IPCA-15 foi de -0,14% em agosto
26/08/2025 09h00 | Atualizado em 26/08/2025 09h06
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi de -0,14% em agosto e ficou 0,47 ponto percentual (p.p.) abaixo do resultado de julho (0,33%).
Período | Taxa |
---|---|
Agosto de 2025 | -0,14% |
Julho de 2025 | 0,33% |
Agosto de 2024 | 0,19% |
Acumulado no ano | 3,26% |
Acumulado nos últimos 12 meses | 4,95% |
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,26% e, em 12 meses, 4,95%, abaixo dos 5,30% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2024, o IPCA-15 foi de 0,19%.
Além de Comunicação (-0,17% e -0,01 p.p.), os três grupos de maior peso no índice tiveram queda no nível de preços de julho para agosto: Habitação (-1,13% e -0,17 p.p.), Alimentação e bebidas (-0,53% e -0,12 p.p.) e Transportes (-0,47% e -0,10 p.p.). Os demais grupos variaram entre o 0,03% de Artigos de residência e o 1,09% de Despesas pessoais.
IPCA-15 - Variação e impacto nos grupos | ||||
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Grupo | Variação (%) | Impacto (p.p.) | ||
Julho | Agosto | Julho | Agosto | |
Índice Geral | 0,33 | -0,14 | 0,33 | -0,14 |
Alimentação e bebidas | -0,06 | -0,53 | -0,01 | -0,12 |
Habitação | 0,98 | -1,13 | 0,15 | -0,17 |
Artigos de residência | -0,02 | 0,03 | 0,00 | 0,00 |
Vestuário | -0,10 | 0,17 | 0,00 | 0,01 |
Transportes | 0,67 | -0,47 | 0,13 | -0,10 |
Saúde e cuidados pessoais | 0,21 | 0,64 | 0,03 | 0,09 |
Despesas pessoais | 0,25 | 1,09 | 0,03 | 0,11 |
Educação | 0,00 | 0,78 | 0,00 | 0,05 |
Comunicação | 0,11 | -0,17 | 0,00 | -0,01 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. | ||||
A queda registrada no grupo Habitação (-1,13%) veio da contribuição de -0,20 p.p. da energia elétrica residencial que recuou 4,93% em agosto em decorrência da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas no mês de agosto. Ressalta-se que, em agosto, está em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 7,87 na conta e luz a cada 100 Kwh consumidos.
Além disso, a energia elétrica residencial reflete, ainda, os seguintes reajustes tarifários: 4,25% em Belém (-6,47%), a partir de 07 de agosto; 13,97% em uma das concessionárias em São Paulo (-0,88%), vigente desde 04 de julho; 1,97% em Curitiba (-6,19%), em vigor desde 24 de junho; 14,19% em uma das concessionárias em Porto Alegre (-8,38%), vigente desde 19 de junho; e redução de 2,16% em uma das concessionárias do Rio de Janeiro (-6,49%) a partir de 17 de junho.
Também em Habitação, a taxa de água e esgoto (0,29%) contempla o reajuste de 4,97%, em Salvador (4,64%), vigente desde 18 de julho. O gás encanado (0,17%) considera o reajuste de 6,41% nas tarifas em Curitiba (2,99%) a partir de 1º de agosto e a redução de 1,22% no Rio de Janeiro (-0,57%) desde 1º de agosto.
O grupo Alimentação e bebidas (-0,53%) registra queda na média de preços pelo terceiro mês consecutivo, com a alimentação no domicílio recuando 1,02% em agosto. Contribuíram para esse resultado as quedas da manga (-20,99%), da batata-inglesa (-18,77%), da cebola (-13,83%), do tomate (-7,71%), do arroz (-3,12%) e das carnes (-0,94%).
Já a alimentação fora do domicílio subiu 0,71% em agosto em virtude das altas no lanche (1,44%) e na refeição (0,40%).
O grupo Transportes saiu de 0,67% em julho para queda de 0,47% em agosto. O resultado no grupo foi impulsionado pelas quedas nas passagens aéreas (-2,59%.), no automóvel novo (-1,32%) e na gasolina (-1,14%). No grupamento dos combustíveis (-1,18%), também recuaram o óleo diesel (-0,20%), o gás veicular (-0,25%) e o etanol (-1,98%).
Registre-se, também, o reflexo da gratuidade concedida aos domingos e feriados no metrô (0,19%) em Brasília (2,80%), e no ônibus urbano (0,49%), em Brasília (2,80%) e Belém (6,68%), além da redução de tarifa aos domingos e feriados em Curitiba (2,94%). Adicionalmente, o táxi (0,63%) incorpora o reajuste médio de 24,53% nas tarifas em Belém (2,46%), a partir de 12 de agosto e de 12,37% nas tarifas em São Paulo (1,65%), a partir de 11 de agosto.
No grupo Despesas pessoais (1,09%), destaca-se o reajuste nos jogos de azar (11,45%), vigente desde 09 de julho.
O grupo Educação variou 0,78% em agosto com a incorporação de reajustes nos cursos regulares (0,80%), principalmente por conta dos subitens ensino superior (1,24%) e ensino fundamental (0,68%). A alta dos cursos diversos (0,93%) foi influenciada pelos cursos de idiomas (1,85%).
Em Saúde e cuidados pessoais (0,64%), as maiores contribuições vêm dos itens de higiene pessoal (1,07% e 0,04 p.p.) e do plano de saúde (0,51% e 0,02 p.p.), que reflete a incorporação dos reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Para os planos contratados após a Lei nº 9.656/98, o percentual é de até 6,06%, com vigência a partir de maio de 2025 e cujo ciclo se encerra em abril de 2026. Para os planos contratados antes da Lei nº 9.656/98, os percentuais autorizados foram de 6,47% e 7,16%, a depender do plano.
Quanto aos índices regionais, a maior variação foi registrada em São Paulo (0,13%), única área com variação positiva, por conta das altas dos cursos regulares (1,14%) e da higiene pessoal (1,33%). Já o menor resultado ocorreu em Belém (-0,61%), que apresentou queda nos preços da energia elétrica (-6,47%) e da gasolina (-2,75%).
IPCA-15 - Variação nas regiões | |||||
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Região | Peso Regional (%) | Variação Mensal (%) |
Variação Acumulada (%) |
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Julho | Agosto | Ano | 12 meses | ||
São Paulo | 33,45 | 0,40 | 0,13 | 3,51 | 5,31 |
Fortaleza | 3,88 | 0,25 | -0,11 | 3,27 | 4,70 |
Curitiba | 8,09 | 0,14 | -0,17 | 3,56 | 5,19 |
Belo Horizonte | 10,04 | 0,61 | -0,23 | 3,48 | 5,31 |
Salvador | 7,19 | 0,15 | -0,23 | 3,05 | 4,77 |
Porto Alegre | 8,61 | 0,48 | -0,27 | 3,38 | 4,43 |
Recife | 4,71 | 0,27 | -0,28 | 3,24 | 4,18 |
Brasília | 4,84 | 0,28 | -0,29 | 3,29 | 4,77 |
Rio de Janeiro | 9,77 | 0,24 | -0,31 | 2,51 | 4,56 |
Goiânia | 4,96 | -0,05 | -0,35 | 2,42 | 4,58 |
Belém | 4,46 | 0,19 | -0,61 | 2,95 | 4,65 |
Brasil | 100,00 | 0,33 | -0,14 | 3,26 | 4,95 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema | |||||
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 16 de julho a 14 de agosto (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de junho a 15 de julho (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários-mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.