IPCA-15 varia 0,19% em novembro
23/11/2018 09h00 | Atualizado em 23/11/2018 10h38
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) variou 0,19% em novembro, ficando 0,39 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de outubro (0,58%).
Período | TAXA |
---|---|
Novembro de 2018 | 0,19% |
Outubro de 2018 | 0,58% |
Novembro de 2017 | 0,32% |
Acumulado no ano | 4,03% |
Acumulado nos 12 meses | 4,39% |
Esse foi o menor resultado para um mês de novembro desde 2003 (0,17%). A variação acumulada no ano foi de 4,03% e, nos últimos doze meses, de 4,39%, abaixo dos 4,53% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2017, a taxa foi de 0,32%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados Habitação (-0,13%), Saúde e cuidados Pessoais (-0,35%), Comunicação (-0,02%) e Educação (-0,01%) apresentaram deflação de outubro para novembro conforme mostra a tabela abaixo. Os demais grupos oscilaram entre o 0,02% de Vestuário e o 0,59% de Artigos de residência. Alimentação e Bebidas (0,54%) teve o maior impacto no índice do mês, 0,13 p.p., o que corresponde a 68% do IPCA-15 de novembro. Com o segundo maior impacto (0,06 p.p.), o grupo dos Transportes (0,31%) mostrou desaceleração em relação ao mês anterior, quando havia subido 1,65%.
Grupo | Variação (%) | Impacto (p.p.) | ||
---|---|---|---|---|
Outubro | Novembro | Outubro | Novembro | |
Índice Geral | 0,58 | 0,19 | 0,58 | 0,19 |
Alimentação e Bebidas | 0,44 | 0,54 | 0,11 | 0,13 |
Habitação | 0,15 | -0,13 | 0,02 | -0,02 |
Artigos de Residência | 0,49 | 0,59 | 0,02 | 0,02 |
Vestuário | 0,28 | 0,02 | 0,02 | 0,00 |
Transportes | 1,65 | 0,31 | 0,30 | 0,06 |
Saúde e Cuidados Pessoais | 0,66 | -0,35 | 0,08 | -0,04 |
Despesas Pessoais | 0,22 | 0,38 | 0,02 | 0,04 |
Educação | 0,21 | -0,01 | 0,01 | 0,00 |
Comunicação | 0,01 | -0,02 | 0,00 | 0,00 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
O grupo Alimentação e bebidas registrou aceleração nos preços em novembro (0,54%), por conta do grupamento da alimentação no domicílio, que apresentou alta de 0,85%. Esse resultado foi influenciado pela alta nos preços de alguns itens como o tomate (50,76%) - maior impacto individual no índice do mês, com 0,09 p.p. - a batata-inglesa (17,97%) e a cebola (10,01%). Por outro lado, o leite longa vida (-3,74%), o café moído (-1,10%) e os ovos (-0,45%) permanecem com queda de preços.
A alimentação fora, por sua vez, apresentou taxa de -0,01% em novembro, com destaque para as quedas no lanche (de 0,74% em outubro para -0,33% em novembro) e na refeição (de 0,26% em outubro para -0,05% em novembro).
O grupo dos Transportes desacelerou de outubro (1,65%) para novembro (0,31%) principalmente por conta dos combustíveis, que, após a alta de 4,74% observada no IPCA-15 de outubro, registrou 0,69% em novembro. Gasolina (de 4,57% para 0,05%), etanol (de 6,02% para 3,32%) e óleo diesel (de 5,71% para 1,38%) registraram altas menores no índice de novembro. Também contribuíram para o resultado do mês as quedas nos preços dos automóveis novos (-0,38%), dos acessórios e peças (-0,49%) e do seguro voluntário de veículo (-0,66%), que haviam apresentado alta no mês anterior.
Na Habitação (-0,13%), o item energia elétrica (-1,46%) apresentou queda mais intensa em relação ao mês anterior, quando havia registrado -0,08%. Após a vigência, de junho a outubro, da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 0,05 a cada kwh consumido, passou a vigorar, a partir de 1º novembro, a bandeira tarifária amarela, que adiciona a cobrança de R$ 0,01 a cada kwh consumido. Destacam-se, também, o reajuste de 15,56% ocorrido em Goiânia (5,37%) e o reajuste de 6,18% verificado em Brasília (0,98%), ambos em vigor desde 22 de outubro. Em São Paulo (-2,05%), houve reajuste de 15,23% em uma das concessionárias pesquisadas, vigente desde o dia 23 de outubro.
Ainda no grupo Habitação, o item gás de botijão, que havia apresentado alta de 0,46% em outubro, registrou queda de 0,37% no IPCA-15 de novembro. No dia 6 de novembro, passou a vigorar o reajuste de 8,53% no preço do gás de botijão de 13kg, nas refinarias, conforme anunciado pela Petrobrás. A alta de 0,90% no gás encanado reflete o reajuste médio de 4,61% nas tarifas residenciais no Rio de Janeiro (1,73%), em vigor a partir de 1º de novembro.
O grupo Saúde e cuidados pessoais apresentou a maior variação negativa, -0,35%, e o maior impacto negativo no índice do mês, com -0,04 p.p. Produtos farmacêuticos (-0,28%) e itens de higiene pessoal (-2,56%) ficaram mais baratos em novembro, ante às altas de 0,13% e 1,50%, respectivamente, no mês anterior.
Regionalmente, todas as áreas pesquisadas apresentaram desaceleração de preços, de outubro para novembro (tabela a seguir). A maior alta foi no município de Goiânia (0,42%) e, o menor resultado, na região metropolitana de Salvador (-0,03%), ambas por influência da energia elétrica cujas variações foram de 5,37% e -2,86%, respectivamente. Em Goiânia, destaca-se o reajuste de 15,56% ocorrido na tarifa, em vigor desde 22 de outubro.
Região | Peso Regional (%) | Variação Mensal (%) | Variação acumulada (%) | ||
---|---|---|---|---|---|
Outubro | Novembro | Ano | 12 meses | ||
Goiânia | 4,44 | 0,59 | 0,42 | 3,54 | 4,12 |
Rio de Janeiro | 12,46 | 0,42 | 0,27 | 4,23 | 4,71 |
Brasília | 3,46 | 0,65 | 0,26 | 3,39 | 4,25 |
Belém | 4,65 | 0,50 | 0,25 | 2,44 | 2,47 |
Recife | 5,05 | 0,35 | 0,25 | 3,20 | 3,43 |
Fortaleza | 3,49 | 0,57 | 0,23 | 3,17 | 3,42 |
Belo Horizonte | 11,23 | 0,40 | 0,17 | 4,30 | 4,30 |
São Paulo | 31,68 | 0,58 | 0,17 | 4,34 | 4,92 |
Curitiba | 7,79 | 0,78 | 0,16 | 4,14 | 4,23 |
Porto Alegre | 8,40 | 0,91 | 0,13 | 4,70 | 5,30 |
Salvador | 7,35 | 0,75 | -0,03 | 3,74 | 3,65 |
Brasil | 100,00 | 0,58 | 0,19 | 4,03 | 4,39 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 12 de outubro a 12 de novembro de 2018 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de setembro a 11 de outubro de 2018 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.