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Sob pandemia, setor de serviços recua 0,9% em maio

10/07/2020 09h00 | Atualizado em 10/07/2020 18h13

Em maio de 2020, o setor de serviços caiu 0,9% frente a abril, na série com ajuste sazonal, ainda sob efeito da pandemia de Covid-19. É a quarta taxa negativa seguida, período em que acumulou perdas de 19,7%. Na série sem ajuste, em relação a maio de 2019, o volume de serviços recuou 19,5%, a terceira taxa negativa consecutiva e a queda mais intensa desde o início da série histórica, em janeiro de 2012. No acumulado no ano, o setor ficou em -7,6% e, nos últimos 12 meses, recuou 2,7%.

Indicadores da Pesquisa Mensal de Serviços
Brasil - Maio de 2020
Período Variação (%)
Volume Receita Nominal
Maio 20 / Abril 20* -0,9 -0,7
Maio 20 / Maio 19 -19,5 -18,8
Acumulado Janeiro-Maio -7,6 -6,0
Acumulado nos Últimos 12 Meses -2,7 -0,1
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria 
*série com ajuste sazonal

O recuo de 0,9% no volume de serviços, na passagem de abril de 2020 para maio de 2020, foi acompanhado por três das cinco atividades investigadas, com destaque para os setores de serviços de informação e comunicação (-2,5%), que acumula perda de 8,9% nos primeiros cinco meses do ano, e de profissionais, administrativos e complementares (-3,6%), que registrou queda de 20,6% nos últimos oito meses. O outro setor que apresentou resultado negativo nesse mês foi o de outros serviços (-4,6%), registrando a terceira taxa negativa seguida e acumulando uma perda de 12,4% entre março e maio de 2020.

Em sentido oposto, as atividades de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (4,6%) e de serviços prestados às famílias (14,9%) recuperaram apenas pequena parte das perdas registradas nos últimos meses. Enquanto o primeiro setor havia mostrado retração de 25,0% entre março e abril; o segundo apontou queda acumulada de 62,7% nos três meses anteriores.

Ainda na série com ajuste sazonal, a média móvel trimestral para o volume de serviços apontou retração de 6,8% no trimestre encerrado em maio de 2020 frente ao nível do mês anterior, intensificando, assim, o ritmo de queda ante janeiro (-0,1%), fevereiro (-0,4%), março (-2,5%) e abril (-6,5%). Todos as cinco atividades tiveram retração neste mês, com destaque para serviços prestados às famílias (-27,6%), seguido por transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-8,1%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (-6,2%). Os ramos de outros serviços (-4,3%) e informação e comunicação (-2,3%) completam as atividades que apresentaram queda neste indicador. 

Na comparação com igual mês do ano anterior, o volume do setor de serviços, ao recuar 19,5% em maio de 2020, registrou a taxa negativa mais intensa desde o início da série histórica para este tipo de indicador. Todas as cinco atividades de divulgação apresentaram retração e menos de um quarto (22,3%) dos 166 tipos de serviços investigados tiveram crescimento. Entre as atividades, os transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-20,8%) e os serviços prestados às famílias (-61,5%) exerceram as principais influências negativas sobre o volume total de serviços, uma vez que foram fortemente impactados pelas medidas de isolamento social implementadas em todo o território nacional.

Os demais recuos vieram dos serviços profissionais, administrativos e complementares (-21,7%), dos serviços de informação e comunicação (-9,0%) e dos outros serviços (-7,3%).

No acumulado do ano, o setor de serviços recuou 7,6% frente a igual período do ano anterior, com queda em quatro das cinco atividades de divulgação e com expansão em apenas 27,7% dos 166 tipos de serviços investigados. Entre os setores, os serviços prestados às famílias (-31,0%) exerceram a influência negativa mais relevante.

Pesquisa Mensal de Serviços
Indicadores do Volume de Serviços, segundo as atividades de divulgação
Maio 2020 - Variação (%)
Atividades de Divulgação Mês/Mês anterior (1) Mensal (2) Acumulado no ano (3) Últimos 12 meses (4)
MAR ABR MAI MAR ABR MAI JAN-MAR JAN-ABR JAN-MAI Até MAR Até ABR Até MAI
Volume de Serviços - Brasil -6,9 -11,9 -0,9 -2,8 -17,3 -19,5 -0,2 -4,5 -7,6 0,7 -0,6 -2,7
1. Serviços prestados às famílias -31,6 -45,1 14,9 -33,5 -65,3 -61,5 -10,2 -23,6 -31,0 -1,0 -6,6 -12,0
1.1 Serviços de alojamento e alimentação -33,8 -45,2 4,1 -35,9 -68,1 -63,9 -10,7 -24,5 -32,1 -1,1 -6,7 -12,2
1.2 Outros serviços prestados às famílias -19,8 -33,0 1,3 -19,9 -50,6 -49,1 -7,5 -18,6 -24,8 -0,4 -5,7 -10,7
2. Serviços de informação e comunicação -1,5 -2,8 -2,5 -0,2 -4,7 -9,0 0,5 -0,8 -2,5 2,5 2,0 0,8
2.1 Serviços de tecnologia da informação e comunicação (TIC) -0,2 -1,0 -1,7 0,8 -0,7 -5,1 0,9 0,5 -0,6 2,8 2,5 1,5
2.1.1 Telecomunicações -2,3 0,0 -1,0 -4,0 -3,9 -5,2 -3,4 -3,5 -3,9 -1,8 -2,0 -2,3
2.1.2 Serviços de tecnologia da informação 2,0 -2,3 -2,6 9,8 5,7 -4,7 9,4 8,5 5,7 11,9 11,3 9,1
2.2 Serviços audiovisuais -9,1 -22,7 -4,1 -7,9 -32,6 -36,5 -2,6 -10,3 -15,9 1,0 -1,3 -4,2
3. Serviços profissionais, administrativos e complementares -4,3 -10,4 -3,6 -3,7 -17,5 -21,7 -2,4 -6,3 -9,6 0,2 -1,2 -3,1
3.1 Serviços técnico-profissionais 1,3 -4,8 -5,9 3,2 -12,3 -15,4 -0,9 -4,0 -6,4 2,9 1,6 0,5
3.2 Serviços administrativos e complementares -7,4 -10,6 -1,8 -6,0 -19,4 -23,8 -2,9 -7,1 -10,7 -0,7 -2,1 -4,4
4. Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio -8,8 -17,8 4,6 0,4 -21,2 -20,8 1,0 -4,6 -8,0 -1,9 -3,2 -5,3
4.1 Transporte terrestre -10,5 -20,5 6,6 -5,7 -28,4 -24,4 -3,3 -9,6 -12,7 -3,4 -5,4 -8,1
4.2 Transporte aquaviário -0,5 -0,1 -1,7 24,1 16,3 10,6 15,6 15,8 14,7 5,7 7,2 7,8
4.3 Transporte aéreo -27,1 -73,1 9,2 -11,6 -77,1 -76,1 1,6 -16,6 -30,4 -5,4 -9,1 -15,5
4.4 Armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio -1,0 -6,0 1,9 8,3 -4,4 -5,4 4,6 2,3 0,7 -0,2 -0,1 -0,8
5. Outros serviços -1,9 -6,4 -4,6 14,0 0,8 -7,3 11,0 8,4 5,2 7,8 7,8 6,4
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
(1) Base: mês imediatamente anterior - com ajuste sazonal  (2) Base: igual mês do ano anterior
(3) Base: igual período do ano anterior  (4) Base: 12 meses anteriores

RESULTADOS REGIONAIS 

Regionalmente, 16 das 27 unidades da federação assinalaram retração no volume de serviços em maio de 2020, em relação ao mês imediatamente anterior, acompanhando o recuo (-0,9%) observado no Brasil na série ajustada sazonalmente. Os destaques negativos foram São Paulo (-1,5%) e Distrito Federal (-13,9%). Outras pressões negativas relevantes vieram de Minas Gerais (-0,9%) e do Rio de Janeiro (-0,4%). Já os principais resultados positivos vieram do Rio Grande do Sul (5,2%), de Santa Catarina (6,4%) e da Bahia (4,7%).

Na comparação com maio de 2019, o recuo do volume de serviços no Brasil (-19,5%) foi acompanhado por 25 das 27 unidades da federação. A principal influência negativa ficou com São Paulo (-20,2%), seguido por Rio de Janeiro (-17,3%), Minas Gerais (-17,7%) e Rio Grande do Sul (-24,0%). Por outro lado, as únicas contribuições positivas vieram do Mato Grosso (6,3%) e de Rondônia (9,3%). 

 No acumulado do ano, 26 das 27 unidades da federação mostraram retração na receita real de serviços. O principal impacto negativo em termos regionais veio de São Paulo (-7,1%), seguido por Rio de Janeiro (-5,5%), Rio Grande do Sul (-13,7%) e Minas Gerais (-7,8%). Por outro lado, a única contribuição positiva no índice nacional veio de Rondônia (4,1%).

AGREGADO ESPECIAL DE ATIVIDADES TURÍSTICAS

O índice de atividades turísticas apontou expansão de 6,6% na passagem de abril de 2020 para maio de 2020, recuperando uma parcela da queda acumulada entre março e abril (-68,1%), reflexo do impacto das medidas preventivas para combate da pandemia de Covid-19, como o isolamento social, em parte das empresas que compõem as atividades correlatas ao turismo, como transporte aéreo de passageiros, restaurantes e hotéis. Regionalmente, 10 das 12 unidades da federação acompanharam este movimento de expansão observado no Brasil, com destaque para Rio de Janeiro (15,5%), seguido por Minas Gerais (13,5%), Paraná (19,3%) e Santa Catarina (25,4%). 

Na comparação maio de 2020 frente a maio de 2019, o índice de volume de atividades turísticas no Brasil recuou 65,6%, terceira taxa negativa seguida, pressionado, principalmente, pela queda de receita de transporte aéreo, restaurantes, hotéis, rodoviário coletivo de passageiros e serviços de bufê. Em termos regionais, todas as doze unidades da federação onde o indicador é investigado mostraram recuo nos serviços voltados ao turismo, com destaque para São Paulo (-66,1%), seguido por Rio de Janeiro (-60,8%), Minas Gerais (-61,1%), Bahia (-73,0%), Paraná(-62,3%) e Rio Grande do Sul (-71,7%).

No acumulado do ano, o agregado especial de atividades turísticas mostrou retração de 29,9% frente a igual período do ano passado, pressionado, sobretudo, pelos ramos de restaurantes; transporte aéreo; hotéis; rodoviário coletivo de passageiros; e catering, bufê e outros serviços de comida preparada. Regionalmente, todos os doze locais investigados também registraram taxas negativas, com destaque para São Paulo (-31,5%), seguido por Rio de Janeiro (-25,4%), Minas Gerais (-30,2%), Rio Grande do Sul (-35,8%), Paraná (-30,2%) e Bahia (-27,9%).