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Conta-Satélite de Saúde: em 2017, 9,2% do PIB foram gastos no consumo de bens e serviços de saúde

20/12/2019 10h00 | Atualizado em 20/12/2019 15h49

As despesas com o consumo final de bens e serviços de saúde no Brasil atingiram R$ 608,3 bilhões em 2017, correspondendo a 9,2% do PIB. Desse total, R$ 253,7 bilhões (3,9% do PIB) foram despesas de consumo do governo e R$ 354,6 bilhões (5,4% do PIB) despesas de famílias e instituições sem fins de lucro a serviço das famílias.

A despesa per capita com o consumo de bens e serviços de saúde, em 2017, foi de
R$ 1.714,6 para famílias e instituições sem fins de lucro a serviço das famílias e
de R$ 1.226,8 para o governo. O principal gasto das famílias com saúde foi com serviços de saúde privada - que incluem despesas com médicos e planos de saúde, por exemplo - chegando a 3,5% do PIB (R$ 231,0 bilhões). Na despesa de consumo final do governo, o principal item foi a saúde pública, com 3,1% do PIB (R$ 201,6 bilhões).

A participação das atividades de saúde no Valor Adicionado Bruto (VAB) era de 6,1% (R$ 202,3 bilhões) em 2010 e foi para 7,6% (R$ 429,2 bilhões) em 2017. O maior aumento de participação ocorreu na saúde privada, que passou de 2,1% do VAB total da economia, em 2010, para 3,0%, em 2017.

 A publicação Conta-Satélite de Saúde 2010-2017 sistematiza informações sobre consumo e comércio exterior de bens e serviços de saúde e sobre valor adicionado e postos de trabalho em atividades de saúde. Acesse o material de apoio e a publicação completa para mais informações.

Entre 2010 e 2017, a participação do consumo de bens e serviços de saúde na economia aumentou de 8,0% para 9,2% do PIB

Em 2017, o consumo final de bens e serviços de saúde no Brasil foi de R$ 608,3 bilhões. Desse total, R$ 253,7 bilhões (3,9% do PIB) foram despesas de consumo do governo, que equivaliam a R$ 1.226,8 per capita, e R$ 354,6 bilhões (5,4% do PIB) despesas de famílias e instituições sem fins de lucro a serviço das famílias (ISFLSF), que equivaliam a R$ 1.714,6 per capita.

Entre 2010 e 2017, a participação do consumo desses bens e serviços na economia aumentou de 8,0% para 9,2%. O aumento foi mais evidente no final do período, indicando que em momentos de retração ou de baixo crescimento econômico o consumo de bens e serviços de saúde tende a cair menos que o de outros produtos e serviços.

O consumo de bens e serviços de saúde cresceu entre 2010 e 2015. Em 2016, no entanto, houve queda em volume (-1,5%), ainda que em valor corrente as despesas tenham aumentado 6,8%. Em 2017, o crescimento em volume foi de 0,6%, com aumento de 4,3% em valores correntes.

Despesas com bens e serviços de saúde representaram 19,2% do consumo final do governo em 2017

Em 2017, os serviços de saúde e medicamentos custeados pelo governo respondiam por 19,2% do total de bens e serviços fornecidos à população, que incluem os serviços de saúde, educação e a administração pública.

Na despesa de consumo do governo com saúde, o principal item foi a saúde pública, que representou 79,5% (R$ 201,6 bilhões) do total das despesas do governo com saúde. A despesa com saúde privada (serviços adquiridos de estabelecimentos privados) correspondeu a 17,2% (R$ 43,6 bilhões), e com medicamentos, 3,3% (8,4 bilhões) do total dessas despesas.

Na distribuição da despesa de consumo do governo, a principal modificação entre 2010 e 2017 foi o aumento das despesas com a prestação de serviços de saúde pública como proporção do PIB. Esse percentual passa de 2,7% do PIB em 2010 para 3,1% em 2017. No caso dos medicamentos, o percentual passou de 0,2% para 0,1%.

A variação em volume do consumo de bens e serviços de saúde do governo somente não superou o de produtos não-saúde nos anos de 2012 e 2016. Em 2017, enquanto o consumo de serviços de saúde cresceu 2,3% em volume, o consumo não-saúde caiu -1,3%.

Mais de 65% das despesas das famílias com saúde são com serviços privados

No caso das famílias, as despesas com consumo de bens e serviços de saúde representaram 8,3% do total de seu consumo final. O principal gasto das famílias com saúde foi com serviços de saúde privada, que em 2017 respondiam por 66,8% do total das despesas de saúde, alcançando R$ 231,0 bilhões. Já os gastos com medicamentos totalizaram R$ 103,5 bilhões, correspondendo a 29,9% do total dessas despesas.

Em relação ao PIB, a despesa das famílias com medicamentos se manteve estável entre 2010 e 2017, representando cerca de 1,5%, enquanto o consumo de serviços de saúde privados avançou de 2,5% para 3,5% do PIB.

Em 2017, enquanto o consumo de serviços de saúde pelas famílias caiu 0,7% em volume, o consumo de serviços não-saúde cresceu 2,3%. De 2014 a 2016, a variação em volume do consumo de serviços de saúde pelas famílias superou a variação em volume dos bens e serviços não-saúde.

Tabela 3 - Consumo final, em percentual do PIB, por setor institucional, segundo os produtos - Brasil - 2010-2017
Produtos Consumo final, em percentual do PIB,
por setor institucional (%)
2010 2011 2012 2013 2014 2015
Famílias
Total 4,3 4,2 4,4 4,5 4,8 5,1
Medicamentos para uso humano 1,6 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5
Preparações farmacêuticas 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Aparelhos e instrumentos para uso médico e
odontológico
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Outros materiais para uso médico, odontológico e óptico, inclusive prótese 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,2
Saúde privada 2,5 2,6 2,7 2,9 3,1 3,4
Governo
Total 3,6 3,5 3,4 3,6 3,7 3,9
Medicamentos para uso humano 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2
Saúde pública 2,7 2,7 2,6 2,8 3,0 3,1
Saúde privada 0,7 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6
Instituições sem fins de lucro a serviço das famílias
Total 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1
Saúde privada 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.

Atividades de saúde são 7,6% do Valor Adicionado Bruto em 2017

A participação das atividades de saúde no Valor Adicionado Bruto (VAB) era de 6,1% (R$ 202,3 bilhões) em 2010 e foi para 7,6% (R$ 429,2 bilhões) em 2017. O maior aumento de participação ocorreu na saúde privada, que passou de 2,1% do VAB total da economia, em 2010, para 3,0%, em 2017.

Em uma comparação das atividades relacionadas à saúde com o restante da economia, em 2017, as atividades de saúde cresceram 0,8% enquanto as de não saúde cresceram 1,3%.

Entre 2011 e 2017, a variação acumulada em volume da saúde foi de 11,5%, contra 3,2% para o restante da economia (não saúde).

Remunerações na saúde superam média da economia

As atividades relacionadas à saúde aumentaram sua participação no total de postos de trabalho entre 2010 e 2017, passando de 5,3% para 7,1% do total das ocupações. Em 2017, as remunerações do setor de saúde respondiam por 9,6% do total das remunerações da economia. As remunerações no setor também estão acima da média da economia, com um rendimento médio anual de R$ 43,8 mil em 2017 contra R$ 33,4 mil das atividades não-saúde.