PEVS 2014: valor de produção da extração vegetal e silvicultura chega a R$ 20,8 bilhões
05/11/2015 10h08 | Atualizado em 25/05/2017 12h48
O valor da extração vegetal e silvicultura chegou a R$ 20,8 bilhões, em 2014. A produção da silvicultura (obtida em florestas plantadas) contribuiu com 77,7% (R$ 16,1 bilhões), enquanto a extração vegetal (coleta ou apanha de produtos em matas e florestas nativas) participou com 22,3% (R$ 4,6 bilhões).
Na silvicultura, o valor de produção dos produtos madeireiros chegou a R$ 15,9 bilhões e o dos não madeireiros, a R$ 216 milhões. Já na extração vegetal, o valor de produção dos produtos madeireiros totalizou R$ 3,2 bilhões e a de não madeireiros somou R$ 1,4 bilhão, com destaque para o grupo de produtos alimentícios, que representou 69,9% do valor total obtido, seguido pelas ceras (12,4%), oleaginosos (9,9%) e fibras (7,2%). Entre os produtos não madeireiros da extração, destacaram-se o açaí (R$ 422,0 milhões), a erva-mate nativa (R$ 403,1 milhões) e o pó de carnaúba (R$ 148,1 milhões).
Essas são algumas das informações da Produção da Extração Vegetal e Silvicultura (PEVS) 2014. A pesquisa mostra, também, que, de um total de 146,5 milhões de m³ de madeira em tora, 90,6% originaram-se da silvicultura (florestas plantadas) e apenas 9,4% do extrativismo vegetal. No entanto, a quantidade de madeira em tora proveniente do extrativismo aumentou 1,8%, entre 2013 e 2014.
A PEVS 2014 traz, ainda, dados inéditos sobre as áreas ocupadas pelo plantio de eucalipto, pinus e outras espécies, que ocupavam, em 2014, 9,4 milhões de hectares, sendo 3,8 milhões na região Sul.
Todas as informações da PEVS 2014, que tem dados sobre 36 produtos do extrativismo vegetal e sete da silvicultura, para todos os municípios brasileiros, estão disponíveis aqui.
Em 2014, 21 produtos do extrativismo vegetal e três produtos da silvicultura apresentaram queda na produção, enquanto 15 produtos do extrativismo e quatro da silvicultura registraram crescimento.
De um total de 146,5 milhões de metros cúbicos (m3) de madeira em tora, 90,6% foram oriundos das florestas plantadas e apenas 9,4% do extrativismo vegetal. A produção de madeira em tora, destinada a papel e celulose, contribuiu com 60,9% no total obtido pela silvicultura. A produção de carvão vegetal foi de 7,2 milhões de toneladas, das quais, 85,9% foram produzidas pela silvicultura e 14,1% pela extração vegetal. Na participação da produção de lenha, o extrativismo vegetal colaborou com 34,0% de um total de 85,0 milhões de m³, contra 66,0% da silvicultura.
Os produtos madeireiros do extrativismo vegetal que apresentaram aumento na quantidade obtida foram o carvão vegetal (1,4%) e a madeira em tora (1,8%). Os demais apresentaram decréscimo: lenha (-6,6%), nó-de-pinho (-10,9%), bem como o número de árvores abatidas do pinheiro-brasileiro nativo (-24,8%). Já o extrativismo vegetal não madeireiro, em sua maioria, concentrou-se na região Norte, com destaque para o açaí (93,0%) e a castanha-do-pará (95,9%); e no Nordeste, onde se concentram as produções de amêndoas de babaçu (99,7%), fibras de piaçava (95,3%) e pó de carnaúba (100,0%). Na região Sul, destacaram-se a erva-mate (99,9%), que registrou o maior crescimento absoluto entre os produtos do extrativismo, e o pinhão (86,7%).
Na silvicultura, a principal região produtora de carvão vegetal (86,4%) e de madeira em tora para papel e celulose (36,2%) foi a Sudeste. O Sul respondeu por 61,4% da lenha e 64,1% da madeira em tora para outras finalidades. A produção não madeireira da silvicultura, que também está concentrada no Sudeste e Sul, apresentou aumento na quantidade obtida de resina (0,2%) e decréscimo de produção para cascas de acácia-negra (-3,8%) e folhas de eucalipto (-56,6%).
Produção não madeireira do extrativismo: Cai produção de açaí e aumenta a de erva-mate
A produção de açaí caiu 2,0%, passando de 202,2 mil toneladas para 198,1 mil toneladas. O Pará foi responsável por 54,0% da produção nacional de açaí obtido no extrativismo, seguido por, Amazonas (33,6%), Maranhão (7,0%), Acre (2,0%), Amapá (1,1%), Rondônia e Roraima (0,9%). Importante salientar que esta não é a produção total de açaí, uma vez que o cultivo desse produto vem aumentando e a pesquisa verifica apenas o açaí proveniente do extrativismo. Houve mudança do principal município produtor de açaí: Limoeiro do Ajuru (PA) passou para a primeira colocação, substituindo Codajás (AM), que caiu para a segunda posição, seguido por Oeiras (PA). Os 20 maiores municípios produtores concentram 70,2% da produção nacional.
A produção da erva-mate apresentou, em 2014, pelo segundo ano consecutivo, o maior crescimento entre os produtos do extrativismo, em termos absolutos, mais 32,9 mil toneladas (11,0%), atingindo 333,0 mil toneladas. A erva-mate nativa ocorre em apenas quatro unidades da federação, sendo o maior produtor o Paraná, responsável por 86,3% da produção nacional. Santa Catarina (7,6%) e Rio Grande do Sul (6,1%) completam a lista dos principais produtores. Entre os 20 maiores municípios produtores, apenas dois são gaúchos: Fontoura Xavier e São José do Herval. Os demais são paranaenses, sendo São Mateus do Sul, Cruz Machado e Bituruna os principais produtores.
A produção de castanha-do-pará, em 2014, foi de 37,5 mil toneladas, representando um decréscimo de 2,1% em relação à obtida em 2013. O Acre (13,7 mil toneladas) foi o principal produtor, seguido por Amazonas (12,9 mil toneladas), Pará (6,9 mil toneladas), Rondônia (1,9 mil toneladas) e Mato Grosso (1,5 mil toneladas). O maior produtor foi Brasiléia, no Acre (3.492 toneladas). Dos 20 maiores municípios produtores, sete são do Acre; nove, do Amazonas; três, do Pará; e um, de Rondônia. Juntos, foram responsáveis por 67,1% da produção nacional.
Piauí é o maior produtor de pó de carnaúba; e Maranhão, de babaçu
O principal produtor de pó de carnaúba foi o Piauí, responsável por 64,6% da produção nacional, totalizando 18,7 mil toneladas, um aumento de 2,5% em relação a 2013. Ceará (32,0%), Maranhão (2,8%) e Rio Grande do Norte (0,6%) também contribuíram para esta produção. O maior produtor foi Granja, no Ceará (1.150 toneladas). No ranking dos 20 maiores municípios produtores, 15 são do Piauí; quatro, do Ceará; e um, do Maranhão. Juntos, foram responsáveis por 52,3 % da produção nacional em 2014.
A produção total de amêndoas de babaçu apresentou queda de 6,5%, quando comparada à de 2013. A produção de 83,9 mil toneladas foi obtida principalmente no Maranhão, que concentra 94,5% do total nacional, e no Piauí (4,5%). Os 20 maiores municípios produtores foram maranhenses (57,4% da produção total). Os principais produtores foram Pedreiras, Vargem Grande e Poção de Pedras.
A produção nacional de fibras de piaçava apresentou um pequeno acréscimo de 2,6% em relação ao ano anterior, registrando um total de 45,8 mil toneladas em 2014. A Bahia foi o principal produtor, com 43,6 mil toneladas, o que representa 95,2% da produção nacional. Dos 20 municípios maiores produtores de piaçava do país, 17 localizam-se na Bahia, e três, no Amazonas. Juntos, foram responsáveis por 99,8% da produção nacional, com destaque para Ilhéus, Nilo Peçanha, Cairu e Ituberá, na Bahia, e Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas.
Produção madeireira do extrativismo: Maranhão é o maior produtor de carvão vegetal
Com um total de 1,0 milhão de toneladas, a produção de carvão vegetal do extrativismo, no ano de 2014, registrou aumento de 1,4% em relação a 2013. Os principais produtores foram Maranhão (282,6 mil toneladas), Mato Grosso do Sul (172,3 mil toneladas), Piauí (145,8 mil toneladas), Tocantins (106,7mil toneladas) e Bahia (101,7 mil toneladas). As maiores produções municipais foram em Grajaú e Buriti Bravo (MA); Jerumenha (PI); Aquidauana e Ribas do Rio Pardo (MS); e Baianópolis (BA).
O total de 13,8 milhões de m³ de madeira em tora oriunda das matas nativas produzido em 2014 representou um aumento de 1,8% em relação ao obtido no ano anterior. Os principais produtores foram Pará (4,6 milhões de m³), Rondônia (3,8 milhões de m³), Bahia (1,5 milhão de m³) e Mato Grosso (1,3 milhão de m³), contribuindo com 80,7% do total obtido no país. Os principais municípios produtores foram Porto Velho (1,5 milhão de m³), em Rondônia, Portel (1,1 milhão de m³), no Pará, e Itagimirim (467,6 mil m³), na Bahia. Os 20 maiores municípios produtores responderam por 49,6% da produção nacional.
Em 2014, a produção de lenha do extrativismo vegetal foi de 28,9 milhões de m³, significando uma queda de 6,6% em relação a 2013. A Bahia apresentou a maior produção (5,4 milhões de m³), seguida por Ceará (3,5 milhões de m³), Maranhão (2,5 milhões de m³), Pará (2,4 milhões de m³) e Pernambuco (2,0 milhões de m³). Juntos, esses estados produziram 54,3% do total nacional. Na Bahia, a maior produção municipal foi em Xique-Xique; no Ceará, em Santa Quitéria; no Maranhão, em Loreto; no Pará, em Baião; e em Pernambuco, em Santa Cruz. Os 20 maiores municípios produtores responderam por 15,0% do total produzido.
Produção madeireira na silvicultura: Minas é o principal produtor de carvão vegetal
A produção de carvão vegetal de silvicultura, em 2014, foi de 6,2 milhões toneladas, que representa um aumento de 11,4%, quando comparada à do ano anterior. Minas Gerais continuou sendo o principal produtor (83,6%), seguido pelo Maranhão, Mato Grosso do Sul e Bahia. Juntos, foram responsáveis por 96,3% da produção nacional. Praticamente toda produção foi oriunda de plantios de eucaliptos (98,8%). Dos 20 maiores produtores municipais, com exceção de dois do Maranhão (Bom Jardim e Açailândia) e um de Mato Grosso do Sul (Ribas do Rio Pardo), todos os municípios são de Minas Gerais, onde se destacam João Pinheiro e Itamarandiba. Os participantes desse ranking responderam por 49,3% do total obtido em 2014.
A produção de lenha da silvicultura teve um aumento de 1,6% em relação a 2013. As regiões Sul (61,0%) e Sudeste (24,1%) foram as que mais contribuíram para o total de 56,2 milhões de m³ registrado na pesquisa, sendo 48,6 milhões de m³ de eucaliptos, 3,7 milhões de m³ de pinus e 3,9 milhões de m³ de outras espécies. Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e São Paulo foram os principais produtores. Rio Verde (Goiás) e Butiá (Rio Grande do Sul) destacaram-se no ranking dos 20 maiores produtores municipais, responsáveis por 15,0% da produção nacional.
Os cinco principais produtores de madeira em tora para papel e celulose, em 2014, foram São Paulo (16,7 milhões de m³), Bahia (12,3 milhões de m³), Paraná (10,6 milhões de m³), Pará (9,3 milhões de m³) e Mato Grosso do Sul (8,3 milhões m³), que juntos responderam por 70,8% da produção nacional, de 80,9 milhões de m³, que foi 11,4% superior à obtida em 2013. Da madeira utilizada para fabricação de papel e celulose, 83,6% são de eucalipto. Os principais municípios produtores foram Almeirim (PA); Três Lagoas (MS); e Telêmaco Borba (PR). Os 20 maiores municípios produtores responderam por 40,5% do total produzido no país.
A produção de madeira em tora para outras finalidades (por exemplo movelaria) foi de 51,9 milhões de m³ em 2014, significando um decréscimo de 11,0% em relação a 2013. Deste total, 53,1% foram de madeira de eucalipto, 44,6% de pinus e 2,3% de outras espécies. A região Sul foi a principal produtora, seguida pela Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste. As maiores produções foram registradas no Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Espírito Santo. Juntos, esses estados responderam por 94,8% do total do país. Os três primeiros colocados no ranking dos maiores produtores municipais foram General Carneiro, Jaguariaíva e Telêmaco Borba, todos no Paraná. Os 20 maiores municípios produtores registraram 32,2% do total obtido em 2014.
Produção não madeireira na silvicultura: Cascas de acácia-negra e folhas de eucalipto têm queda na produção
Todos os municípios produtores de cascas de acácia-negra encontram-se no Rio Grande do Sul. A produção obtida em 2014 foi de 70 mil toneladas, representando uma queda de 3,9% em relação a 2013. Os três maiores produtores foram Piratini, Brochier e Salvador do Sul. Juntos, os 20 maiores produtores municipais responderam por 87,3% da produção nacional.
Apenas 18 municípios foram responsáveis pela produção nacional de folhas de eucalipto, que em 2014 foi de 24,6 mil toneladas, significando uma queda de 56,6%, justificada pela paralização da atividade em algumas empresas, durante o ano, e, também, pela substituição da folha de eucalipto para extração de óleo essencial por outras matérias-primas. Esta produção foi obtida nos municípios de São João do Paraíso, Ninheira e Berizal, em Minas Gerais; Ubirajara, Guaimbê, Torrinha, Dois Córregos, Mineiros do Tietê, Bauru, São Pedro, Bariri, Santa Maria da Serra, Bocaina e Brotas, em São Paulo; Três Lagoas e Água Clara, no Mato Grosso do Sul; e Braganey e Corbélia, no Paraná.
A produção de resina apresentou, em 2014, um aumento de 0,2% em relação a 2013. Das 72 mil toneladas produzidas, São Paulo contribuiu com 57,4%, seguido por Rio Grande do Sul (19,6%) e Minas Gerais (13,6%). Os três maiores municípios produtores foram Itapirapuã Paulista (SP), Santa Vitória do Palmar (RS) e Paranapanema (SP). Os 20 maiores produtores municipais responderam por 85,8% da produção nacional.
Eucalipto, pinus e outras espécies ocupam 9,4 milhões de hectares em 2014
Pela primeira vez, a PEVS apurou a área com plantios da silvicultura (eucalipto, pinus e outras espécies), que chegou a 9,4 milhões de hectares (ha) em 2014. Deste total, cerca de 7,0 milhões ha eram plantados com eucaliptos, 2,0 milhões, com pinus, e o restante, com outras espécies. A região Sul detinha a maior área plantada (3,8 milhões ha), sendo 1,7 milhão ha com eucaliptos, 1,9 milhão com pinus e 170 mil ha com outras espécies. O Paraná detinha a maior área, seguido por Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O Sudeste, segundo colocado no ranking, apresentou uma área plantada de 3,0 milhões de hectares, sendo 2,9 milhões ha com eucalipto, 179 mil ha com pinus e 4 mil ha com outras espécies. O estado de Minas Gerais destacou-se, seguido por São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro. A região Centro-Oeste ocupou a terceira colocação, com 1,3 milhão ha plantados, seguida pelo Nordeste (800,4 mil ha) e pelo Norte (447,6 mil ha).