IPCA-15 fica em 0,60% em abril
27/04/2021 09h00 | Atualizado em 27/04/2021 09h00
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) apresentou alta de 0,60% em abril, 0,33 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de março (0,93%). No ano, o IPCA-15 acumula alta de 2,82% e, nos últimos 12 meses, a variação acumulada foi de 6,17%, acima dos 5,52% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em abril de 2020, a taxa foi de -0,01%.
Período | Taxa |
---|---|
Abril de 2021 | 0,60% |
Março de 2021 | 0,93% |
Abril de 2020 | -0,01% |
Acumulado no ano | 2,82% |
Acumulado nos últimos 12 meses | 6,17% |
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete apresentaram alta em abril. O maior impacto (0,36 p.p.) e a maior variação (1,76%) vieram dos Transportes, que desacelerou em relação a março (3,79%). A segunda maior contribuição (0,08 p.p.) veio de Alimentação e bebidas (0,36%) e, na sequência, vieram Habitação (0,45%) e Saúde e cuidados pessoais (0,44%), com impactos de 0,07 p.p. e 0,06 p.p., respectivamente.
O único grupo em queda foi Comunicação (-0,04%), enquanto Educação ficou estável (0,00%). Os demais grupos ficaram entre o 0,05% de Despesas pessoais e o 0,55% de Artigos de residência.
Grupo | Variação Mensal (%) | Impacto (p.p.) | ||
---|---|---|---|---|
Março | Abril | Março | Abril | |
Índice Geral | 0,93 | 0,60 | 0,93 | 0,60 |
Alimentação e bebidas | 0,12 | 0,36 | 0,03 | 0,08 |
Habitação | 0,71 | 0,45 | 0,11 | 0,07 |
Artigos de residência | 0,55 | 0,55 | 0,02 | 0,02 |
Vestuário | 0,03 | 0,17 | 0,00 | 0,01 |
Transportes | 3,79 | 1,76 | 0,76 | 0,36 |
Saúde e cuidados pessoais | 0,24 | 0,44 | 0,03 | 0,06 |
Despesas pessoais | 0,10 | 0,05 | 0,01 | 0,00 |
Educação | -0,51 | 0,00 | -0,03 | 0,00 |
Comunicação | 0,02 | -0,04 | 0,00 | 0,00 |
Os Transportes desaceleraram (1,76%) refletindo a alta menos intensa dos combustíveis (4,87%) em abril. Os preços da gasolina, que haviam subido 11,18% no IPCA-15 de março, registraram alta de 5,49%. O etanol (1,46%) e o óleo diesel (2,54%) também apresentaram variações inferiores às observadas no mês anterior (de 16,38% e 10,66%, respectivamente). Apesar da desaceleração, a gasolina continuou a ser o item de maior impacto individual no resultado do mês, contribuindo com 0,30 p.p., ou cerca de 50% do total do índice de abril.
Ainda em Transportes, o resultado do subitem trem (0,79%) decorre do reajuste de 6,38% no preço das passagens no Rio de Janeiro (2,04%), válido desde 23 de fevereiro.
As passagens aéreas (6,27%) voltaram a subir, após três quedas consecutivas nos preços. Os preços dos automóveis novos (0,41%) e usados (0,80%) e dos pneus (2,63%) seguem em alta. Já as principais quedas foram de seguro voluntário de veículo (-3,14%), transporte por aplicativo (-3,55%) e aluguel de veículo (-6,04%).
No grupo Alimentação e bebidas (0,36%), a alimentação no domicílio passou de queda de 0,03% em março para alta de 0,19% em abril, devido aos resultados do pão francês (1,73%) e do leite longa vida (1,75%), cujos preços haviam recuado no mês anterior
(-0,11% e -4,50%, respectivamente). As carnes (0,61%) seguem em alta, embora tenham apresentado variação menor que a de março (1,72%). Já os principais impactos negativos no grupo vieram da cenoura (-13,58%), da batata-inglesa (-5,03%), das frutas (-2,91%) e do arroz (-1,44%).
Na alimentação fora do domicílio (0,79%), tanto o lanche (1,34%) quanto a refeição (0,57%) aceleraram em relação a março, contribuindo conjuntamente com 0,04 p.p. no resultado do mês.
No grupo Habitação (0,45%), o maior impacto (0,03 p.p.) veio do gás de botijão (2,49%), que acumula alta de 20,22% nos últimos 12 meses.
Na energia elétrica (0,47%), destaca-se a variação de 4,34% no Rio de Janeiro, devido aos reajustes tarifários de 4,66% e 4,50% nas concessionárias pesquisadas, ambos em vigor desde 15 de março. Em abril, foi mantida a bandeira amarela, que acrescenta na conta de luz R$ 1,343 a cada 100 quilowatts-hora consumidos.
O resultado do gás encanado (0,20%), por sua vez, é consequência dos reajustes de 8,07% e 15,57% em Curitiba (1,71%). Enquanto o primeiro passou a valer no dia 1º de fevereiro, o segundo foi aplicado a partir de 16/02.
Em Saúde e cuidados pessoais (0,44%), destaca-se, além da alta do plano de saúde (0,66%), o resultado dos produtos farmacêuticos (0,53%), que haviam apresentado queda de 0,29% em março. No dia 1º de abril, foi autorizado o reajuste de até 10,08% no preço dos medicamentos, dependendo da classe terapêutica.
Em relação aos índices regionais, todas as regiões pesquisadas apresentaram variação positiva em abril. O maior resultado foi observado em Brasília (0,98%), especialmente em função da alta no preço da gasolina (8,37%). A menor variação, por sua vez, foi registrada na região metropolitana de Belém (0,39%), influenciada pela queda no preço do arroz (-5,25%).
Região | Peso Regional (%) | Variação Mensal (%) | Variação Acumulada (%) | ||
---|---|---|---|---|---|
Março | Abril | Ano | 12 meses | ||
Brasília | 4,84 | 1,44 | 0,98 | 3,41 | 6,53 |
Curitiba | 8,09 | 1,22 | 0,88 | 3,48 | 6,98 |
Rio de Janeiro | 9,77 | 0,52 | 0,83 | 2,62 | 5,51 |
Porto Alegre | 8,61 | 1,00 | 0,63 | 3,17 | 6,47 |
Salvador | 7,19 | 0,88 | 0,58 | 2,53 | 5,53 |
Belo Horizonte | 10,04 | 1,09 | 0,57 | 3,17 | 6,76 |
Fortaleza | 3,88 | 1,04 | 0,52 | 3,53 | 7,57 |
Goiânia | 4,96 | 1,40 | 0,49 | 2,77 | 7,15 |
Recife | 4,71 | 0,96 | 0,48 | 3,22 | 6,93 |
São Paulo | 33,45 | 0,67 | 0,47 | 2,24 | 5,46 |
Belém | 4,46 | 1,49 | 0,39 | 3,34 | 6,52 |
Brasil | 100,00 | 0,93 | 0,60 | 2,82 | 6,17 |
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados entre 16 de março a 13 de abril de 2021 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 12 de fevereiro a 15 de março de 2021 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.