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IPCA-15 varia 0,02% em junho

25/06/2020 09h00 | Atualizado em 16/07/2020 17h22

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) variou 0,02% em junho, após ter registrado -0,59% em maio. Este é o menor resultado para um mês de junho desde 2006, quando a taxa foi de -0,15%. O IPCA-E, que é a taxa acumulada no trimestre, ficou em -0,58%, abaixo da taxa de 1,13% registrada no mesmo período de 2019 e menor resultado desse indicador desde setembro de 1998, quando a taxa foi de -0,92%. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 0,37% e, em 12 meses, de 1,92%, abaixo dos 1,96% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2019, a taxa foi de 0,06%.

Período TAXA
Junho de 2020 0,02%
Maio de 2020 -0,59%
Junho de 2019 0,06%
Acumulado no trimestre (IPCA-E) -0,58%
Acumulado no ano 0,37%
Acumulado nos 12 meses 1,92%


Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, cinco apresentaram deflação em maio. Os Transportes registraram a menor variação (-0,71%) e o maior impacto negativo no índice do mês, com -0,14 ponto percentual (p.p.). No lado das altas, o destaque ficou mais uma vez com Alimentação e bebidas (0,47%), que apresentou variação próxima ao resultado de maio (0,46%) e impacto de 0,09 p.p. A maior variação no índice do mês ficou com o grupo de Artigos de residência (1,36%), contribuindo com impacto de 0,05 p.p. Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,15% em Vestuário e a alta de 0,66% em Comunicação.

IPCA-15 e IPCA-E - Variação e impacto nos grupos    
Grupo Variação Mensal (%) Impacto
(p.p.)
Variação Acumulada (%)
Abril Maio Junho Junho Trimestre 12 meses
Índice Geral -0,01 -0,59 0,02 0,02 -0,58 1,92
Alimentação e Bebidas 2,46 0,46 0,47 0,09 3,42 7,58
Habitação 0,12 -0,27 -0,07 -0,01 -0,22 1,83
Artigos de Residência -3,19 0,45 1,36 0,05 -1,43 -2,05
Vestuário 0,01 -0,20 -0,15 -0,01 -0,34 -0,07
Transportes -1,47 -3,15 -0,71 -0,14 -5,25 -4,55
Saúde e Cuidados Pessoais -0,32 -0,13 -0,01 0,00 -0,46 1,82
Despesas Pessoais -0,28 -0,09 -0,03 0,00 -0,40 3,60
Educação -0,01 0,01 0,03 0,00 0,03 4,97
Comunicação -0,30 0,22 0,66 0,04 0,58 2,12
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional
 de Índices de Preços ao Consumidor.     

A queda de 0,71% nos Transportes foi influenciada, principalmente, pelo resultado das passagens aéreas (-26,08%), que apresentaram o maior impacto individual negativo no IPCA-15 de junho (-0,12 p.p.). Todas as áreas pesquisadas apresentaram queda de preços, que foram desde os -34,37% em Belém até os -15,85% em Fortaleza. Cabe ressaltar que a metodologia do subitem passagem aérea estabelece que a coleta seja realizada com cerca de dois meses de antecedência, ou seja, a variação observada no índice do mês reflete preços coletados em abril para viagens em junho (comparados com preços coletados em março para viagens em maio).

Os preços dos combustíveis (-0,34% e -0,02 p.p.) caíram pelo quarto mês consecutivo. A gasolina apresentou queda de 0,17%, após variação de -8,51% no índice de maio. Adicionalmente, o óleo diesel (-4,39%) e o etanol (-0,49%) também registraram queda de preços. Por outro lado, o gás veicular, que havia caído 1,21% em maio, apresentou alta de 0,84% no IPCA-15 de junho. 

Ainda em Transportes, o seguro voluntário de veículo registrou queda de 2,27% e contribuiu com -0,02 p.p. no índice do mês. Ademais, a variação negativa no subitem táxi (-0,38%) deve-se ao resultado do Rio de Janeiro (-1,69%), onde houve o cancelamento, a partir de 22 de maio, do reajuste ocorrido no mês de janeiro deste ano. Cabe ainda destacar a variação de 0,35% no subitem metrô, reflexo do reajuste de 8,69% no preço da passagem no Rio de Janeiro (1,30%) a partir de 11 de junho.  

No grupo Habitação (-0,07%), a maior contribuição negativa (-0,02 p.p.) veio da energia elétrica (-0,48%). Vale lembrar que, no dia 26 de maio, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) anunciou que irá manter a bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz, até o final deste ano. As áreas variaram entre os -2,30% de Porto Alegre e os 0,32% de Salvador. O subitem gás encanado (-0,50%) reflete as reduções de 2,60% nas tarifas do Rio de Janeiro (-1,41%), vigente desde 1º de maio e de 2,00% nas tarifas de São Paulo (-0,14%) a partir de 31 de maio. Por fim, destaca-se que a variação positiva no item taxa de água e esgoto (0,11%) decorre do reajuste médio de 5,34% ocorrido em Brasília (2,50%) em 1º de junho. 

Alimentação e bebidas (0,47%) foi o grupo com o maior impacto positivo no IPCA-15 de junho. Esta alta foi influenciada principalmente pelo comportamento dos alimentos para consumo no domicílio, que subiram 0,56% em junho. A batata-inglesa registrou alta de 16,84% e 0,04 p.p. de impacto. Outros itens de destaque foram as carnes (1,08%), a cebola (14,05%) e o feijão-carioca (9,38%). Por outro lado, os preços do tomate (-12,36%), da cenoura (-12,05%) e das frutas (-0,80%) acentuaram a queda em relação ao mês anterior (-3,40%, -6,41% e -0,46%, respectivamente). 

A alimentação fora do domicílio acelerou de maio (0,13%) para junho (0,26%), especialmente por conta do item lanche (0,82%), cujos preços haviam subido 0,64% no mês anterior. 

A maior variação positiva no índice do mês veio do grupo Artigos de residência (1,36%), que já havia apresentado alta de 0,45% no IPCA-15 de maio. Os itens de tv, som e informática, que já haviam subido 2,81% em maio, registraram alta de 5,29% e contribuíram com 0,04 p.p. no índice do mês. Seguindo a mesma trajetória, os eletrodomésticos e equipamentos apresentaram aceleração de 0,89% em maio para 3,36% em junho. Por outro lado, os itens de mobiliário acentuaram a queda de preços (de -1,82% em maio para -2,32% em junho) e contribuíram com -0,02 p.p. de impacto. 

No que diz respeito aos índices regionais, quatro das onze regiões pesquisadas apresentaram deflação em junho, conforme mostra a tabela a seguir. O maior índice foi observado na região metropolitana do Rio de Janeiro (0,27%), principalmente por conta da alta de alguns itens alimentícios, como as carnes (4,35%) e a batata-inglesa (24,71%). Já o menor resultado foi registrado na região metropolitana de Belém (-0,20%), por conta do recuo nos preços das passagens aéreas (-34,37%).  

IPCA-15 e IPCA-E - Variação nas regiões   
Região Peso Regional (%) Variação Mensal (%)  Variação Acumulada (%) 
Abril Maio Junho Trimestre 12 Meses
Rio de Janeiro 9,77 0,61 -0,39 0,27 0,49 2,22
Goiânia 4,96 -0,52 -0,81 0,13 -1,20 1,08
Brasília 4,84 -0,40 -0,66 0,10 -0,96 1,00
Porto Alegre 8,61 -0,04 -0,69 0,07 -0,66 1,64
Recife 4,71 0,17 -0,35 0,06 -0,12 1,83
Salvador 7,19 0,09 -0,54 0,05 -0,40 1,79
São Paulo 33,45 -0,05 -0,52 0,00 -0,57 2,28
Curitiba 8,09 -0,21 -1,12 -0,08 -1,41 1,12
Belo Horizonte 10,04 0,00 -0,70 -0,09 -0,79 1,88
Fortaleza 3,88 0,02 -0,23 -0,17 -0,38 2,55
Belém 4,46 -0,16 -0,53 -0,20 -0,89 2,66
Brasil 100,00 -0,01 -0,59 0,02 -0,58 1,92
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.   

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 15 de maio a 15 de junho de 2020 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 15 de abril a 14 de maio de 2020 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.