Em janeiro, IBGE prevê safra 20,3% maior para 2017
09/02/2017 10h02 | Atualizado em 26/05/2017 11h20
Estimativa de Janeiro para 2017
|
221,4 milhões de toneladas
|
Variação safra 2017 / safra 2016
|
20,3 % (+37,4 milhões de toneladas)
|
A estimativa de janeiro para a safra de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2017 totalizou 221,4 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 20,3% em relação à safra 2016 (184,0 milhões de toneladas). A área a ser colhida estimada (59,9 milhões de hectares) cresceu 4,9% frente a 2016 (57,1 milhões de hectares). Juntos, arroz, milho e soja, os três principais produtos deste grupo, representaram 93,5% da estimativa da produção e 87,4% da área a ser colhida. Em relação a 2016, houve acréscimos na área estimada da soja (1,9%), do milho (10,3%) e do arroz (1,2%). Já a produção esperada cresceu, respectivamente, 11,8%, 38,9% e 10,0%. Em relação a 2016, são esperados aumentos na produção de todas as regiões: 25,2% no Centro-Oeste, 9,4% no Sul, 10,0% no Sudeste, 89,0% no Nordeste e 16,0% no Norte.
Cereais, leguminosas e oleaginosas
Grandes Regiões
Participação na produção
Janeiro de 2017
Cereais, leguminosas e oleaginosas
Unidades da Federação
Participação na produção
Janeiro de 2017
O volume da produção esperado para as Grandes Regiões é: Centro-Oeste (94,0 milhões de toneladas); Sul (79,9 milhões de toneladas); Sudeste (21,6 milhões de toneladas); Nordeste (18,0 milhões de toneladas) e Norte (7,8 milhões de toneladas). Em 2017, estima-se que o Mato Grosso lidere a produção nacional de grãos, com uma participação de 24,6%, seguido pelo Paraná (18,3%) e Rio Grande do Sul (14,8%). Somados, esses três estado representaram 57,7 % do total nacional previsto.
Estimativa de janeiro em relação à produção obtida em 2016
Em relação a 2016, cresceram as estimativas de produção de 14 dos 26 principais produtos: algodão herbáceo em caroço (10,4%), amendoim em casca 2ª safra (35,7%), arroz em casca (10,0%), batata-inglesa 1ª safra (4,2%), batata-inglesa 2ª safra (2,5%), cacau em amêndoa (28,0%), café em grão - canephora (11,1%), feijão em grão 1ª safra (40,3%), feijão em grão 2ª safra (37,4%), milho em grão 1ª safra (22,0%), milho em grão 2ª safra (49,5%), soja em grão (11,8%), sorgo em grão (62,0%) e triticale em grão (11,9%). Com variação negativa foram doze produtos: amendoim em casca 1ª safra (2,8%), aveia em grão (20,5%), batata-inglesa 3ª safra (14,1%), café em grão - arábica (16,3%), cana-de-açúcar (1,2%), cebola (0,0%), cevada em grão (11,0%), feijão em grão 3ª safra (0,3%), laranja (8,3%), mamona em baga (10,0%), mandioca (11,8%) e trigo em grão (18,3%).
ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – A estimativa de produção nacional de algodão (3,7 milhões de toneladas) cresceu 10,4% em relação a 2016. O principal responsável pela alta é o aumento de 11,6% no rendimento médio nacional, que deve alcançar 3.863 kg/ha. A produção estimada de algodão na Bahia deve crescer 6,3% e alcançar 845,6 mil toneladas. A redução estimada na área plantada (-14,3%) será compensada pelo crescimento de 24,1% no rendimento médio, que deve alcançar 3.837 kg/ha. No Mato Grosso, a produção de algodão deve crescer 9,0% e chegar a 2,4 milhões de toneladas. A área plantada (624,2 mil hectares) e o rendimento médio (3.879 kg/ha) devem crescer 3,0% e 5,9%, respectivamente, em relação a 2016.
ARROZ (em casca) – A estimativa de janeiro para a safra nacional 2017 informa uma área a ser colhida de 1 963 019 hectares, com uma produção de 11 639 426 toneladas e rendimento médio de 5 929 kg/ha, maiores, respectivamente, em 1,2%, 10,0% e 8,6%, quando comparados aos dados da safra anterior. A Região Sul deve responder por 82,1% da produção nacional. O Rio Grande do Sul, maior produtor do país, com 71,4% de participação no total nacional, aguarda uma produção de 8 315 795 toneladas, numa área a ser colhida de 1 089 608 hectares e rendimento médio de 7 632 kg/ha, maiores, respectivamente, em 11,0%, 2,6% e 8,2%, quando comparados aos dados da safra anterior. As condições climáticas no momento são favoráveis, com dias ensolarados e quentes favorecendo o desenvolvimento da cultura. As lavouras atravessam as fases de germinação e desenvolvimento vegetativo (5,0%), floração (30,0%), enchimento de grão (17,0%), maduro e por colher (3,0%), segundo a EMATER (RS). Santa Catarina, segundo maior produtor nacional, aguarda uma produção de 1 078 015 toneladas, numa área a ser colhida de 147 581 hectares e rendimento médio de 7 305 kg/ha, maiores, respectivamente, em 2,6%, 0,1% e 2,5%, quando comparados aos dados da safra anterior.
BATATA-INGLESA – A estimativa da produção da batata-inglesa foi de 3 907 503 toneladas, redução de 0,7% em relação ao último ano, reflexo de uma retração de 1,8% na área a ser colhida. O rendimento médio deve ficar 1,2% maior. A estimativa de produção da 1ª safra da batata é de 1 925 069 toneladas e representa 49,3% da produção total brasileira. Esta previsão é 4,2% maior que a produção de mesma época em 2016 e foi influenciada pelo aumento de 1,2% na área a ser colhida e de 3,0% no rendimento médio. A Região Sul deve responder por 55,0% dessa safra e teve a estimativa de produção aumentada nos três estados, Paraná (18,9%), Santa Catarina (6,7%) e Rio Grande do Sul (1,3%). O rendimento médio deve crescer 7,6% no Paraná, 5,4% em Santa Catarina e 4,0% no Rio Grande do Sul, reflexo do clima que vem beneficiando as lavouras. A 2ª safra da batata deve produzir 1 172 118 toneladas, aumento de 2,5% frente ao ano anterior, representando 30,0% do total produzido pelo país. As estimativas de área plantada e rendimento médio também ficaram maiores que o ano anterior em 1,6% e 0,9%, respectivamente. Os principais produtores desta safra são Minas Gerais (33,7%), Paraná (31,4%), e São Paulo (21,2%).
CAFÉ (em grão) – A estimativa da produção (2,7 milhões de toneladas) recuou 12,1% em relação a 2016, enquanto a área e o rendimento médio estimados recuaram 5,4% e 7,0%, respectivamente. A queda no rendimento médio reflete a bienalidade do café, sendo que em 2016, a produção foi recorde. A produção do café arábica deve recuar 16,3%, chegando a 2,2 milhões de toneladas, com o rendimento médio recuando 11,5%. Minas Gerais, maior produtor do país e responsável por 71,3% do volume total, aguarda colher 1 544 693 toneladas, com queda de 15,0% em relação ao ano anterior. São Paulo e Espírito Santo, segundo e terceiro maiores produtores do país, aguardam reduções de 47,0% e 9,5%, respectivamente, na produção de café arábica. Já a produção nacional de café canéfora deve alcançar 520 657 toneladas e crescer 11,1% em relação a 2016, com o rendimento médio aumentando 17,7%. No Espírito Santo, maior produtor desse tipo de café, com participação de 61,4% do total a ser produzido pelo país, o rendimento médio crescerá 14,6%, devendo a produção alcançar 319 815 toneladas, aumento de 5,2%. A forte seca em 2015 e 2016 deve comprometer a produção das duas próximas safras. O retorno das chuvas, a partir de fins de 2016 trouxe o alento para a recuperação das lavouras, que precisam receber os tratos culturais necessários à recuperação produtiva das plantas. Um clima mais chuvoso nas principais regiões produtoras de café e um preço favorável para o produto, que estimula maiores investimentos nas lavouras, sustenta a presente estimativa. Contudo, o IBGE informa que a presente estimativa de produção de café para 2017 foi realizada com base em avaliações do nível de cargas da floração e dos “chumbinhos” das lavouras, nos diversos municípios produtores. Como a materialização dessa produção fundamenta-se, principalmente, no comportamento do clima nas principais regiões produtoras do país, as estimativas mensais a serem elaboradas ainda estão passíveis de alterações nos próximos meses, quando então, devem ser agregadas novas informações de campo.
CANA-DE-AÇÚCAR – Houve recuo na estimativa de produção (8,7 milhões de toneladas ou -1,2%) frente a 2016, assim como na área plantada (-6,2%), na área a ser colhida (-0,3%) e no rendimento médio (-0,9%). A estimativa de produção para 2017 é de 719,9 milhões de toneladas. Em São Paulo, principal produtor e responsável por 54,5% do total nacional, a produção deve recuar 2,2% e alcançar 392 128 800 toneladas. Já as estimativas de área plantada e rendimento médio ficaram 9,5% e 2,2% menores, respectivamente. Apesar dos preços do açúcar e do etanol terem aumentado, as lavouras de cana vêm se adaptando à proibição da queima e mecanizando da colheita, o que tende a reduzir o replantio em áreas mais distantes e de difícil acesso.
FEIJÃO (em grão) – A primeira estimativa da produção para as três safras de feijão em 2017 é de 3 387 228 toneladas, com aumento de 31,7% em relação ao ano anterior. A 1ª safra do produto, estimada em 1 583 352 toneladas, participa com 46,7% da produção total de feijão em grão. Essa estimativa de produção é 40,3% maior que a produção de 2016; a área plantada teve aumento de 10,9% e o rendimento médio subiu 13,4%. Nesta avaliação, os estados com maior participação na produção foram Paraná (22,1%), Minas Gerais (13,6%) e São Paulo (11,7%). Quanto ao feijão 2ª safra, a estimativa de produção é de 1 332 429 toneladas, aumento de 37,4% em relação a 2016. Esta produção representa 39,3% do total de feijão produzido no país. As maiores estimativas de produção, para esta safra, foram nos Estados do Paraná (30,4%), Mato Grosso (15,2%) e Minas Gerais (11,9%). Para a 3ª safra de feijão, a expectativa é de queda na produção de 0,3%, sendo avaliada em 471 447 toneladas. A estimativa da área plantada decresceu 1,8% em relação ao mesmo período de plantio em 2016 e é esperado um aumento de 1,4% no rendimento médio.
MANDIOCA (raízes) – A estimativa da produção de mandioca em 2017 alcança 20 901 444 de toneladas, redução de 11,8% frente a 2016. A produção deve diminuir 17,2% na Região Norte, com destaques para o Amazonas (-50,0%), Tocantins (-20,5%), Pará (-14,3%), Acre (-0,5%) e Rondônia (-0,4%). Na Região Nordeste, a expectativa é de um crescimento de 1,5%, em função, principalmente, de um aumento de 6,5% no rendimento médio, já que as áreas a ser plantada e a ser colhida recuaram 6,9% e 4,7%, respectivamente. São Paulo e Paraná, cuja produção destina-se principalmente às indústrias de farinha e fécula, devem produzir 1 043 222 toneladas e 2 762 797 toneladas, respectivamente, quedas de 14,5% e 26,2%, respectivamente, em relação a 2016.
MILHO (em grão) – A estimativa da produção é de 88 014 130 toneladas, com aumento de 38,9%, representando um recorde na série histórica do IBGE, iniciada em 1975. A estimativa da produção do milho 1ª safra é de 29 662 612 toneladas, aumento de 22,0% em relação ao ano anterior. A área a ser colhida e o rendimento médio devem crescer 12,3% e 8,6%, respectivamente. A boa safra decorre dos preços mais rentáveis do produto por ocasião do plantio, que incentivou os produtores a aumentarem a área plantada e a tecnologia aplicada nas lavouras. O clima mais chuvoso nos principais estados produtores também é indicativo do aumento do rendimento médio. Minas Gerais, com uma produção de 5 636 320 toneladas, Rio Grande do Sul, com 5 566 945 toneladas e Paraná, com 4 400 229 toneladas são os três maiores produtores da safra verão (1ª safra), devendo participar com 52,3% do total a ser colhido nessa época. Para o milho 2ª safra, a estimativa da produção alcança 58 351 518 toneladas, aumento de 49,5% em relação ao ano anterior. A área a ser colhida e o rendimento médio devem crescer 9,2% e 36,9%, respectivamente, em decorrência das expectativas de um ano mais chuvoso, notadamente no bioma Cerrado, que abrange parte dos estados produtores desse cereal.
SOJA (em grão) – Com o início da colheita nos principais estados produtores de soja, a expectativa no ano de 2017 segue otimista, com uma produção de 107 039 408 toneladas, valor 11,8% superior ao averiguado em 2016. Para o Mato Grosso, estima-se uma produção de 29 875 115 toneladas, com aumento de 13,7%. No Paraná, espera-se uma produção de 18 524 206 milhões de toneladas, com alta de 10,1% em relação a 2016, um novo recorde para o estado. No Rio Grande do Sul, com o plantio praticamente finalizado, estima uma produção de 16 378 540 toneladas, 1,1% superior a 2016, em uma área plantada sem significativa alteração. O Nordeste, que em 2016 enfrentou uma seca, espera alta de 84,8% na produção. Em destaque, a Bahia, onde aumentos de 5,0% na área a ser plantada e de 42,6% no rendimento médio devem ocasionar uma produção de 4 812 000 toneladas. No Piauí, o aumento da área plantada, as chuvas e a baixa incidência de pragas indicam alta de 229,7% na produção, que pode alcançar 2 123 970 de toneladas. Minas Gerais é o único grande produtor onde se espera queda (-5,1%) na produção, devido ao veranico no noroeste do estado e à opção de muitos produtores pelo plantio do milho.
SORGO (em grão) – A estimativa da produção para 2017 cresceu 62,0% frente a 2016. O rendimento médio deve aumentar 43,7% e a área a ser colhida 12,8%, alcançando uma produção de 1 893 862 toneladas. Regionalmente, a produção deve crescer 62,8% no Nordeste, 25,8% no Sudeste e 95,1% no Centro-Oeste, que participa com 58,5% do total a ser produzido. Goiás, com uma estimativa de produção de 836 689 toneladas, deve ser o principal produtor do país, com participação de 44,2% do total.
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) acompanha mensalmente as safras dos principais produtos agrícolas, através de comissões municipais, regionais e da Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO), integrada pelo IBGE e o Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA). Os levantamentos para cereais (arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo e triticale), leguminosas (amendoim e feijão) e oleaginosas (caroço de algodão, mamona, soja e girassol) foram realizados em colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do MAPA, num processo de harmonização das estimativas iniciado em 2007.
Comunicação Social
9 de fevereiro de 2017