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IBGE lança livro com entrevistas de dez presidentes do instituto

Editoria: IBGE

28/06/2016 11h31 | Atualizado em 29/05/2017 10h16

 

“O desafio de retratar o país”, organizado por Nelson de Castro Senra, Silvia Maia Fonseca e Teresa Cristina Millions, traz os depoimentos de dez especialistas que estiveram à frente do IBGE nos últimos 30 anos, além de diversas informações adicionais que contextualizam historicamente essas administrações. O livro será lançado hoje (28/06), no auditório do Centro de Documentação e Disseminação do IBGE, no Rio de Janeiro, a partir de 14h30. A publicação pode ser adquirida em nossa loja virtual, por R$ 50,00. A versão digital está disponível para download gratuito.

De dentro do gabinete da presidência, no centro do Rio de Janeiro, eles enfrentaram desafios, frustrações, incertezas, escassez de recursos e ajudaram a concretizar diversos avanços numa das instituições de Estado mais antigas do Brasil. Através de seus depoimentos é possível acompanhar não só a evolução do IBGE, mas também as mudanças históricas no próprio país, desde o fim da ditadura militar ao fim da hiperinflação, passando pelo advento das políticas de inclusão social, cujos principais parâmetros são os próprios indicadores econômicos e sociais produzidos pelo instituto.

São 30 anos do IBGE (de 1985 a 2015) narrados por dez de seus presidentes: Edmar Bacha (1985-1986), Edson Nunes (1986-1988), Charles Mueller (1988-1990), Eduardo Guimarães (1990-1992), Eurico Borba (1992-1993), Silvio Minciotti (1993-1994), Simon Schwartzman (1994-1998), Sérgio Besserman Vianna (1999-2003), Eduardo Pereira Nunes (2003-2011) e Wasmália Bivar (2011-2016). As entrevistas (exceto as de Bacha e Mueller) foram realizadas no Centro de Documentação e Disseminação de Informações (CDDI) do IBGE, no Rio de Janeiro, ao longo de 2015.

Os ex-presidentes detalham pressões, greves, cortes de verbas e pedidos políticos de diversas origens. Falam de planejamento e surpresas, incluindo uma demissão intempestiva, via telejornal. Lembram a tentativa de expurgar aumentos de preços do índice oficial de inflação. Narram a crise que adiou um censo e os percalços da PNAD Contínua. Fala-se, também, do sonho de uma instituição com independência orçamentária e dos avanços construídos em três décadas, quando as informações produzidas pelo IBGE deram um salto na abrangência, na qualidade e na tecnologia.

No período retratado pelo livro, saímos de um censo fora do ano previsto (1991) para o primeiro censo inteiramente digital do mundo, em 2010. O IBGE entrou na internet e suas informações passaram a ser distribuídas simultaneamente à sociedade, segundo o horário de Brasília. Os censos econômicos decenais deram lugar a pesquisas anuais. Os levantamentos sobre o mercado de trabalho, antes restritos a seis regiões metropolitanas, hoje abrangem mais de 210 mil domicílios em cerca de 3.500 municípios, na PNAD Contínua.

Os depoimentos atestam, ainda, que o projeto de se estruturar e divulgar indicadores ambientais perpassa várias gestões. Em breve, as Contas Nacionais da água e de energia, que já estão sendo elaboradas pelo IBGE, ajudarão o Brasil a monitorar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela ONU em 2015.

Nas palavras da jornalista Cássia Almeida, que o prefaciou o livro: “Foram tempos turbulentos, com sucessivos planos econômicos, moratória, estagnação, estabilização da moeda e inclusão social. Ler o relato desses presidentes, para seguir adiante com a missão de retratar o Brasil, ajuda a entender melhor a história do País”.