IPCA-15 foi de 0,99 % em fevereiro
23/02/2022 09h00 | Atualizado em 23/02/2022 09h00
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi a 0,99% em fevereiro, 0,41 ponto percentual (p.p.) acima da taxa registrada em janeiro (0,58%). Foi a maior variação para um mês de fevereiro desde 2016 (1,42%). No ano, o IPCA-15 acumula alta de 1,58% e, em 12 meses, de 10,76%, acima dos 10,20% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2021, a taxa foi de 0,48%.
Período | TAXA |
---|---|
Fevereiro de 2022 | 0,99% |
Janeiro de 2022 | 0,58% |
Fevereiro de 2021 | 0,48% |
Acumulado no ano | 1,58% |
Acumulado nos últimos 12 meses | 10,76% |
Houve variações positivas em oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados. A exceção foi Saúde e cuidados pessoais, cujos preços recuaram 0,02%, após a alta de 0,93% verificada em janeiro. A maior variação (5,64%) e o maior impacto (0,32 p.p.) vieram do grupo Educação. Na sequência, vieram Alimentação e bebidas (1,20% e 0,25 p.p.), que acelerou na comparação com o mês anterior (0,97%), e Transportes, que subiu 0,87% após queda de 0,41% em janeiro e contribuiu com 0,19 p.p. em fevereiro. Os demais grupos ficaram entre o 0,15% de Habitação e o 1,94% de Artigos de residência.
Grupo | Variação Mensal (%) | Impacto (p.p.) | ||
---|---|---|---|---|
Janeiro | Fevereiro | Janeiro | Fevereiro | |
Índice Geral | 0,58 | 0,99 | 0,58 | 0,99 |
Alimentação e bebidas | 0,97 | 1,20 | 0,20 | 0,25 |
Habitação | 0,62 | 0,15 | 0,10 | 0,02 |
Artigos de residência | 1,40 | 1,94 | 0,06 | 0,07 |
Vestuário | 1,48 | 1,11 | 0,06 | 0,05 |
Transportes | -0,41 | 0,87 | -0,09 | 0,19 |
Saúde e cuidados pessoais | 0,93 | -0,02 | 0,12 | 0,00 |
Despesas pessoais | 0,63 | 0,78 | 0,06 | 0,08 |
Educação | 0,25 | 5,64 | 0,01 | 0,32 |
Comunicação | 1,09 | 0,27 | 0,06 | 0,01 |
No grupo Alimentação e bebidas (1,20%), a alimentação no domicílio passou de 1,03% em janeiro para 1,49% em fevereiro. Os maiores impactos vieram da cenoura (49,31%), da batata-inglesa (20,15%), do café moído (2,71%), das frutas (1,75%) e das carnes (1,11%). Por outro lado, houve queda nos preços do frango inteiro (-1,97%), arroz (-1,60%) e do frango em pedaços (-1,31%), cujos preços já haviam recuado no mês anterior (-0,48%, -2,99% e -0,25%, respectivamente).Em Educação (5,64%), a maior contribuição veio de cursos regulares (6,69%), com os reajustes praticados no início do ano letivo. As maiores variações vieram do ensino fundamental (8,03%), pré-escola (7,55%), ensino médio (7,46%), creche (6,47%) e ensino superior (5,90%). Curso técnico e pós-graduação subiram, respectivamente, 4,40% e 2,93%.
A alimentação fora do domicílio (0,45%) desacelerou em relação a janeiro (0,81%). Tanto a refeição (0,57%) como o lanche (0,09%) registraram resultado inferior ao verificado no mês anterior (0,63% e 1,25%, respectivamente).
O grupo dos Transportes subiu 0,87% em relação ao mês anterior, principalmente por conta das altas dos veículos próprios (2,01%): automóveis novos (2,64%), motocicletas (2,19%) e automóveis usados (2,10%). Por sua vez, os combustíveis registraram estabilidade em fevereiro (0,00%): enquanto o óleo diesel (3,78%) e a gasolina (0,15%) subiram, etanol (-1,98%) e gás veicular (-0,36%) registraram queda.
Ainda em Transportes, a variação positiva do subitem táxi (1,99%) decorre do reajuste de 9,75% nas tarifas no Rio de Janeiro (8,72%), válido desde 11 de janeiro. Em ônibus urbano (0,38%), houve reajuste médio de 8,55% em Fortaleza (8,26%), a partir de 15 de janeiro.
O grupo Habitação (0,15%) desacelerou em relação ao mês anterior (0,62%), principalmente por conta da energia elétrica (-0,82% e -0,04 p.p.), cuja variação em janeiro havia sido de 0,03%. Desde setembro, permanece em vigor a bandeira Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. As variações das áreas foram desde -7,05% em Porto Alegre, onde houve redução de PIS/COFINS e de ICMS, até 1,39% em Goiânia, onde houve aumento de PIS/COFINS e da contribuição de iluminação pública.
Ainda em Habitação, destacam-se as altas do aluguel residencial (1,00%) e do condomínio (0,87%). A taxa de água e esgoto (0,33%) também registrou alta em fevereiro, consequência dos reajustes de 6,71% em Fortaleza (3,01%), a partir de 30 de janeiro e de 8,98% em Goiânia (3,39%), a partir de 1º de fevereiro.
Nos Artigos de residência (1,94%), os destaques foram os eletrodomésticos e equipamentos (3,46%) e os itens de mobiliário (2,45%), cujos preços subiram mais que no mês anterior (2,26% e 2,04%, respectivamente). Ambos contribuíram conjuntamente com 0,06 p.p. no IPCA-15 de fevereiro.
O recuo em Saúde e cuidados pessoais (-0,02%) é consequência, principalmente, da queda do plano de saúde (-0,69%) e nos itens de higiene pessoal, cujos preços caíram 0,16% após a alta de 3,79% observada no IPCA-15 de janeiro. No lado das altas, cabe destacar o resultado dos produtos farmacêuticos (0,65%).
Em relação aos índices regionais, à exceção de Porto Alegre (-0,11%), todas as áreas pesquisadas tiveram alta em fevereiro. O maior resultado ocorreu na região metropolitana de São Paulo (1,20%), influenciado pelas altas dos cursos regulares (6,39%) e dos automóveis novos (2,24%). Na região metropolitana de Porto Alegre (-0,11%), o resultado foi puxado pela energia elétrica (-7,05%) e pela gasolina (-4,89%).
Região | Peso Regional (%) | Variação Mensal (%) | Variação Acumulada (%) | ||
---|---|---|---|---|---|
Janeiro | Fevereiro | Ano | 12 meses | ||
São Paulo | 33,45 | 0,58 | 1,20 | 1,79 | 10,60 |
Curitiba | 8,09 | 0,32 | 1,13 | 1,45 | 13,28 |
Belo Horizonte | 10,04 | 0,72 | 1,13 | 1,86 | 10,32 |
Goiânia | 4,96 | 0,51 | 1,11 | 1,63 | 11,68 |
Rio de Janeiro | 9,77 | 0,61 | 1,11 | 1,73 | 9,77 |
Brasília | 4,84 | 0,19 | 1,05 | 1,24 | 10,23 |
Belém | 4,46 | 0,82 | 0,94 | 1,76 | 9,68 |
Salvador | 7,19 | 1,08 | 0,91 | 2,01 | 11,72 |
Fortaleza | 3,88 | 0,63 | 0,84 | 1,47 | 10,55 |
Recife | 4,71 | 0,72 | 0,78 | 1,50 | 10,85 |
Porto Alegre | 8,61 | 0,21 | -0,11 | 0,10 | 10,16 |
Brasil | 100,00 | 0,58 | 0,99 | 1,58 | 10,76 |
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados entre 14 de janeiro a 11 de fevereiro de 2022 (referência) e comparados aos vigentes de 14 de dezembro de 2021 a 13 de janeiro de 2022 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia é a mesma do IPCA, diferindo apenas no período de coleta e na abrangência.