 11,78
Belém 4,46 1,15 1,66 4,64 10,70
São Paulo 33,45 0,71 1,60 4,14 11,87
Brasília 4,84 0,61 1,58 3,47 9,98
Salvador 7,19 1,06 0,97 4,09 12,36
Brasil 100,00 0,95 1,73 4,31 12,03
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.

Todas as áreas pesquisadas tiveram alta em abril. A maior variação foi em Curitiba (2,23%), influenciada pela alta de 10,25% nos preços da gasolina. Já o menor resultado foi registrado em Salvador (0,97%), onde houve queda de 1,46% nos artigos de higiene pessoal e de 8,14% nas passagens aéreas.

Para o cálculo do IPCA-15, foram comparados os preços coletados entre 17 de março e 13 de abril de 2022 (referência) com os preços vigentes entre 12 de fevereiro e 16 de março de 2022 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia.

A metodologia é a mesma do IPCA, diferindo apenas no período de coleta e na abrangência.