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Em janeiro, Índice de Preços ao Produtor (IPP) varia -0,13%

05/03/2015 12h03 | Atualizado em 25/05/2017 12h48

 

JANEIRO 2015
-0,13%
Dezembro 2014
0,59%
Janeiro 2014
1,43%
Acumulado em 12 meses
2,85%

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou -0,13% em janeiro, em relação a dezembro, e ficou abaixo da variação observada entre novembro e dezembro (0,59%). Com isso, em janeiro, o acumulado nos últimos 12 meses foi para 2,85%, abaixo dos 4,46% verificados para este indicador em dezembro.

O IPP mede a evolução dos preços de produtos na 'porta da fábrica', sem impostos e fretes, de 23 setores da indústria de transformação. A publicação completa pode ser acessada emhttps://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/ipp/default.shtm.

Em janeiro/15, os preços das Indústrias de Transformação variaram, em média, -0,13% quando comparados a dezembro/14, número inferior ao observado na comparação entre dezembro/14 e novembro/14 (0,59%).

Em janeiro/15, pelo indicador M/M-1, 16 das 23 atividades apresentaram variações positivas de preços, contra 18 do mês anterior.

As quatro maiores variações observadas em janeiro se deram entre os produtos compreendidos nas seguintes atividades industriais: fumo (2,57%), outros produtos químicos (-2,30%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-2,23%) e impressão (1,76%).

Ao comparar janeiro de 2015 com janeiro de 2014 (M/M-12), a variação de preços foi de 2,85%, contra 4,46% em dezembro. As quatro maiores variações foram em bebidas (9,90%), outros equipamentos de transporte (9,48%), calçados e artigos de couro (8,45%) e fumo (8,44%).

As principais influências para o indicador M/M-12 de janeiro vieram de veículos automotores (0,77 p.p.), metalurgia (0,46 p.p.), alimentos (0,39 p.p.) e outros produtos químicos (-0,31 p.p.).

A seguir são analisados com mais detalhes cinco setores, que, no mês de janeiro, encontravam-se entre os principais destaques em pelo menos um dos seguintes critérios: maiores variações de preços, maiores influências, ambos nas comparações: M/M-1 e M/M-12, e as principais ponderações.

Alimentos: em janeiro de 2015, os preços do setor tiveram variação negativa, em relação a dezembro de 2014, de 0,52%, primeiro resultado negativo desde julho de 2014 (-1,21%). O resultado de janeiro, por sua vez, é superior em 1,99% ao de janeiro de 2014, todavia, neste tipo de comparação, no mês de janeiro, é o menor resultado da série - substituindo o 2,18% de janeiro de 2012.

Em termos de influência, dos quatro produtos em destaque ('carnes de bovinos frescas ou refrigeradas', 'resíduos da extração de soja', 'sucos concentrados de laranja' e 'carnes de bovinos congeladas') apenas um ('sucos concentrados de laranja') apresentou variação positiva de preços. Os quatro produtos tiveram influência de - 0,79 p.p., na taxa de - 0,52%.

No caso das variações dos quatro produtos em destaque (apenas 'carnes de bovino frescas ou refrigeradas' aparece nas duas listas), dois tiveram variações negativas de preços (além da carne já citada também 'manteiga de cacau') e dois ('produtos embutidos ou de salamaria de carnes, integrado ao abate' e 'produtos embutidos ou de salamaria de carnes, não integrado ao abate'), positivas.

Entre produtos de maior influência, o recuo de preços esteve associado à safra (soja e carnes bovinas). Já o suco de laranjas respondeu ao aumento sazonal do preço da própria fruta.

Refino de petróleo e produtos de álcool: na comparação com dezembro de 2014, os preços de janeiro apresentaram variação de - 1,43%. Esta é a segunda maior variação negativa da série (a primeira foi de - 2,08%, de maio de 2011) e também é o segundo caso de ocorrer uma taxa negativa no mês de janeiro (a outra foi em 2012, - 0,58%). Na comparação M/M-12, o resultado foi de 0,72%, menor resultado nesse tipo de comparação na série que se iniciou em dezembro de 2010 (4,34% em janeiro de 2011; 3,22% em janeiro de 2012; 7,21% em 2013; e 11,68% em 2014).

Ao dar destaque às variações e à influência, dois produtos ('querosene de aviação' e 'naftas'), ambos com variação negativa de preços, são comuns às duas listas. Os quatro produtos de maior influência (além dos já citados, 'álcool etílico (anidro ou hidratado)' e 'óleo diesel e outros óleos combustíveis') influenciaram a taxa de janeiro em -1,59 p.p. (em - 1,43%), sendo que apenas álcool teve variação positiva de preços.

No caso do álcool, a elevação de preços observada esteve ligada a expectativa de que a taxação sobre a gasolina viesse a aumentar a demanda do etanol e, particularmente no caso do nordeste, à proximidade da entressafra. Já no caso dos derivados de petróleo, de modo geral observa-se o alinhamento com o mercado internacional, especialmente no caso das 'naftas'.

Outros produtos químicos: a indústria química registrou neste primeiro mês de 2015 uma variação negativa de preços de 2,30%; maior variação negativa entre todos os setores econômicos da pesquisa e maior redução de preços desde julho de 2012 (-2,61%). Desta forma o setor acumulou nos últimos 12 meses uma variação de preços de -2,82%, menor valor desde o início da série.

O cenário da indústria química dos produtos petroquímicos básicos e intermediários para plastificantes, resinas e fibras (classes 2021 e 2022 da CNAE – Classificação Nacional de Atividades Econômicas) é muito ligado aos preços da nafta (insumo de produtos como o polietileno de alta densidade, o polipropileno e o estireno), o qual teve uma sensível queda de preços nos últimos 12 meses.

Em contrapartida, no caso dos produtos químicos inorgânicos, as pressões observadas são altistas.

Metalurgia: ao comparar os preços do setor em janeiro de 2015 contra dezembro de 2014, houve uma variação positiva em 0,23%, representando a quinta variação positiva nos últimos seis meses. Com isso, o setor acumulou nos últimos 12 meses (M/M-12) uma variação de preços de 5,86%; resultado muito inferior ao de dezembro de 2014 que foi de 10,16% (influência do resultado de janeiro de 2014).

Os destaques, tanto na variação de preços quanto em influência, na comparação mês contra mês imediatamente anterior (M/M-1), foram os produtos do grupo de metalurgia dos materiais não ferrosos ('barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre' e 'alumínio não ligado em formas brutas') e 'tubos de aços com costura', todos com variações negativas de preços, fazendo contrapartida aos 'lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono'. Estes produtos representaram -0,04 p.p. da variação no mês positiva de 0,23%.

Em relação às principais influências na análise M/M-12, todos os produtos em destaque apresentaram resultados positivos. São eles: 'alumínio não ligado em formas brutas', 'bobinas ou chapas de aços inoxidáveis, inclusive tiras', 'lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono' e 'ligas de alumínio em formas brutas'.

Os resultados globais deste setor foram fortemente influenciados pelas flutuações cambiais em relação ao dólar (desvalorização do real em 18,1% no último semestre de 2014 e de 10,5% nos últimos 12 meses), que fizeram contraponto à queda de preços internacionais dos metais não ferrosos, além dos gastos referentes ao consumo energético para produção.

Veículos automotores: a fabricação de veículos automotores apresentou variação de 1,32% no índice M/M-1 de janeiro de 2015. Nesse indicador destacaram-se os produtos 'automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência', 'caminhão-trator para reboques e semi-reboques', 'caminhão diesel com capacidade superior a 5t', com variações positivas, e 'peças para motor de veículos automotores', com variação negativa. Esses produtos em conjunto representaram 1,24 p.p. do resultado de janeiro.

Embora não constem entre as quatro maiores influências neste indicador, os produtos 'bombas injetoras para veículos automotores', com variação negativa, e 'filtro de ar, óleo ou combustível para veículos automotores' e 'rodas para veículos automotores', com variações positivas, são outros produtos destacados em termos de variação de preços, na perspectiva do M/M-1.

Com relação aos últimos 12 meses (M/M-12), o índice da atividade ficou em 7,08%. Os produtos que mais influenciaram esse indicador foram 'automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência', 'peças para motor de veículos automotores', 'caminhão diesel com capacidade superior a 5t' e 'caminhão-trator para reboques e semi-reboques', todos com resultados positivos.

Ainda no que se refere aos resultados de M/M-12, aparecem destacados, em termos de variação, os produtos 'limpadores de para-brisas', 'motores de partida para motores de explosão' e 'rodas para veículos automotores', todos com variações positivas de preços.