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PAS 2018: setor de serviços tinha 1,3 milhão de empresas, receita de R$ 1,6 trilhão e empregava 12,6 milhões de pessoas

27/08/2020 10h00 | Atualizado em 27/08/2020 10h29

Em 2018, o setor de serviços tinha 1,3 milhão de empresas, que geraram R$1,6 trilhão em receita operacional líquida. O setor empregava 12,6 milhões de pessoas, que receberam R$ 353,4 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações.

Frente a 2017, o número de pessoas ocupadas no setor de Serviços aumentou 2,1%, enquanto os salários, retiradas e outras remunerações, deflacionados pelo INPC, aumentaram 2%. Já a receita bruta do setor somou R$ 1,9 trilhão e 2,7% desse montante vinham de atividades secundárias, como a revenda de mercadorias e a venda de produtos de fabricação própria.

O segmento de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio concentrou a maior parcela da receita operacional líquida (30,0%). Já entre as atividades do setor de serviços, o transporte rodoviário de cargas liderava na geração de receita (11,5%).

Entre 2009 e 2018, a média de ocupação do setor de serviços caiu de 11 para 9 pessoas por empresa. O segmento de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio tinha a maior média de ocupação: 14 pessoas ocupadas por empresa.

O salário médio mensal foi reduzido em dez anos, passando de 2,5 salários mínimos, em 2009, para 2,3 salários mínimos em 2018. As empresas do setor de Serviços prestados principalmente às famílias tiveram a média salarial mais baixa (1,5 s.m.), e os Serviços de informação e comunicação, a mais alta (4,7 s.m.).

Embora a maior parte da receita operacional líquida estivesse concentrada no setor de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, o de Serviços profissionais, administrativos e complementares detinha a maior parte da população ocupada (40,2%), com destaque para a atividade de Serviços Técnico-profissionais (9,3%) e de Serviços para edifícios e atividades paisagísticas (8,8%).

Essas são algumas das informações da Pesquisa Anual de Serviços (PAS) 2018, que analisa a estrutura produtiva do setor de Serviços não financeiros no país. A publicação e o material de apoio da pesquisa estão à direita desta página.

Pesquisa Anual de Serviços – Brasil – 2009 a 2018
Ano 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Pessoal ocupado 9.524.912 10.440.382 11.407.552 11.942.467 12.470.103 12.990.746 12.700.117 12.360.279 12.310.838 12.563.642
Nº de empresas 889.376 969.204 1.109.208 1.182.440 1.245.335 1.321.384 1.302.412 1.331.676 1.327.772 1.344.772

Maior parte da receita de Serviços vinha do segmento de Transportes

Em 2018, o segmento Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio foi responsável pela maior parte da receita operacional líquida do setor de serviços, com 30,0% de participação, seguido pelos Serviços profissionais, administrativos e complementares (26,4%), Serviços de informação e comunicação (22,1%), Serviços prestados principalmente às famílias (11,5%), Outras atividades de serviços (5,8%), Atividades imobiliárias (2,5%) e Serviços de manutenção e reparação (1,7%).

O segmento Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio figurava na segunda posição do ranking em 2009, mas ultrapassou Serviços de informação e comunicação, com um aumento de 2,2 pontos percentuais (p.p.) na sua de participação, em 2018. Entre as atividades que compõem o segmento, destacam-se a de Transporte rodoviário de cargas e a de Armazenamento e atividades auxiliares aos transportes, que apresentaram crescimentos de participação em relação ao total de, respectivamente, 1,8 p.p. e 1,1 p.p. no período.

Juntos, os segmentos Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, Serviços profissionais, administrativos e complementares, Serviços de informação e comunicação e Serviços prestados principalmente às famílias respondem por 90% da receita operacional líquida de Serviços.

Concentração do mercado diminuiu em 2018

O setor de serviços como um todo apresentou um baixo nível de concentração, registrando razão de concentração de ordem 8 (R8) de 8,9% em 2018. O índice mede proporção da receita operacional líquida que é gerada pelas oito maiores empresas de uma atividade. Houve uma redução de 4,2 p.p. no índice em relação a 2009, influenciada por uma queda de 9,1 p.p. nesse indicador para os Serviços de informação e comunicação, segmento que manteve a concentração mais elevada em 2018 (34,6%).

Dentre os demais segmentos, três possuem um índice de concentração abaixo de 10,0% – Serviços profissionais, administrativos e complementares (5,7%), Atividades imobiliárias (7,9%) e Serviços prestados principalmente às famílias (8,2%) – e três entre 10,0% e 20,0% – Serviços de manutenção e reparação (10,9%), Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (14,9%) e Outras atividades de serviços (18,9%).

Os setores de Transporte dutoviário (100,0%), de Transporte aéreo (95,3%), de Correio e outras atividades de entrega (81,9%) e de Transporte ferroviário e metroviário (81,1%) registraram os maiores indicadores de concentração em 2018.

O setor de Transporte aéreo registrou o segundo maior aumento no R8 entre todas as 34 atividades estudadas, com crescimento de 8,7 p.p. entre 2009 e 2018. A atividade de Agências de viagens, operadores turísticos e outros serviços de turismo, classificada fora do segmento de transportes e correio, foi, contudo, aquela cujo índice de concentração mais se elevou, passando de 17,7% em 2009 para 29,4% em 2018. No geral, 21 das 34 atividades e 5 dos 7 grandes segmentos do setor de serviços tiveram redução no grau de concentração.

Serviços profissionais, administrativos e complementares detinham 40,2% das ocupações

As empresas prestadoras de serviços não financeiros ocuparam um total de 12,6 milhões de pessoas em 2018 e o segmento de Serviços profissionais, administrativos e complementares empregou 40,2% do total. Em seguida, vieram Serviços prestados principalmente às famílias (22,8%), Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (19,6%), Serviços de informação e comunicação (8,1%), Outras atividades de serviços (3,9%), Serviços de manutenção e reparação (3,3%) e Atividades imobiliárias (2,1%).

Entre 2009 e 2018 todos os grandes segmentos da pesquisa apresentaram aumento no número absoluto de pessoas ocupadas, registrando acréscimo total de 3,0 milhões de pessoas, o que representa 31,9% de crescimento no período.

O segmento de Serviços profissionais, administrativos e complementares perdeu 0,5 p.p. na participação de pessoal ocupado entre 2009 e 2018, passando de 40,7% para 40,2%, embora continue liderando neste quesito. Esta pequena retração deveu-se às atividades de Seleção, agenciamento e locação de mão-de-obra e Serviços de investigação, vigilância, segurança e transporte de valores, responsáveis pelas maiores retrações no período.

O segmento que mais avançou em dez anos foi o de Serviços prestados principalmente às famílias, com aumento de 1,9 p.p. na participação total e passando da terceira para a segunda posição no ranking, ultrapassando o segmento de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, que apresentou a maior perda de participação no período, com retração de 1,8 p.p. entre 2009 e 2018.

Média da ocupação cai para 9 pessoas por empresa

Entre 2009 e 2018, o número médio de pessoas ocupadas apresentou redução, passando de 11 para 9 pessoas. Entre os segmentos, as Outras atividades de serviços, Atividades imobiliárias, Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio e os Serviços profissionais, administrativos e complementares apresentaram redução do número médio de pessoas ocupadas nas empresas, enquanto os demais mantiveram-se inalterados no período.

A remuneração média dos trabalhadores nas empresas de serviços não financeiros, calculada em salários mínimos (s.m.), recuou de 2,5 s.m. para 2,3 s.m. entre 2009 e 2018. O menor salário médio mensal foi o do segmento de Serviços prestados principalmente às famílias (1,5 s.m.) e o maior, de Serviços de informação e comunicação (4,7 s.m.).

Em dez anos, a remuneração média dos sete segmentos teve redução ou estabilidade, com destaque para Atividades imobiliárias (-1,0 s.m.) e Serviços de informação e comunicação (-0,9 s.m.), este último puxado pela queda em 2,7 s.m. na atividade de Telecomunicações.

Sudeste responde por 63,3% da receita bruta do setor de serviços

Entre as Grande Regiões, o Sudeste deteve a maior participação da receita bruta de serviços em 2018, respondendo por 63,3% do total. O ranking regional prossegue com o Sul (15,7%), Nordeste (10,3%), Centro-Oeste (8,0%) e Norte (2,7%). A principal mudança estrutural verificada em dez anos foi a redução da concentração regional, embora sem alternância de posições no ranking, com redução em 3,3 p.p. da participação do Sudeste em favor, principalmente, do Sul, que cresceu 2,6 p.p. entre 2009 e 2018.

Entre os segmentos, Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio foi o setor predominante em todas as cinco regiões, com participação de 27,2% na receita bruta de serviços da Região Sudeste, 28,4% da Nordeste, 36,4% da Sul, 35,9% da Centro-Oeste e 39,1% da Norte. Este mesmo segmento se destaca no período de dez anos da pesquisa, com a expansão no Centro-Oeste (8,9 p.p.), Norte (7,2 p.p.) e Sudeste (2,1 p.p.).

Já no Nordeste e no Sul, as variações mais intensas foram no segmento dos Serviços prestados principalmente às famílias, com altas de 5,2 p.p. e 3,2 p.p., respectivamente. Já o setor com maior declínio em participação foi o mesmo em todas as regiões: Serviços de informação e comunicação. Nos últimos 10 anos, houve redução de 16,6 p.p. na Região Norte, 13,2 p.p. na Nordeste, 6,6 p.p. na Sudeste, 3,8 p.p. na Sul e 12,8 p.p na Centro-Oeste, refletindo uma importante retração dessa atividade, que liderava o ranking em todas as regiões em 2009, com exceção do Sul.

Em relação à ocupação, a Região Sudeste manteve o predomínio da participação regional, com 57,1% do total do pessoal ocupado. É importante ressaltar, entretanto, que houve uma redução de 3,3 p.p. na participação do pessoal ocupado desta região nos últimos 10 anos, contrabalanceada pela expansão de 1,4 p.p. na Região Sul e de 1,1 p.p. na Região Nordeste, que passaram a concentrar, respectivamente, 17,0% e 15,0% da mão-de-obra em 2018.

Em relação aos salários, retiradas e outras remunerações, a diminuição da participação do Sudeste foi ainda maior, com uma perda de 3,7 p.p. em 10 anos. Este resultado ocorreu em oposição a um avanço de 1,9 p.p. do Sul, 1,2 p.p. no Nordeste e 0,7 p.p. no Centro-Oeste. Com relação à distribuição do número de empresas ativas por região de atuação, houve uma redução da participação do Sudeste (3,6 p.p.) em contrapartida a um avanço no Nordeste (1,6 p.p.), Centro-Oeste, (1,5 p.p.), Sul (0,3 p.p.) e Norte (0,2 p.p.).

Já os salários médios sofreram queda nas cinco regiões, no período de dez anos, passando de 2,5 salários mínimos em 2009 para 2,3 salários mínimos em 2018. Apenas o Sudeste apresentou salário superior à média nacional (2,5 s.m.). Já a Região Nordeste foi a que pagou o salário médio mais baixo do país em 2018 (1,7 s.m.).

São Paulo foi responsável por 66,3% da receita dos Serviços no Sudeste

Em 2018, o estado de São Paulo concentrou 66,3% da receita de serviços da região Sudeste. Rio de Janeiro (19,4%), Minas Gerais (11,8%) e Espírito Santo (2,5%) completam este ranking do Sudeste. Em relação a 2009, o estado de São Paulo foi o que mais avançou (2,1 p.p.), enquanto o Rio de Janeiro foi o que apresentou a maior retração (2,0 p.p.).

Na região Sul, o Paraná passou a predominar na geração de receita bruta de serviços, com participação de 38,6%, o que representa um aumento de 2,1 p.p., no período. Já o Rio Grande Sul perdeu o posto de principal estado na região e viu sua participação cair 4,6 p.p., passando a responder por 35,4% do total. Já Santa Catarina respondeu por 26,0% da receita de serviços da região em 2018, com aumento de 2,5 p.p. no período.

No Nordeste, a concentração da receita bruta foi predominante nos Estados do Ceará, de Pernambuco e da Bahia, que somados compuseram 70,3% do total da região. O Ceará foi o estado que mais aumentou sua participação no período de 10 anos, com incremento de 2,1 p.p., enquanto a Bahia reduziu a sua participação em 2,9 p.p.

Já o Centro-Oeste apresentou estrutura produtiva bastante homogênea, com destaque para o Distrito Federal que, mesmo tendo sofrido uma redução de 6,3 p.p. em 10 anos, ainda manteve uma concentração de 36,3% da receita bruta de serviços da região em 2018. A redução de participação do Distrito Federal ocorreu em contraste aos aumentos na representatividade dos outros estados, principalmente do Mato Grosso do Sul, cuja participação cresceu 3,6 p.p. no período. Já os estados de Mato Grosso e Goiás aumentaram suas participações em 1,9 e 0,8 p.p., respectivamente.

A região Norte concentrava sua receita bruta em dois estados: Amazonas (36,4%) e Pará (36,3%). Mesmo com essa grande relevância, o Pará registrou maior perda de participação no total da região no período de 10 anos, com redução de 7,8 p.p. No sentido contrário, o Tocantins foi o que mais ganhou participação no período, com incremento de 3,9 p.p. Os demais estados tiveram variações menores que 2,0 p.p. em relação a 2009.