PAC 2013: 1,6 milhão de empresas comerciais ocupavam 10,4 milhões de pessoas
14/08/2015 09h46 | Atualizado em 25/05/2017 12h48
Em 2013, a Pesquisa Anual de Comércio (PAC) encontrou 1,6 milhão de empresas comerciais no país, que geraram R$ 2,7 trilhões de receita operacional líquida e pagaram R$ 168,2 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações aos seus 10,4 milhões de trabalhadores. Em relação a 2012, o número de empresas recuou 1,2%, enquanto o pessoal ocupado cresceu 4,4%. As participações dos três segmentos do setor (comércio de veículos automotores, peças e motocicletas, comércio por atacado e comércio varejista) ficaram praticamente estáveis no período.
A PAC investiga a estrutura produtiva do segmento empresarial do comércio brasileiro e seus três segmentos, mensurando seus níveis de produtividade, margem comercial, salários, pessoal ocupado e produção.
A publicação completa da PAC 2013 está disponível aqui.
Tabela resumo - Dados comparativos das empresas comerciais, segundo as divisões
Brasil - 2012 / 2013
Receita operacional líquida nominal |
Salários, retiradas e outras remunerações | Pessoal ocupado em 31.12 | Unidades locais com receita de revenda | Número de empresas | ||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
R$ 1.000 e % | Unidades e % | |||||||||
2012 | ||||||||||
Total |
2.372.593.674
|
100
|
148.135.894
|
100
|
9.993.974
|
100
|
1.727.631
|
100
|
1.615.726
|
100
|
Comércio de veículos, peças e motocicletas |
323.800.563
|
13,6
|
16.399.113
|
11,1
|
934.026
|
9,3
|
159.756
|
9,2
|
149.917
|
9,3
|
Comércio por atacado |
1.043.312.386
|
44,0
|
39.822.933
|
26,9
|
1.715.627
|
17,2
|
198.716
|
11,5
|
178.813
|
11,1
|
Comércio varejista |
1.005.480.725
|
42,4
|
91.913.848
|
62,0
|
7.344.321
|
73,5
|
1.369.159
|
79,3
|
1.286.996
|
79,7
|
2013 | ||||||||||
Total |
2.673.678.119
|
100
|
168.249.300
|
100
|
10.431.680
|
100
|
1.744.402
|
100
|
1.596.483
|
100
|
Comércio de veículos, peças e motocicletas |
348.411.307
|
13,0
|
18.371.718
|
10,9
|
961.426
|
9,2
|
160.831
|
9,2
|
149.082
|
9,3
|
Comércio por atacado |
1.179.524.521
|
44,1
|
45.247.144
|
26,9
|
1.811.585
|
17,4
|
211.880
|
12,1
|
188.022
|
11,8
|
Comércio varejista |
1.145.742.291
|
42,9
|
104.630.438
|
62,2
|
7.658.669
|
73,4
|
1.371.691
|
78,6
|
1.259.379
|
78,9
|
O comércio de veículos automotores, peças e motocicletas perdeu participação no total da receita operacional líquida, passando de 13,6%, em 2012, para 13,0% em 2013. Já o comércio por atacado praticamente manteve a mesma participação passando de 44%, em 2012, para 44,1%, em 2013, e o comércio varejista expandiu sua participação no total da receita operacional líquida, passando de 42,4%, em 2012, para 42,9%, em 2013.
O segmento varejista é composto por empresas de menor tamanho médio, mas responde pela maior parte do pessoal ocupado do comércio (7,659 milhão ou 73,4% do total), devido ao seu grande número de empresas (1,259 milhão ou 78,9% do total) e unidades locais (1,372 milhão ou 78,7% do total).
As empresas do ramo atacadista representaram apenas 11,8% das empresas do comércio (188 mil empresas e 212 mil unidades locais) enquanto as do comércio de veículos automotores, peças e motocicletas representaram 9,3% do total de empresas comerciais (149 mil empresas e 161 mil unidades locais).
Quanto aos salários, retiradas e outras remunerações, o comércio varejista responde por R$ 104,6 bilhões ou 62,2% do total pago no comércio, enquanto o comércio por atacado responde por 26,9% e o comércio de veículos automotores, peças e motocicletas, por 10,9%.
Percebe-se a prevalência do setor varejista no total do comércio, exceto quanto à receita operacional líquida, onde a diferença de porte entre as empresas confere uma pequena vantagem ao segmento atacadista, apesar do maior número de empresas no varejo.
Em 2013, a margem de comercialização (diferença entre a receita líquida de revenda e o custo das mercadorias revendidas) do varejo foi R$ 323,4 milhões (ou 53,5% do total do comércio), superior à soma das margens dos outros dois setores (R$ 223,5 milhões ou 37,0% para o atacado, e R$ 57,1 milhões ou 9,5% para veículos automotores, peças e motocicletas).
O comércio varejista apresenta a maior taxa de margem de comercialização (divisão da margem de comercialização pelo custo da mercadoria revendida) (40,1%), pois as atividades deste segmento, em geral, têm menor volume de vendas por empresa, com maior retorno relativo por unidade comercializada. Em 2013, a receita líquida de revenda média foi de R$ 897 mil para as empresas do varejo, R$ 2,3 milhões para as empresas do comércio de veículos, peças e motocicletas e R$ 6,0 milhões para o atacado. A taxa de margem foi de 20,5% no comércio de veículos automotores, peças e motocicletas e 24,6% no atacado.
Em 2013, as empresas comerciais não mudaram significativamente, frente a 2012, quanto às faixas de pessoal ocupado. As maiores receitas operacionais líquidas vieram de empresas com 500 pessoas ou mais (R$ 854,2 bilhões ou 31,9%). Já as empresas com até 19 pessoas (R$ 701,1 bilhões ou 26,2%) pagaram a maior massa salarial (R$ 66.548 milhões ou 39,6%), pois nesta faixa estão 54,0% dos ocupados (5,6 milhões) e 96,5% das empresas (1,5 milhão).
Comércio de veículos automotores ocupava 309,8 mil pessoas em 2013
Dentro do segmento de comércio de veículos automotores, peças e motocicletas, a atividade de veículos automotores gerou R$ 231,4 bilhões da receita líquida de revenda (69,0%) e ocupava 309,8 mil pessoas (32,2% da força de trabalho no segmento) em 20,7 mil empresas (13,9%).
No setor de peças para veículos, apesar de a receita líquida de revenda representar 24,8% (R$ 83,2 bilhões), o total de salários, retiradas e outras remunerações correspondeu a 45,8% (R$ 8,4 bilhões). Os números desse setor para pessoal ocupado (57,1% ou 548,9 mil pessoas ocupadas) e empresas (74,0% ou 110.395 empresas) também foram os maiores do segmento.
Entre as atividades do segmento, a de veículos automotores lidera em ocupados por empresa (15), salário médio (3,0 salários mínimos) e produtividade (R$ 75.359). Mas as empresas de peças para veículos tinham a maior taxa de margem de comercialização (42,5%).
Em 2013, ainda no segmento de veículos automotores, peças e motocicletas, as empresas na faixa de 100 a 249 pessoas ocupadas responderam pela maior parte da receita operacional líquida (25,9% ou R$ 90,1 bilhões), e aquelas com até 19 postos de trabalho vieram a seguir (19,7% ou R$ 68,5 bilhões). A maior parte das remunerações pagas e do pessoal ocupado estava nas empresas com até 19 ocupados, faixa de 96,3% das empresas deste segmento.
Venda de combustíveis e lubrificantes gera 24,3% da receita do atacado
Em 2013, as principais atividades em receita líquida de revenda no segmento do atacado foram: combustíveis e lubrificantes (R$ 275,9 bilhões ou 24,3%), e produtos alimentícios, bebidas e fumo (R$ 199,2 bilhões ou 17,6%). Em relação aos salários, retiradas e outras remunerações, destacou-se o ramo de máquinas e equipamentos (R$ 8,7 bilhões ou 19,3%). A atividade de produtos alimentícios, bebidas e fumo liderou em ocupados (420 760 pessoas ou 23,2%).
No atacado, as maiores médias de ocupados por empresa estavam nas revendas de mercadorias em geral (44 pessoas) e de combustíveis e lubrificantes (24 pessoas). Este último ramo também tinha o maior salário médio mensal (seis salários mínimos) e a maior produtividade (R$ 286.309 por pessoa ocupada). Entre as empresas do atacado, a maior taxa de margem de comercialização, 60,2%, era das empresas do ramo de produtos farmacêuticos.
Em 2013, o destaque do comércio por atacado, em relação à receita operacional líquida, foram as empresas com 500 ou mais pessoas ocupadas (37,2% ou R$ 439,3 bilhões). Diferentemente dos outros segmentos do comércio, no atacado a maior parte das remunerações pagas (28,8% ou R$ 13,0 bilhões) concentra-se nas empresas com 500 ou mais pessoas ocupadas, embora elas representem apenas 0,1% do total de empresas do atacado.
Hipermercados e supermercados geram 24,7% da receita do comércio varejista
A atividade de hipermercados e supermercados tinha a maior participação na receita líquida de revenda do comércio varejista (R$ 278,9 bilhões, ou 24,7%). Em segundo lugar estava o comércio de combustíveis e lubrificantes (R$ 174,2 bilhões ou 15,4%). As três atividades que pagaram os maiores volumes de salários, retiradas e outras remunerações, com participações quase idênticas, foram os hipermercados e supermercados (R$ 17,6 bilhões ou 16,9% do total), as lojas de departamento, eletrodomésticos e móveis (R$ 17,6 bilhões ou 16,8% do total) e o comércio de tecidos, artigos do vestuário e calçado (R$ 16,9 bilhões ou 16,2% do total).
Em força de trabalho, o comércio de tecidos, artigos do vestuário e calçado liderou (17,8%), com o comércio de produtos alimentícios, bebidas e fumo (16,4%) a seguir. Já o comércio de produtos alimentícios, bebidas e fumo liderava em número de empresas (324.306 ou 25,8%), com o comércio de tecidos, artigos do vestuário e calçado a seguir (286.253 ou 22,7%).
O comércio varejista apresenta o menor salário médio (1,6 salário mínimo) em relação aos outros dois segmentos do comércio (comércio atacadista, 2,8 salários mínimos mensais e o comércio de veículos, peças e motocicletas, 2,2 salários mínimos mensais).
A atividade de hipermercados e supermercados tinha a maior média de pessoal ocupado por empresa (116). No segmento do varejo, as atividades com maior salário médio mensal são hipermercados e supermercados e lojas de departamento, eletrodomésticos e móveis, ambas com 1,8 salário mínimo. Em produtividade, o comércio de combustíveis e lubrificantes destacou-se frente às demais atividades do varejo (R$ 61.202). Já a atividade de tecidos, artigos do vestuário e calçados teve a mais alta taxa de margem de comercialização (73,1%).
No comércio varejista, as empresas com até 19 pessoas ocupadas (97,0% do total) geraram a maior receita (R$ 437,1 bilhões ou 38,1%), pagaram a maior parte das remunerações (R$ 50,6 bilhões ou 48,4%) e empregaram mais (4,5 milhões de pessoas ou 58,7%).
Sudeste concentra metade da receita, dos salários e dos trabalhadores do comércio
Em 2013, o Sudeste predominou nas principais variáveis do comércio: receita bruta de revenda (R$ 1,5 trilhão ou 51,5% do total); salários, retiradas e outras remunerações (R$ 94,1 bilhões ou 55,9%); pessoal ocupado (5,4 milhões ou 51,7%) e unidades locais (855.915 ou 49,1%).
A região Sul ficou em segundo lugar em todas as variáveis, respondendo por 19,8% da receita bruta de revenda (580,5 bilhões), 19,7% da massa salarial (R$ 33,2 bilhões), 19,6% dos ocupados (2,05 milhões de pessoas) e 383.161 unidades locais (22,0%). Nordeste, Centro-Oeste e Norte vieram a seguir.
O Sudeste destacou-se também por possuir o maior salário médio mensal (2,0 salários mínimos), enquanto Sul e Centro-Oeste igualaram a média do Brasil (1,8 salário mínimo) e Norte (1,7) e Nordeste (1,4) vieram a seguir. O Nordeste foi a única região onde a receita bruta do varejo (48,4%) superou a do atacado (39,7%).