IBGE realiza seminário para jornalistas sobre a atualização do Sistema de Contas Nacionais
09/03/2015 09h35 | Atualizado em 26/09/2017 10h22
Atualizações do Sistema de Contas Nacionais (SCN) são periódicas: a mais recente ocorreu em 2007 e a mais ampla, em 1997. O IBGE segue as recomendações do Manual Internacional de Contas Nacionais (SNA 2008) da Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional, OCDE, ONU e Banco Mundial, que devem ser adotadas pelos diversos países até 2016. Destacam-se nessa atualização a incorporação de informações do Censo Agropecuário de 2006 e da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008/2009, além de alterações conceituais do SNA 2008 em relação ao manual anterior, da adoção da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) 2.0 e do uso de novas fontes de dados econômicos.
As Contas Nacionais Anuais atualizadas (2000 a 2011) serão divulgadas em 11/03 e as Contas Nacionais Trimestrais atualizadas (1995 a 2014), em 27/03. Em novembro serão divulgadas as Contas Nacionais Anuais de 2012 e 2013. A maior parte dos países que integram a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) já implementaram suas atualizações.
As notas metodológicas sobre as mudanças no SCN do IBGE estão disponíveis emhttps://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/contasnacionais/2009/default_SCN_2010.shtm.
O IBGE realiza na manhã desta segunda-feira (9/03/2015), no Rio de Janeiro, um seminário para jornalistas sobre a mais recente atualização do Sistema de Contas Nacionais (SCN 2010), com a adoção da Referência 2010. Iniciada pelo IBGE em 2011, esta atualização se insere na rotina de revisões do SCN.
Os principais aperfeiçoamentos introduzidos no SCN-2010 são:
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Adoção de nova classificação de produtos e atividades integrada com a CNAE 2.0 (publicada em 2007).
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Introdução dos resultados do Censo Agropecuário de 2006, da Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2008/2009 e do Censo Demográfico de 2010.
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Atualização da matriz de consumo intermediário, com dados da Pesquisa de Consumo Intermediário de 2010 e do Censo Agropecuário 2006.
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Atualização das margens de comércio e de transporte, com base em pesquisas específicas e na Pesquisa Anual de Serviços.
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Atualização das estruturas de impostos.
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Utilização dos dados da declaração de Imposto de Renda Pessoa Física, aperfeiçoando os resultados do setor institucional Famílias na Conta Econômica Integrada (CEI).
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Adoção das recomendações da quarta versão (2008) do Manual Internacional de Contas Nacionais. Algumas modificações do SNA 2008 podem ter impacto nos resultados do Produto Interno Bruto. Esse é o caso da nova taxonomia para os ativos não financeiros, ampliando o que deve ser considerado como Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), ou seja, investimento. Assim, por exemplo, os gastos em softwares e em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) deixam de ser considerados como consumo intermediário e passam a ser registrados como FBCF.
Os primeiros resultados das Contas Nacionais Anuais atualizadas pela Referência 2010 serão divulgados nesta quarta-feira, 11/03, com informações de 2010 e 2011, além da série histórica desde 2000. Já as Contas Nacionais Trimestrais atualizadas – com dados dos quatro trimestres de 2014, além da série histórica desde 1995 - serão divulgadas em 27/03. Em novembro serão divulgadas as Contas Nacionais Anuais referentes a 2012 e 2013.
Maior mudança na metodologia das Contas Nacionais ocorreu em 1997
De 1947 a 1989, o desempenho da economia brasileira era medido pelo Sistema de Contas Nacionais Consolidadas (SCN) da Fundação Getúlio Vargas. Tratava-se de um sistema simplificado, com um conjunto de contas mais agregado, que sofria revisões a cada Censo Econômico. A partir de 1990, a tarefa foi assumida pelo IBGE.
Em 1997, o IBGE adotou a terceira versão do Manual de Contas Nacionais da ONU, alterando não apenas a base de dados do SCN, mas ampliando toda a sua estrutura. Tal mudança levou à divulgação de uma nova série das Contas Nacionais, de 1990 a 1997.
Em 2007, novamente o SCN do IBGE foi aperfeiçoado, também seguindo recomendações da ONU, do Fundo Monetário Internacional (FMI), da Comissão Europeia, do Banco Mundial e da OCDE.
Unificação metodológica internacional teve início em 1947
A ONU recomenda que a quarta versão do Manual Internacional de Contas Nacionais seja incorporada aos Sistemas de Contas Nacionais dos diversos países até 2016.
Em 1947, Comissão de Estatística da ONU reuniu-se pela primeira vez e iniciou a elaboração de um manual de recomendações metodológicas em âmbito internacional, para que as Contas Nacionais dos diferentes países se tornassem comparáveis. A primeira edição desse manual foi publicada em 1953, e nela predominavam as ideias de Richard Stone (Prêmio Nobel de Economia em 1984) sobre as Contas dos Setores Institucionais, origem das atuais Contas Econômicas Integradas (CEI).
Em 1968, foi publicada a segunda versão do Manual de Contas Nacionais da ONU, incorporando as contribuições de Wassily Leontief (Prêmio Nobel de Economia em 1973) para o estudo das relações entre os diferentes setores da economia, que deram origem às atuais Tabelas de Recursos e Usos (TRU).
Em 1993, as Nações Unidas publicaram a terceira versão do manual e muitas de suas recomendações foram incorporadas pelo IBGE em 2007. Finalmente, em 2008, a Comissão de Estatística das Nações Unidas aprovou a publicação da quarta versão do Manual de Contas Nacionais, cujas recomendações estão sendo adotadas pelo IBGE na presente atualização.