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Índice de Preços ao Produtor (IPP) varia -0,43% em fevereiro

28/03/2017 10h38 | Atualizado em 25/05/2017 12h48

Fevereiro de 2017
-0,43%
Janeiro de 2017
0,30%
Fevereiro de 2016
-0,63%
Acumulado em 2017
-0,13%
Acumulado em 12 meses
1,54%

O Índice de Preços ao Produtor teve variação de -0,43% em fevereiro em comparação com o mês anterior, abaixo dos 0,30% registrados em janeiro. Entre as 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação, 11 apresentaram variações positivas de preços, contra dez do mês anterior. O acumulado no ano ficou em -0,13%, contra 0,30% de janeiro. O acumulado em 12 meses foi de 1,54%, contra 1,34% de janeiro.

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede a evolução dos preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange informações por grandes categorias econômicas, ou seja, bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis e semiduráveis e não duráveis). A publicação completa do IPP pode ser acessada aqui.

Indústria Geral e Seções Variação (%)
M/M-1 Acumulado Ano M/M-12
DEZ/16
JAN/17
FEV/17
DEZ/16
JAN/17
FEV/17
DEZ/16
JAN/17
FEV/17
Indústria Geral
1,29
0,30
-0,43
1,71
0,30
-0,13
1,71
1,34
1,54
Bens de Capital (BK)
0,06
-0,19
-0,30
-0,41
-0,19
-0,48
-0,41
-2,92
-2,81
Bens Intermediários (BI)
1,92
0,95
-0,36
-0,09
0,95
0,58
-0,09
0,57
1,73
Bens de consumo(BC)
0,60
-0,58
-0,58
5,21
-0,58
-1,16
5,21
3,68
2,33
Bens de consumo duráveis (BCD)
0,58
0,69
0,00
3,67
0,69
0,68
3,67
2,91
2,38
Bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND)
0,61
-0,96
-0,76
5,68
-0,96
-1,71
5,68
3,92
2,31
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

Em fevereiro de 2017, a variação de preços de -0,43% frente a janeiro repercutiu da seguinte maneira entre as Grandes Categorias Econômicas: -0,30% em bens de capital; -0,36% em bens intermediários; e -0,58% em bens de consumo, sendo que 0,00% foi a variação observada em bens de consumo duráveis e -0,76% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

A influência das Grandes Categorias Econômicas foi a seguinte: -0,03 p.p. de bens de capital, -0,20 p.p. de bens intermediários e -0,21 p.p. de bens de consumo. No caso de bens de consumo, -0,21 p.p. se deveu às variações de preços observadas nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis e 0,00 p.p. nos bens de consumo duráveis.

Na perspectiva do acumulado no ano (mês atual contra dezembro do ano anterior), as variações de preços da indústria acumularam, até fevereiro, variação de -0,13%, sendo -0,48% a variação de bens de capital (com influência de -0,04 p.p.), 0,58% de bens intermediários (0,32 p.p.) e -1,16% de bens de consumo (-0,41 p.p.). No último caso, este aumento foi influenciado em 0,06 p.p. pelos produtos de bens de consumo duráveis e -0,47 p.p., pelos bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

No acumulado em 12 meses, a variação de preços da indústria alcançou, em fevereiro, 1,54%, com as seguintes variações: bens de capital, -2,81% (-0,25 p.p.); bens intermediários, 1,73% (0,97 p.p.); e bens de consumo, 2,33% (0,82 p.p.), sendo que a influência de bens de consumo duráveis foi de 0,20 p.p. e a de bens de consumo semiduráveis e não duráveis de 0,62 p.p.

11 das 24 atividades industriais tiveram aumento de preços

Indústria Geral e Seções Variação (%)
M/M-1 Acumulado Ano M/M-12
DEZ/16
JAN/17
FEV/17
DEZ/16
JAN/17
FEV/17
DEZ/16
JAN/17
FEV/17
Indústria Geral
1,29
0,30
-0,43
1,71
0,30
-0,13
1,71
1,34
1,54
B - Indústrias Extrativas
19,60
2,05
-5,06
34,43
2,05
-3,11
34,43
60,32
52,92
C - Indústrias de Transformação
0,70
0,24
-0,26
0,79
0,24
-0,02
0,79
-0,08
0,30
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

Em fevereiro/2017, 11 das 24 atividades industriais apresentaram variações positivas de preços, contra dez do mês anterior. As quatro maiores variações observadas em fevereiro/2017 se deram entre os produtos compreendidos nas seguintes atividades industriais: indústrias extrativas (-5,06%), metalurgia (2,96%), impressão (-2,29%) e fumo (-2,01%).

Em termos de influência, na comparação entre fevereiro/2017 e janeiro/2017 (-0,43%), sobressaíram alimentos (-0,27 p.p.), metalurgia (0,22 p.p.), indústrias extrativas (-0,19 p.p.) e refino de petróleo e produtos de álcool (-0,14 p.p.).

O indicador acumulado no ano (fevereiro/2017 contra dezembro de 2016) atingiu -0,13%, contra 0,30% em janeiro/2017. Entre as atividades que, em fevereiro/2017, tiveram as maiores variações percentuais na perspectiva deste indicador sobressaíram: metalurgia (5,62%), fumo (-5,41%),outros equipamentos de transporte (-4,33%) e refino de petróleo e produtos de álcool (4,19%). Neste indicador, os setores de maior influência foram: alimentos (-0,75 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (0,42 p.p.), metalurgia (0,41 p.p.) e outros produtos químicos (0,13 p.p.).

O acumulado em 12 meses variou 1,54%, contra 1,34% em janeiro/2017. As quatro maiores variações de preços ocorreram em indústrias extrativas (52,92%), outros equipamentos de transporte (-15,29%), fumo (-14,44%) e impressão (10,87%). Neste indicador, os setores de maior influência foram: indústrias extrativas (1,24 p.p.), outros produtos químicos (-0.93 p.p.), metalurgia (0,75 p.p.) e alimentos (0,60 p.p.).

A seguir, os setores que estavam entre as quatro maiores influências em fevereiro de 2017, nas três comparações: mensal, acumulada no ano e acumulada em 12 meses.

Indústrias extrativas: no mês de fevereiro de 2017, os preços da atividade variaram negativamente (-5,06%), em relação a janeiro. Esta foi a maior variação mensal de preços observada entre as atividades pesquisadas. Os preços das atividades extrativas exerceram sobre o resultado das indústrias extrativas e de transformação uma influência negativa de -0,19 p.p. (em -0,43%).

Com este resultado da variação mensal, os preços das indústrias extrativas acumularam queda (-3,11%) nos dois primeiros meses deste ano.

Na comparação com fevereiro de 2016, os preços das indústrias extrativas se destacaram como a principal variação positiva (52,92%) entre todas as atividades e também a principal influência (1,24 p.p. em 1,54%).

Todos os produtos analisados na atividade apresentaram variação negativa de preços no mês, bem como no acumulado do ano.

Alimentos: com a variação de -1,31% ocorrida na passagem de janeiro para fevereiro, o setor acumulou, nesses dois meses, -3,51% de variação média de preços de seus produtos. Os preços, na comparação com o mesmo mês de 2016, estavam 2,96% maiores em fevereiro do presente ano.

Em termos de influência, o setor se destaca em todos os indicadores: é o primeiro tanto no mês contra mês anterior (-0,27 p.p. em -0,43% das indústrias extrativas e de transformação) quanto no acumulado no ano (-0,75 p.p. em -0,13%) e o quarto na comparação com fevereiro de 2016 (0,60 p.p. em 1,54%).

Dois produtos se destacam na variação de fevereiro frente a janeiro, tanto entre as principais variações quanto entre as principais influências, são eles: “óleo de soja refinado” e “óleo de soja em bruto, mesmo degomado”. Entre as principais influências, todas as variações destacadas foram negativas e somaram -1,30 p.p. (em -1,31%). Os outros dois produtos são: “carnes de bovinos frescas ou refrigeradas” e “açúcar cristal”.

A queda do preço dos açúcares, ainda que em período de entressafra da cana-de-açúcar, em especial o cristal, esteve ligado a uma demanda fraca, num cenário de estoque equilibrado. Alia-se a isso o fato de, mais uma vez, o real ter se apreciado frente ao dólar (aproximadamente 3%), o que tem impacto particularmente nas exportações do demerara e do VHP. No caso de “carnes de bovinos frescas ou refrigeradas”, imputa-se a queda dos preços internos à retração da demanda, e dos externos, à apreciação do real.

Refino de petróleo e produtos de álcool: em fevereiro contra janeiro, invertendo o sinal do mês anterior, os preços do setor variaram em -1,28%, e, com isso, o acumulado recuou de 5,54% para 4,19%. No caso da comparação com o mesmo mês do ano anterior, a variação foi de 5,52%, maior resultado desde novembro de 2015 (5,67%).

O destaque dado ao setor se deve à influência no indicador do mês contra o mês anterior, M/M-1 (quarta maior influência, em módulo, -0,14 p.p. em -0,43% das indústrias extrativas e de transformação), e, no caso do acumulado, por ser a quarta maior variação e a segunda maior influência (0,42 p.p. em -0,13%) - sempre em módulo.

Outros produtos químicos: a indústria química no mês de fevereiro apresentou uma variação média de preços, em relação a janeiro, de -0,11%, após cinco meses seguidos de recuperação de preços, os quais não foram suficientes para reverter o resultado negativo dos últimos 12 meses (-8,90%). Esta queda ligada aos resultados dos preços internacionais e aos custos da matéria-prima importada, ambos com influência da apreciação do real em relação ao dólar de 21,9% nos últimos 12 meses e 7,4% somente nos dois primeiros meses do ano. Também é importante citar o movimento dos preços dos derivados de petróleo, especialmente da nafta, além dos resultados de variação de preços da amônia.

Interessante ressaltar que os quatro produtos de maior influência no mês contra mês imediatamente anterior (“adubos ou fertilizantes à base de NPK”, “herbicidas para uso na agricultura”, “inseticidas para uso na agricultura” e “polipropileno”) representaram um resultado negativo em 0,44 p.p. no resultado de variação de -0,11% no mês, ou seja, os demais 28 produtos contribuíram positivamente com 0,33 p.p.

Metalurgia: ao comparar os preços do setor em fevereiro de 2017 contra janeiro de 2017 pode-se reparar a continuidade na elevação de preços registrados desde novembro de 2016, alcançando uma variação média de preços positiva em 2,96% (maior variação entre as atividades da pesquisa) e, desta forma, acumulando nos últimos 12 meses uma variação positiva de 10,55% e no ano de 5,62%.

Entre os destaques, tanto em termos de variação quanto de influência, na comparação com janeiro, aparecem: ”bobinas a frio de aços ao carbono, não revestidos”, “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono” e “tubos de aços com costura”. O produto “chapas grossas de aços ao carbono, não revestidos” é um destaque em termos de variação e o “bobinas a quente de aços ao carbono, não revestidos” em relação à influência.

Quanto aos produtos que mais influenciaram os resultados de longo prazo (acumulado no ano e acumulado em 12 meses), três são comuns: ”bobinas a frio de aços ao carbono, não revestidos”, “bobinas a quente e a frio de aços ao carbono, não revestidos” e “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono”. “Bobinas ou chapas de aços inoxidáveis, inclusive tiras” é o destaque faltante no acumulado ano e “alumínio não ligado em formas brutas” completa a lista das quatro principais influências no acumulado em 12 meses, sendo o único caso de valor negativo.

O comportamento do setor é influenciado pela combinação dos resultados dos grupos siderúrgicos (ligado aos produtos de aço) e do grupo de materiais não ferrosos (cobre e alumínio), os quais, por sua vez, apresentam comportamentos bastante diferenciados. O grupo siderúrgico é afetado pelo excedente de capacidade de aço no mundo, mesmo com a meta de redução da produção de aço na China, além do custo da energia elétrica e do gás natural, sem esquecer o avanço dos preços do minério de ferro no mercado internacional (a variação de preços do setor extrativo nos últimos 12 meses, foi de cerca de 53%). Já o segundo grupo apresenta seus preços ligados às cotações das bolsas internacionais e às variações do dólar.

Os quatro produtos anteriormente citados como os de maior influência nos resultados da comparação com o mês anterior representaram 1,98 p.p. dos 2,96% de variação de fevereiro em relação a janeiro.