Pesquisa Pulso Empresa: 38,6% das empresas sentiram impacto negativo da pandemia na primeira quinzena de agosto
15/09/2020 09h00 | Atualizado em 15/09/2020 11h08
Dos 3,2 milhões de empresas em funcionamento na primeira quinzena de agosto, 38,6% informaram que a pandemia afetou negativamente suas atividades. Já para 33,9% o efeito foi pequeno ou inexistente e para 27,5% o efeito foi positivo. Empresas de maior porte e intermediárias foram as que mais sinalizaram melhora de percepção.
As empresas dos setores de Construção (47,9%) e Comércio (46,3%) reportaram as maiores incidências de efeitos negativos na quinzena. Por outro lado, no setor industrial, 38,9% relataram impactos pequenos ou inexistentes e, no setor de Serviços, a incidência foi de 41,9%, com destaque para os segmentos de informação e comunicação (61,5%) e serviços profissionais e administrativos (45,6%).
Os resultados da quinta rodada da Pesquisa Pulso Empresa refletem as percepções das empresas em funcionamento ao final da primeira quinzena de agosto, frente à segunda quinzena de julho. A pesquisa acompanha os principais efeitos da pandemia de Covid-19 sobre as empresas não financeiras e faz parte das Estatísticas Experimentais do IBGE. As tabelas e a apresentação da pesquisa estão à direita. Saiba mais em covid19.ibge.gov.br.
Agregação | Total de empresas em funcionamento (unidades) | Tem tido um efeito negativo (%) | Tem tido um efeito pequeno ou inexistente (%) | Tem tido um efeito positivo (%) |
---|---|---|---|---|
Total | 3.167.537 | 38,6 | 33,9 | 27,5 |
Faixas de Pessoal Ocupado | ||||
até 49 | 3.105.493 | 38,8 | 33,7 | 27,5 |
50 a 499 | 56.876 | 28,4 | 44,7 | 26,6 |
500 ou mais | 5.168 | 25,5 | 46,6 | 27,9 |
Atividade | ||||
Indústria | 344.835 | 32,8 | 38,9 | 28,2 |
Construção | 192.379 | 47,9 | 37,4 | 14,7 |
Comércio | 1.253.392 | 46,3 | 23,2 | 30,5 |
Comércio Varejista | 890.909 | 47,6 | 20,0 | 32,5 |
Comércio por atacado | 221.034 | 41,2 | 34,5 | 24,3 |
Comércio de veículos, peças e motocicletas | 141.448 | 46,3 | 25,7 | 28,0 |
Serviços | 1.376.931 | 31,7 | 41,9 | 26,4 |
Serviços prestados às famílias | 337.439 | 36,5 | 30,5 | 32,9 |
Serviços de informação e comunicação | 115.504 | 19,6 | 61,5 | 18,8 |
Serviços profissionais, administrativos e complementares | 510.845 | 30,6 | 45,6 | 23,9 |
Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio | 166.654 | 31,1 | 51,9 | 16,9 |
Outros serviços | 246.488 | 33,4 | 33,9 | 32,7 |
Grandes Regiões | ||||
Norte | 61.790 | 41,9 | 30,7 | 27,1 |
Nordeste | 507.291 | 20,4 | 27,6 | 52,0 |
Sudeste | 1.538.945 | 43,6 | 32,0 | 24,5 |
Sul | 763.097 | 39,9 | 40,7 | 19,4 |
Centro-Oeste | 296.413 | 39,8 | 37,9 | 22,4 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Pesquisa Pulso Empresa |
Os efeitos negativos foram percebidos por 38,8% das empresas de pequeno porte, 28,4% das intermediárias e 25,5% das de grande porte. Por grandes regiões, os efeitos seguiram negativos para 41,9% na das empresas no Norte, 43,6% no Sudeste, 39,9% no Sul, 39,8% no Centro Oeste e apenas 20,4% no Nordeste.
A percepção de queda nas vendas ou serviços comercializados em decorrência da pandemia foi sentida por 36,1% das empresas. Além disso, 33,6% disseram que o efeito foi pequeno ou inexistente e 30,3% afirmaram aumento nas vendas com a pandemia.
Por região, o efeito de diminuição das vendas sobre as vendas foi mais percebido por empresas do Sudeste (40,7%), do Centro-Oeste (39,8%) e do Norte (38,3%). Na região Sul, um maior percentual de empresas sinalizou que os efeitos foram pequenos ou inexistentes em relação a quinzena anterior (46,2%). Por outro lado, no Nordeste, 48,7% reportaram percepção de aumento nas vendas.
Entre os setores, a percepção de redução nas vendas foi sinalizada por 44,5% do Comércio, com destaque para os segmentos de comércio varejista (48,9% e comércio de veículos, peças e motocicletas (43,7%). Já pra 41,3% das empresas de Serviços, 39,4% de Indústria e 45,2% de Construção, ressalta-se a maior incidência de efeitos pequenos ou inexistentes sobre as vendas, em relação a quinzena anterior.
Destacou-se no período a maior incidência de efeitos inexistentes e/ou de aumento das vendas na quinzena, sendo que as maiores se saíram bem melhor nesse aspecto. Entre as empresas de grande porte, 80,4% sinalizaram efeito nulo e/ou de aumento nas vendas, enquanto 16,8% sinalizaram percepção de diminuição. Já nas empresas de menor porte, 63,7% sinalizaram efeito nulo e/ou de aumento nas vendas enquanto 36,3% sinalizaram percepção de diminuição.
Quanto a capacidade de fabricar produtos ou atender clientes, na primeira quinzena de agosto, 48,8% das empresas em funcionamento não tiveram alteração significativa, 33,7% tiveram dificuldades e 17,4%, facilidades. Além disso, 47,6% tiveram dificuldades no acesso aos seus fornecedores e 42,4% não perceberam alteração.
Cerca de 44,9% das empresas em funcionamento tiveram dificuldades em realizar pagamentos de rotina no período. Já 49,7% consideraram que não houve alteração significativa.
Quanto ao pessoal ocupado, cerca de nove em cada dez empresas em funcionamento (86,4% ou 2,7 milhões) mantiveram o número de funcionários na primeira quinzena de agosto em relação à quinzena anterior. Mas 8,7% (277 mil empresas) indicaram redução no quadro, sendo que 146 mil (52,6%) diminuíram em até 25% seu pessoal, com destaque para as empresas de menor porte, onde 140 mil (51,6%) reduziram nessa faixa de corte.
Para atenuar os efeitos da pandemia, mantiveram-se as ações de prevenção e manutenção de medidas extras de higiene, adotadas por cerca de 92,9% das empresas. Além disso, 32,3% mantiveram o trabalho domiciliar (teletrabalho, trabalho remoto e trabalho à distância) e 15,3% anteciparam férias dos funcionários.
Já 30,6% das empresas alteraram o método de entrega de seus produtos ou serviços, enquanto 13,2% lançaram ou passaram a comercializar novos produtos e/ou serviços.
Estima-se, ainda, que 32% das empresas adiaram o pagamento de impostos e 10,9% conseguiram uma linha de crédito emergencial para o pagamento da folha salarial.
Na adoção dessas medidas, cerca de 23% das empresas sentiram-se apoiadas pela autoridade governamental. Entre as que adiaram o pagamento de impostos, esse percentual foi de 44,5% e entre as que conseguiram linhas de crédito para o pagamento da folha salarial, 62,4%.