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Índice de Preços ao Produtor (IPP) varia 0,31% em junho

29/07/2015 10h36 | Atualizado em 25/05/2017 12h48

 

JUNHO 2015
0,31%
Maio 2015
0,12%
Junho 2014
-0,16%
Acumulado em 2015
2,93%
Acumulado em 12 meses
6,56%

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou 0,31% em junho, quando comparado a maio/15, número superior ao observado na comparação entre maio/15 e abril/15 (0,12%). Com isso, o acumulado no ano chegou a 2,93%, contra 2,62% em maio. O acumulado em 12 meses foi para 6,56%, acima dos 6,06% de maio. O IPP mede a evolução dos preços de produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e fretes, de 23 setores da indústria de transformação. A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na páginahttps://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/ipp/default.shtm.

15 das 23 atividades pesquisadas apresentaram alta de preços

Em junho, 15 das 23 atividades apresentaram variações positivas de preços, contra 17 do mês anterior. As quatro maiores se deram entre os produtos compreendidos nas atividades de outros produtos químicos (4,35%), metalurgia (-3,56%), papel e celulose (2,74%) e confecção de artigos do vestuário e acessórios (-2,73%). Em termos de influência, na comparação entre junho/15 e maio/15, (0,31%), sobressaíram outros produtos químicos (0,47 p.p.), metalurgia(-0,29 p.p.), papel e celulose (0,10 p.p.) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-0,07 p.p.).

O indicador acumulado no ano (junho/15 contra dezembro de 2014) atingiu 2,93%, contra 2,62% em maio/15. Entre as atividades que tiveram as maiores variações percentuais sobressaíram outros equipamentos de transporte (13,85%), fumo (12,05%), papel e celulose (11,26%) e madeira (10,21%). Neste indicador, os setores de maior influência (tabela 3) foram outros produtos químicos (0,79 p.p.), papel e celulose (0,39 p.p.), veículos automotores (0,37 p.p.) e outros equipamentos de transporte (0,30 p.p.).

Ao comparar junho de 2015 com junho de 2014 (acumulado em 12 meses), a variação foi de 6,56%, contra 6,06% em maio. As quatro maiores variações de preços ocorreram em outros equipamentos de transporte (27,22%), fumo (25,27%), papel e celulose (21,16%) e madeira (20,09%). As principais influências vieram de outros produtos químicos (1,12 p.p.), veículos automotores (0,91 p.p.), alimentos (0,78 p.p.) e papel e celulose (0,71 p.p.).

Alimentos: depois de duas taxas negativas consecutivas, os preços dos alimentos variaram 0,15% na comparação entre maio e junho. Com isso, até junho, acumulou-se um aumento de 1,17% em 2015. Frente a junho de 2014, os preços mais recentes estão 3,93% superiores. Em termos de destaque, dois produtos aparecem tanto em variação quanto em influência: leite esterilizado / UHT / Longa Vida e carnes de bovinos congeladas, ambos com variações positivas. A única variação negativa destacada se deu, em termos de influência, em açúcar cristal. O último produto entre os quatro de maior influência foi resíduos da extração de soja. Os quatro produtos tiveram influência de 0,41 p.p., na variação de 0,15%, o que significa que os outros 39 produtos alimentares tiveram influência de - 0,26 p.p. A queda do açúcar cristal está atrelada tanto a uma menor demanda interna quanto a uma maior oferta mundial. No caso da carne, a oferta limitada tem feito com que o preço dos animais para o abate venha aumentando, o que acaba sendo passado ao preço da carne, ainda que a demanda não esteja aquecida. No caso dos derivados da soja, em particular de resíduos da extração de soja, o aumento se justifica num ambiente de desvalorização do real, boas exportações brasileiras e, ainda, aumento dos preços da soja na Bolsa de Chicago em resposta a um clima desfavorável ao produto nos EUA. Por fim, no caso do leite, o aumento reflete o período de entressafra.

Papel e Celulose: O setor teve um aumento médio da ordem de 2,74% em junho de 2015, a maior alta nesse período do ano. Com isso, o setor acumula 11,26% em 2015, e 21,16% em 12 meses. O setor teve o terceiro maior aumento acumulado do ano, em virtude do aumento de custos de produção, incluindo custos de mão de obra e de matéria-prima, cotada em dólar. Do aumento de 2,93% em junho de toda a indústria de transformação, o setor teve a segunda maior influência (0,39 p.p.), atrás apenas da fabricação de produtos químicos. Os produtos que mais influenciaram o aumento de 2,74% de junho foram cadernos; celulose; e papel para escrita, impressão e outros usos gráficos, não revestidos de matéria inorgânica. A influência da variação de preços do setor, em junho, no total das indústrias de transformação foi de 0,10 p.p.

Outros produtos químicos: a indústria química registrou variação de 4,35%, o que gerou um acumulado de 7,30% no ano e de 10,38% na comparação com o mesmo mês de 2014, maior taxa neste tipo de comparação, desde julho de 2013. O cenário da indústria química dos produtos petroquímicos básicos e intermediários para plastificantes, resinas e fibras é muito ligado aos valores internacionais e aos preços da nafta, produto com sensível queda de preços entre dezembro de 2014 e março de 2015, mas com uma recuperação de preços no último trimestre. Além do aumento da nafta no último trimestre, o setor apresentou uma elevação de custos associada à energia, à compra de matérias-primas e à cotação do dólar (desvalorização do real frente à moeda americana em 39,2%). Os produtos em destaque na variação de preços do mês em relação ao mês anterior foram borracha de estireno-butadieno, etileno (eteno) não-saturado, propeno (propileno) não-saturado e sulfato de amônio ou ureia. Em relação à influência, no mês contra mês anterior, os produtos em destaque são praticamente os mesmos, apenas adubos ou fertilizantes à base de NPK substitui borracha de estireno-butadieno, mas também com valores positivos. Os quatro produtos de maior influência representaram 3,05 p.p. no resultado de 4,35%, ou seja, os demais 28 produtos contribuíram com 1,30 p.p. No caso do acumulado no ano e nos últimos 12 meses, apenas os produtos ligados à agricultura aparecem como destaque: adubos ou fertilizantes à base de NPK e superfostatos.

Metalurgia: em junho, houve, pela terceira vez no ano e de forma consecutiva, variação negativa (-3,56%). Com isso, o setor acumulou, nos últimos 12 meses, variação de 2,79% e, no acumulado do ano, de -1,17%. Todos os produtos em destaque na variação e na influência apresentaram resultados negativos na comparação mês contra mês imediatamente anterior. Na variação e influência, destacam-se bobinas ou chapas de aços inoxidáveis, inclusive tiras e bobinas a frio de aços de carbono, não revestidos. A estes dois produtos adicionam-se, em termos de variação, bobinas ou chapas de aços zincadas e chapas e tiras de alumínio de forma quadrada ou retangular e, em termos de influência, alumínio não ligado em formas brutas e lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono. Dentre os 22 produtos selecionados para a pesquisa, os quatro produtos com destaque na análise de influências na comparação com maio representam -2,43 p.p. da variação no mês (-3,56%). O comportamento do setor é influenciado pela combinação dos resultados dos grupos siderúrgicos (ligado aos produtos de aço) e do grupo de materiais não ferrosos (cobre e alumínio). O primeiro grupo é afetado pelo excedente de capacidade de aço no mundo, além do custo elevado da energia elétrica e do gás natural; já no segundo grupo seus preços acompanham as cotações das bolsas internacionais e a desvalorização do real. No setor siderúrgico, os resultados dos preços nos últimos 12 meses foi influenciado pelas exportações de placas, queda na demanda interna e aumento dos custos, enquanto que, para os metais não ferrosos, as cotações internacionais são o principal fator das variações de preços observadas.

Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos: em junho de 2015, os preços da atividade variaram -2,67%, em relação a maio. Observando o acumulado no ano, os preços do setor apresentaram variação de -7,48%. Na comparação com junho do ano anterior, a variação do indicador ficou em -5,66%. A influência da variação mensal observada para essa atividade sobre o índice das indústrias de transformação foi de - 0,07 p.p. Os produtos que mais influenciaram a variação mensal de preços negativa do setor foram telefones celulares e cartões inteligentes. Na influência mensal positiva, destacaram-se medidores de consumo de eletricidade e gravador ou reprodutor de sinais de áudio e vídeo. Os indicadores dos últimos 12 meses e acumulado de 2015 também sofreram influência significativa dos preços dos telefones celulares, além de monitores e projetores para computador.

Veículos automotores: os preços observados em junho, quando comparados aos de maio, tiveram variação média de -0,25%, primeiro resultado negativo desde março de 2014. Com isso, o acumulado em 2015 recuou de 3,57% em maio para 3,32% em junho. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a série que foi crescente entre os meses de junho de 2014 (2,62%) e maio de 2015 (8,61%) teve uma inversão e ficou em 8,28% em junho de 2015 contra junho de 2014. Dentre os produtos que se destacaram na variação mensal, três aparecem tanto em termos de variação quanto de influência: chicotes elétricos para veículos automotores, caixas de marcha para veículos automotores e chassis com motor para ônibus ou para caminhões, sendo que apenas o segundo teve variação positiva de preços. O quarto produto em termos de influência foi justamente automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência, o de maior contribuição no cálculo do setor, cuja variação de preços também foi negativa. Os quatro produtos influenciaram em -0,35 p.p. o resultado de -0,25%. Em termos de mais longo prazo, dos quatro produtos listados anteriormente somente automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência aparece tanto em termos de acumulado no ano quanto em termos de acumulado em 12 meses, em ambos os casos com influência positiva.

Outros equipamentos de transporte: em junho de 2015, os preços do setor apresentaram variação positiva de 1,11% em relação ao mês anterior. O resultado nesse indicador depende, em grande parte, da variação da taxa de câmbio (R$/US$), tanto que, no acumulado do ano, houve uma variação de 13,9% contra uma variação cambial de 17,9% e, nos últimos 12 meses, uma variação de 27,22%, contra uma desvalorização cambial de 39,2%. Em junho, o setor apresentou uma redução de preços, com a relação a maio, apenas no produto motocicletas com mais de 50 cm3. Para os demais produtos, nos três tipos de índices analisados (mês contra mês imediatamente anterior, acumulado no ano e acumulado nos últimos 12 meses), houve uma variação positiva de preços.