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Em junho, IBGE prevê safra de grãos 8,4% menor que a de 2015

07/07/2016 11h48 | Atualizado em 25/05/2017 12h48

 

Estimativa de JUNHO para 2016
191,8 milhões de toneladas
Variação JUNHO 2016/MAIO 2016
-2,1% (-4,0 milhões de toneladas)
Variação da safra 2016/safra 2015
-8,4% (-17,6 milhões de toneladas)

A sexta estimativa de 2016 para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas totalizou 191,8 milhões de toneladas e recuou 8,4% (ou menos 17,6 milhões de toneladas) quando comparada a 2015 (209,4 milhões de toneladas). Em relação à avaliação de maio, a queda foi de 2,1% (-4,0 milhões de toneladas).

A estimativa da área a ser colhida (57,5 milhões de hectares) recuou 0,1% (-105.923 hectares) frente a 2015 (57,6 milhões de hectares). Em relação a maio, houve recuo de 0,3% (-146.847 hectares). Arroz, milho e soja são os três principais produtos deste grupo e, somados, representaram 92,4% da estimativa da produção e 87,4% da área a ser colhida. Em relação a 2015, houve acréscimo de 2,8% na área da soja e reduções de 1,2% na do milho e de 9,4% na de arroz. Já as avaliações de produção são negativas: -0,6% para a soja, -12,2% para o arroz e -18,0% para o milho.


Cereais, leguminosas e oleaginosas
Grandes Regiões e Unidades da Federação
Participação na produção
junho de 2016
 

Cereais, leguminosas e oleaginosas
Grandes Regiões e Unidades da Federação
Participação na produção
junho de 2016
 

Regionalmente, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 79,9 milhões de toneladas; Sul, 74,2 milhões de toneladas; Sudeste, 19,7 milhões de toneladas; Nordeste, 11,7 milhões de toneladas e Norte, 6,3 milhões de toneladas. Em relação à safra de 2015, houve alta no Sudeste (1,9%) e decréscimos nas regiões Norte (-17,8%), Nordeste (-29,2%), Centro-Oeste (-11,1%) e Sul (-2,2%). Nessa avaliação para 2016, o Mato Grosso foi o maior produtor nacional de grãos, com participação de 24,9%, seguido pelo Paraná (18,9%) e Rio Grande do Sul (16,5%). Somados, os três estados representaram 60,3% do total nacional previsto.

Estimativa de junho em relação a maio de 2016

No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de junho destacaram-se as seguintes variações nas estimativas de produção: feijão em grão 3ª safra (11,3%), cebola (9,8%), amendoim em casca 2ª safra (4,9%), soja em grão (-0,2%), cana-de-açúcar (-0,6%), arroz em casca (-0,6%), milho em grão 1ª safra (-2,6%), feijão em grão 1ª safra (-4,3%), milho em grão 2ª safra (-5,6%), café em grão canephora (-10,0%) e sorgo em grão (-22,7%).

AMENDOIM (em casca) - A estimativa da produção em 2016 é de 420,3 mil toneladas, aumento de 0,5% frente a maio, com São Paulo participando com 91,8% desse total. Com produção predominantemente em primeira safra (94,7%), o produto frequentemente é relacionado às áreas de renovação de canaviais antigos. O destaque do mês foi a produção estimada do amendoim 2ª safra, que cresceu 4,9% frente a maio. Ao todo, estão previstas 22,4 mil toneladas em 2016, com destaque para a alta da produção de Alagoas, (100,3%).

ARROZ (em casca) - 10,8 milhões de toneladas, com queda 0,6% em relação à avaliação de maio (-69.511 toneladas). Maranhão, Rondônia, Santa Catarina, Pará, Ceará, Alagoas e Mato Grosso do Sul foram os principais responsáveis pela avaliação negativa em junho. No Norte e no Nordeste, as expectativas do rendimento médio recuaram devido à estiagem e, também, pelos recuos nas avaliações de área plantada para o Maranhão (-3.900 ha), Pará (-1.189 ha), Tocantins (-615 ha) e Ceará (-468 ha). Já em Santa Catarina, o decréscimo de 0,5% na produção esperada resulta de estimativas menores para área colhida (-0,2%) e o rendimento médio (-0,3%). Na Região Sul, ao contrário das demais, a cultura do arroz sofreu com altas precipitações e baixa insolação.

CAFÉ (em grão) - 2,9 milhões de toneladas, ou 48,8 milhões de sacas de 60 kg, com queda de 1,6% em relação ao mês anterior. O café arábica participa com 82,0% e o canephora (conillon), com 18,0%. O Espírito Santo, maior produtor café canephora (60,1% da produção nacional) deve colher uma safra de 316,3 mil toneladas, com queda de 16,0% frente à produção esperada no mês anterior, devido à estiagem que afeta os principais municípios produtores por dois anos consecutivos.

CANA-DE-AÇÚCAR - produção de 726,7 milhões de toneladas, 0,6% inferior a maio. Alagoas (-14,0%) foi o principal responsável por este recuo. A lavoura foi prejudicada pela falta de chuvas e pela falta de recursos financeiros dos fornecedores, o que levou o rendimento médio a um recuo de 7,0%. No Rio de Janeiro, a produção caiu 3,1%, reflexo da menor área plantada. Também houve pequenos ajustes na produção do Paraná (-0,4%), Ceará (-1,6%), Pará (-0,1%), Acre (0,4%) e Espírito Santo (3,0%).

CEBOLA - alta de 9,8% em relação ao mês anterior, com expectativa de produção é de 1,6 milhão de toneladas (contra a de 1,4 milhão divulgada em maio). A alta decorre das informações de Santa Catarina, maior produtor nacional, onde espera-se uma área plantada de 21.277 hectares e um rendimento médio de 23.327 kg/ha. A produção estimada é de 496,3 mil toneladas, alta de 42,1% frente a maio. Com o início da colheita, estima-se para Minas Gerais uma produção de 182,1 mil toneladas (-4,1% em relação a maio). A queda na expectativa do rendimento médio (-3,4%) foi a principal responsável pela baixa na produção.

FEIJÃO (em grão) - redução de 1,0% no mês e de 6,6% no ano, devido às condições climáticas desfavoráveis, o que provocou aumento dos preços, principalmente do feijão carioca. O feijão 1ª safra recuou (-4,3%) em junho, com a queda na produção estimada do Ceará (-47,3%). A seca que atinge o estado também deve influir na 2ª safra, com uma redução esperada de 5,5%. Outros estados apresentaram queda na produção, como Maranhão (-2,2%), Alagoas (-7,9%) Espírito Santo (-48,5%), Rio de Janeiro (-5,6%), Mato Grosso do Sul (-11,1%) e Distrito Federal (-41,8%). Com o aumento do preço, a expectativa é de expansão na 3ª safra, tanto das áreas cultivadas (10,9%) quanto da produção esperada (11,3%), com reavaliações em Minas Gerais (23,4%) e Goiás (7,1%), os principais produtores desta safra. No entanto, a produção ainda está 2,2% abaixo da obtida em 2015.

MILHO (em grão) - As condições climáticas que prejudicaram a 1ª safra persistiram na 2ª safra e trouxeram queda de 4,6% na produção estimada (70,1 milhões de toneladas). A 1ª safra teve nova redução da produção: 25,2 milhões de toneladas (-2,6% em relação a maio). A área colhida (5,3 milhões de ha) também recuou (-0,9%). As maiores influências para redução na produção foram: Ceará (-300.431 t), Maranhão (-204.772 t), Distrito Federal (-90.307 t), Santa Catarina (-74.000 t) e Pará (-20.066 t). A produção estimada da 2ª safra (44,9 milhões de toneladas) recuou 5,6% e o rendimento médio (4.458 kg/ha) caiu 4,9%. Houve recuos na produção estimada do MS (-11,8%), PR (-6,6%), GO (-9,0%), MA (-59,2%), TO (-47,1%), DF (­-57,2%), MG (-2,0%), PA (-9,5%) e ES (-63,2%).

SOJA (em grão) - Com a colheita da leguminosa praticamente encerrada, a estimativa da produção de soja do país em junho é de 96,6 milhões de toneladas, queda de 0,3% frente ao mês anterior. A maior variação do mês ficou com o Paraná que, inclusive, informou a estimativa da produção da safrinha, 317.903 toneladas, abaixo da dimensionada anteriormente. Com isso, a produção do estado em 2016 alcança 17,0 milhões de toneladas, com queda de 0,8% frente ao mês anterior. Já o DF deve colher 208,6 mil toneladas nesta safra, com aumentos esperados na área plantada (89,8%) e na produção (82,9%).

SORGO (em grão) - produção estimada em 1,3 milhão de toneladas, com redução de 22,7% em relação a maio. A redução de 17,3% na estimativa do rendimento médio foi a principal responsável pela queda da produção. Espera-se que o rendimento médio seja de 2.351 kg/ha. Goiás e Minas Gerais são os dois maiores produtores de sorgo do país. Juntos detêm 62,6% da estimativa de produção nacional. Com a seca que assolou o Centro-Oeste, são esperadas quedas no rendimento médio e na área colhida do sorgo goiano, respectivamente de 33,9% e 20,6%, em relação a maio. Por consequência, a produção deve recuar 47,5%, totalizando em 396,9 mil toneladas. Para Minas Gerais a produção estimada é de 391,7 mil toneladas, 1,3% superior à obtida em maio.

Estimativa de junho em relação à produção obtida em 2015

Entre os 26 principais produtos, 12 apresentaram alta na estimativa de produção em relação a 2015: amendoim em casca 1ª safra (20,6%), amendoim em casca 2ª safra (4,3%), aveia em grão (34,4%), batata-inglesa 1ª safra (5,0%), batata-inglesa 2ª safra (4,1%), cacau em amêndoa (3,3%), café em grão - arábica (20,3%), cebola (9,9%), cevada em grão (40,7%), mamona em baga (11,4%), trigo em grão (18,4%) e triticale em grão (11,8%). Com variação negativa foram quatorze produtos: algodão herbáceo em caroço (9,6%), arroz em casca (12,2%), batata-inglesa 3ª safra (25,1%), café em grão-canephora (19,6%), cana-de-açúcar (3,1%), feijão em grão 1ª safra (6,4%), feijão em grão 2ª safra (8,4%), feijão em grão 3ª safra (2,2%), laranja (3,2%), mandioca (1,1%), milho em grão 1ª safra (14,0%), milho em grão 2ª safra (20,1%), soja em grão (0,6%) e sorgo em grão (40,7%).

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas, cujas informações são obtidas por intermédio das Comissões Municipais (COMEA) e/ou Regionais (COREA); consolidadas em nível estadual pelos Grupos de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) e posteriormente, avaliadas, em nível nacional, pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída por representantes do IBGE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA).

Os levantamentos para cereais (arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo e triticale), leguminosas (amendoim e feijão) e oleaginosas (caroço de algodão, mamona, soja e girassol) foram realizados em colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do MAPA, continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra das principais lavouras brasileiras, iniciado em março de 2007.