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Em 2010, Brasil tinha 8,3 milhões de pessoas morando em áreas com risco de desastres naturais

Editoria: Geociências

28/06/2018 10h00 | Atualizado em 17/05/2019 11h37

O IBGE lançou, hoje, a publicação População em áreas de risco no Brasil, em cooperação com Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN). As áreas de riscos de movimentos de massa, inundações e enxurradas monitoradas por este órgão foram associadas, de forma inédita, às informações do Censo 2010. A metodologia foi desenvolvida para ser replicada com os dados do Censo 2020.

Em 2010, a população em áreas de risco nos 872 municípios brasileiros monitorados pelo CEMADEN chegava a 8.270.127 habitantes, que viviam em 2.471.349 domicílios particulares permanentes. Cerca de 17,8% das pessoas que viviam nas áreas de risco desses municípios eram idosos ou crianças, os grupos etários mais vulneráveis.

Salvador era o município monitorado com o maior número de moradores em áreas de risco: 1.217.527 pessoas, ou 45,5% da sua população.

Dos municípios analisados, 107 estavam na região Norte, 294 no Nordeste, 308 no Sudeste, 144 no Sul e 19 no Centro-Oeste.

No Brasil, 20,3% das pessoas que viviam em áreas de risco moravam em aglomerados subnormais (1,7 milhões de moradores). Em relação aos domicílios, esse percentual era de 19,9% (490.849 domicílios).

A caracterização da população vulnerável a desastres naturais tem como objetivo subsidiar ações de monitoramento, elaboração de alertas e a gestão de riscos e respostas a desastres naturais. A publicação completa pode ser acessada aqui. Para visualizar os dados, acesse também o aplicativo.

A publicação População em áreas de risco no Brasil é resultado do acordo de cooperação técnica, firmado em 2013, entre o IBGE e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN). A população exposta ao risco de desastres naturais foi analisada segundo seu perfil sociodemográfico, distribuição etária e condições de acesso a serviços básicos (abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo). 

Mais da metade dos moradores em área de risco viviam no Sudeste

A população em áreas de risco nos 872 municípios analisados e monitorados pela CEMADEN alcançava, em 2010, 8.270.127 habitantes e 2.471.349 domicílios particulares permanentes.

População em Área de Risco por Regiões- 2010
Grandes Regiões População Total População Total dos Municípios Monitorados População em Risco nos Municípios Monitorados
Norte 15 864 454 8 776 309 340 204
Nordeste 53 081 950 25 961 835 2 952 628
Centro-Oeste 14 058 094 2 328 701 7 626
Sudeste 80 364 410 43 646 750 4 266 301
Sul 27 386 891 11 704 649 703 368
BRASIL 190 755 799 92 418 244 8 270 127
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010; CEMADEN

Nos 107 municípios da Região Norte que fazem parte deste estudo, 340.204 moradores estavam em áreas de risco (3,9% da população total dos municípios considerados).

O Nordeste foi a segunda região com o maior número de moradores em áreas de risco (2.952.628), o que representava 11,4% da população total dos 294 municípios analisados.

O Centro-Oeste caracterizou-se pelo menor contingente de população residindo em áreas de risco (7.626 moradores, o que correspondia a 0,3% da população total dos municípios monitorados na região), assim como pelo menor número de municípios e de áreas de risco. Dos 19 municípios analisados nessa região, nenhum ultrapassou o total de 2.000 habitantes em áreas de risco.

A Região Sudeste, com 308 municípios analisados, apresentou o maior contingente populacional residindo em áreas de risco (4.266.301 moradores, o que representou 9,8% da população total dos municípios monitorados da região).

Na Região Sul, dos 144 municípios avaliados, foram contabilizados 703.368 moradores em áreas de risco, representando 6,0% da população total desses municípios.

Salvador tinha mais de um milhão de pessoas morando em área de risco

Salvador (BA) foi a cidade que apresentou maior contingente absoluto de pessoas residindo em áreas com risco de movimentos de massa, inundações e enxurradas: 1.217.527 pessoas, o que representava 45,5% da população total do município. As capitais São Paulo (674.329 pessoas), Rio de Janeiro (444.893), Belo Horizonte (389.218) e Recife (206.761) vieram logo em seguida.

Municípios com maior número de moradores em áreas de risco a desastres naturais no Brasil – 2010
Municípios População em Área de Risco População Total Porcentagem
Salvador (BA) 1 217 527 2 675 656 45,5%
São Paulo (SP) 674 329 11 253 503 6,0%
Rio de Janeiro (RJ) 444 893 6 320 446 7,0%
Belo Horizonte (MG) 389 218 2 375 151 16,4%
Recife (PE) 206 761 1 537 704 13,4%
Jaboatão dos Guararapes (PE) 188 026 644 620 29,2%
Ribeirão das Neves (MG) 179 314 296 317 60,5%
Serra (ES) 132 433 409 267 32,4%
Juiz de Fora (MG) 128 946 516 247 25,0%
São Bernardo do Campo (SP) 127 648 765 463 16,7%
Natal (RN) 104 433 803 739 13,0%
Fortaleza (CE) 102 836 2 452 185 4,2%
Santo André (SP) 96 062 676 407 14,2%
Guarulhos (SP) 94 720 1 221 979 7,8%
Vitória (ES) 87 084 327 801 26,6%
São João de Meriti (RJ) 86 185 458 673 18,8%
Blumenau (SC) 78 371 309 011 25,4%
Petrópolis (RJ) 72 070 295 917 24,4%
Maceió (AL) 70 343 932 748 7,5%
Igarassu (PE) 69 801 102 021 68,4%
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010; CEMADEN

Crianças e idosos eram 17,8% da população em área de risco

Nos 872 municípios brasileiros avaliados, 17,8% da população em áreas de risco eram crianças menores de cinco anos (9,2%) ou idosos com 60 anos ou mais (8,5%), considerados grupos etários mais vulneráveis a desastres.

Na Região Norte, 13,0% da população em áreas de risco era composta por indivíduos menores de 5 anos e 6,0% por indivíduos maiores de 60 anos. Essa região destacou-se pela maior concentração de crianças vivendo em áreas de risco. Acre (19,8%), Pará (19,2%) e Amazonas (19,2%) eram os três estados com o maior quantitativo desses grupos etários mais vulneráveis.

Na região Nordeste a população exposta em áreas de risco era constituída por 9,1% de crianças menores que 5 anos e 8,4% de pessoas com mais de 60 anos. O Estado de Pernambuco contabilizou menor quantidade de crianças (8,8%) em comparação com os idosos (9,5%), apresentando este último a maior concentração do Nordeste. Sergipe (12,3%) e Maranhão (12,0%) totalizaram a maior quantidade de indivíduos menores de 5 anos da região.

Na região Centro-Oeste, a população em áreas de risco era composta por 9,7% por crianças menores de 5 anos e 8,4% por idosos. Entre os estados dessa região, a distribuição de crianças e idosos expostos foi relativamente equilibrada, assim como nos estados do Sudeste, que apresentou 9,0% de crianças e 8,7% de pessoas com 60 anos ou mais.

No Sul, a população exposta era composta por 8,7% de crianças menores de 5 anos e 9,7% de indivíduos maiores de 60 anos. Os Estados de Santa Catarina (8,9%) e Rio Grande do Sul (11,2%) concentraram a maior proporção de idosos. Já o Paraná apresentou maior número de crianças de até 5 anos em áreas de risco (10,8%), se comparado ao número de indivíduos maiores de 60 anos (6,9%).

26,1% da população em áreas de risco não tinha esgotamento adequado

Nos municípios monitorados, 26,1% da população em área de risco morava em domicílios sem acesso à rede geral de esgoto ou fossa séptica, consideradas formas de esgotamento adequadas.

A região Norte apresentou elevado percentual de inadequação das condições de esgotamento sanitário, uma vez que 70,7% dos moradores em áreas de risco estavam nesta situação. Os Estados do Amapá (83,7%) e do Pará (75,5%) foram os que registraram os maiores percentuais de moradores sem esse tipo de serviço.

Na região Nordeste, 34,5% dos moradores em áreas de risco possuíam esgotamento sanitário inadequado. O estado do Maranhão (69,9%) teve o percentual mais alto. Já o Estado da Bahia destoa do Nordeste como um todo por ter apresentado somente 11,9% de moradores sem rede de esgotamento sanitário.

No Centro-Oeste, 52,5% das pessoas habitavam moradias sem esgotamento sanitário adequado. Todos os estados dessa região apresentaram mais de 40% dos moradores em áreas de risco sem acesso à rede geral de esgotamento sanitário.

No Sudeste, 17,7% dos moradores em áreas de riscos viviam em domicílios sem esgotamento sanitários adequados, enquanto na região Sul esse percentual era um pouco maior: 19,7%.

Maranhão foi o estado com o maior percentual de moradores em áreas de risco sem destinação de lixo adequada

Nos 872 municípios avaliados, 4,1% de moradores em áreas de risco não possuíam destinação de lixo adequada. A Região Norte apresentou maior percentual de moradores reunindo essas duas características: 14,1%, com o Nordeste a seguir (6,6%). As demais Grandes Regiões apresentaram valores inferiores a 3,0%.

Os estados com os maiores percentuais de moradores em áreas de risco onde não havia destinação de lixo adequada foram: Pará (20,6%), Maranhão (26,1%), Piauí (15,6%), Amazonas (15,1%) e Mato Grosso (4,6%). No Sudeste e no Sul, todos os estados apresentaram taxas inferiores a 3,0%.