PNAD 2015: rendimentos têm queda e desigualdade mantém trajetória de redução
25/11/2016 09h45 | Atualizado em 25/05/2017 12h48
De 2014 para 2015, houve, pela primeira vez em 11 anos, queda nos rendimentos reais (corrigidos pela inflação). O rendimento de todos os trabalhos passou de R$ 1.950 para R$ 1.853 (-5,0%), o de todas as fontes (que inclui aposentadorias, recebimento de aluguéis, juros, benefícios sociais, entre outros) foi de R$1.845 para R$1.746 (-5,4%), e o domiciliar caiu de R$ 3.443 para R$3.186 (-7,5%). Além disso, todas as categorias do emprego registraram redução no rendimento médio mensal real do trabalho principal, especialmente os trabalhadores domésticos com carteira assinada (-3,1%).
A redução atingiu todos os estratos da distribuição dos rendimentos, mas, como foi mais intensa nas faixas de rendimentos mais elevados, manteve-se a trajetória de redução da desigualdade, medida pelo Índice de Gini (quanto mais perto de um, mais desigual). Para todas as fontes, o Gini passou de 0,497 em 2014 para 0,491 em 2015; para os rendimentos de trabalho, o índice caiu de 0,490 para 0,485 e, no caso do rendimento domiciliar, variou de 0,494 para 0,493.
É o que mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2015, cuja Síntese de Indicadores o IBGE divulga hoje pela última vez, encerrando um ciclo de 49 anos, iniciado com a primeira PNAD, em 1967. A partir de 2017, as principais informações sobre as características da população, de educação, trabalho, rendimento e habitação terão como fonte a PNAD Contínua.
A PNAD mostra também que, com uma queda mais intensa para os homens do que para as mulheres, houve redução na desigualdade entre os rendimentos masculino e feminino, de 74,5% para 76,1% entre 2014 e 2015.
Entre 2014 e 2015, observou-se, pela primeira vez desde 2004, queda na população ocupada, que perdeu cerca de 3,8 milhões de pessoas (-3,9%). Entre os grupamentos de atividade, a indústria registrou a maior perda, com cerca de um milhão de ocupados a menos (-8,0%). Em relação a 2014, a participação dos empregados entre os ocupados caiu de 61,3% para 60,6%, enquanto a dos conta-própria cresceu de 21,4% para 23,0%. Além disso, dois milhões de ocupados deixaram de contribuir para a previdência. O mercado de trabalho mostrou, ainda, aumento de 38,1% da população desocupada (mais 2,8 milhões de pessoas), que chegou a 10,0 milhões de pessoas de 15 anos ou mais de idade em 2015.
Por outro lado, a taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade manteve-se em queda e foi estimada em 8,0% (12,9 milhões de analfabetos) em 2015, frente a 8,3% (13,7 milhões) em 2014 e 11,5% (15,3 milhões) em 2004. A proporção de crianças de 4 a 5 anos frequentando escola apresentou o maior aumento. Em 2004, era de 70,0%; em 2015 este percentual passou para 84,3%.
Pela primeira vez desde 2004, caiu o número de domicílios com microcomputador (de 32,5 milhões em 2014 para 31,4 milhões em 2015). O percentual de domicílios atendidos por rede coletora de esgoto passou de 63,5% em 2014 para 65,3% em 2015, um incremento de 1,9 milhão. Já os domicílios atendidos por coleta de lixo (89,8%), rede geral de abastecimento de água (85,4%) e iluminação elétrica (99,7%) mantiveram as mesmas proporções na comparação com 2014. A máquina de lavar foi o bem cuja posse mais cresceu nos domicílios entre 2014 (58,7%) e 2015 (61,1%).
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Rendimento de trabalho cai 5,0% no Brasil em 2015 e 7,2% na região Norte
O rendimento médio mensal real de todos os trabalhos das pessoas de 15 anos ou mais de idade ocupadas e com rendimento de trabalho, em 2015, foi estimado em R$1.853, valor 5,0% inferior ao de 2014 (R$1.950). Isso ocorreu em todas as grandes regiões, sendo a maior queda na região Norte (-7,2%, passando de R$1.565 para R$1.453).
O rendimento médio real de todos os trabalhos cresceu em cinco das 27 unidades da federação, sendo a maior alta no Rio Grande do Norte, 4,3% (de R$1.320 para R$1.376). Os demais estados apresentaram queda, sendo a maior redução no Amazonas, -15,7% (de R$1.728 para R$1.457).
As maiores médias do rendimento mensal real de todos os trabalhos em 2015 foram registradas no Distrito Federal (R$3.553), em São Paulo (R$2.266) e Rio de Janeiro (R$ 2.212), enquanto que o Maranhão (R$1.106), Sergipe (R$ 1.112) e o Piauí (R$1.127) apresentaram os menores valores.
1,4% do total do rendimento dos ocupados vai para os 10% com menor renda
No Brasil, as pessoas de 15 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, pertencentes à classe dos 10% de menor rendimento mensal de todos os trabalhos receberam 1,4% do total desse rendimento. A média do rendimento para este décimo foi de R$261, valor 7,1% menor do que o verificado em 2014. Por outro lado, as pessoas ocupadas pertencentes à classe dos 10% de rendimentos mais elevados concentraram 39,9% do total de rendimento de trabalho, em média R$7.402, valor 5,9% menor do que em 2014.
O Índice de Gini da distribuição do rendimento mensal real de todos os trabalhos manteve a trajetória decrescente da série desde 2004 (0,545), sendo de 0,485 em 2015. A região Nordeste apresentou o maior nível de desigualdade na distribuição desse rendimento (0,498) e a Sul o menor (0,441).
Desigualdade de rendimento entre os sexos diminui em 2015
O rendimento médio mensal real de todos os trabalhos dos homens de 15 anos ou mais de idade, com rendimento de trabalho, foi de R$2.058 e o das mulheres, R$1.567. Em termos proporcionais, as mulheres receberam em média 76,1% do rendimento de trabalho dos homens em 2015, um aumento de 1,6 ponto percentual em relação a 2014 (74,5%), quando os valores eram R$ 2.184 e R$ 1.627, respectivamente.
Dentre os homens ocupados, 22,0% receberam até 1 salário mínimo em 2015, enquanto para mulheres o percentual foi de 30,4%. Além disso, havia proporcionalmente mais mulheres ocupadas (8,5%) sem rendimento ou recebendo somente em benefícios do que homens (4,5%).
O Índice de Gini do rendimento médio mensal de todos os trabalhos por sexo indicou uma maior desigualdade entre os homens (0,487) do que entre as mulheres (0,471).
Rendimento cai em todas as categorias de emprego
Todas as categorias do emprego registraram redução no rendimento médio mensal real do trabalho principal.
Empregados e trabalhadores domésticos receberam em média R$1.832 em 2015, cerca de 1,9% a menos do que a média do ano anterior (R$1.867). Os trabalhadores domésticos com carteira de trabalho assinada, em 2015, declararam rendimentos em média 3,1% menores que em 2014 (de R$1.049 para R$1.016), e os sem carteira de trabalho assinada 1,2% (de R$655 para R$647). Os trabalhadores com carteira assinada tiveram redução de 2,4% nos rendimentos (de R$1.850 para R$1.805), enquanto os sem carteira mostraram queda de 5,8% (de R$ 1.230 para R$ 1.159) e os militares e estatutários apresentaram decréscimos de 1,7% (de R$3.243 para R$3.188). Já o rendimento médio mensal real do trabalho principal recebido pelo trabalhador por conta própria diminuiu 9,1% de 2014 para 2015, passando de R$ 1.632 para R$ 1.484.
Rendimento de todas as fontes cai em todas os décimos de renda
Em 2015 o rendimento médio mensal real de todas as fontes (das pessoas de 15 anos ou mais de idade com rendimento) foi de R$1.746, 5,4% menor que em 2014 (R$1.845).
Houve redução do rendimento médio recebido em todos os décimos da distribuição de renda, segundo o rendimento de todas as fontes. Os 5% da população com maiores rendimentos tiveram queda de 6,7% em seu rendimento médio e o 1% da população da cauda superior da distribuição (aqueles que recebiam, em média R$ 20.048) teve redução de 6,9%. Entre os 10% da população com os menores rendimentos, houve redução de 7,8%.
Entre 2014 e 2015, a despeito da redução dos rendimentos nos estratos mais baixos, o Índice de Gini da distribuição dos rendimentos de todas as fontes teve redução, de 0,497 para 0,491, decorrente de uma queda mais acentuada dos rendimentos médios nos décimos de população com rendimentos mais elevados. Esse Índice de Gini mostra valores decrescentes desde 2004, quando era de 0,555.
Rendimento domiciliar cai 7,5% em 2015
Em 2015, a média do rendimento dos domicílios particulares permanentes foi de R$3.186, 7,5% a menos que o valor apurado em 2014 (R$ 3.443). As menores médias foram encontradas nas regiões Nordeste (R$2.114) e Norte (R$2.433). O Índice de Gini da distribuição do rendimento mensal domiciliar para domicílios particulares permanentes do Brasil passou de 0,494 em 2014 para 0,493 em 2015.
Quanto ao rendimento domiciliar per capita, em 2015, 44,7% dos domicílios com rendimento contavam com até 1 salário mínimo por morador (30,5 milhões); 32,5% foram enquadrados nas faixas de rendimento domiciliar per capita de 1 a menos de 2 salários mínimos (22,2 milhões); e 19,9% informaram rendimento domiciliar per capita de 2 salários mínimos ou mais (13,6 milhões). Os demais (2,9%) não declararam.
De 2014 para 2015, o decréscimo do rendimento médio mensal real domiciliar per capita no Brasil foi de 7,2%, de R$1.369 para R$1.270. Houve redução em todos os estratos dessa distribuição, mas ela foi mais forte para os 10% com menores rendimentos domiciliares per capita (de 9,4%, passando de R$ 170 para R$ 154), do que entre os domicílios pertencentes ao último décimo (os 10% com maiores rendimentos), que tiveram redução de 8,2% (de R$ 5.696 para R$ 5.231). Com isso, a razão entre o último e o primeiro décimos passou de 33,5 para 34,0 entre 2014 e 2015, apresentando uma tendência de aumento da desigualdade da distribuição do rendimento domiciliar per capita.
População ocupada cai pela primeira vez desde 2004
A população ocupada foi de 94,8 milhões de pessoas em 2015, o que representou queda de 3,9% em relação a 2014 (98,6 milhões), a primeira observada na série 2004-2015. Todas as grandes regiões registraram queda da população ocupada em 2015, sendo que no Nordeste a redução foi de 5,4%.
A redução da população ocupada trouxe reflexos sobre o nível da ocupação (proporção de pessoas ocupadas na população de 15 anos ou mais de idade), que caiu 3,3 pontos percentuais frente a 2014, ficando em 58,6%. Para as mulheres, menos da metade da população de 15 anos ou mais estava ocupada (48,0%), enquanto entre os homens o nível da ocupação chegava a 70,2%.
Outro reflexo da queda da população ocupada se deu na população economicamente ativa (pessoas de 15 anos ou mais de idade que estavam trabalhando ou procurando trabalho), que passou de 105,9 milhões de pessoas para 104,8 milhões, uma retração de 1,0%. Já a população não economicamente ativa cresceu 6,7%, chegando a 57,0 milhões de pessoas. Em 2014, eram 53,4 milhões de pessoas não economicamente ativas.
Contingente de ocupados com carteira assinada cai 5,1% em 2015
Entre os grupamentos de atividade, os serviços respondiam em 2015 pela maior parte dos ocupados (46,3%), com cerca de 43,9 milhões de pessoas, seguidos pelo comércio e reparação, com 17,2 milhões (18,2%), atividades agrícolas, com 13,2 milhões (13,9%), indústria, com 11,9 milhões (12,6%), e construção, com 8,5 milhões (9,0%). Todos os grupamentos apresentaram queda em relação a 2014, sendo a maior delas registrada na indústria, de aproximadamente um milhão de pessoas (-8,0%).
Em 2015, o contingente de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado em atividade não agrícola (33,3 milhões) registrou queda de 5,1% (menos 1,8 milhão de pessoas) em relação a 2014. A queda do emprego no setor privado foi proporcionalmente mais acentuada entre os empregados sem carteira assinada (-9,1%), em relação àqueles com carteira assinada (-5,1%), o que expandiu de 78,5% para 79,4% a proporção de empregados com carteira no setor privado não agrícola.
Em 2015, 60,6% da população ocupada estava inserida no mercado de trabalho como empregado (57,4 milhões de pessoas). Houve crescimento de 1,6 p.p. na participação dos trabalhadores por conta própria, que correspondiam a 23,0% (21,8 milhões de pessoas). Os trabalhadores domésticos eram 6,6% (6,3 milhões de pessoas) e os empregadores, 3,7% (3,6 milhões de pessoas) da população ocupada.
2 milhões de ocupados deixaram de contribuir para previdência
Em 2015, 62,0% dos ocupados (58,8 milhões de pessoas) eram contribuintes de instituto de Previdência. Essa proporção aumentou em relação a 2014 (61,7%) devido à redução no total da população ocupada, porém, em termos de contingente, observou-se uma queda de cerca de 2,0 milhões de pessoas.
Do contingente de 21,7 milhões de trabalhadores por conta própria, em 2015, cerca de 4,3 milhões (19,8%) trabalhavam em empreendimentos registrados no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). Em 2014, esse percentual era 19,0%. Dentre os 3,6 milhões de empregadores, 2,9 milhões possuíam registro, ou seja, 82,0%. Em 2014, eram 80,5%.
População desocupada chega a dez milhões de pessoas em 2015
O contingente de desocupados (pessoas de 15 anos ou mais de idade que não estavam ocupadas e tomaram providência efetiva para conseguir um trabalho) aumentou 38,1% (mais 2,8 milhões de pessoas) em 2015, chegando a 10,0 milhões. Todas as regiões apresentaram expansão da desocupação, principalmente Sudeste (46,0%) e Sul (66,1%).
Mais da metade (53,6%) dos desocupados eram mulheres; 26,3% nunca tinham trabalhado; 33,4% eram jovens de 18 a 24 anos de idade; 60,4% eram pretos ou pardos; e 48,2% não tinham completado o ensino médio.
A taxa de desocupação subiu 2,7 pontos percentuais em relação a 2014, chegando a 9,6%. Todas as grandes regiões apresentaram crescimento, sendo a menor taxa observada no Sul (6,8%) e a maior no Sudeste (10,7%).
Destaca-se o crescimento da taxa de desocupação dos jovens entre 18 e 24 anos de 15,2% em 2014 para 21,3% em 2015, um acréscimo de 6,1 p.p. Para os homens, em 2015, a taxa de desocupação era de 7,9% e para as mulheres, 11,7%.
Cai o número de crianças e adolescentes ocupados
A PNAD registrou, em 2015, 2,7 milhões de pessoas de 5 a 17 anos trabalhando no Brasil, o que representou uma queda de 19,8% (-659 mil) no número de crianças e adolescentes ocupados. Destes, 15,4% (412 mil) tinham entre 5 e 13 anos. Em 2014, 554 mil estavam nessa faixa etária.
O rendimento médio mensal domiciliar per capita das crianças de 5 a 13 anos ocupadas foi estimado em R$ 482, sendo de R$ 676 para as crianças nessa faixa que não trabalhavam. O número médio de horas trabalhadas foi de 12,9 horas. A população ocupada nessa faixa concentrou-se nas atividades agrícolas (64,7%) e a taxa de escolarização foi de 97,4%, frente a 98,1% das crianças que não trabalhavam.
Taxa de analfabetismo no Brasil cai para 8,0%
Em 2015, a taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade foi estimada em 8,0% (12,9 milhões de analfabetos), uma queda de 0,3 ponto percentual em relação a 2014 (8,3% ou 13,7 milhões de pessoas). Em 2004, a taxa de analfabetismo foi de 11,5% (15,3 milhões). A região Nordeste apresentou percentuais superiores as das demais regiões em todos os anos analisados, mas também foi a que apresentou a maior redução, passando de 22,4%, em 2004, para 16,2%, em 2015. As menores taxas continuaram a ser as das regiões Sul (4,1%) e Sudeste (4,3%).
A taxa de analfabetismo mostrou aumento à medida que a idade avança, atingindo 22,3% para as pessoas de 60 anos ou mais em 2015. Para o grupo de 15 a 19 anos de idade não atingia 1,0%. Entre homens e mulheres, a taxa foi de 8,3% e 7,7% respectivamente.
A taxa de analfabetismo funcional (proporção de pessoas de 15 anos ou mais de idade com menos de quatro anos de estudo em relação ao total de pessoas do mesmo recorte etário) passou de 17,6% (2014) para 17,1% (2015). A região Nordeste manteve-se com o percentual mais alto (26,6%), enquanto o sudeste (12,4%) e o Sul (13,4%) apresentaram os indicadores mais baixos.
Em 2015, 52,0% da população de 25 anos ou mais de idade estava concentrada nos níveis de instrução até o ensino fundamental completo ou equivalente; 26,4% tinham o ensino médio completo e 13,5% o superior completo. Em 2014, os percentuais eram de 53,1%, 25,5% e 13,1%, respectivamente.
O número médio de anos de estudo para o Brasil era de 7,8 anos em 2015, frente a 7,7 em 2014. A região Sudeste apresentava a maior média (8,5 anos), enquanto as regiões Nordeste e Norte registraram as menores médias (6,7 e 7,3 anos, respectivamente). As mulheres apresentaram número médio de anos de estudo maiores que os homens para Brasil (8,0 e 7,6, respectivamente).
Aumenta o número de crianças de 4 a 5 anos nas escolas
As taxas de frequência à escola, em 2015, no Brasil, foram de 98,6% entre as crianças e adolescentes de 6 a 14 anos de idade (ensino fundamental obrigatório); 85,0% para o grupo de 15 a 17 anos (ensino médio) e 30,7% para os jovens de 18 a 24 anos.
As grandes regiões tinham taxa de escolarização das pessoas por grupos de idade próximas à nacional, exceto no grupo de 4 e 5 anos. No Brasil, esse indicador foi de 84,3% em 2015, enquanto na região Norte, a menor taxa, foi de 71,3% e na região Nordeste, a maior, 88,9%.
A taxa de escolarização para a faixa de crianças de 4 a 5 anos de idade foi a que mais cresceu: em 2004, 70,0% das crianças desta faixa etária frequentavam a escola, em 2015 este percentual passou para 84,3%.
Número de idosos aumenta e de criança até 4 anos diminui
A população brasileira cresceu 0,8% em 2015, totalizando 204,9 milhões de pessoas, um incremento de 1,7 milhão de habitantes em relação a 2014. As maiores variações foram das regiões Centro-Oeste (1,5%) e Norte (1,4%). Com 85,9 milhões de pessoas (41,9% da população total), o Sudeste apresentou o maior número de moradores, enquanto o Centro-Oeste registrou o menor quantitativo, com 15,5 milhões de pessoas (7,6% da população total).
Os idosos (pessoas com 60 anos ou mais) representavam em 2015 14,3% da população, contra 13,7% no ano anterior. Já a participação da população de 0 a 4 anos de idade foi de 6,6% em 2014 para 6,3% em 2015. Os maiores percentuais de idosos estão nas regiões Sul (16%) e Sudeste (15,7), enquanto a região Norte registrou a maior concentração relativa de crianças e jovens, com 45,0% de pessoas de até 24 anos de idade.
Populações parda e branca praticamente se igualam
Em 2015, a população era composta por 45,2% de pessoas de cor branca, 45,1% de pardos e 8,9% de pretos. A população branca vem diminuindo desde 2004, enquanto há um aumento dos demais grupos. A partir de 2006, a participação da população branca passou a ser inferior à das populações parda e preta em conjunto.
A composição da população segundo a cor ou raça entre as grandes regiões é bastante diferenciada. Enquanto 76,7% da população da região Sul declarou-se branca, estes percentuais foram 21,2% na Norte e 26,4% na Nordeste. Por outro lado, nestas regiões, a maioria se declarou parda, com 70,2% e 62,0%, respectivamente.
Reduz o número de migrantes em São Paulo
Em 2015, 15,3% das pessoas não tinham nascido na unidade da federação em que residiam, um total de 31,4 milhões. Em relação ao município de residência, esse número ficou em 78,3 milhões (38,2% da população).
A região Centro-Oeste apresentou os maiores percentuais tanto em relação aos que não nasceram na unidade da federação (34,0%), quanto em relação ao município de residência (52,8%). A região Nordeste apresentou os menores percentuais (7,2% em relação à unidade da federação e 30,4% em relação ao município de residência).
Embora São Paulo tenha sido o estado com o maior contingente de migrantes, tanto em relação ao município de residência (19,8 milhões de pessoas) como em relação à unidade da federação (10,1 milhões de pessoas), estes números reduziram em relação ao ano anterior em 3,8% e 3,1%, respectivamente.
Rede coletora de esgoto atinge 1,9 milhão de domicílios a mais que em 2014
A proporção de domicílios com rede coletora de esgoto passou de 63,5% em 2014 para 65,3% em 2015. Um incremento de 1,9 milhão, totalizando 44,5 milhões de domicílios atendidos.
Em 2015, houve um aumento de 1,5% ou de 876 mil de domicílios atendidos pela rede geral de abastecimento de água. Com isso, dos 68 milhões de domicílios existentes em 2015, 58,1 milhões (85,4%) eram atendidos pela rede geral de abastecimento de água. Em relação a 2004 (82,1%), a alta foi de 3,3 pontos percentuais.
A coleta de lixo cobria 89,8% dos domicílios em 2015 (61,1 milhões), percentual que não variou em relação ao ano anterior. Frente a 2004 (84,6%), houve crescimento de 5,2 pontos percentuais. A proporção de domicílios atendidos pelo serviço de iluminação elétrica também permaneceu estável de um ano para o outro (99,7%), atingindo 67,8 milhões de domicílios em 2015. Em relação a 2004 (96,8%), a alta foi de 2,9 pontos percentuais.
Pela primeira vez, cai o número de domicílios com microcomputador
O total de domicílios com microcomputador foi de 31,4 milhões em 2015 (46,2%), uma redução de 3,4% em relação a 2014 (48,5%). Destes, 27,5 milhões tinham computador com acesso à internet (40,5% frente a 42,1% em 2014). Foi a primeira vez que se observou redução no total de domicílios com microcomputador e com microcomputador com acesso à Internet, embora o total de moradores com acesso à Internet tenha aumentado (de 54,4% em 2014 para 57,5% em 2015). Isto se deve ao aumento do acesso através de outros equipamentos e em outros locais que não o domicílio.
O número de domicílios com máquina de lavar roupa foi o que apresentou o maior crescimento de 2014 (58,7%) para 2015 (61,1%), um aumento de 2,5 pontos percentuais (2,3 milhões de domicílios a mais com esse bem). As regiões Norte (39,5%) e Nordeste (30,7%) ficaram abaixo da média.
Acesso a internet cresce 7,1% entre pessoas com 10 anos ou mais de idade
No Brasil, aproximadamente 102,1 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade acessaram a Internet no período de referência da PNAD em 2015. Foi um crescimento de 7,1% (ou 6,7 milhões de usuários) em relação a 2014. De 2014 para 2015, a proporção de internautas passou de 54,4% para 57,5% do total da população.
As pessoas de 15 a 17 anos (82,0%) de idade e de 18 ou 19 anos de idade (82,9%) apresentaram as maiores proporções de usuários de Internet em 2015. Contudo, os maiores aumentos de usuários ocorreram nos grupos etários de 40 a 49 anos (que passaram de 49,4% em 2014 para 55,3% em 2015) e de 50 anos ou mais (de 24,3% para 27,8%).
Por sexo, 58,0% das mulheres e 56,8% dos homens acessaram a Internet. Em relação a 2014, 7,5% a mais de mulheres e 6,6% de homens acessaram a Internet.
Em um ano, houve incremento de 2,5 milhões de pessoas com celular
Em 2015, 139,1 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade (78,3%) tinham telefone móvel celular para uso pessoal. Houve um incremento de 2,5 milhões de pessoas frente ao ano anterior (77,9%), o que representou um crescimento de 1,8%.
Em 2015, o grupo de idade com maior proporção de pessoas com posse de telefone móvel celular era o de 25 a 29 anos (89,8%). Todos os grupos etários tiveram proporções acima de 80,0%, exceto o de crianças de 10 a 14 anos de idade (54,1%). As mulheres (78,9%) apresentaram maior proporção que os homens (77,6%).