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PIA Empresa: 309 mil empresas industriais ocupavam 7,7 milhões de pessoas e tiveram receita líquida de R$ 3,4 trilhões em 2018

18/06/2020 10h00 | Atualizado em 16/07/2020 17h22

Em 2018, 309,0 mil empresas ativas ocuparam 7,7 milhões de pessoas e pagaram um total de R$ 308,0 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações. A receita líquida de vendas apurada pelo setor foi de R$ 3,4 trilhões.

Em 2018, o faturamento bruto total das empresas industriais foi de R$ 4,8 trilhões. Desse montante, 77,8% foram oriundos da venda de produtos e serviços industriais, um aumento de participação em relação a 2009 (74,7%).

O segmento de fabricação e produtos alimentícios, que já tinha a maior fatia de receita líquida de vendas em 2009 (18,2%), teve um aumento de 3,5 pontos percentuais, passando a 21,7% em 2018.

Ente 2009 e 2018, o setor industrial teve uma queda na ocupação de 2,3%, puxada pela perda de 203,2 mil empregos nas indústrias de transformação.

As atividades das indústrias de transformação que tiveram maior aumento no número de pessoas ocupadas entre 2009 e 2018 foram Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (27,9%); Fabricação de bebidas (28,1%); e Fabricação de produtos alimentícios (15,5%). As maiores quedas foram na Fabricação de produtos de madeira (-21,0%), na Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-17,7%) e na Confecção de artigos do vestuário e acessórios (-18,6%).

Entre os setores da produção industrial, a Fabricação de produtos alimentícios detém 22,8% do total de pessoal ocupado, seguida pela Confecção de artigos do vestuário e acessórios, que detém um percentual de 7,8%.

Em 2018, o empregado das indústrias extrativas gerou, em média, R$ 678,2 mil, enquanto o das indústrias de transformação gerou R$ 163,1 mil.

A Extração de petróleo e gás natural se destaca tanto como segmento de maior nível salarial mensal em 2018 (25,2 salários mínimos), quanto como o de maior crescimento em relação a 2009 (18,6 s.m.).

Em 2018, as oito maiores empresas do setor industrial eram responsáveis por 24,2% do VTI nacional.

De 2009 a 2018, a participação das Indústrias extrativas na geração de valor no total da Indústria passou de 9,6% para 14,7%.

Mesmo com perda de participação em dez anos, o Sudeste ainda concentrava 58,3% do VTI nacional em 2018

Essas são algumas das informações da Pesquisa Industrial Anual – PIA Empresa 2018.

 Em 2018, valor da transformação industrial foi de R$ 1,4 trilhão

O universo da pesquisa, formado por empresas industriais com uma ou mais pessoas ocupadas, englobou 309,0 mil empresas ativas em 2018, que ocuparam 7,7 milhões de pessoas e pagaram um total de R$ 308,0 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações. Em termos de faturamento, a receita líquida de vendas apurada pelo setor foi de R$ 3,4 trilhões. Desse universo de empresas, 303,1 mil eram indústrias de transformação e 5,9 mil, indústrias extrativas.

A atividade industrial gerou R$ 1,4 trilhão de valor da transformação industrial (VTI), que é a diferença entre o valor bruto da produção industrial (R$ 3,1 trilhões) e os custos das operações industriais (R$ 1,7 trilhão). Desse montante, 90,6% (R$ 2,9 trilhões) foram oriundos das indústrias de transformação.

Faturamento bruto total das empresas industriais foi de R$ 4,8 trilhões em 2018

Em 2018, o faturamento bruto total das empresas industriais – que inclui a atividade industrial e outras atividades, como revenda de mercadorias, prestação de serviços não industriais, aluguel de imóveis etc. – foi de R$ 4,8 trilhões. Desse montante, 77,8% foram oriundos da venda de produtos e serviços industriais, um aumento de participação em relação a 2009 (74,7%). A receita das atividades não industriais também aumentou de participação, de 6,5% em 2009 para 8,6% em 2018. As demais receitas (aluguéis, juros de operações financeiras etc.) passaram por uma redução de participação no período, de 18,8% para 13,6%. A receita líquida de vendas, apurada subtraindo-se impostos, vendas canceladas e descontos incondicionais da receita bruta, foi de R$ 3,4 trilhões em 2018. Desse total, 67,8% se concentravam em grandes empresas (com 500 ou mais pessoas ocupadas).

Indústria alimentícia passou de 18,2% a 21,7% de participação na receita líquida de vendas em dez anos

Em dez anos, as indústrias extrativas tiveram aumento de 2,6 pontos percentuais (p.p.) na participação na receita líquida de vendas, chegando a 5,7% do total em 2018. A extração de petróleo e gás natural (1,6 p.p.) e a extração de minerais metálicos (1,1 p.p.) foram os principais destaques do setor. Entre as indústrias de transformação, o segmento de fabricação e produtos alimentícios, que já tinha a maior fatia de receita líquida de vendas em 2009 (18,2%), teve um aumento de 3,5 p.p., passando a 21,7% em 2018.

Esse crescimento foi compensado por uma redução na maioria dos demais segmentos que compõem as indústrias de transformação, com destaque para a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, que registrou a maior variação negativa de participação na receita líquida de vendas de toda a indústria (-2,7 p.p. em 10 anos), passando de 12,0% para 9,3%.

Puxada pela indústria de transformação, ocupação no setor industrial caiu 2,3% em dez anos

A atividade industrial empregou cerca de 7,7 milhões de pessoas em 2018. Entre 2009 e 2019, as indústrias de transformação, responsáveis por 97,6% do pessoal ocupado na indústria, perderam 203,2 mil empregos, o que provocou uma queda de 2,3% no número total de empregos da indústria.

As atividades das indústrias de transformação que tiveram maior crescimento no número de pessoas ocupadas entre 2009 e 2018 foram: Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (27,9%); Fabricação de bebidas (28,1%); e Fabricação de produtos alimentícios (15,5%). As maiores quedas apareceram na Fabricação de produtos de madeira (-21,0%), na Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-17,7%) e na Confecção de artigos do vestuário e acessórios (-18,6%).

No âmbito das Indústrias extrativas, destaca-se a atividade de Extração de petróleo e gás natural, que registrou, em 2018, um valor sete vezes maior que em 2009, enquanto a redução mais expressiva foi na Extração de carvão mineral (-33,5%).

Um em cada cinco empregados da indústria trabalhava na fabricação de alimentos em 2018

Entre os setores da produção industrial, a Fabricação de produtos alimentícios detém 22,8% do total de pessoal ocupado, seguida pela Confecção de artigos do vestuário e acessórios, que detém um percentual de 7,8%. Destacam-se, também, como maiores empregadoras, as atividades de Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias e de Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, empregando 5,8% e 5,7% do total, respectivamente, e a Fabricação de produtos de borracha e de material plástico, com 5,2%.

As Indústrias extrativas registraram, em 2018, cerca de 187,6 mil pessoas ocupadas (2,4% do total apurado na PIA-Empresa), que estão concentradas na Extração de minerais metálicos (43,3%) e na Extração de minerais não metálicos (40,6%).

Empregado das indústrias extrativas gerava, em média, R$ 678,2 mil em 2018

Analisando-se a produtividade do trabalho – a razão entre o valor da transformação industrial e o número de pessoas ocupadas – as indústrias extrativas, em 2009, eram 2,4 vezes mais produtivas do que as de transformação. Essa razão passou a 4,2 vezes em 2018, ano em que o empregado das indústrias extrativas gerou, em média, R$ 678,2 mil, enquanto o das indústrias de transformação gerou R$ 163,1 mil.

Extração de petróleo e gás natural pagava, em média, 25,2 salários mínimos mensais em 2018

A indústria em geral apresentou uma redução do salário mensal, mensurado em termos de salários mínimos (s.m.), de 3,5 s.m. para 3,2 s.m. no decorrer desses dez anos. No mesmo período, ocorreu uma redução de 0,6 s.m. nas indústrias extrativas (de 5,4 s.m. para 4,8 s.m.) e de 0,2 s.m. nas indústrias de transformação (de 3,4 s.m. para 3,2 s.m.).

A Extração de petróleo e gás natural se destaca tanto como segmento de maior nível salarial mensal em 2018 (25,2 s.m.), quanto como o de maior crescimento em relação a 2009 (quando era de 18,6 s.m.), sendo o único setor com aumento do salário médio mensal nas indústrias extrativas. Nas indústrias de transformação, as atividades com maiores médias salariais foram as de Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (8,6 s.m.) e de Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (7,1 s.m.).

Porte médio das empresas de extração de petróleo e gás natural triplicou em dez anos

Em 2018, o porte médio das empresas industriais era de 25 pessoas ocupadas. Nas Indústrias extrativas, houve destaque para a Extração de petróleo e gás natural, que, além de ter registrado um aumento expressivo no número de pessoas ocupadas, na produtividade do trabalho e no salário médio mensal, também apresentou um crescimento expressivo no porte médio de suas empresas: em 2018, foi estimada uma média de 77 pessoas em cada empresa, cerca de três vezes maior que aquela registrada em 2009.

Já nas Indústrias de transformação, 16 dos seus 24 segmentos registraram queda no porte médio. Em 2018, entre as atividades que compõem esse setor, a Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis figura como tendo o maior porte médio, de 554 pessoas por empresa, seguida pela Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (215 pessoas) e pela Fabricação de produtos do fumo (109 pessoas).

Oito maiores empresas do setor industrial geram 24,2% do VTI nacional

O nível de concentração na indústria é medido pela “razão de concentração de ordem 8” (R8), índice que mede o percentual do valor da transformação industrial correspondente ao gerado pelas oito maiores empresas do setor. O nível de R8 das empresas industriais subiu de 21,4% em 2009 para 24,2% em 2018. Nas indústrias extrativas, esse aumento foi de 67,7% para 74,0% e, nas de transformação, de 20,4% para 22,3%.

Entre as atividades das indústrias extrativas, a Extração de petróleo e gás natural teve uma redução significativa na concentração, de 98,8% em 2009 para 88,8% em 2018, enquanto as demais tiveram aumento de concentração no período. Já entre as indústrias de transformação, apenas cinco de seus 24 segmentos registraram um R8 maior que 50%, com destaque para a Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (93,1%).

Em dez anos, participação das indústrias extrativas no VTI aumentou de 9,6% para 14,7%

A composição do valor da transformação industrial mostrou que, entre 2009 e 2018, as Indústrias extrativas ampliaram sua importância na geração de valor no total da Indústria, passando de 9,6% para 14,7% de participação, registrando o maior índice da série, iniciada em 2007, com o lançamento da Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE 2.0. Mesmo sofrendo uma redução nesse período, as Indústrias de transformação mantiveram sua participação predominante em 2018 (85,3%).

Entre as Indústrias extrativas, as atividades que mais avançaram nesses 10 anos foram a Extração de minerais metálicos (3,9 p.p.) e a Extração de petróleo e gás natural (3,7 p.p.), registrando, em 2018, uma participação de 40,1% e 50,9%, respectivamente.

Já nas Indústrias de transformação, a Fabricação de produtos alimentícios foi o setor mais relevante em valor agregado, correspondendo a 18,3% do valor da transformação industrial e tendo elevado a sua participação em 2,6 p.p. em 10 anos.

Sudeste concentra 58,3% do VTI nacional

No âmbito regional, a Região Sudeste concentrou 58,3% do valor da transformação industrial, em 2018, liderando o ranking de produção no país, seguida das Regiões Sul (19,0%), Nordeste (10,3%), Norte (6,9%) e Centro-Oeste (5,5%). Embora permaneça na liderança no ranking regional, a Região Sudeste apresentou recuo de 2,4 p.p. na comparação com 2009. O deslocamento produtivo observado se dirigiu, em especial, à Região Centro-Oeste (avanço de 1,0 p.p.) e à Região Norte (aumento de 0,9 p.p.).

De 2009 a 2018, participação de São Paulo na produção regional caiu 5,2 p. p.

No Sudeste, São Paulo, que, em 2018, concentrou 57,2% da produção da Região, recuou em 5,2 p.p. na comparação com 2009. Esse movimento pode guardar relação com o desempenho de sua indústria automotiva, que recuou cerca de 4,7 p.p. nesse período e saiu da primeira para a quarta posição no ranking daquele Estado. Já Minas Gerais (19,1%) aparece como o destaque positivo, com avanço de 2,3 p.p. de participação na Região em uma década, impulsionado, sobretudo, pela expansão da Extração de minerais metálicos e da Metalurgia.

Além da Fabricação de produtos alimentícios, que corresponde a 12,3% do valor da transformação industrial da Região, destaca-se a cadeia formada pela Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (13,5% da Região) e pela Extração de petróleo e gás natural (11,5%), as quais são desenvolvidas notadamente no Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo.

Apenas Santa Catarina apresentou aumento de participação no Sul em dez anos

A estrutura produtiva da Região Sul, em 2018, apresentou homogeneidade na distribuição entre as Unidades da Federação e preservou o ranking em relação a 2009, O Paraná representou 36,6% do valor da transformação industrial da Região, seguido do Rio Grande do Sul (36,5%) e Santa Catarina (26,9%), sendo este o único a apresentar evolução no período de 10 anos (2,0 p.p.). A região se destaca pela Fabricação de produtos alimentícios, responsável por 22,6% do valor da transformação industrial regional.

Pernambuco e Maranhão ganharam participação em dez anos

A Região Nordeste avançou 0,5 p.p., entre 2009 e 2018, e apresentou mudanças estruturais importantes na composição do valor da transformação industrial. Destaca-se o avanço de 4,5 p.p. de Pernambuco, impulsionado pelo surgimento de atividades antes não tradicionais ali, em especial aquelas associadas à cadeia automotiva e ao complexo de biocombustíveis e refino de petróleo. O Maranhão apresentou aumento de 3,0 p.p., com destaque para o surgimento de novas plantas de papel e celulose. Porém, a concentração permaneceu alta, com Bahia (42,1%), Pernambuco (20,0%) e Ceará (13,9%) perfazendo mais de ¾ da produção regional.

Três atividades concentram 43,5% da produção nordestina: refino de petróleo e produção de biocombustíveis (desenvolvidas principalmente no Rio Grande do Norte, Pernambuco e Bahia); indústria alimentícia (listada como uma das três principais em todos os Estados da Região); e química (na qual Alagoas, Sergipe e Bahia são os principais expoentes).

Pará assumiu liderança do ranking no Norte, ganhando 19,1 p. p. em dez anos

A Região Norte avançou 0,9 p.p. na participação do valor da transformação industrial da indústria brasileira entre 2009 e 2018. Destaca-se o avanço em 19,1 p.p. do Pará, fazendo com que esse estado passasse a liderar o ranking da Região com 49,9% do valor da transformação industrial, em detrimento do Amazonas, que caiu para a segunda posição. Juntas, as duas unidades da Federação concentram 94,4% da produção regional.

As três principais atividades da região concentram 59,6% do valor da transformação industrial. Além da Extração de minerais metálicos, que correspondeu a 79,8% da produção do Pará, ocupou papel de destaque a produção de eletrônicos, respondendo por 25,5% da produção do Amazonas. O terceiro lugar coube à indústria de bebidas, que abrangeu 17,1% desse mesmo Estado e 4,5% do valor da transformação industrial rondoniense.

Mato Grosso do Sul superou Mato Grosso com ganho de 12,1 p. p. em dez anos

O Centro-Oeste foi responsável pela maior evolução em termos de composição nacional do valor da transformação industrial em 10 anos (1,0 p.p.). Destaca-se Mato Grosso do Sul (27,3%), único estado da Região a demonstrar avanço da participação na comparação entre 2009 e 2018 (12,1 p.p.), superando Mato Grosso no ranking estadual (23,7% do valor da transformação industrial regional). A região apresentou forte concentração produtiva nas suas três principais atividades, que juntas agregaram 62,9% do valor da transformação industrial regional, capitaneadas pela indústria alimentícia.