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Produção industrial varia 0,4% em janeiro

04/03/2016 12h08 | Atualizado em 25/05/2017 12h48

 

Janeiro 2016 / Dezembro 2015
0,4%
Janeiro 2016 / Janeiro 2015
-13,8%
Acumulado em 2016
-13,8%
Acumulado em 12 meses
-9,0%
Média móvel trimestral
-0,9%

Em janeiro de 2016, a produção industrial avançou 0,4% frente a dezembro, na série livre de influências sazonais, interrompendo sete meses consecutivos de queda, quando acumulou perda de 8,7%. Na mesma comparação, a média móvel trimestral recuou (-0,9%). Em relação a janeiro de 2015, a indústria teve sua vigésima terceira taxa negativa consecutiva (-13,8%) nessa comparação e a mais intensa desde abril de 2009 (-14,1%). O acumulado nos últimos doze meses (-9,0%) teve a queda mais intensa desde novembro de 2009 (-9,4%) e manteve a trajetória descendente iniciada em março de 2014 (2,1%). A publicação completa da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) pode ser acessada aqui.

O setor industrial, em janeiro de 2016, volta a mostrar um quadro de maior ritmo produtivo, expresso não só no avanço de 0,4% na comparação com o mês imediatamente anterior, que interrompeu sete meses consecutivos de queda, mas também no predomínio de taxas positivas entre as grandes categorias econômicas e as atividades investigadas. Mas vale destacar que, mesmo com o resultado positivo desse mês, o total da indústria recuperou apenas pequena parte da perda de 8,7% acumulada no período junho-dezembro de 2015 e ainda encontra-se 19,2% abaixo do nível recorde alcançado em junho de 2013. Ainda na série com ajuste sazonal, permanecem os sinais de menor intensidade da atividade industrial que ficam evidenciados na evolução do índice de média móvel trimestral (-0,9%), que mesmo reduzindo o ritmo de queda nos últimos três meses, prossegue com a trajetória descendente iniciada em outubro de 2014.

Indicadores da Produção Industrial por Grandes Categorias Econômicas
Brasil - Janeiro de 2016
Grandes Categorias
Econômicas
Variação (%)
Janeiro2016/
Dezembro 2015*
Janeiro2016/
Janeiro2015
Acumulado
Janeiro-Janeiro
Acumulado nos
Últimos 12 Meses
Bens de Capital
1,3
-35,9
-35,9
-27,0
Bens Intermediários
0,8
-11,9
-11,9
-6,0
Bens de Consumo
-0,9
-11,9
-11,9
-9,9
   Duráveis
-2,4
-28,2
-28,2
-19,9
   Semiduráveis e não Duráveis
0,3
-7,2
-7,2
-7,0
Indústria Geral
0,4
-13,8
-13,8
-9,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
*Série com ajuste sazonal

No confronto com igual mês do ano anterior, a produção industrial, em janeiro de 2016, permaneceu com queda na produção, vigésimo terceiro resultado negativo consecutivo, com predomínio de taxas negativas entre as grandes categorias econômicas e as atividades pesquisadas, e com claro destaque para os recuos vindos dos setores associados à produção de bens de capital e de bens de consumo duráveis.

Em relação a dezembro, indústria cresceu 0,4%

O acréscimo de 0,4% da atividade industrial na passagem de dezembro de 2015 para janeiro de 2016 mostrou taxas positivas em três das quatro grandes categorias econômicas e em 15 dos 24 ramos pesquisados. Entre os setores, a principal influência positiva foi registrada por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, que avançou 2,8%, segunda taxa positiva consecutiva, acumulando nesse período expansão de 6,6%. Vale destacar que esses resultados positivos eliminaram parte da redução de 8,0% acumulada nos meses de outubro e novembro de 2015.

Outras contribuições positivas importantes sobre o total da indústria vieram das atividades de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (6,1%), de bebidas (3,8%), de máquinas e equipamentos (3,1%), de produtos do fumo (24,5%), de produtos têxteis (7,1%), de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (1,4%), de produtos de metal (2,7%) e de móveis (7,8%). Com exceção da última atividade, que mostrou expansão pelo terceiro mês seguido e acumulou 12,0% no período, as demais tiveram taxas negativas em dezembro último: -9,0%, -8,9%, -9,2%, -7,9%, -9,8%, -3,5% e -5,6%, respectivamente.

Por outro lado, entre os nove ramos que reduziram a produção nesse mês, o desempenho de maior importância para a média global foi assinalado por indústrias extrativas, que recuou 2,7%, quarto resultado negativo consecutivo, acumulando nesse período redução de 15,2%. Outros impactos negativos importantes foram observados nos setores de produtos alimentícios (-0,6%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (-1,0%) e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-3,6%), com o primeiro eliminando parte do avanço de 1,8% registrado no mês anterior; o segundo interrompendo dois meses de taxas positivas consecutivas e acumulando nesse período crescimento de 4,2%; e o último devolvendo parte da expansão de 10,3% de dezembro de 2015.

Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de capital, ao avançar 1,3%, e bens intermediários (0,8%) mostraram as expansões mais acentuadas em janeiro de 2016, com o primeiro eliminando pequena parte da perda de 12,9% acumulada entre outubro e dezembro do ano passado; e o segundo repetindo o resultado do mês anterior, quando interrompeu dez meses seguidos de queda na produção, período em que acumulou redução de 10,4%. O setor produtor de bens de consumo semi e não-duráveis (0,3%) também registrou taxa positiva nesse mês, terceira expansão consecutiva, com ganho acumulado de 0,8% nesse período, mas que não eliminou o recuo de 1,1% assinalado em outubro de 2015.

Já o segmento de bens de consumo duráveis (-2,4%) teve o único resultado negativo em janeiro de 2016, após avançar 8,0% no mês anterior, quando interrompeu quatro meses consecutivos de redução na produção, período em que acumulou perda de 18,0%.

Ainda na série com ajuste sazonal, o índice de média móvel trimestral da indústria recuou 0,9% no trimestre encerrado em janeiro de 2016 frente ao nível do mês anterior e manteve a trajetória descendente iniciada em outubro de 2014. Entre as grandes categorias econômicas, bens de capital (-3,3%) mostrou a queda mais acentuada nesse mês e permaneceu com a sequência de taxas negativas iniciada em outubro de 2014, acumulando nesse período perda de 38,6%. O setor de bens intermediários (-0,6%) também recuou nesse mês e prosseguiu com a trajetória descendente iniciada em setembro de 2014.

Por outro lado, os segmentos de bens de consumo duráveis (0,7%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (0,2%) assinalaram taxas positivas em janeiro de 2016, com o primeiro interrompendo treze meses consecutivos de queda e que acumularam redução de 30,5%; e o segundo voltando a crescer após mostrar comportamento negativo desde julho de 2015.

Indústria recua (-13,8%) em relação a janeiro de 2015

Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial mostrou queda de 13,8% em janeiro de 2016, com perfil disseminado de resultados negativos, alcançando as quatro grandes categorias econômicas, 23 dos 26 ramos, 70 dos 79 grupos e 77,9% dos 805 produtos pesquisados. Vale citar que janeiro de 2016 (20 dias) teve um dia útil a menos do que igual mês do ano anterior (21). Entre as atividades, veículos automotores, reboques e carrocerias, que recuou 31,3%, e indústrias extrativas (-16,8%) exerceram as maiores influências negativas na formação da média da indústria, pressionadas, em grande parte, pelos itens automóveis, caminhões, veículos para transporte de mercadorias, carrocerias para ônibus e caminhões, reboques e semirreboques, autopeças, caminhão-trator para reboques e semirreboques e chassis com motor para ônibus e caminhões, na primeira, e minérios de ferro e óleos brutos de petróleo, na segunda.

Outras contribuições negativas relevantes sobre o total nacional vieram de máquinas e equipamentos (-25,5%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-38,8%), de metalurgia (-15,3%), de produtos alimentícios (-5,8%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-23,0%), de produtos de minerais não-metálicos (-14,9%), de produtos de borracha e de material plástico (-14,4%), de produtos de metal (-16,1%), de bebidas (-11,2%), de outros equipamentos de transporte (-25,3%), de outros produtos químicos (-6,4%), de impressão e reprodução de gravações (-29,4%) e de produtos têxteis (-20,2%).

Por outro lado, ainda na comparação com janeiro de 2015, produtos do fumo (21,5%) e celulose, papel e produtos de papel (1,0%) foram as duas atividades que aumentaram a produção nesse mês, impulsionadas, em grande parte, pelos avanços nos itens cigarros, na primeira; e pastas químicas de madeira (celulose), na segunda.

Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de capital (-35,9%) e bens de consumo duráveis (-28,2%) assinalaram, em janeiro de 2016, as reduções mais acentuadas entre as grandes categorias econômicas. Os setores produtores de bens intermediários (-11,9%%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (-7,2%) também mostraram resultados negativos nesse mês, mas ambos com recuos abaixo da média nacional (-13,8%).

O setor produtor de bens de capital, ao recuar 35,9% no índice mensal de janeiro de 2016, assinalou a vigésima terceira taxa negativa consecutiva, queda mais intensa desde o início da série histórica. O segmento foi influenciado pelos recuos em todos os seus grupamentos, com claro destaque para a redução de 37,6% de bens de capital para equipamentos de transporte, pressionado, principalmente, pela menor fabricação de caminhões, veículos para transporte de mercadorias, embarcações para transporte de pessoas ou cargas (inclusive petroleiros e plataformas), reboques e semirreboques, caminhão-trator para reboques e semirreboques, vagões para transporte de mercadorias e ônibus. As demais taxas negativas foram em bens de capital para fins industriais (-15,2%), de uso misto (-40,3%), para construção (-58,2%), agrícola (-32,0%) e para energia elétrica (-23,0%).

O segmento de bens de consumo duráveis recuou 28,2%, vigésimo terceiro resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto e mais intenso do que o verificado no mês anterior (-25,7%). Nesse mês, o setor foi particularmente pressionado pela menor fabricação de automóveis (-22,2%) e de eletrodomésticos da “linha marrom” (-42,1%) e da “linha branca” (-24,6%), influenciados, em grande parte, por reduções de jornadas de trabalho e pela concessão de férias coletivas em várias unidades produtivas. Outros impactos negativos importantes vieram de motocicletas (-36,9%), de móveis (-21,4%) e do grupamento de outros eletrodomésticos (-21,7%).

Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, a produção de bens intermediários (-11,9%) assinalou a vigésima segunda taxa negativa consecutiva e a mais intensa desde maio de 2009 (-12,7%). O resultado desse mês foi explicado principalmente pelos recuos nos produtos associados às atividades de indústrias extrativas (-16,8%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (-27,4%), de metalurgia (-15,3%), de produtos de minerais não-metálicos (-14,9%), de produtos de borracha e de material plástico (-14,3%), de produtos alimentícios (-7,5%), de produtos de metal (-15,2%), de outros produtos químicos (-6,4%), de produtos têxteis (-21,0%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,9%) e de máquinas e equipamentos (-4,2%), enquanto a pressão positiva foi registrada por celulose, papel e produtos de papel (1,1%). Ainda nessa categoria econômica, vale citar também as reduções observadas nos grupamentos de insumos típicos para construção civil (-19,3%), que marcou o vigésimo terceiro recuo seguido na comparação com igual mês do ano anterior, e de embalagens (-9,6%), décima terceira taxa negativa consecutiva e a mais intensa desde o início da série histórica.

A redução na produção de bens de consumo semi e não-duráveis (-7,2%) em janeiro de 2016 foi a décima quinta taxa negativa consecutiva na comparação com igual mês do ano anterior e apontou queda mais intensa do que as verificadas nos meses de novembro (-5,5%) e dezembro (-5,2%). O desempenho nesse mês foi explicado pelos recuos observados nos grupamentos de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-6,0%), de semiduráveis (-14,0%) e de não-duráveis (-9,1%). Por outro lado, o subsetor de carburantes (3,2%) apontou o único resultado positivo nessa categoria, impulsionado pela maior fabricação de gasolina automotiva e álcool etílico.

Os sinais de redução no ritmo produtivo na indústria também ficam evidentes no confronto do último trimestre de 2015 (-11,9%) com o resultado do primeiro mês de 2016 (-13,8%), ambas as comparações contra iguais períodos do ano anterior. Entre as grandes categorias econômicas, bens de capital (de -32,0% para -35,9%) e bens intermediários (de -9,7% para -11,9%) assinalaram as maiores reduções entre os dois períodos, com o primeiro permanecendo com a maior magnitude de perda; e o segundo intensificando o recuo por conta do aumento no ritmo de queda verificado no setor extrativo (de -7,4% para -16,8%). Os segmentos de bens de consumo semi e não-duráveis (de -6,3% para -7,2%) e de bens de consumo duráveis (de -27,9% para -28,2%) também mostraram perda de ritmo entre o último trimestre do ano passado e janeiro de 2016.