Em julho, IPCA-15 fica em 0,54%
21/07/2016 11h11 | Atualizado em 25/05/2017 12h48
PERÍODO
|
TAXA
|
---|---|
Julho
|
0,54%
|
Junho
|
0,40%
|
Julho 2015
|
0,59%
|
Acumulado no ano
|
5,19%
|
Acumulado em 12 meses
|
8,93%
|
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) variou 0,54% em julho, mais do que em junho, quando a taxa ficou em 0,40%. Com este resultado, o acumulado no ano está em 5,19%, bem abaixo dos 6,90% registrados em igual período do ano anterior. Considerando os últimos 12 meses, o índice ficou em 8,93%, próximo dos 8,98% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2015, a taxa havia sido 0,59%. Os dados completos do IPCA-15 podem ser acessados aqui.
Os preços dos alimentos aumentaram 1,45% e foram os responsáveis pela alta do índice de junho para julho, exercendo 0,37 ponto percentual (p.p.) de impacto. Com 69% de participação no IPCA-15 do mês, o grupoAlimentação e Bebidas registrou a mais elevada variação para os meses de julho desde 2008, quando chegou a 1,75%. Em Goiânia, Curitiba e São Paulo, os aumentos ultrapassaram os 2%, atingindo 3,41%, 2,75% e 2,03%, respectivamente.
O feijão-carioca, cujos preços subiram, em média, 58,06%, foi, isoladamente, o item que exerceu o maior impacto no índice do mês, 0,18 p.p.. Em Goiânia, o quilo do produto ficou 81,03% mais caro, seguido porBrasília (62,69%), Salvador (61,69%) e Fortaleza (60,63%).
Os demais tipos de feijão também apresentaram aumentos significativos nos preços. O mulatinho passou a custar, em média, 45,94% a mais, enquanto o preto ficou 34,23% mais caro e o fradinho subiu 11,78%.
Mas, ainda que o feijão se destaque pela alta expressiva, vários outros alimentos ficaram bem mais caros de um mês para o outro. O arroz, por exemplo, teve seus preços elevados em 3,36% na média, atingindo 8,20% em Belém, 6,67% em Fortaleza e 6,53% em Goiânia. Com isto, o feijão com arroz, prato típico da mesa do brasileiro, passou a custar bem mais.
O leite, com participação importante na despesa das famílias, aumentou 15,54%, em média, atingindo 27,46% em Curitiba, 24,15% em Porto Alegre e 20,17% em Goiânia. Com isto os preços de seus derivados aumentaram, destacando-se o leite em pó, que ficou 3,26% mais caro.
Em contraposição à alta do grupo Alimentação e Bebidas (1,45%), a maioria dos demais grupos de produtos e serviços pesquisados evidenciou desaceleração na taxa de crescimento de junho para julho, conforme mostra a tabela a seguir.
Grupo |
Variação (%)
|
Impacto (p.p.)
|
||
---|---|---|---|---|
Junho
|
Julho
|
Junho
|
Julho
|
|
Índice Geral |
0,40
|
0,54
|
0,40
|
0,54
|
Alimentação e Bebidas |
0,35
|
1,45
|
0,09
|
0,37
|
Habitação |
1,13
|
0,04
|
0,17
|
0,01
|
Artigos de Residência |
0,57
|
0,27
|
0,02
|
0,01
|
Vestuário |
0,42
|
-0,08
|
0,03
|
0,00
|
Transportes |
-0,69
|
0,17
|
-0,13
|
0,03
|
Saúde e Cuidados Pessoais |
1,03
|
0,56
|
0,12
|
0,06
|
Despesas Pessoais |
0,89
|
0,52
|
0,10
|
0,06
|
Educação |
0,06
|
0,10
|
0,00
|
0,00
|
Comunicação |
0,01
|
0,00
|
0,00
|
0,00
|
O grupo Transportes, no entanto, teve variação de 0,17% e apresentou aceleração na taxa de crescimento quando comparado ao mês de junho. Isto se deve à pressão exercida pelas passagens aéreas, que subiram 19,05%, além dos seguintes itens:
Ônibus interestadual 3,69%
Pedágio 1,98%
Etanol 1,22%
Conserto de automóvel 0,85%
Emplacamento e licença 0,77%
Ainda no sentido de pressionar a taxa, os destaques foram:
Alimentos para animais à 2,38%
Serviço bancário à 2,24%
Taxa de água e esgotoà 1,30%
Plano de saúde à 1,08%
Artigos de limpeza à 1,02%
Empregado doméstico à 0,87%
Mão de obra para pequenos reparosà 0,86%
A respeito da taxa de água e esgoto (1,30%), observa-se influência das seguintes regiões: Salvador (6,98%) tendo em vista o reajuste de 9,98% em vigor desde 06 de junho; Brasília (4,33%), onde ocorreu reajuste de 7,95% a partir do dia primeiro de junho; Goiânia (4,07%), com reajuste de 9,10% a partir de primeiro de julho;Porto Alegre (2,52%), onde o reajuste foi de 11,45% a partir do dia primeiro de julho.
Por outro lado, itens importantes se apresentaram em queda, contribuindo para conter a taxa do mês. Sobressaem os seguintes:
Energia elétrica à -1,65%
Hotel à-1,26%
Seguro voluntário de veículosà -1,23%
Gasolina à -1,11%
Automóvel usado à -1,02%
Automóvel novo à -0,63%
No caso da energia elétrica (-1,65%), a queda foi influenciada pela redução no valor das contas de Curitiba(-9,16%), onde as tarifas ficaram 13,83% mais baratas a partir de 24 de junho; São Paulo (-2,48%), onde, em uma das concessionárias, a redução de 7,30% nas tarifas vigora a partir de 04 de julho; e Porto Alegre(-0,83%), onde, também em uma das concessionárias, desde 19 de junho ocorreu redução de 7,50% nas tarifas.
Quanto aos índices regionais, o maior foi registrado em Goiânia, com 0,91%, pressionado pela alta de 3,41% nos alimentos, além da taxa de água e esgoto, com 4,07% tendo em vista o reajuste de 9,10%, em vigor a partir de primeiro de julho. O menor índice foi o de Porto Alegre com 0,20%.
Região
|
Peso Regional (%)
|
Variação Mensal (%)
|
Variação Acumulada (%)
|
||
---|---|---|---|---|---|
Junho
|
Julho
|
Ano
|
12 meses
|
||
Goiânia
|
4,44
|
0,01
|
0,91
|
4,59
|
9,66
|
Belém
|
4,65
|
0,41
|
0,69
|
5,77
|
9,70
|
Fortaleza
|
3,49
|
0,48
|
0,64
|
6,39
|
10,52
|
São Paulo
|
31,68
|
0,36
|
0,60
|
5,16
|
9,05
|
Brasília
|
3,46
|
-0,02
|
0,60
|
3,35
|
7,77
|
Belo Horizonte
|
11,23
|
0,81
|
0,59
|
5,52
|
8,35
|
Recife
|
5,05
|
0,68
|
0,58
|
5,53
|
8,53
|
Salvador
|
7,35
|
0,44
|
0,50
|
5,74
|
9,04
|
Rio de Janeiro
|
12,46
|
0,34
|
0,46
|
4,96
|
8,73
|
Curitiba
|
7,79
|
0,23
|
0,38
|
4,18
|
8,29
|
Porto Alegre
|
8,40
|
0,42
|
0,20
|
5,61
|
9,30
|
Brasil
|
100,00
|
0,40
|
0,54
|
5,19
|
8,93
|
Para o cálculo do IPCA-15 os preços foram coletados no período de 15 de junho a 13 de julho (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de maio a 14 de junho (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.