PNAD Contínua: taxa de desocupação cresce em todas as grandes regiões no 2º trimestre
17/08/2016 10h16 | Atualizado em 25/05/2017 12h48
A taxa de desocupação (11,3% no Brasil) subiu em todas as grandes regiões no 2º trimestre de 2016 em relação ao mesmo período de 2015: Norte (de 8,5% para 11,2%), Nordeste (de 10,3% para 13,2%), Sudeste (de 8,3% para 11,7%), Sul (de 5,5% para 8,0%) e Centro-Oeste (de 7,4% para 9,7%). No 1º trimestre de 2016, as taxas haviam sido de 12,8% no Nordeste, 11,4% no Sudeste, 10,5% no Norte, 9,7% no Centro-Oeste e 7,3% no Sul.
Entre as unidades da federação, as maiores taxas de desocupação no 2º trimestre de 2016 foram observadas no Amapá (15,8%); Bahia (15,4%) e Pernambuco (14,0%), enquanto as menores taxas estavam em Santa Catarina (6,7%), Mato Grosso do Sul (7,0%) e Rondônia (7,8%).
O nível de ocupação (indicador que mede a parcela da população ocupada em relação à população em idade de trabalhar) ficou em 54,6% para o Brasil no 2º trimestre de 2016. As regiões Nordeste (48,6%) e Norte (54,4%) ficaram abaixo da média do país. Nas demais regiões, o nível de ocupação foi de 59,1% no Sul, 59,2% no Centro-Oeste e 56,1% no Sudeste.
Mato Grosso do Sul (61,1%), Santa Catarina (59,4%), Paraná (59,2%) e Goiás (59,2%) apresentaram os maiores percentuais, enquanto Alagoas (42,9%), Pernambuco (46,6%) e Rio Grande do Norte (47,2%) apresentaram os níveis de ocupação mais baixos.
No 2º trimestre de 2016, os percentuais de empregados no setor privado com carteira de trabalho nas grandes regiões foram de 85,4% no Sul, 82,7% no Sudeste, 77,5% no Centro-Oeste, 61,5% no Norte e 62,2% no Nordeste. A média no Brasil foi de 77,3%.
Santa Catarina (89,7%), Distrito Federal (86,2%), Rio de Janeiro (85,7%) apresentaram os maiores percentuais de empregados no setor privado com carteira de trabalho, enquanto Maranhão (51,8%), Piauí (52,3%) e Pará (57,4%) apresentaram os menores.
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores ficou acima da média do Brasil (R$1.972) nas regiões Sudeste (R$ 2.279), Centro-Oeste (R$ 2.230) e Sul (R$ 2.133), enquanto Norte (R$ 1.538) e Nordeste (R$ 1.334) ficaram abaixo da média.
O Distrito Federal apresentou o maior rendimento (R$ 3.679), seguido por São Paulo (R$ 2.538) e Rio de Janeiro (R$ 2.287). Os menores rendimentos foram registrados no Maranhão (R$ 1.072), Bahia (R$ 1.285) e Ceará (R$ 1.296).
A massa de rendimento médio real habitual dos ocupados (R$ 174,6 bilhões de reais para o país com um todo) ficou em R$ 90,4 bilhões na região Sudeste, R$ 29,8 bilhões no Sul, R$ 28,0 bilhões no Nordeste, R$ 16,2 bilhões no Centro-Oeste e R$ 10,2 bilhões no Norte.
A publicação completa da PNAD Contínua, com os dados divulgados hoje, está disponível aqui. Os principais resultados para o Brasil como um todo já haviam sido divulgados no dia 29/07/2016. Na atual divulgação, além das informações segundo os 80 recortes regionais da pesquisa, estão disponíveis também detalhamentos dos principais indicadores do mercado de trabalho por sexo, idade e nível de instrução.
Taxa de desocupação no Sudeste cresce 3,4 p.p. em relação ao ano anterior
A taxa de desocupação mostrou diferenças regionais de patamares ao longo de toda a séria iniciada no primeiro trimestre de 2012. A região Nordeste permaneceu apresentando as maiores taxas de desocupação ao longo de toda série, tendo registrado, no 2º trimestre de 2016, uma taxa de 13,2%; enquanto a região Sul teve a menor, 8,0%.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2016, as regiões Norte e Sul apresentaram aumento significativo de indicador; enquanto as demais ficaram estáveis. Entretanto, na comparação com o 2º trimestre de 2015, todas as grandes regiões registraram crescimento da taxa de desocupação, com destaque para o Sudeste, onde o aumento foi de 3,4 pontos percentuais.
Taxa de desocupação, na semana de referência, das pessoas de 14 anos ou mais de idade, por Grandes Regiões e Unidades da Federação
Todas as grandes regiões apresentaram diferenças significativas na taxa de desocupação por sexo. No Brasil, a taxa ficou em 9,9% para os homens e 13,2% para as mulheres, uma diferença de 3,3 p.p. A região Norte mostrou a maior diferença (6,0 p.p maior para as mulheres) e o Sudeste apresentou a menor diferença (2,9 p.p maior para as mulheres).
Por nível de instrução, a maior taxa de desocupação, no Brasil, foi observada para pessoas com ensino médio incompleto (20,6%). Para o grupo de pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi estimada em 13,2%, mais que o dobro da verificada para aqueles com nível superior completo (6,0%).
Por grupos de idade, a taxa de desocupação da população de 18 a 24 anos, no Brasil, foi de 24,5%, registrando valores ainda maiores nas regiões Sudeste (25,6%) e Nordeste (28,4%). A região Sul (17,3%) apresentou a taxa menos elevada para essa faixa etária. Destaca-se, ainda, a alta taxa de desocupação no Sudeste para as faixas de 14 a 17 anos (45,6%).
Taxa de desocupação, na semana de referência, das pessoas de 14 anos ou mais de idade, por grupos de idade, segundo as Grandes Regiões - 2º trimestre de 2016
Adultos de 25 a 39 anos são 35% da população desocupada
Na população desocupada, o percentual de mulheres foi superior ao de homens. No 2º trimestre de 2016, elas representavam 50,9% dos desocupados no Brasil. Apenas na região Nordeste o percentual de mulheres na população desocupada (48,4%) foi inferior ao de homens. Já a maior participação das mulheres dentre os desocupados foi observada na região Centro-Oeste (54,8%).
O grupo de 14 a 17 anos de idade representava 9,5% das pessoas desocupadas e os jovens de 18 a 24 anos eram 32,5% no Brasil. Os adultos de 25 a 39 anos de idade (35,0%) representavam a maior parcela entre os desocupados.
No 2º trimestre de 2016, 52,0% das pessoas desocupadas tinham concluído pelo menos o ensino médio. Cerca de 25,0% não tinham concluído o ensino fundamental. Aquelas com nível superior completo representavam 8,9%. Estes resultados não se alteraram significativamente ao longo da série histórica disponível.
Distribuição das pessoas de 14 anos ou mais de idade, desocupadas na semana de referência, por nível de instrução, segundo as Grandes Regiões - 2º trimestre de 2016
No Sudeste, 61,4% dos ocupados têm pelo menos o ensino médio completo
Entre a população ocupada, verificou-se a predominância de homens no Brasil (57,2%) e em todas as regiões, sobretudo na Norte, onde os homens representavam 61,0% dos trabalhadores no 2º trimestre de 2016. O Sudeste é a região com maior participação feminina (44,0%).
A análise por grupos de idade mostrou que 12,8% dos ocupados eram jovens de 18 a 24 anos. Os adultos de 25 a 39 anos e 40 a 59 anos de idade representavam 78,1% e os idosos somavam 7,1% dos ocupados. A região com maior proporção de jovens ocupados é a Norte, onde a população de 18 a 24 anos representava 14,4% dos ocupados. Por outro lado, a região Sudeste (12,1%) registrou o menor percentual de ocupados para essa faixa etária.
Por nível de instrução, a pesquisa mostrou no 2º trimestre de 2016 que mais da metade dos ocupados no Brasil tinha concluído pelo menos o ensino médio (55,1%), 29,3% não tinham concluído o ensino fundamental e 17,8% tinham concluído o nível superior.
Regionalmente, o quadro foi diferenciado. Nas regiões Norte (37,1%) e Nordeste (38,7%), o percentual de pessoas sem instrução até ensino fundamental incompleto era superior aos das demais regiões. Nas regiões Sudeste (61,4%) e Sul (54,6%), o percentual das pessoas que tinham completado pelo menos o ensino médio era superior aos das demais regiões. A região Sudeste (21,2%) foi a que apresentou o maior percentual de pessoas com nível superior completo, enquanto o Nordeste teve o menor (12,5%).
A pesquisa também apontou diferenças regionais com relação à forma de inserção do trabalhador no mercado de trabalho. Nas regiões Norte (33,1%) e Nordeste (31,3%), o percentual de pessoas que trabalharam por conta própria era superior ao observado nas demais regiões. O mesmo foi constatado para os trabalhadores familiares auxiliares, que apresentaram maior participação nas regiões nas Regiões Norte (6,2%) e Nordeste (3,3%).
O percentual de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado mostrou cenários distintos regionalmente, com as regiões Norte (61,5%) e Nordeste (62,2%) apresentando-se em patamares inferiores aos das demais regiões.
No Nordeste, menos da metade (48,6%) das pessoas em idade de trabalhar estão ocupadas
O nível da ocupação apresentou diferenças de patamares no cenário regional. As regiões Sul (59,1%) e Centro-Oeste (59,2%) foram as que apresentaram os maiores percentuais e o Nordeste apresentou o menor nível da ocupação (48,6%).
O nível da ocupação dos homens, no Brasil, foi estimado em 65,4% e o das mulheres, em 44,8%, uma diferença de 20,6 p.p. Dentre as grandes regiões, a maior diferença foi observada no Norte (25,5 p.p.) e a menor, no Sul e Sudeste (19,2 pontos percentuais).
O grupo etário de 25 a 39 anos apresentou o maior nível da ocupação (73,4%), seguido do grupo etário de 40 a 59 anos (68,4%). Para os jovens de 18 a 24 anos, o nível da ocupação ficou em 51,9%. Entre os menores de idade, de 14 a 17 anos, esta estimativa foi de 12,6%, enquanto entre os idosos (60 anos ou mais), 21,7%.
Nos grupos com níveis de instrução mais altos, o nível da ocupação era mais elevado. No 2º trimestre de 2016, 35,4% das pessoas sem nenhuma instrução estava trabalhando no país. No grupo das pessoas com nível superior completo, o nível da ocupação chegou a 77,8%. Entre as grandes regiões, destaca-se que o nível da ocupação na região Norte é o maior tanto para o grupo dos menos escolarizados (43,0%) como para os mais escolarizados (82,0%).
Mulheres representam 65,9% da população fora da força
No Brasil, no 2º trimestre de 2016, 38,4% das pessoas em idade de trabalhar estavam fora da força de trabalho (não trabalhavam nem procuravam trabalho). A região Nordeste foi a que apresentou a maior parcela de pessoas fora da força de trabalho, 44,0%. As regiões Sul (35,7%) e Centro-Oeste (34,5%) tiveram os menores percentuais.
A população fora da força de trabalho era composta em sua maioria por mulheres, que, no 2º trimestre de 2016, representavam 65,9% desse contingente. Todas as regiões apresentaram comportamento similar.
Cerca de 36,0% da população fora da força de trabalho era composta por idosos (pessoas com 60 anos ou mais de idade). Jovens com menos de 25 anos de idade somavam 28,2% e os adultos, com idade de 25 a 59 anos, representavam 35,8%.
Em relação ao nível de instrução, mais da metade da população fora da força não tinha concluído o ensino fundamental (53,6%) e pouco mais de um quarto tinha concluído pelo menos o ensino médio (26,0%).