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PAC 2016: hiper e supermercados lideram em participação na receita líquida do comércio

28/06/2018 10h00 | Atualizado em 18/12/2018 16h39

Em 2016, as 1,546 milhão de empresas comerciais brasileiras geraram uma receita operacional líquida de R$3,3 trilhões, pagaram $214,8 bilhões de salários, retiradas e outras remunerações e ocuparam 10 milhões de pessoas, em 1,685 milhão de unidades locais.

A atividade de hipermercados e supermercados cresceu no ranking de participação na receita operacional líquida do comércio, passando de 9,4% em 2007 para 12,4% em 2016, e subindo da terceira para a primeira colocação. Já a atividade de comércio de veículos automotores saiu do segundo lugar (11,0%) em 2007, para a sexta posição em 2016 (6,0%). E a atividade atacadistas de combustíveis e lubrificantes, que ocupava a primeira posição em 2007 (13,5%), caiu para a segunda colocação em 2016 (11,2%).

Em termos reais, de 2015 para 2016, a receita líquida da atividade de veículos automotores caiu 9,6%. Já a atividade de hipermercados e supermercados teve queda de 1,5% entre 2015 e 2016.

Desde o início da nova série, em 2007, a maior parcela da receita operacional líquida foi do setor atacadista (45,3% em 2016), porém, o setor varejista cresceu em participação e atingiu 45,1% em 2016. Já o setor de veículos automotores, peças e motocicletas perdeu participação, caindo de 15,4% em 2007 para 9,6% em 2016.

O comercio varejista prevaleceu como o maior representante, em 2016, no valor adicionado (54,3%), no pessoal ocupado (74,1%) e na massa salarial do comércio (64,6%). Em termos regionais, o Sudeste manteve participação majoritária nas principais variáveis do comércio em 2016, com 49,6% das unidades locais, 51,8% do pessoal ocupado, 51,3% da receita bruta de revenda e 55,7% da massa salarial. A região também registrou o maior salário médio mensal (2,1 salários mínimos).

Os dados são da Pesquisa Anual de Comércio 2016 do IBGE, que investiga a estrutura produtiva das empresas comerciais do país, aferindo produtividade, taxa de margem do comércio, salários, retiradas e outras remunerações e pessoal ocupado, entre outras variáveis. Acesse na coluna à direita desta página os materiais relativos à pesquisa.

Participação nas variáveis selecionadas, segundo as divisões do comércio - Brasil - 2007/2016             
Divisões do comércio Participação nas variáveis selecionadas (%)
Receita operacional liquida Salários, retiradas e outras remunerações Valor adicionado (1) Margem de
comercialização (2)
Pessoal ocupado Número de empresas
2007 2016 2007 2016 2007 2016 2007 2016 2007 2016 2007 2016
Comércio de veículos automotores, peças e motocicletas         15,4 9,6 11,1 9,5 12,9 9,3 10,9 7,8 9,6 8,7 9,4 9,5
Comercio por atacado        44,8 45,3 26,6 25,9 36,7 36,4 37,6 37,2 16,8 17,2 10,2 12,6
Comércio varejista         39,8 45,1 62,3 64,6 50,4 54,3 51,5 55,0 73,6 74,1 80,4 77,9
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio, Pesquisa Anual de Comércio - 2007/2016.   
(1) Valor calculado pela diferença entre o valor brutoda produção e o consumo intermediário. (2) Valor calculado pela diferença entre a receita líquida de re-venda e o custo das mercadorias revendidas.            

Setor de veículos automotores perde participação na receita

Em 2016, havia, no Brasil, 1,546 milhão de empresas, que geraram R$3,3 trilhões de receita operacional líquida, pagaram R$214,8 bilhões de salários, retiradas e outras remunerações e ocuparam 10 milhões de pessoas, em 1,685 milhão de unidades locais.

Em relação a 2007, quando se iniciou a nova série da Pesquisa Anual de Comércio, a participação do setor de veículos automotores, peças e motocicletas na receita operacional líquida caiu de 15,4% para 9,6%. Já o setor varejista apresentou o maior ganho no período, passando de 39,8% para 45,1%, aproximando-se, assim, do setor atacadista, que detinha 44,8% da receita em 2007 e 45,3% em 2016.

A participação do comércio varejista também cresceu nas demais variáveis, respondendo, em 2016, por mais da metade (54,3%) do valor adicionado (diferença entre o valor bruto da produção e o consumo intermediário), por 77,9% do número de empresas, 74,1% do pessoal ocupado, 64,6% da massa salarial e 55,0% da margem de comercialização (retorno do esforço de vendas de mercadoria, depois de descontado o custo com a venda de seus produtos). Já o setor de veículos automotores, peças e motocicletas perdeu participação na maioria das variáveis, com exceção do número de empresas, que passou de 9,4% para 9,5% entre 2007 e 2016.

Comércio de veículos cai da segunda para a sexta posição no ranking das atividades

Entre 2007 e 2016, o setor de hipermercados e supermercados subiu da terceira para a primeira posição no ranking de participação na receita operacional líquida das atividades comerciais, passando de 9,4% para 12,4%.

As empresas atacadistas de combustíveis e lubrificantes (distribuidoras), que ocupavam a primeira posição em 2007, com 13,5% de participação, caíram para a segunda colocação em 2016, com 11,2%. Por sua vez, as empresas varejistas de combustíveis e lubrificantes (postos de gasolina), apesar de perderem participação, passando de 8,1% para 7,9%, permaneceram na quarta posição em ambos os anos investigados.

O comércio por atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo também subiu de posição, saindo da quinta (6,6%), em 2007, para a terceira colocação (8,9%), em 2016. Já o comércio de veículos automotores saiu do segundo lugar (11,0%) em 2007, para a sexta posição em 2016 (6,0%).

O ranking de participação das atividades foi influenciado pelo cenário macroeconômico desfavorável, com crescimento de atividades de caráter essencial e queda das atividades que dependem de maior renda das famílias, financiamentos e taxa de juros.

Receita líquida de veículos automotores cai 9,6% em termos reais

Em termos reais, de 2015 para 2016, a receita líquida da atividade de veículos automotores caiu 9,6%, depois de ter caído 13,8% entre 2014 e 2015 e 4,3% entre 2013 e 2014. No período 2007-2016, a atividade cresceu 45,2% em receita operacional líquida.

Já a atividade de hipermercados e supermercados teve queda de 1,5% entre 2015 e 2016, queda de 0,9% entre 2014 e 2015, mas cresceu 11,7% entre 2013 e 2014, acumulando, no período 2007-2016 um crescimento de 81,4%.

A atividade atacadista de combustíveis e lubrificantes apresentou, no período 2007-2016, um crescimento de 60,7% em receita, com ganhos de 4,7% entre 2015 e 2016, 6,1% de 2014 para 2015 e 11,1% de 2013 para 2014.

Hiper e supermercados têm, em média, 104 pessoas ocupadas por empresa

Em 2016, o setor de hipermercados e supermercados tinha, em média, 104 pessoas ocupadas por empresa, a maior média dentre todas as atividades e bem acima da média geral de 6 ocupados por empresa.

A atividade atacadista de combustíveis e lubrificantes registrou o maior salário médio mensal (5,7 salários mínimos) e a mais alta produtividade do trabalho: cada pessoa ocupada adicionou, em média, R$ 378,7 mil aos bens e serviços consumidos no processo produtivo destas empresas.

O setor varejista apresentou a maior taxa de margem de comercialização (38,4%) de todo o comércio, ou seja, conseguiu o maior retorno do esforço de vendas de mercadoria, depois de descontado o custo com a venda de seus produtos.

Já nas atividades do comércio de veículos e peças, as empresas revendedoras de veículos automotores apresentaram a maior média de pessoal ocupado (10), de salário médio mensal (3,0 salários mínimos) e de produtividade (R$ 80,4 mil), valores acima da média nacional.

Comércio atacadista de combustíveis é a atividade comercial mais concentrada

Quando se observa a razão de concentração de ordem 12 nas atividades comerciais, isto é, a análise das 12 maiores empresas de cada atividade em relação à participação na receita líquida de revenda, o comércio mostrou-se desconcentrado (11,6%). As empresas atacadistas de combustíveis e lubrificantes registraram R12 de 71,2% em 2016 e foram as únicas consideradas concentradas. Já o segmento de veículos, peças e motocicletas mostrou ser desconcentrado, uma vez que que o resultado do R12 foi 5,7%.

Quanto menor o valor do R12 menor será o grau de concentração das empresas na atividade. Se as 12 maiores empresas detêm juntas até 25% do mercado, considera-se que são desconcentrados; se a participação fica entre 25% e 50% são mercados pouco concentrados; aqueles em que a participação varia entre 50% e 75% são concentrados; e quando a participação é superior a 75%, são mercados muito concentrados.

Sudeste mantém liderança em receita, salários, unidades e pessoal ocupado

Em 2016, o Sudeste prevaleceu nas principais variáveis, com 49,6% das unidades locais, 51,8% do pessoal ocupado, 51,3% da receita bruta de revenda e 55,7% da massa salarial. A região também registrou o maior salário médio mensal (2,1 salários mínimos).

No Sudeste, São Paulo concentrou 61,8% da receita bruta de revenda da região. Já o Paraná foi o maior representante da Região Sul, com 38,3%. No Nordeste, a distribuição é menos concentrada e a Bahia detinha o maior percentual, 26,4%. Na região Centro-Oeste, dois estados se destacaram com participações bem próximas: Goiás (33,0%) e Mato Grosso (32,5%). Na região Norte, que detém o menor percentual da receita do país, o Pará concentrou 37,9%.