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Em fevereiro, IBGE prevê alta de 1,0% na safra de grãos de 2019

12/03/2019 09h00 | Atualizado em 12/03/2019 09h37

Em fevereiro, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas para 2019 foi estimada em 228,8 milhões de toneladas, 1,0% superior a 2018 (mais 2,3 milhões de toneladas) e 0,8% inferior a janeiro (menos 1,9 milhão de toneladas). A estimativa da área a ser colhida foi de 61,9 milhões de hectares, aumento de 1,7% frente a 2018 (mais 1,0 milhão de hectares) e queda de 0,3% em relação a janeiro (menos 187,7 mil hectares).

Estimativa de fevereiro para 2019 228,8 milhões de toneladas
Variação safra 2019 / safra 2018 1,0% (2,3 milhões de toneladas)
Variação safra 2019 / 1ª estimativa 2019 -0,8% (-1,9 milhões de toneladas)

O arroz, o milho e a soja representaram 93,3% da estimativa da produção e responderam por 87,3% da área a ser colhida. Em relação a 2018, houve aumento de 3,3% na área do milho, 1,7% na área da soja e queda de 9,4% na área de arroz. Já na produção, ocorreram quedas de 3,8% para a soja, de 10,9% para o arroz e aumento de 9,8% para o milho. Entre as Unidades da Federação, Mato Grosso lidera a produção nacional de grãos, com uma participação de 26,2%, seguido pelo Paraná (16,0%), Rio Grande do Sul (14,6%), Goiás (9,6%), Mato Grosso do Sul (8,2%) e Minas Gerais (5,9%). Somados, esses seis estados representaram 80,5% do total nacional. O material de apoio do LSPA está nesta página.

A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste (101,6 milhões de toneladas); Sul (76,4 milhões de toneladas); Sudeste (23,1 milhões de toneladas); Nordeste (18,8 milhões de toneladas) e Norte (8,9 milhões de toneladas). Em relação a 2018, houve aumentos na Região Centro-Oeste (0,6%), na Região Sul (2,6%) e na Região Sudeste (0,8%), de estabilidade na Região Norte (0,0%) e queda na Região Nordeste (-1,9%).

Destaques na estimativa de fevereiro de 2019 em relação a janeiro

Em fevereiro, frente a janeiro, destacam-se as variações das estimativas de produção de: feijão 2ª safra (4,5%), algodão herbáceo (3,7%), uva (3,5%), milho 2ª safra (0,3%), feijão 3ª safra (0,2%), milho 1ª safra (-1,0%), soja (-1,2%), feijão 1ª safra (-3,3%) e arroz (-6,2%).

Com relação à variação absoluta, os destaques positivos foram o milho 2ª safra (202.522 t), o algodão herbáceo (199.760 t), o feijão 2ª safra (50.377 t), a uva (47.861 t) e o feijão 3ª safra (1.110 t). Os destaques negativos foram soja (-1.328.038 t), arroz (-696.033 t), milho 1ª safra (-269.465 t) e ao feijão 1ª safra (-3.313 t).

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – A estimativa da produção de algodão foi de 5,6 milhões de toneladas, aumento de 3,7% em relação ao janeiro, recorde da série histórica do IBGE. A Bahia informou um crescimento de 18,6% na produção. As lavouras chegaram a ser prejudicadas pela falta de chuva, contudo, o retorno proporcionou uma recuperação da produtividade em fevereiro. A produção estimada do estado alcançou 1,3 milhão toneladas, correspondendo a 22,7% da safra a ser colhida pelo país este ano.

No Mato Grosso, a estimativa da produção foi de 3,7 milhões de toneladas, representando 67,2% de todo algodão a ser colhido pelo país em 2019. Em relação ao ano anterior, a estimativa da produção de algodão encontra-se 13,0% maior, devido ao crescimento de 22,1% da área a ser plantada. No Maranhão e no Piauí, as estimativas de produção encontram-se 25,2% e 106,1% maiores, respectivamente, devendo a produção alcançar 114,8 e 51,4 mil toneladas.

ARROZ (em casca) – A estimativa da produção caiu 6,2% em relação ao mês anterior, correspondendo a uma redução de 696,0 mil toneladas. Houve quedas de 2,1% na área plantada, de 3,0% na área a ser colhida e de 3,3% no rendimento médio. A produção deve alcançar 10,5 milhões de toneladas. No Rio Grande do Sul, maior produtor brasileiro (69,8% do total nacional), a estimativa da produção caiu 8,2% em relação a janeiro. Nos últimos anos, em virtude dos preços pouco compensadores, têm-se verificado, no Rio Grande do Sul, redução da área plantada com arroz irrigado em função do aumento do plantio de soja. A rotação dessas culturas melhora o solo e favorece o rendimento médio de ambas.

FEIJÃO (em grão) – A produção estimada, considerando-se as três safras do produto, foi de 2,9 milhões de toneladas, aumento de 0,3% em relação a janeiro. Em relação à safra de 2018, a produção total deverá ser 1,2% menor. A 1ª safra de feijão foi estimada em 1,3 milhão de toneladas, redução de 3,3% frente ao mês anterior, o que representou 43.313 toneladas a menos. Os destaques negativos ficaram com o Paraná e Goiás.

A produção paranaense foi estimada em 248,3 mil toneladas, redução de 4,6% (12.053 toneladas), devido ao forte calor e à irregularidade das chuvas. A produção goiana foi reduzida em 10,1%, devendo alcançar 96,9 mil toneladas, com a área colhida (-2,2%) e o rendimento médio (-8,1%). A comparação anual, para a 1ª safra, mostra uma redução de 16,9% na produção. Estados produtores importantes reduziram suas estimativas de produção, entre eles: Bahia (-32,2%), Minas Gerais (-8,8%), São Paulo (-33,3%), Paraná (-19,4%), Rio Grande do Sul (-9,8%) e Goiás (-27,9%).

A 2ª safra de feijão foi estimada com alta de 4,5% (50.377 toneladas) frente à última estimativa. O Paraná, que foi o maior responsável por esse crescimento, teve um aumento de 17,7% (60.198 toneladas). A estimativa de produção para a 2ª safra foi 17,3% superior a 2018. A Região Nordeste teve influência nesse resultado, com crescimento de 101,0%, em decorrência dos aumentos nas estimativas de produção de Pernambuco (44,3%), Alagoas (154,2%), Sergipe (339,6%), Paraíba (38,5%), Ceará (35,2%) e Bahia (248,3%). O Paraná também contribuiu, tendo estimado altas de 45,4% na produção e de 39,5% no rendimento médio, que, em 2018, ficou muito abaixo da média, com a falta de chuvas.

Para a 3ª safra de feijão, a previsão é de alta de 0,2% na produção em relação a janeiro. Frente ao ano anterior, a 3ª safra deve crescer 10,1%. Em Minas Gerais e Goiás, as maiores influências na estimativa, são esperados, respectivamente, crescimentos de 3,5% e 11,1%.

MILHO (em grão) – Em relação à última informação, a produção decresceu apenas 66,9 mil toneladas (0,1%), totalizando 89,4 milhões de toneladas. Em relação a 2018, a estimativa da produção encontra-se 9,8% maior. Para a 1ª safra, a estimativa da produção alcançou 26,1 milhões de toneladas (-1,0% em relação à última informação). Houve declínios de 17,2% (ou menos 306,0 mil toneladas) na estimativa da produção de Goiás (1,5 milhão de toneladas), e do Maranhão, que estimou uma safra 9,3% menor, totalizando 901,4 mil toneladas.

No Rio Grande do Sul, houve crescimento de 2,6% na estimativa da produção, totalizando 5,5 milhões de toneladas. Em relação ao ano anterior, a estimativa da produção foi 1,4% maior. Os maiores crescimentos da produção em 2019 são esperados para Paraná (7,2%), Santa Catarina (9,4%), Rio Grande do Sul (20,7%) e Mato Grosso do Sul (11,1%).

Em decorrência do plantio antecipado da soja, aguarda-se um maior período para a “janela de plantio” para o milho 2ª safra. A estimativa da produção (63,3 milhões de toneladas) representa aumento de 0,3% em relação à última estimativa e de 13,7% em relação a 2018. Os maiores aumentos da produção, em relação a janeiro, foram estimados para Paraná (0,6%) e Goiás (1,4%). No Paraná, segundo maior produtor (20,2% do total nacional), foi estimada um crescimento de 78,7 mil toneladas na produção. Para Goiás, foi estimado um aumento de 115,7 mil toneladas na produção, devendo alcançar 8,4 milhões de toneladas.

SOJA (em grão) – em fevereiro, a estimativa da produção (113,4 milhões de toneladas) caiu 1,2% em relação a janeiro. As maiores reduções foram no Maranhão (-2,8%), Paraná
(-3,0%), Rio Grande do Sul (-0,9%) e Goiás (-2,3%). O declínio da produção da soja decorreu de problemas climáticos em alguns estados produtores importantes. As lavouras de soja plantada antecipadamente sofreram mais, pois a seca ocorreu durante o florescimento e o preenchimento dos grãos. As lavouras plantadas mais tardiamente têm suportado melhor o período seco. A colheita está em andamento e apenas com o término a extensão das perdas será conhecida. Em relação a 2018, apesar da alta de 1,7% na área plantada, a estimativa da produção da soja encontra-se 3,8% menor, em decorrência do declínio de 5,4% no rendimento médio. Os problemas climáticos na atual safra estão mais intensos que em 2018.

UVA – A estimativa da produção brasileira alcançou 1,4 milhão de toneladas, crescimento de 3,5% em relação a janeiro. Em fevereiro, Pernambuco reavaliou suas estimativas, informando aumento de 19,4% na produção, devendo alcançar 421,5 mil toneladas (30,1% da produção nacional). O rendimento médio (50.974 kg/ha) é o maior do país. A produção pernambucana de uvas concentra-se em perímetros irrigados no Vale do Rio São Francisco. O clima seco e a abundância de água para irrigação, aliado à elevada tecnologia de produção, inclusive ao uso de variedades altamente produtivas e bem aceitas no mercado externo, permitem a colheita até três vezes por ano, o que impacta positivamente na produtividade.

Em fevereiro, a produção gaúcha foi reavaliada com queda de 3,2%, devendo alcançar 624,5 mil toneladas. O Rio Grande do Sul é o maior produtor nacional da fruta (44,6% da produção nacional). Em relação a 2018, a produção brasileira de uvas cai 12,1%, sendo influenciada pela redução de 10,8% no rendimento médio. No Rio Grande do Sul, a produção está 24,1% menor, tendo o rendimento médio declinado 21,3% em relação a 2018, quando a produção gaúcha alcançou 822,7 mil toneladas, 51,7% de toda a produção do país.