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Em março, IBGE prevê safra 4,7% inferior à de 2017

10/04/2018 09h00 | Atualizado em 10/04/2018 09h00

A terceira estimativa de 2018 para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas totalizou 229,3 milhões de toneladas, 4,7% inferior à obtida em 2017 (240,6 milhões de toneladas), redução de 11,3 milhões de toneladas. Em relação à 2ª estimativa da safra 2018, divulgada em fevereiro (227,2 milhões de toneladas), a produção aumentou 0,9%, representando 2,0 milhões de toneladas, em termos absolutos. Juntos, o arroz, o milho e a soja, os três principais produtos deste grupo, representaram 93,1% da estimativa da produção e 87,2% da área a ser colhida.

Estimativa de Março para 2018

229,3 milhões de toneladas

Variação safra 2018 / safra 2017

-4,7% (-11,3 milhões de toneladas)

Variação março 2018 / fevereiro 2018

+0,9% (+2,0 milhões de toneladas)

Em relação a 2017, houve acréscimo de 2,6% na área da soja e reduções de 6,6% na área do milho e de 2,9% na do arroz. Quanto à produção, devem ocorrer recuos de 0,4% para a soja, 12,4% para o milho e 5,5% para o arroz. A publicação completa, a série histórica e a apresentação estão à direita dessa página.  

Entre as Grandes Regiões, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste (100,5 milhões de toneladas), Sul (78,8 milhões de toneladas), Sudeste (22,0 milhões de toneladas), Nordeste (19,5 milhões de toneladas) e Norte (8,3 milhões de toneladas).

 Estimativa de março em relação a fevereiro de 2017

Em março destacaram-se as variações nas seguintes estimativas de produção, em relação a fevereiro: algodão herbáceo (2,8%), feijão 2ª safra (2,6%), banana (2,0%), milho 2ª safra (1,7%), soja (1,2%), cana-de-açúcar (0,4%), milho 1ª safra (0,2%), feijão 1ª safra (0,1%), feijão 3ª safra (-1,6%), trigo (-9,1%) e castanha de caju (-10,4%).

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – A terceira estimativa sobre a produção de algodão foi de 4,4 milhões de toneladas, aumento de 2,8% em relação à previsão de fevereiro. A área plantada e a área a ser colhida apresentaram crescimento de 2,2%. O rendimento médio foi estimado em 4 012 kg/ha, aumento de 0,6% frente ao resultado do mês anterior. Ao todo, deve ser plantada uma área de 1,1 milhão de hectares de algodão no País. Em Mato Grosso, maior produtor do País com 67,2% do total a ser produzido, a estimativa de produção é de 3,0 milhões de toneladas, 0,9% a mais que a última estimativa. A área plantada apresenta aumento de 0,7% e a expectativa para o rendimento médio, aumento de 0,2%.

BANANA – A estimativa da produção, de 7,2 milhões de toneladas, encontra-se 2,0% maior que no mês anterior. A área plantada alcança 530,8 mil hectares, crescimento de 1,1%, enquanto o rendimento médio, de 14 633 kg/ha, aumentou 1,3%. No mês, houve aumento de 4,8% nas estimativas de produção no Nordeste, com destaque para Pernambuco (26,7%, incremento de 86,2 mil toneladas) e Rio Grande do Norte (39,1%, incremento de 58,1 mil toneladas). Já no Ceará, a estimativa da produção recuou 7,7%, ou menos 32,2 mil toneladas.

CANA-DE-AÇÚCAR - A estimativa da produção nacional de cana-de-açúcar foi de 675,5 milhões de toneladas, um crescimento de 0,4% em relação ao mês anterior. As chuvas do primeiro trimestre favoreceram o desenvolvimento dos canaviais na Região Centro-Sul, onde está concentrada a maior parte da produção nacional. Este crescimento deve-se a produtividade que aumentou na mesma proporção. Mato Grosso, Alagoas e Espírito Santo aumentaram as estimativas de área plantada, já os crescimentos de Goiás e Mato Grosso do Sul, deve-se a melhoria na produtividade. Apresentaram redução na produção os estados de Pernambuco e Rio Grande do Norte, devido a menor área plantada.

CASTANHA-DE-CAJU (amêndoa) – A estimativa da produção, de 133,2 mil toneladas, recuou 10,4% em relação a fevereiro. A área plantada apresentou declínio de 8,0% e a área a ser colhida de 9,3%, o rendimento médio também foi revisto com redução de 1,2%. O Ceará é o maior produtor de castanhas de caju, com 69,4 mil toneladas, aumento de 1,3% em relação ao mês anterior, sendo, no momento, responsável por 52,1% do total a ser colhido em 2018.

FEIJÃO (em grão) – Comparada a fevereiro, a estimativa para a área plantada com feijão total aumentou 1,1%, elevando a produção em 0,8%, já o rendimento médio teve redução de 0,5%. Nesse levantamento, os maiores produtores, somadas as três safras, são Paraná com 20,6%, Minas Gerais com 16,9% e Goiás com 10,0% de participação na produção nacional.

A 1ª safra de feijão está estimada em 1,6 milhão de toneladas, um aumento de apenas 0,1% frente à estimativa de produção de fevereiro. Destaque para Pernambuco, que teve a expectativa de produção aumentada 11,3%, devido a área plantada que cresceu 17,8%. O rendimento médio apresentou uma queda de 9,4%. No Mato Grosso, houve um decréscimo de 41,0% na produção, devido à redução de 46,0% na área plantada. Porém o estado tem apenas 8,4 mil hectares cultivados para o feijão 1ª safra. O rendimento médio cresceu 9,1%.

A 2ª safra de feijão foi estimada em 1,3 milhão de toneladas, um aumento de 2,6% frente à estimativa de fevereiro, acompanhando a área plantada que subiu 3,0%. O rendimento médio foi reduzido em 0,6%. Pernambuco e Alagoas também aumentaram suas estimativas de produção em 5,7% e 13,0%, respectivamente, devido ao aumento da área plantada que foi influenciada pela volta das chuvas. Goiás teve redução de 5,5% na estimativa de produção, devido à queda de 6,7% na área plantada. O rendimento médio teve aumento de 1,4%.

Em relação à 3ª safra de feijão, a estimativa é de redução de 1,6% na produção em relação a fevereiro. Goiás teve a maior influência nesse resultado, com as estimativas indicando redução de 3,0% na área plantada, 1,9% no rendimento médio e de 4,1% na produção. O Paraná, apesar de contribuir com apenas 0,6% da 3ª safra, apresentou uma redução de 45,7% em sua estimativa de produção, em concordância com a redução da área plantada (-46,0%).

MILHO (em grão) – A previsão para a safra total de milho aponta uma redução de 12,4% em comparação com o ano anterior, com 87,2 milhões de toneladas.

Para a 1ª safra, a produção esperada é de 26,5 milhões de toneladas, decréscimo de 14,7% em relação a 2017. A área plantada recuou 7,1%, totalizando 5,3 milhões de hectares e o rendimento médio, de 5 027 kg/ha, caiu 9,9%. As estimativas das produções de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina mantiveram-se estáveis entre fevereiro e março. No mesmo período, o Paraná prevê uma redução de 4,0%, totalizando 2,9 milhões de toneladas, devido às revisões negativas de 1,3% na área plantada e de 2,7% do rendimento médio.

Para a 2ª safra, a produção está estimada em 60,7 milhões de toneladas, aumento de 1,7% em relação ao mês anterior. A área plantada é de 11,4 milhões de hectares, aumento de 0,7%, enquanto o rendimento médio é de 5 323 kg/ha, aumento de 0,9%. Em relação a fevereiro, as estimativas das produções de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo mantiveram-se estáveis. O Mato Grosso, que responde por quase 40,0% da produção brasileira de milho 2ª safra, aumentou sua estimativa de produção em 3,7%, devido a melhoria da produtividade em 3,1%. Mesmo com o atraso no plantio, as chuvas têm favorecido as lavouras.

SOJA (em grão) – A estimativa da produção, de 114,5 milhões de toneladas, cresceu 1,2% em março em relação a fevereiro, aproximando-se do recorde de 2017, de 115,0 milhões de toneladas. Ao todo, foram 1,4 milhão de toneladas a mais que o estimado em fevereiro. Houve aumento de 6,2% na estimativa de produção no Nordeste, com destaques para as altas de 8,5% na Bahia, que informou aumento de 396,8 mil toneladas em relação a fevereiro, devendo a produção alcançar 5,1 milhões de toneladas; 4,9% no Piauí (aumento de 111,8 mil toneladas, devendo a produção alcançar 2,4 milhões de toneladas) e 3,4% no Maranhão, que informou aumento de 95,8 mil toneladas, devendo a produção alcançar 2,9 milhões de toneladas.

No Centro-Oeste, o destaque coube ao Mato Grosso, com aumento de 1,6% na estimativa da produção, em relação a fevereiro. Com uma produção de 31,2 milhões de toneladas, esse estado deve ser responsável por 27,2% do total a ser produzido em 2018. Em Goiás, a produção estimada, de 11,5 milhões de toneladas, aumentou 2,6%, e em Mato Grosso do Sul, o aumento foi de 1,9%, consolidando uma produção de 8,9 milhões de toneladas.

Na Região Sul, responsável por 34,5% do total nacional, a estimativa recuou 0,4% em março em relação ao mês anterior, tendo o Paraná informado uma redução de 0,9% em sua estimativa de produção. A produção paranaense deve alcançar 19,3 milhões de toneladas.

TRIGO (em grão) – A estimativa da produção do trigo, de 5,6 milhões de toneladas, recuou 9,1% em relação ao mês anterior. A área plantada e a área a ser colhida recuaram 13,5%, enquanto o rendimento médio aumentou 5,1%. O valor pouco atrativo da saca do produto, a baixa liquidez e as recentes adversidades enfrentadas com o clima vêm afetando a intenção de plantio do trigo na Região Sul do País, que respondeu 85,5% do total colhido em 2017. No presente mês, o Paraná, maior produtor do País, com uma participação de 52,2% do total produzido em 2017, informou um declínio de 14,3% na estimativa da produção, em decorrência da retração de 22,8% na estimativa da área plantada e da área a ser colhida. Apenas o rendimento médio foi revisto para cima (10,9%). Dessa forma, apesar do menor interesse em cultivar o cereal de inverno, os produtores mantêm-se otimista quanto ao clima em 2018.

Estimativa de março em relação à produção de 2017

Dentre os vinte e seis produtos pesquisados, metade apresentou variação positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior, conforme tabela abaixo.

Produção e Variação anual por Produto      
Produto Produção 2017 (t) Produção 2018 (t) Variação (%) 
Algodão Herbáceo                     3.838.785                      4.427.467 15,3
Amendoim (1ª safra)                        531.280                        505.905 -4,8
Amendoim (2ª safra)                            9.898                          10.914 10,3
Arroz                    12.452.662                    11.765.226 -5,5
Aveia                        609.130                        702.992 15,4
Batata-inglesa
(1ª safra)
                    1.968.761                      1.744.355 -11,4
Batata-inglesa
(2ª safra)
                    1.233.004                      1.182.349 -4,1
Batata-inglesa
(3ª safra)
                    1.078.032                        907.345 -15,8
Cacau                        214.348                        215.671 0,6
Café Arábica                     2.095.275                      2.445.203 16,7
Café Canephora                        681.346                        733.336 7,6
Cana-de-Açúcar                  687.809.933                  675.464.321 -1,8
Cebola                     1.719.412                      1.657.229 -3,6
Cevada                        286.405                        372.164 29,9
Feijão (1ª safra)                     1.561.956                      1.553.295 -0,6
Feijão (2ª safra)                     1.185.542                      1.321.464 11,5
Feijão (3ª safra)                        543.814                        499.320 -8,2
Laranja                    18.666.928                    18.419.183 -1,3
Mamona                          11.834                          15.347 29,7
Mandioca                    20.606.037                    20.952.863 1,7
Milho (1ª safra)                    31.064.540                    26.491.867 -14,7
Milho (2ª safra)                    68.481.488                    60.676.976 -11,4
Soja                  114.982.993                  114.525.973 -0,4
Sorgo                     2.147.706                      2.366.737 10,2
Trigo                     4.241.602                      5.565.661 31,2
Triticale                         41.940                        58.166

38,7

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas, com informações obtidas pelas Comissões Municipais (COMEA) e/ou Regionais (COREA); consolidadas em nível estadual pelos Grupos de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) e posteriormente, avaliadas, em nível nacional, pela Comissão Especial de  Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída por representantes do IBGE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA).

Em atenção a demandas dos usuários de informação de safra, os levantamentos para cereais (arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo e triticale), leguminosas (amendoim e feijão) e oleaginosas (caroço de algodão, mamona, soja e girassol) foram realizados em estreita colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em março de 2007, para as principais lavouras brasileiras.